Quatro anos depois...

Quatro anos havia se passado depois de todas as revelações de Ed. A partir daí não nos desgrudamos mais. Estávamos felizes, e finalmente em paz.

Ed adotou o sobrenome Cullen, e então para todos os casos, éramos casados.

Alec vinha visitar o filho todo mês, já que Ed deixou claro que não voltaria para Volterra.

Ficamos sabendo que a tia de Ed (irmã da mãe de Ed) morreu, e que a mesma tem uma filha. Ed na hora quis adotá-la. Não reclamei, eu até queria uma filha. E na primeira vez que a vi, me encantei. Ela era de fato, linda. Mas o problema era, que ela é humana, e iria crescer. E então um dia morrer. Hoje é seu aniversário de treze anos. Ela sabe do nosso segredo, e nunca pensou em contá-lo para alguém.

Como presente de aniversário, ela pedia para transformá-la em vampira. Eu prontamente neguei. Então ela fazia questão de dizer:

–Mas eu vou crescer e virar uma vovó. E algum dia eu vou morrer, e então vocês vão se arrepender por não ter me transformado antes.

Estávamos nós duas no quarto, e eu penteava seus cabelos castanhos em frente a penteadeira. Seu cabelo é perfeito, com um toque cacheado nas pontas. Olhos verdes, e brilhantes neste momento. Ela sempre fazia isso quando queria algo.

–Por favor, mamãe! –ela implorava.

–Rauany, não faça isso. Não insista. –pedi.

–Ah, mãe. O que há de tão ruim em me tornar uma vampira? –ela perguntou cruzando os braços.

–É complicado filha.

–Sem problemas. Tenho o dia todo para escutar. –a teimosia dela era enorme.

–Acabei. –falei deixando a escova em cima da penteadeira. –Vamos descer?

Ela assentiu, e saiu correndo do quarto.

Suspirei, e fui atrás dela.

Ela estava terminando de descer as escadas.

–Pai. –ela correu até Ed, pulando em seu colo.

–O que aconteceu? –ele perguntou.

–Mamãe não quer me transformar. Você pode me transformar?

Ri das palavras dela. Ela já estava bem grandinha para falar como um bebê, e sair pulando em cima do colo de Ed.

–Querida, é complicado. –Ed falou em um tom de voz doce.

Ela revirou os olhos.

–As mesmas palavras de Bella.

Rauany voltou para o quarto, pisando duro.

Ed olhou para mim com uma expressão triste. Ele odiava deixá-la magoada.

Todos estavam na sala, e fingiam que não estavam vendo ou ouvindo a cena.

–Bella. –Jasper que estava encostado no piano, disse. –Eu posso sentir as emoções dela. E posso lhe afirmar que... Ela quer isso mais que tudo.

–Pois é. –Alice se manifestou. –Ela dispensou minha festa, por preferir a transformação. Quem dispensa a minha festa? –ela perguntou indignada.

Revirei os olhos.

–Ela é igualzinha a você. Se eu não soubesse da verdade, nunca iria desconfiar que ela é adotada. –Emmett que a pouco estava no sofá, agora se juntava aos outros.

–Querida. –Esme afagava meu ombro. –Porque não pensa no assunto?

–Pensar no assunto? –perguntei espantada. –Eu não quero pensar no assunto. Quero que minha filha viva.

–Não era assim que você pensava, quando implorava para Edward lhe transformar. – Rosalie debochou.

–Porque eu queria viver ao lado de Edward para sempre. –expliquei cruzando os braços.

–E ela quer viver ao nosso lado para sempre. –Me surpreendi com as palavras de Ed. – Não é uma coisa bonita, Bella? Nossa filha querer viver ao lado da família para sempre? Sem ter medo de que algum dia isso tudo acabe?

Fechei os olhos tentando acalmar a irritação que começava a me consumir.

–É sim, mas...

–Mas o que? Vamos dar o melhor presente que nossa filha já teve. Ela ainda será feliz depois da transformação. Nunca a perderemos. Jamais.

–Eu acho injusto e egoísta, acabar com a vida dela, só para nos deixar felizes. –Rosalie se colocou ao meu lado.

–Isso é por ela também. Ela quem está insistindo, e não faz idéia que é o que a maioria de nós quer. –Ed defendia.

–Como assim a maioria? Todos já concordaram com isso? –perguntei extremamente chateada.

Ninguém respondeu. Foi bem como o ditado diz: “Quem cala consente”.

–Vamos fazer uma votação. –não desisti.

–Bella, já fizemos uma votação. –Carlisle que até agora estava calado, dizia.

–Sem mim? Isso é injusto! - acusei.

–Como queira, Bella. –Jasper concordou com uma segunda votação. -Quem vota “sim” para que Rauany seja transformada?

E então meu rosto adotou uma expressão de magoa.

As únicas pessoas que não levantaram a mão fui eu e Rose.

–Alice?! –falei chateada.

–Ahm... Desculpa Bella, mas eu não quero perder minha sobrinha. Prefiro viver para sempre com ela.

Todos concordaram com a Alice.

Abanei a mão, e saí de casa.

Adentrei a floresta e segui para a campina. Ela estava toda florida. Estava maravilhosa. Bem diferente do dia da “batalha”.

Sentei-me no gramado.

Eu queria sim, viver para sempre com minha filha, mas... Não queria que fosse desse jeito... Digo, não queria que ela precisasse passar por isso. A dor da transformação é insuportável, e eu odeio vê-la sofrendo. Não agüentaria ficar olhando minha filha gritar, como se estivesse queimando no inferno. Ela não merece isso. Nunca.

–Bella. –Ed se sentou ao meu lado.

Virei meu rosto para o outro lado.

–Ei. –ele chamou, mas ignorei. –Eu entendo o seu lado. Também não quero que minha filha sofra.

Olhei para ele.

–O que você sabe sobre a dor da transformação? Você não teve que passar por isso. –acuso.

–Tem razão. Mas eu já ouvi a descrição... Os Volturi sempre me contaram tudo. E meu pai me disse que a dor é insuportável.

–E ele gostaria que nossa filha passasse por isso? –perguntei, deixando Ed sem palavras.

É claro que Alec não gostaria de ver Rauany passando por isso. Ele a ama... (n/a: Sei que Alec e Jane têm entre 12 e 14 anos, mas aqui na fic eles são mais velhos, tendo por volta de 18 anos)

–Não misture as coisas, Bella. Bom... Claro que ele não gostaria que ela passasse por isso, mas ficaria feliz pelo fato de ela nunca morrer.

–Precisamos sofrer para chegar à perfeição, não é? –eu dizia quase cedendo.

Ele riu.

–Na maioria das vezes. –ele tornou a ficar sério. –A sua decisão merece ser levada em conta, então... Rauany não será transformada. Afinal, você é a mãe, e...

–Não. –o cortei.

–Não? –ele ficou confuso.

–Vamos ceder ao desejo da nossa filha. –digo decidida.

–Bella... Você só está fazendo a vontade dela. Não vamos fazer isso se você não quer.

–Eu quero.

Ele me olhou surpreso arqueando uma sobrancelha.

–Você...?

–Mas então? Quem vai transformá-la? –perguntei.

Ele passou os dedos pelos cabelos, deixando-os bagunçados e...

Voltei a mim quando ele disse:

–Não tinha pensado nisso.

–É. Creio que não. –falei em meio a um riso.

–Que tal deixarmos essa tarefa para Carlisle? –ele sugeriu.

Ele estava inclinando seu rosto, vindo em minha direção.

–Ahm...

Aconteceu. Ele colou seus lábios perfeitos nos meus. Nossos lábios estavam em sincronia em um beijo doce e calmo. Eu disse calmo? Bom retiro o que disse. Ed intensificou o beijo. E depois de algum tempo nos afastamos. Estávamos os dois ofegantes. Pois é. Eu também estava tentando recuperar o ar. Pra que lógica? Isso é amor.

–Eu acho ótimo! –respondi à sua pergunta anterior, completamente afobada.

Ele riu, e depois tornou a me beijar.

"Nosso amor é aquele sentimento forte, único e verdadeiro, que mesmo com o passar do tempo, jamais se desgastará, pois pertencemos um ao outro, juntos em um só coração."