Como eu não sabia para onde ir, fui para minha casa.

O lugar Não havia mudado, só estava empoeirado.

Me jogo no sofá e abro o mapa, a fim de ver como ele está.

– Hora de decifrar- resmungo para mim mesma

Olho o mapa, parece mais complicado do que antes. As letras em grego antigo estão embaralhadas, a única coisa que dá pra ler certinho é "Τάρταρα", que significa tártaro .

As imagens estão bem borradas, dá pra ver que é o tártaro, mas parece que jogaram água nos desenhos. Me levanto do sofá e pego uma lupa, a fim de ver melhor.

Depois de muito procurar por pistas, vi algo perto de onde eu imaginava ser a saída do tártaro, uma portinha e a guardando, estavam duas letras (isso mesmo), elas era "E "e "P". Senti meu coração disparar, a respiração ficar ofegante. Não era possível.

–-----------------------------------------------------------------------------------

3:20 da madrugada e eu ainda estava na sala, jogada no sofá analisando o mapa. Sentia que meu cérebro ia explodir, mas eu tinha que entende-lo, para fazer seja lá o que precisar.

Meus olhos começaram a ficar embaçados, sentia que o piscar demorava e percebi que precisava dormir. Guardei o mapa no bolso da calça, subi as escadas e me joguei na banheira, deixando a água quente me envolver. Adormeci ali mesmo .

O sol batia em meu rosto, foi assim que acordei.

– Muito Obrigada, Apolo - resmungo

Me levanto da banheira, com a pela toda enrugada. Visto uma calça jeans (daquelas que Afrodite me enviou), coturnos pretos e uma blusa preta com a estampa de uma caveira. Prendo os cabelos em uma trança e arrumo uma mochila. Jogo comida, roupas e tudo o que um semideus precisa (dracmas, curativos e queijo, muito queijo). Jogo a mochila nas costas e pego o mapa do bolso da calça, o colocando no outro bolso.

Tomo café da manhã e saio de casa, sentirei saudades daqui.

Pego a bicicleta e saio pedalando pelas ruas de Atenas, parando em frente a um cemitério. Tranco a bicicleta em um poste, se eu voltar viva a pego de volta.

Avisto um jazigo em que se lê : Os Kanpo. Me aproximo dele e cavo um buraco bem perto de sua porta, viajo pelas sombras até Los Angeles, onde pego a abertura para o mundo inferior.

O lugar não mudara nada, com exceção do número de mortos ter aumentado.

Olho para o palácio de meu pai, vejo uma sombra, parece uma mulher. Ela está no jardim e quando me vê, vem correndo em minha direção.

– Tantos anos e você não se vingou. Perdeu a coragem? - Perséfone pergunta

– Não se bate em idosos, resolvi te respeitar como uma pessoa da centésima idade

– Você é tão velha quanto eu

– Tenho coisa melhor pra fazer - falo - com licença

Me esquivo da deusa , mas ela segura meu braço

– Sobre essa sua missãozinha , não vai dar certo

– Obrigada, mas quem pediu sua opinião?

– Você sobreviveu uma vez, Não conseguira de novo

– Veremos

Balanço o braço, fazendo a deusa o soltar. Ando apressadamente até a entrada para o tártaro e , sem pensar, eu salto.

Que a sorte esteja comigo nessa jornada.