A Ultima Vingadora escrita por Gabe Nick


Capítulo 31
Nunca mais




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Nunca mais?

Nadia ainda não se movia, é como se ela tivesse congelado, ela não se atreveu a mexer um músculo sequer, apenas encarou o olho e o tapa olho de Nick Fury em sua frente, o único indicio de que ela estava viva era sua respiração silenciosa. Nunca mais. Desde que Nick pronunciou essas palavras elas não saíram de sua mente

Nunca mais.

Parecia que a fixa só agora havia caído, nunca mais, nuca mais veria sua família, nunca mais ouviria suas risadas, simplesmente nunca mais, como ela sobreviver a isso e se sobrevivesse como poderia viver sem eles?

Nunca mais.

– Nadia? – Fury perguntou, já estava ficando preocupado

– Sim – Nadia saiu de seu transe, mas não completamente – Eu preciso ficar sozinha.

Ela falou secamente e começou a se retirar da sala, talvez Nick tivesse chamado seu nome, mas ela não sabia dizer com certeza, talvez Coulson estivesse chamando sua atenção, mas ela não lhe deu sequer um olhar, apenas caminhou até a porta e a abriu entrando no corredor, ela começou a mexer, primeiro uma perna e então a outra, os braços acompanhando os movimentos enquanto sua cabeça e seu olhar fixavam em um lugar que ela desconhecia.

Nadia parou em frente de uma porta, e a abriu caminhando para dentro, ela fechou a porta rapidamente e encostou as costas nela, e pela primeira vez desde que descobriu da morte de sua família, Nadia chorou, chorou de verdade ela não tentou conter as lagrimas como sempre fez e não tentou limpa-las, ela deixou que ela vagassem livremente por suas bochechas enquanto seu peito dava solavancos por causa por soluços e respirações dificultadas.

Ela começou a deslizar pela parede até que alcançou o chão, suas pernas estavam encostando em seu peito, ela prendeu as mãos no chão em cada lado de seu corpo e como se não aguentasse mais, e ela não aguentava, ela abriu os lábios e deixou que um grito escorregasse entre eles.

Nunca mais.

Nadia não ligava se aquela sala era a prova de som como a que ela estava antes, ela não ligava se toda a SHIELD conseguia ouvi-la, a garota simplesmente não ligava, sua família morreu, eles não vão voltar. Mesmo inconscientemente, a esperança era um dos motivos que a fazia continuar, mas isso se foi, foi enterrado e ela não viu uma saída, por isso continuou a chorar, era tudo que havia lhe sobrado.

Nadia sabia que existia 5 fases do luto, e ela se pergunta se ela passou por todos eles na ordem correta. Negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. Ela já passou por negação, acreditar secretamente que talvez existisse uma solução por que sem chances que sua família estivesse morta, então viria a raiva.

Por que isso está acontecendo? Por que comigo, raiva do universo, raiva de Deus, raiva de sua família, de Fury e de todas as pessoas que mentiram para ela, a culpa era deles, era o que Nadia acreditava, ela não merecia esse tipo de dor, ela não merecia nada do que estava acontecendo. Nadia se levantou ela caminhou pela sala e pegou a primeira coisa que ela encontrou era um abajur e jogou com força na parede.

O abajur se despedaçou e o barulho abafou um pouco o seu grito, no momento Nadia nem sabia que o grito havia sido de dor ou de raiva, mais a liberação a fez se sentir muito bem. As lagrimas não pararam, mas os soluços lentamente foram cessando.

Nunca mais

– Você me prometeu

Nadia sussurrou para o ar.

– Me prometeu que não iria mais embora sem falar comigo antes – Ela falou para Thor, mesmo que ele não pudesse ouvi-la, ela precisava falar – Por que mentiu pra mim? Por que foi embora?

Ela se ajoelhou, as lagrima voltaram a intensidade anterior.

Ela pensou em Clint, todas as mentiras e desculpas que ele contou para ela, ela queria ficar com raiva ficar com raiva deles faria as coisas ficarem mais fáceis, mas quando ela pensa nele não são as mentiras que vêem em sua mente, são todas as vez que ele corrigiu seu modo de segurar o arco, são todas as vezes que ela a beijou no rosto antes de colocá-la na cama, são todas as vezes que ele correu para pega-la no colo quando ele voltou de missões.

Nadia só se lembrava das memórias boas, que foram rapidamente substituídas pela imagem de um corpo sem vida deitado no chão de um quarto escuro enquanto sua mãe chorava, todas as emoções dançavam em sua mente incontrolavelmente, ela revezava entre raiva, medo, saudade, felicidade e parecia que ela estava alcançando a insanidade. O controle que Nadia tinha sobre seu corpo, sua mente e suas emoções era algo que ela tinha muito orgulho e esse controle se foi, assim como Clint.

Nunca mais

Nadia pensou em Pepper, sua segunda mãe, a mulher que lhe ensinou administração, que cuidava dela quando sua família saia em missões, que ensinou ela a escrever e a ler, uma das mulheres que Nadia mais admirava, Nadia pensava nela e os soluções se intensificavam, a adolescente sentia saudade, de seu cabelo loiro, se sua risada de seu senso de humor incompreendido, de tudo que envolvia Pepper.

E Nadia pensava em Tony, o seu professor de mecânica, e o homem que deixaria ela destruir um prédio se fosse necessário, Nadia deixou uma risada passar por seus lábios, mas a raiva tomou conta outra vez, ele também mentiu para ela, ela a ensinou tanto e ele não terá a chance de ver os resultados de seus ensinamentos, Nadia nunca mais o verá, como a dor pode ser tão grande, de nunca mais rir de uma piada dele, de nunca mais dar um High Five por algo que sua mãe provavelmente desaprovaria, como ela poderia passar um dia sequer sem quebrar, como ela poderia passar um dia sequer sem Tony?

Nunca mais

Nadia lembrou de Bruce, seu padrasto e professor, seu mentor e amigo, ela se lembrou de Hulk o salvador de Bruce, e todas as lembranças dos dois passou por seus olhos. Ela sentia falta de tudo o que envolvia Bruce, seu lado protetor, seu lado engraçado, o modo como ele a corrigia de um jeito que só fazia ela se sentir mais amava, Bruce era magnífico, e Nadia não teve a chance de dizer isso a ele.

Ela pensou em Thor, o Asgardiano, apesar de terem se afastado Nadia não parou um segundo de pensar sobre o seu companheiro de parquinhos, seu grande amigo, Nadia não sabia mais o que estava sentindo todas as emoções tomaram conta dela ao mesmo tempo ela estava enlouquecendo, o que seria dela a partir dali sem Thor, sem mais histórias sobre Asgard, o que seria dela?

A garota pensou em Steve, o grande Capitão America, e o nobre Capitão Rogers, sua solidariedade, o modo como ele passou a vida de Nadia colocando todos a frente dele mesmo, colocando a vida de Nadia na frente de todos, Nadia se lembrou de seus abraços e de seus afagos e seus carinhos, ela lembrou de tudo e chorou, chorou tanto que achava que seu cabeça iria explodir.

Nunca mais

E foi ai que Nadia pensou em sua mãe.

A mulher com quem ela mais queria se parecer, seu modelo de vida, a pessoa que ela mais amava na terra, Natasha Romanoff, a pessoa que lhe deu a vida, que deu a própria vida para poupar a de sua filha. E Nadia sabia que ela era um caso perdido,por que bater no chão no estava fazendo a dor passar, mas ela não ligava, socava e esmurrava o chão embaixo dela, tentando acabar com a sensação. Ela nunca mais abraçaria sua mãe, nunca mais treinariam juntas, os assistiriam um filme juntas, Nadia se sentia caindo de um precipício, era como se ela rolasse entre as pedras e cada batida fazia seu corpo ceder mais um pouco. Doía

E a dor era insuportável

Nunca mais.

Negociação. Na fase de negociação, Nadia deveria se voltar a uma força maior e negociar a sua estagia na terra, prolongar seus dias por não querer morrer, ou negociar a ressuscitação de sua família, mas Nadia não vai cair numa armadilha tão antiga, eles se foram ela não tem nada a negociar. E Quanto a adiar sua morte, por que negociar o atraso o que ela tinha a perder?

Nadia tinha varias escolhas, ela poderia se tornar uma agente, poderia se tornar uma medica, uma engenheira de sucesso, uma professora. Nadia sabia que ela tinha em suas mãos o poder sobre as indústrias Stark e em 5 anos poderia se tornar presidente. Mas do que adiantaria tudo aquilo se ela não pudesse dividir com as sua família

Se ela pulou negociação, então lhe restou a depressão e Nadia acreditava que era nessa fase que ela estava, no momento ela queria que todo o mundo parasse para que ela pudesse chorar por quanto tempo desejasse. A depressão surgiu em vários faces e no momento Nadia experimentava uma gama de emoções todas batalhando entre si e ela sentia a sua mente enlouquecendo. Ela só queria que tudo isso parece.

Talvez existisse um jeito, Nadia passou os dedos pelo seu coldre que segurava a arma, um modo de acabar com todo o sofrimento, um modo parta a que a dor fosse embora, ela pensou sobre isso por um segundo.

.

.

.

.

Não, suicídio não lhe era uma opção, sua família trabalhou a vida inteira e morreu para garantir que ela estivesse viva, ela seria muito ingrata por fazê-lo, além disso ela foi ensinada muito bem a dar valor a uma vida de saúde e liberdade, por que muito desejariam tê-la.

Nunca mais

Nadia chegou a um impasse, apenas 20 minutos haviam passado, ela primeiramente firmou os braços no chão e levantou sua cabeça seguida por seu tronco, sua barriga, quadril e pernas até se por de pé, caminhou até um espelho que tomava conta de metade de uma parede na sala e passou a mão em seu cabelo, ela viu seu olhos que estavam inchados e vermelhos e passou a mão no rosto.As lagrimas já tinham parado, mas era visível que ela havia chorado.

Todos os acontecimentos e tudo o que Fury havia contado passaram na mente de Nadia e ela tomou alguns minutos para analisar a situação enquanto se olhava no espelho, ela sabia de suas opções, morar na SHIELD e se tornar uma agente, morar com os pais de Pepper e tentar viver uma vida normal, desistir de tudo, fugir e viver conforme a vida lhe levar.

Não importa o que ela escolheria, mas seja o que fosse definiria se ela atingiria o sucesso ou o fundo do poço, Nadia podia estar quebrada, mas ela tinha a chance de fazer algo maior, algo que pudesse mudar o mundo, e ela sabia que o mundo precisava dela. A escolha estava em sua frente e ela precisava tomar logo, mas seja lá qual opção ela escolhesse determinará se ela cairá ou voará.

Ela decidiu voar.

Fase atual: Aceitação


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Notas finais do capítulo

Eu quase chorei escrevendo isso



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