Reencontro – Dramione – 2º Temporada / Capitulo 2 – Quem era ela?

*-*

POV Draco

Herms passou pela porta com brusquidão, eu suspirei enquanto a trancava.

–Você está bem?

–Estou ótima – Disse entre dentes da cozinha, o único lugar que estava com a luz acesa. Fechei os olhos respirando fundo, isso com certeza iria dar errado.

–Foram cinco ótimos desde que saímos de lá, e você não falou de mais nada desde então. – Comecei a caminhar a passos lentos.

Sua sombra se moveu agitada, e escutei o som de panelas batendo.

–Não tem com que se preocupar – A escutei ranger os dentes.

Parei encostando-me à porta. Ela arrumava as coisas desesperadamente, como se procurasse por algo.

–Herms – Suspirei cansado – O que aconteceu?

Ela ficou em silêncio, segurando um cabo de panela em cada mão, nervosa.

Merda, isso ia dar merda.

–Quem era ela? – Perguntou em um som quase inaudível

–Ninguém

–Ninguém não nos chamam por apelidos íntimos.

–Ela não é ninguém com quem você deva se preocupar.

Ela riu com desdém.

–Ela se tornou uma das minhas preocupações quando surgiu te chamando de ‘Dra’

Coloquei a mão sobre os olhos bufando.

–Herms, quando digo que ela não é ninguém quer dizer que ela não significa nada, é um peso para a humanidade, alguém que não deveria existir, que não será capaz de atrapalhar a gente.

Se ela ia jogar a panela em mim ela desistiu e deixou os ombros caírem

–Se você visse o modo como ela sorriu pra você e depois pra mim... O modo como ela... – Sua respiração foi ficando mais acelerada e eu me aproximei aos poucos, abraçando-a por trás.

–O modo como nada, esqueça que ela esteve lá, esqueça tudo isso, Isabelle foi uma antiga namorada apenas.

–Você nunca foi de ter namoradas.

–Por isso que ela é um problema

–Ela é um problema? – Hermione se virou com rapidez, como se necessitasse olhar em meus olhos para ver se eu estava dizendo a verdade.

–Não! – Ergui os braços em defesa – Ela era um problema, não é mais, agora ela não é nada, não significa nada.

Ela deixou os ombros caírem outra vez.

–Sabe qual é a pior parte?

–Qual? – Franzi o cenho.

–Ela não me é estranha.

(...)

POV Hermione

Cair no sono naquela noite foi mais difícil do que eu esperava, e quando eu finalmente consegui ao menos cochilar eu precisava levantar para ir trabalhar. Deixei Draco dormindo tranquilamente, tomei um banho, coloquei uma calça jeans e uma camiseta soltinha, fiz um café e deixei um recado dizendo que havia saído mais cedo.

Tudo o que eu menos precisava era que ele visse que eu não dormira nada, logo ele faria um interrogatória e cairíamos em um assunto desnecessário outro vez.

Suspirei cansada ao entrar em minha sala vazia, sentei e abri a gaveta da escrivaninha, o que não me faltava eram provas para corrigir.

Voltei a suspirar outra vez quando as coloquei em uma ilha sobre a mesa e fechei a gaveta, logo que peguei a primeira e li a pergunta fui interrompida pela batida na porta.

–Pode entrar

–Com licença Hermione,as tem uma moça lá fora dizendo que precisa falar com você.

Franzi o cenho, eu não costumo receber visitas, principalmente na escola.

–Ela disse o nome?

–Não, mas diz que é caso de vida ou morte.

Suspirei ficando de pé, coloquei minha bolsa no ombro e agradeci.

Caminhei a passos lentos pelo corredor, e quando cheguei no pátio não consegui acreditar no que vi.

–O que você está fazendo aqui?

–Nossa! – Colocou a mão sobre o peito se passando por ofendida – Isso lá são modos de tratar uma conhecida?

Estreitei os olhos cruzando os braços.

–Como sabia onde eu trabalho?

Ela deu de ombros.

–Não há nada que eu não consiga descobrir hoje em dia.

Cerrei os punhos.

–Pois então deveria saber que esse é meu local de trabalho, e eu dispensaria qualquer um que viesse aqui me ver, mas pra você eu faço questão de avisar que vai perder se tempo em tentar falar comigo de novo.

Ela sorriu de lado.

–Draco acha mesmo que conhece você meu bem?

–Ele me conhece, e você não é ninguém pra achar que não.

Seu sorriso se abriu mais

–Você infelizmente não se lembra de mim né querida?

Bufei completamente irritada.

–Acho que me lembraria de alguém tão perverso, mas isso não é preocupante agora, eu tenho mais o que fazer, se me der licença – Me virei mas ela voltou a falar.

–Dra sabe do Rodrigo?

Eu parei de súbito, e devo ter empalidecido.

Eu não escutava o nome ‘Rodrigo’ há anos, e miseras pessoas sabia de sua existência e quantas menos soubessem melhor era pra mim. E para minha infelicidade eu podia sentir seu olhar queimar nas minhas costas.

Respirei fundo cerca de três vezes, sentindo meu coração acelerar e prevendo uma forte dor de cabeça, e quando achei que já havia conseguido e recuperar me virei muito lentamente.

Ela se mantinha na mesma posição, com seu ar de esnobe e a roupa super chamativa, uma mini shorts jeans, e uma camiseta que deveria ser dois números menores da qual ela deveria realmente usar, o salto alto Pink e os cabelos loiro presos em um rabo de cavalo alto na cabeça.

Ela estava com os braços cruzados e um sorriso parte angelical parte sombrio.

Eu conhecia aquele sorriso.

–Quem é você? – Perguntei sentindo ficar enjoada.

–Acho que não me apresentei corretamente não é? As pessoas me conhecem por Isabelle Martins, mas você me conheceu como enfermeira Thalita Ramos.

Flashback on

–A senhorita precisa respirar fundo, está bem?

–Tá bom – Respondi com dificuldade sentindo as contrações ficarem mais fortes – Só que não é assim tão simples.

A enfermeira sorriu meigamente, talvez eu estivesse com dores demais, mas havia algo sombrio naquele sorriso.

–Não há nada com que se preocupar, o médico vai chegar em poucos minutos, e logo você será encaminhada para a sala de parto.

O suor descia por minha testa.

–E onde ele está no momento? – Disse entre uma ofegada e outra.

–Ele está com outro paciente, mas não via demorar, quer que eu vá vê-lo?

–Não! – Gritei, entre tanto sem necessidade, eu estava em uma cadeira de rodas e ela havia apenas se colocado de pé – Fiquei aqui comigo, por favor, me fazendo companhia...

–Thalita – Voltou a sorrir – meu nome é Thalita Ramos.

–Thalita – Sorri de volta. –É que eu não tenho ninguém.

–Mas e o pai da criança?

Meu sorriso sumiu.

– Ele não sabe nem que eu estou grávida, e vai ser melhor se continuar assim.

–Claro, eu não quis me intrometer.

–De forma alguma.

–E qual será o nome da criança?

Voltei sorrir.

–É um menino, vai se chamar Rodrigo.

As contrações ficaram piores, eu estava entrando em trabalho de parto

Flashback off