Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 2
Início do fim


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, como vão? Então, esse e o próximo capítulo vai ser a Emma narrando como tudo começou e tal. Agradeço a linda da Lady Anne por favoritar a fic e a minha querida Amélia por comentar também



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— Início do apocalipse

Tédio.

É isso que resume minha situação no momento. Aliás, quem não ficaria em uma aula de história? Quero dizer, história em si é legal, o problema é quando sua professora tem 67 anos e cospe quando fala.

— Ei! — diz Amber chamando minha atenção e passando um bilhetinho para mim. Ela é uma garota do jornal da escola que eu não falo muito. Bom, eu não falo com praticamente ninguém. — É do Jacob.

Pego o bilhetinho com o coração quase saindo pela boca, agradecendo a garota. Sim, eu gosto do Jacob desde os meus oito anos e ele sequer sabe da minha existência. Maravilhoso.

Abro-o e leio:

Seria muito legal te encontrar depois da aula.
Desculpe por nunca ter falado com você, é que você é toda inteligente e eu fico com vergonha de chegar até você, mas hoje eu tomei coragem.

PS: Você é linda.

Jacob C.

Nesse momento já estou sorrindo de orelha a orelha. Ele sabe da minha existência e ainda está me convidando para um encontro!

O sinal toca anunciando o fim das aulas, e então corro até a carteira de Jacob, ainda sorrindo. Seu cabelo loiro está tipicamente empastado de gel, e ele ainda possui as feições infantis de sempre, igual à maioria dos garotos da sala.

— Ei, hum, a gente podia ir tomar um sorvete ou algo assim — digo ainda sorrindo. Ele me encara confuso, depois incrédulo e logo debochado.

— Acreditou mesmo que eu iria querer alguma coisa com você? — pergunta enojado e incrédulo. — Meu Deus, garota! Você tem o que na cabeça?

E com essas palavras meu coração foi totalmente pisoteado por Jacob Collins. Continuo a encará-lo enquanto ouço as garotas e seus amigos rindo de mim. Olho para eles por uma última vez e corro em direção à porta, com o coração sangrando e com vontade de cavar um buraco no chão e enfiar minha cabeça.

Avanço pelo corredor o mais rápido que posso, e parece que todos estão olhando para mim. Acho que é só impressão, mas me sinto aliviada quando entro no pequeno banheiro, que no momento está vazio.

Jogo minha mochila em cima da bancada de mármore e encaro meu reflexo. Meus cabelos castanhos totalmente comuns e chatos estão presos. Minhas roupas são largas e nada femininas, escondendo meu corpo magrelo e sem curvas. Mamãe diz que ainda sou nova demais para tê-las, mas as garotas populares provam o contrário. E por fim, meus olhos castanhos esverdeados, que estão marejados.

Você é feia demais para ele, Emma, minha querida consciência diz. E ela está certa.

Tomo um susto quando a porta é aberta, e duas garotas oxigenadas entram. Pego minha mochila e corro em direção à porta, para evitar mais decepções ou abordagens, mas não antes de ouvi-las rindo.

O caminho para casa é um borrão para mim, e quando percebo estou atravessando a sala de minha casa. Os típicos sofás marrons que minha mãe pagou em 15 prestações tomam grande parte do cômodo, e a pequena TV que eu e meu pai usávamos para assistir o baseball nas raras vezes que ele me visitava continua em cima da estante.

— Ei filha, chegou cedo. — Minha mãe me surpreende, não por ela falar isso, mas por ela estar em casa.

— Mãe? O que está fazendo aqui? Não tinha que trabalhar? — pergunto ainda com a mochila nas costas.

Seus cabelos escuros estão presos em um coque arrumado e seus olhos verdes já apresentam algumas rugas. Apesar da idade ela ainda possui um corpo esbelto, que no momento está comportado em sua farda. É, minha mãe é policial, e é por isso que ela nunca está em casa.

— Íamos averiguar sobre um tal vírus que está se espalhando, mas delegado Stuart decidiu ir sozinho e me deixar no comando da delegacia junto com Black. E como não havia nada para fazer lá, decidi vir almoçar com minha filha hoje! — anuncia ela sorridente. — Fiz macarronada com molho de camarão. Deixe a mochila no quarto e venha almoçar.

Dona Maddison é a típica mãe solteira, e quem a vê diz que ela se dá bem com isso. Bom, eu sei que ela nunca superou o fato que o papai a abandonou grávida e só vinha para me visitar uma vez por mês, mas é sempre bom manter as aparências.

Sorrio para ela, ficando feliz por ela ter reservado esse dia para nós duas. Subo as escadas indo em direção ao meu pequeno quarto; jogo a mochila em cima da cama e solto meus cabelos. Olho para o taco de baseball que meu pai me deu dois anos atrás, quando ele ainda se importava em me visitar e se importava comigo.

Balanço minha cabeça, tentando livrar-me desses pensamentos, e desço novamente as escadas.

— Ok. Certo, estou indo. — Ouço minha mãe dizer ao telefone.

— O que aconteceu, mãe? — pergunto me aproximando. Seu rosto está aflito e eu já sei o que ela vai responder.

— Desculpe, Emma, mas é que é uma emergência e eu realmente preciso ir! Aparentemente há pessoas atacando pessoas no centro, e precisamos de reforços — diz ela apressada. Encaro-a magoada e um tanto fria. — Sinto muito, filha.

Ela me dá um beijo na cabeça e corre em direção à porta, arrumando a arma em seu coldre. Devo dizer que me sinto tremendamente intimidada com aquela arma e nunca tive coragem de segurá-la — até porque minha mãe nunca deixaria —, porém me acostumei com sua presença, principalmente por ter pais policiais. Ou no momento, só a mãe.

— Até mais, Emma, espero que goste do macarrão. Volto assim que puder — despede-se ela, já indo para a viatura estacionada em frente à nossa casa.

Suspiro pesadamente, indo em direção à cozinha. Ótimo, Emma, sozinha novamente, penso comigo mesma. Sirvo-me com o macarrão pensando em Jacob e em como o dia foi decepcionante hoje. Caminho até a sala e sento-me no sofá/xodó de mamãe ligando a minha grande companheira, senhora TV.

As palavras “Aviso urgente!” gritam em um tom vermelho vibrante na tela, chamando minha atenção. Logo o aviso é substituído por outra imagem: uma pessoa comendo outra, acompanhado da legenda "Doente ataca homem em avenida". Imediatamente sei que é uma pegadinha, porque isso claramente não pode ser real.

Porém, quando a pessoa que estava devorando a outra levanta a cabeça, e gritos são ouvidos do outro lado da tela, sei que isso não pode ser uma brincadeira. Principalmente quando olho nos olhos do doente: sem vida ou qualquer emoção.

Uma sensação estranha se apossa de mim. Obrigo-me a prestar mais atenção no local e percebo que isso está acontecendo a dois quarteirões de distância da delegacia onde minha mãe trabalha.

Pego o telefone em cima da mesa ao lado do sofá e digito o número da delegacia, que sempre é minha mãe que atende. Ouço um grito agonizado na rua, que com certeza não pode ter um bom significado.

Levanto-me do sofá e corro até a janela, onde tenho total visão da rua, e o que vejo assusta-me totalmente: uma pessoa suja de sangue mordendo a mulher que mora no início da rua e que me deu pirulito uma vez, que grita em desespero quando mais um doente chega.

— Departamento de polícia de Atlanta. — A voz de minha mãe fala no outro lado da linha, e noto que possui um tom um tanto apressado. 

— Mãe, o que está acontecendo? — pergunto desesperada, ainda observando a cena na frente da minha casa.

— Emma? Tranque as portas e as janelas, não saia daí! Já estou indo pra casa — ela diz igualmente desesperada e apressada, desligando logo em seguida.

Observo outras daquelas pessoas passarem na frente da minha casa totalmente paralisada e incrédula. Isso não é real, não pode ser.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram de conhecer um pouco mais de nossa Emma Walsh?