Dinastia Tera

Missao transmitida da Lua – Altamente Confidencial.

000.501xp – Futuro Distante

"Muitas centenas de anos no futuro, o presente se tornou um passado distante. Tudo o que conhecemos hoje foi considerado obsoleto e pré-histórico. Os humanos já não viviam como nós, seu modo de pensar e de agir já eram outros. Até por que eles descobriram que não estavam mais sozinhos no universo, tinham que conviver com outros seres...

Depois de milênios o Sol diminuiu de tamanho, reduzindo sua luz à metade. Isso ocasionou o desaparecimento por completo dos planetas mais distantes da Estrela, cada um deles se destruindo na escuridão total: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno nunca mais foram vistos, ou lembrados...

Os outros quatro planetas do sistema solar que restaram entretanto, precisaram se adaptar à pouca luz, e o Sol, já não era o bastante para iluminá-los. Assim Mercúrio, Vênus, Terra, e Marte foram obrigados a obter novas fontes de energia para nao perecerem também.

Mercúrio habitado apenas com alguns seres vivos irracionais tinha uma única raca primitiva; Vênus possuía uma densa camada gasosa ao seu redor e era pouco explorado, sem vida; Marte, o planeta mais distante do Sol ainda sobrevivente recebia pouca luz, tornando-se assim no Planeta de Gelo e a Terra iniciou uma era tecnológica a procura de uma fonte estável de energia que os sustentassem como supremacia na galaxia.

Enquanto estes lutavam para sobreviver em meio ao pânico da população, um gigante buraco negro, a anos luz de distância da Via Láctea, conseguiu engolir quatro sistemas inteiros junto a milhares de cometas, poeira cósmica, milhões de estrelas e... planetas.

O que houve depois, vocês se perguntam? Planetas foram engolidos por um buraco negro em um sistema próximo; apenas quatro deles foram atraídos pelo campo de gravidade do Sol anexando-se no Sistema Solar... Kavanar (o planeta submerso), Edyláh (o planeta Acido), Sinark (o planeta deserto) e A-13(o planeta pulsante) todos semi-devastados, mas com vida. E claro, onde há vida, há disputa...

Os humanos terráqueos aperfeiçoaram o plasma para que ele servisse de energia, o que os tornavam independentes da luz solar para sua indústria. E era por essa tecnologia e a dominação da raça humana que os planetas mais influentes, Edyláh e Kavanar, ambicionavam. Os dois planetas líderes, mais fortes, com melhor exército e mais capacitados, fizeram surgir a Primeira Guerra Universal, com o propósito de dominar a Terra e o Plasma. Duas raças completamente distintas entraram em guerra, e toda a Vida da Neo Via Láctea foi obrigada a escolher um lado, Edylásio ou Kavarino. A Terra, porém, não estava disposta a abrir mão da sua fonte de energia e de sua liberdade para qualquer um dos dois planetas, então as organizações militares, científicas e de estratégia de todos os continentes se uniram para fundar a Unidade da Companhia Pacífica , a UCP. Com o intuito de acabar com a guerra e poupar a Terra da destruição e do fim tão iminente.

O que ninguém sabia era que em meio à grande guerra, uma delicada e diminuta flor nasceu, uma flor de romance, um crisântemo fadado a sepultura.

Aleska Cebbàr e Ikero Tulloch. Inimigos mortais. Ela Edylasia e ele Kavarino, protagonistas de um amor proibido; as duas famílias que disputavam sem escrúpulos mal sabiam que aquele casal jovem se apaixonara puramente e juntos vieram a perecer deixando apenas uma coisa para trás. Uma bonita criança que protegida pelo único confidente do romance secreto foi guardado e cuidado ate que o menino foi mandado à Terra por sua própria segurança; se tornando influente devido à sua seleta mistura genética e com apenas vinte anos por pura obra do destino foi escolhido para reger a Unidade de Companhia Pacifica, unidade aquela pelo qual lutava na Terra para resistir a obra das famílias de seus pais e avos.

E Seus esforços foram tão produtivos que, lutando pela paz, ele conseguiu salvar o povo terraquio que o acolheu e acabar com a guerra. Não foi fácil, mas Lukas tomou a frente: seu exército tecnológico bem treinado, especialistas em estratégia bélica, e seu próprio poder e influencia foi o que marcou o fim da disputa. Convencendo os dois planetas-superpotências ja derrotados a desistirem das divergências e aceitarem um acordo. Desse modo a UCP se transformou na organização do mais alto nível, investidora em tecnologia, conhecimento e armamento, sendo respeitada e temida por toda a Neo Via Láctea.

Esse seria apenas o primeiro ato de um cenário que iria reunir três diversas histórias, de três mulheres distintas, que não tinham nada em comum a não ser uma única causa: Lutar pelo que achavam certo. Três vidas, cada qual com suas perdas, suas lástimas, seus ganhos e suas vitórias. Uma Edylásia, uma Sinarkina e uma Treze.”

As rugas do velho senhor terraquio pareciam intensificar os efeitos especiais causados para impactar tal relato; as labaredas incessantes da fogueira a seus pés faziam sombras crepitantes sobre seus olhos castanhos enquanto crianças de várias espécies encaravam admiradas o desenrolar da narrativa.

O futuro.

O relato se limitava a descrição do que acontecera ao Sistema Solar, infelizmente o velho Mec nunca parecera se incomodar com o fato da historia se manter a mesma por anos e anos. Repetidas para crias de diversas gerações, de novo e de novo.

Aparentemente Mec também não se incomodava com o fato de que os pequenos não entendiam metade das palavras difícieis usadas para articular o conto.

O estranho ponto era que o velho não mudara nem um pouco desde a sua chegada ao complexo Lunar; mesmas rugas, mesmo cabelo grisalho encardido e mesmo sorriso inocente e desdentado.

Acreditavam que ele era louco... que perdera o juízo em meio as terríveis coisas que vira e por isso perdera a noção do tempo. Parecia que contava sua historia à antiga civilização terraquia, quando o sol ainda era um astro dominante e imponente, quando os oito planetas originais ainda faziam parte de sua organização espacial.

A vila em volta do complexo militar da UCP era quase arcaica. Com o chão de pedra seca e esturricada coberta pela fuligem proveniente de um lugar que ninguém parecia saber. Tal vila funcionava como um abrigo de guerra para todos aqueles que preferiam a paz, que aderiam ao trabalho suserano, à lealdade ao Rei Lukas Tera, e em troca adquiriam uma força aliada.

Uma mulher esbelta de aparência quase frágil - em um vestido longo e branco - se cobria trás de um capuz negro em passos despreocupados; olhou a Terra brilhante em destaque no céu escuro e estrelado da noite, enquanto andava em direção a central de inteligência de Paz.

Seu turno começaria em breve.

Ela se aproximou dos portões altos e ornamentados de metal vermelho e descobriu seu rosto ao guarda; o jovem olhou-a com reconhecimento e com um leve cumprimento de cabeça deixou-a passar.

Continuou então seu caminho dentro da fortaleza da UCP, agora iluminada vagamente por um resquício de luz tremulante emitida pelo plasma abrigado em pilastras de vidro espalhadas pelo pátio.

Ao levantar a cabeça percebeu uma moça igualmente jovem - vestida em um sobretudo comprido, meio puído, acompanhada por falcão de peito roxo e asas douradas - o que a fez parar em súbito, reconhecendo-a. Micaela.

– Ora ora, finalmente apareceu Alina! Sua Majestade requere a nossa presença na sala do trono agora; parece-me que se trata de uma emergência. -

Alina Lieselotte então, abriu totalmente seu capuz; revelando sua pele branca,o cabelo azul cobalto na noite escura da Lua e marcas delicadas - impressas em negro em Edylásio antigo - em seu lado direito do corpo; levantou sua cabeça por completo e seguiu sua companheira escada acima.

Seus olhos azuis vivos nublados abaixo de uma película branca e fina brilharam com gosto enquanto apenas um pensamento cruzou sua mente: - A próxima missão estava prestes a começar.