Andamos o dia todo sem encontrar nenhum tributo, nenhum canhão soou. Isso significa que Ramona conseguiu se esconder e esta viva, sorrio com o pensamento.

Stuart e Ângelo melhoraram de seus ferimentos assustadoramente rápido e a arena esta me deixado cada vez mais intrigada.

Após sairmos de perto da cornucópia, comecei a entender um pouco a arena, a rua em que estamos lembra muito o meu distrito, mas minhas teorias só se confirmaram quando chegamos a uma replica exata da praça publica do distrito 2.

– Mas oque? Que merda é essa!? – Stuart como sempre perdido no mundo.

– Stuart. Sabe, nós não saímos do seu lado um segundo, como você espera que saibamos oque é isso? – Henry pergunta visivelmente irritado. Dou razão á ele. Pergunta besta, resposta idiota.

– Chega – digo e a atenção de todos cai sobre mim – não sei oque esta acontecendo aqui e não vamos perder tempo com isso agora, esta para anoitecer e essa noite vamos descansar, já matamos muitos em um dia, não precisamos caçar essa noite. Vamos para dentro de um dos prédios conferir se tem alguém, se não tiver ninguém, ótimo, acampamos ali mesmo, se tiver, matamos e achamos outro lugar para acampar.

Todos concordam e seguimos para um prédio de apartamentos a minha esquerda. Entramos e fechamos a porta, conferimos andar por andar e achamos o lugar vazio, nada de armadilhas ou bestantes, perfeito, é aqui mesmo que iremos ficar.

Montamos nossas coisas em um dos apartamentos do 2 andar, Sunny e Melani ficaram felizes em descobrir o banheiro e em poder tomar um banho. A água saia da torneira limpa e perfeita, perfeita de mais. Procuro em minha mochila as pílulas purificadoras que havia visto antes. Se elas estavam ali, é por algum motivo. Coloco em minha garrafa e entrego aos outros para colocarem nas suas. Precaução nunca é de mais.

Lembro-me de Sunny, ela foi tomar banho, não sabe da água. Droga! Corro até o banheiro e a aviso que não deixe uma gota se quer entrar em sua boca. No inicio ela ficou assustada com a minha invasão, ela estava apenas de roupa intima e ficou visivelmente envergonhada, por fim ela concorda e eu saio do banheiro.

Depois de termos comido e arrumado nossas “camas”, separamos os turnos de vigia, eu e Sunny no primeiro, Stuart e Melani no segundo, Henry, Cameron e Ângelo no terceiro.

Melani deita-se próxima a mim e a Sunny, e adormece logo em seguida. Levanto-me e me posiciono próxima a janela, tenho ótima visão daqui, pego o arco e o deixo pronto, caso alguém apareça na rua.

Algum tempo se passa e a insígnia da capital aparece no céu.

Os rostos dos tributos começam a aparecer junto ao numero de seu distrito.

O garoto do 3 é o primeiro a aparecer.

Os dois do 6.

Os dois do 7.

A garota do 8. Bingo! Ela não estava entre os corpos na cornucópia. Quem teria a matado?...Ninguém capaz vem a minha cabeça. Isso é ruim. Se tivermos sorte foi um bestante que a matou.

Logo em seguida vem os dois do 9.

A garota do 10.

E por ultimo os dois do 12.

A insígnia aparece novamente e o céu volta a ficar escuro.

Olho para Sunny, ela também entendeu a gravidade disso. Confiro se os outros estão dormindo. E aproximo-me dela.

– Sunny, quem teria matado a garota?

– Não sei, não consigo achar ninguém dos que sobraram vivos capaz disso. Mas... acho melhor não falar nada para Cameron, ele pode deduzir que foi um de nós, ou pior, que foi você.

– Eu? Por que eu?

– Você chegou depois, poderia tê-la matado e voltado ao nosso encontro. Você não fez isso não é?

– Não, não achei ninguém.

– Ótimo... Mavra... tem algo que esta me incomodando e eu acho que deveria te contar.

– Claro, fala.

– Henry só esta te usando. Ouvi ele e Cameron conversando esses dias, e eles citaram seu nome e como Henry estava brincando com você. Fiquei preocupada.

–Não se preocupe, eu sei disso. Não me deixaria enganar por alguém como ele.

– Sabe, é decepcionante ter alguém assim na família – ela suspira – não entendo por que ele se voluntariou.

– Espera... como assim família?

– Henry é meu primo – ela fala como se fosse obvio – espera! Você não sabia?

– Não!

– Desculpa, devo ter esquecido de mencionar. Ele se voluntariou por minha causa. Ele se sente responsável por mim desde que meu irmão morreu afogado. – seu olhar perde o foco e ela suspira novamente – Eles estavam em um barco pesqueiro, só os dois, meu irmão e Henry. Henry saiu do barco e nadou até a costa para pegar uma rede que havia sido esquecida, nesse meio tempo, o barco enroscou em algumas rochas e virou, meu irmão não sabia nadar e Henry não chegou a tempo... Irônico não? Um garoto do distrito 4 que não sabe nadar.

– Sinto muito, eu não sabia.

– Não a por que se desculpar. A culpa não foi sua, e sim de Henry. Nunca o perdoei e ele sabe disso. O infeliz sabia que meu irmão não sabia nadar! Ele sabia que aquelas pedras já haviam afundado diversos barcos! Ele sabia que estava pescando em lugar perigoso! Ele sabia de tudo isso e mesmo assim deixou Alex lá sozinho! EU NUNCA VOU PERDOA-LO! – agora seu olhar esta sobre Henry, ele transborda raiva e dor. Talvez não seja eu a mata-lo.

– Sunny? Você esta pensando em vingança?

Ela solta uma risada macabra, UOUU não conhecia esse lado de Sunny. Eu gostei.

– Não Mavra, eu não estou pensando. Eu já tenho tudo arquitetado.

– Huuum interessante – olho para ela e sorrio de forma diabólica- vai querer ajuda?

– Estou contando com isso. Tenho uma pequena ideia.

– Fale.

– Vamos mata-lo junto com os outros e ficaremos apenas eu, você e Melani. Só tenho uma condição - ela me olha ainda mais diabólica- eu vou vingar meu irmão, eu vou matar Henry!

– De acordo – estendo a mão e aperto a sua – mas faça-me um favor.

– Claro, oque?

–Torture-o. Se quiser eu seguro.

– Não precisa pedir duas vezes.

Rimos baixo e continuamos a vigiar, falando sobre coisas idiotas e sem importância. Nosso horário acaba e acordamos os próximos. Stuart e Melani sentam bem afastados. Cada um em um canto.

Eu e Sunny deitamos perto de Melani e acabamos dormindo.

Tenho um sono conturbado e não gosto do que sonhei.