–O que está acontecendo com você? –Jacob perguntou. –É claro que não quero que vá por que eu te amo!

–Você... Me ama? –perguntei, para ouvir isso de novo.

–Mas é claro! Você é a minha melhor amiga.

Rapidamente meu sorriso desapareceu do rosto.

–Legal. –digo e saio andando em direção oposta.

–Ei. –Jacob chama-me.

Ignoro e continuo meu caminho.

De repente sinto um aperto forte no meu braço direito. Era Jake me impedindo de dar mais um passo.

–O que foi? –perguntei.

–Já vai embora?

–Sim. Só vim me despedir.

–Nossa. –ele fingiu encanto. –que despedida.

–Sinto muito, mas você queria o que?

–Que nos despedíssemos de outra forma.

–Que forma?

–Uma forma madura. Às vezes você parece criança.

–Desculpe se tenho treze anos. –disse cínica.

–Mas todo mundo sabe que você parece ter muito mais. Tanto fisicamente, quanto mentalmente.

–Mentalmente? Acabou de me chamar de criança.

–Mentalmente quando quer.

–É melhor eu ir, Jake. Não quero viajar brigada com você.

Ele soltou meu braço.

–Tudo bem.

–Tchau. –digo.

–Tchau.

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O celular se mantinha em minha mão o dia inteiro. Eu estava na esperança de que Jake me ligasse, pois tanto ele como eu, não gostamos da forma como nos despedimos. Bom, mas vejo que ele não se importa. Agora, a única pessoa com quem ele se importa é Renesmee.

Jogo o celular com força no chão.

–Mas que droga! –resmungo.

Recolho o celular do chão. E para a minha sorte, a capinha dele é super resistente e protetora.

Eu havia pensado duas vezes antes de atravessar a minha porta. Estava tentando decidir entre ficar as últimas horas que me restam junto da minha família, ou ler ao livro que comecei na semana passada. Obviamente, escolhi minha família, pois o amor dos personagens daquele livro é bonito demais e perfeito demais. Por isso é um livro.

Pensando bem, ia ser até melhor me distanciar de todos. Quando digo todos estou me referindo ao Jacob. Não agüentaria mais vê-lo caindo de amores pela Renesmee.

Fiz careta e caminhei até a sala.

Os homens da casa estavam entretidos na televisão. Para ser mais especifica, no jogo de baseball. Já as mulheres, estavam conversando na mesa de “reuniões” oval.

Sentei-me em um dos lugares vagos.

–Olá. –saudei.

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Já estava na hora. Eram cinco horas da manhã. A escuridão ainda dominava a cidade.

–Suas malas já estão no carro. –tia Alice comunicou.

Todos iam me acompanhar até o aeroporto. Mamãe fez questão que eu fosse de avião, pois assim eu não mudaria meu percurso.

Assenti para Alice e entrei em um dos carros. Nesse estavam o vovô Carlisle, a vovó Esme, tia Alice e tio Jasper.

No carro atrás, vinham o Ed e a Bella, Rose e tio Em. Ah, e minhas malas também.

O percurso foi silencioso. Não aquele silêncio constrangedor, mas um silêncio reconfortante, que junto dele, também vinha alivio.

Eu queria que Jacob pudesse ir para Londres comigo. Fico imaginando como seria. Só nós dois em uma viajem dessas. Mas é claro que ele não iria ficar longe de seu imprinting. Renesmee, sempre no meu caminho. Desde que a conheci, minha vida se tornou um inferno.

Vovô encostou o carro no estacionamento. E Ed fez o mesmo atrás de nós.

Desci, e fiquei apenas observando Ed e Emmett descarregando as malas. Eram duas completamente cheias.

Entramos no saguão, e já ouvimos a primeira chamada para do meu vôo. Fomos até onde a minha família pôde ir também.

–Vem cá baixinha. –Jasper me chamou para um abraço forte. –Se cuida, ouviu?

–Claro que sim. –sorri. –E você também.

Abracei a todos, até que chegou a vez de Ed e Bella.

Bella não agüentou esperar e foi a primeira a me abraçar.

–Filha, sentirei saudades. Muitas. Eu te amo.

–Eu sei. –sorri.

Ed praticamente expulsou a mamãe, para poder me abraçar.

–Eu também te amo. –ele disse. –E lembre-se, ninguém irá ocupar o meu cargo como pai, pois eu te amo como um. Cuide-se e mantenha contato.

–Está bem. Eu também amo vocês. Todos vocês. Sentirei saudades. –se eu pudesse chorar já estaria.

–Tchau filha.

Caminhei até a fila de embarque. Eu era uma das últimas.

Até que chegou a minha vez. Eu já estava preparada para ir quando...

–Any! –virei-me para olhar o dono da voz.

Enchi-me de felicidade quando o vi. Sim, ele estava ali. Estava ali por mim.

Corri até ele e pulei em seu colo.

–Jake.

–Olá! –falou.

–Você veio. –falei toda afobada.

–Sim. E quase não consigo me despedir.

Jacob olhou para algo atrás de mim.

–Você tem que ir. Mantenha contato ouviu?

–Claro que sim. Estou feliz que esteja aqui. –confessei.

–E eu estou feliz em te fazer feliz.

–Bom, já está na minha hora...

Então Jake me surpreende com um selinho um pouco demorado.

–Até mais. –ele diz.

–Até. –digo um pouco desconcertada.

E o seu sorriso foi a minha última lembrança de Forks.

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Londres...

Neste exato momento, eu me encontrava na porta do apartamento de meu pai. Por mais que eu tivesse ensaiado esse momento mais de mil vezes dentro do avião, eu ainda estava nervosa. Ele não sabia da minha vinda até aqui. Então, eu seria uma surpresa para ele.

Nesse momento eu percebi tudo. Na verdade isso não era um castigo. Mamãe me deu um presente. Ela queria apenas me dar uma oportunidade de conhecer o meu pai, e usou isso como um falso “castigo”.

Ajeitei as minhas roupas e dei um longo suspiro.

–Tudo bem! –sussurrei. –No três. Um, dois, três.

Preparei-me para bater na porta, mas desisti.

–Caramba. –ralhei. –Última vez. Um, dois, três, quatro, cinco, seis...

Só fiquei preparada no vinte e um. Então dei três batidas suficientemente altas na porta.

Demorou quarenta segundos até alguém abrir a porta.

Era um garoto. Devia ter minha idade. Mas não foi isso que me assustou. O chocante era que ele tinha a mesma cor de cabelo que eu. E os olhos são da mesma cor de quando eu era humana. E não era só isso. O formato do nosso rosto era o mesmo, assim como todo o resto.