–----Pov Percy----

–Pegamos ele -exclamou a peste, também conhecido irmão de Annabeth Chase

"O que eu estou fazendo aqui? " minha cabeça não parava de fazer essa pergunta enquanto a criança...Melhor dizendo cria de Hades, pulava acima de mim e batia na minha cabeça com a espada de plástico.....Podia não parecer nada mas aquilo doía.

O que será que põem na comida da família de Annabeth?

–Ei! -exclamou Annabeth -deixem ele em paz!

As crias de Hades um e dois pararam de bater e saíram de cima de mim.

–Você está bem? -Annabeth perguntou me colocando de pé

–Depois disso, estou feliz por Tyson ser meu irmão -eu sorri para ela

Ela suspirou, mas retribuiu o sorriso.

–Eles são sempre assim? -perguntei

–Não, geralmente é pior -ela riu- você nem queria saber como é dar banho neles.

Sacudi a cabeça a idéia realmente me assustava.

Annabeth estava realmente muito bonita naquela noite, a noite do "conheça os pais de sua namorada" a idéia me assustou desde que Annabeth me convidou....Afinal, eu nunca conheci os pais de nenhuma menina que fiquei, na realidade, já tentaram mas eu me desviava do assunto e terminava com a menina na semana seguinte.

Mas Annabeth era diferente e valia a pena, ela estava muito diferente com o cabelo totalmente solto com uma blusa branca com uma coruja dourada e uma saia preta.

–Então o que está achando da noite? -perguntou ela, enquanto colocava a mesa e eu tentava dobrar os guardanapos.

–Fora as pes...Crianças? -eu ergui a sobrancelha -legal.

Eu tentei transmitir segurança, mas acho que falhou, porque ela me olhou e suspirou.

–Não precisa ter medo..-ela sorriu -minha madrasta é bem...Desagradável em alguns momentos, meu pai é legal.

A madrasta de Annabeth abriu a porta para mim, uma mulher completamente diferente de Annabeth, tanto no modo de falar quanto na aparência.

Ela só me olhou com um pouco de raiva e em seguida deu de ombros.

–Não vai durar -ela comentou e foi para cozinha

Senti ódio daquela mulher e Annabeth comentou que sua mãe era arquiteta e viajava tanto que só podiam se ver duas vezes por ano e o resto era pela internet.

Me senti um pouco mal, se o pai de Annabeth gostava de uma mulher como aquela era porque algo tinham em comum.

Annabeth porém disse, que sua madrasta á odiava e seu pai era o oposto dela, logo depois, ela mudou de assunto...Resolvi não falar nada.

–Percy -Annabeth riu -preste atenção

–O que?-olhei para baixo e vi o papel que estava tentado dobrar todo amassado.

–É assim -ela dobrou o papel com delicadeza e fez um triangulo -é tão difícil?

–Para mim, sim -eu sorri

–Cabeça de alga -ela me deu um tapa no braço

Nos rimos, até que ouvi a porta da sala bater e passos fortes no chão do corredor, é parece que o pai de Annabeth havia chegado...

O pai de Annabeth tinha olhos castanhos assim como seus cabelos, ele me analisou e logo após começou á rir...

Eu me analisei de cima á baixo o que tinha de tão engraçado em mim?

–Pai! -repreendeu Annabeth

Ele continuava a rir....Ok , se eu achava que o pai de Annabeth era louca aquela era minha prova...

–Desculpe -o pai de Annabeth deu alguns risinhos e no fim estendeu a mão para mim.

–Como vai Percy? -ele me perguntou com naturalidade

Ok...Como esse doido sabia meu nome? Annabeth só comunicou que ia trazer seu namorado em casa, mas nem sequer havia comentado meu nome até eu chegar aqui....

–Bem....-eu cumprimentei sua mão -eu acho...

–Desculpe, é que já te conheço desde da creche -ele sorriu e trocou um olhar com Annabeth

–O que? -não pude deixar de perguntar

–Você sabe, eu era chamado junto com sua mãe toda semana -ele sentou á mesa e me fez sinal para sentar- por causa das "brigas" de vocês dois.

Eu fiquei sem graça, na verdade eu queria sumir só de pensar que alguém lembra de mim com tanto tempo...Nem minha mãe lembra disso!

–Boa parte de mim, sabia que isso ia acontecer...-ele comentou e sorriu para Annabeth que estava hiper vermelha

Nos jantamos e seu pai riu, contou piadas e bem.....O pai de Annabeth pode ser louco, mas ele tirava o ar desconfortável da situação.

A madrasta de Annabeth não estava gostando nada do rumo da conversa, vez ou outra olhava para Annabeth com raiva ou para mim, ou olhava o pai dela com ar de reprovação.

Por fim, a madrasta de Annabeth pediu ajuda para lavar louça e seu pai foi, as crianças já estavam na cama, Annie segurou minha mão e sorriu.

–Vou te mostrar a casa

–Nada de portas trancadas na minha casa -gritou sua madrasta da cozinha

Ela me mostrou a casa que não era muito grande, havia brinquedos espalhados por toda ela, mas ela em si tinha um ar agradável.

Por fim,Annie me mostrou seu quarto, que era o único lugar em perfeito estado.

Havia uma mesa, computador, sua cama, uma estante enorme com vários livros que em sua maioria falava sobre arquitetura.

O quarto era em um tom amarelo e a cama estava arrumada com o cobertor cinza dobrado e os livros da escola estavam em cima da mesa perfeitamente arrumados...

Olhei ao redor e me surpreendi, ao lado do computador estava uma bola branca de beisebol, totalmente familiar para mim.

–Você ainda guarda isso? -perguntei pegando a bola

–Sim -ela respondeu meio envergonhada

–Não sabia que era tão importante para ter lugar no seu quarto -eu sorri

–Com o tempo se tornou importante -ela respondeu

Eu á beijei e ela parecia hesitante e desconfortável.

–O que foi? -eu cruzei os braços

–Desculpe -ela olhou em direção á porta -estou meio...

–Desconfortável? -completei a frase -não sabia que...

–Não-ela exclamou -eu não tenho vergonha de você, ou do beijo é que tem sido difícil morar aqui...

–Seus irmãos devem ser legais -eu comentei mesmo estando em duvida

–Não é isso! -ela sentou na cama - é que tem sido realmente difícil.

–----Pov Annabeth ---

Não é fácil ser odiada por aqueles que deviam te aceitar.

Minha vida nunca foi maravilhosa, era boa até.

Com meus seis anos de idade começaram ás viagens de minha mãe, as viagens que eram um sonho mas acabou se tornando a ruína de minha família.

As viagens com o tempo se tornaram mais constantes sem data para volta e meu pai e eu, já havíamos sido muito magoados pela minha própria mãe.

Até o dia em que ela ligou e disse que iria ao meu aniversario de sete anos.

–Promete? -eu estava ansiosa com a expectativa de ter minha mãe perto.

–Claro que sim -ela falou em em seguida desligou

Arrumei a casa o dia toda e meu pai fez a decoração, compramos um bolo com uma coruja rosa e chamamos Thalia, minha vizinha e amiga.

O tempo foi indo e Thalia teve que ir para casa ás oito da noite.

Eu fiquei olhando para porta, pensando: "Ela prometeu, ela vai estar aqui"

Fiquei lá parada por duas horas e meu pai me olhou totalmente magoado e falou que era hora de cortar o bolo.

–Não...Ela vai chegar...Vai estar aqui -eu olhei para porta,só queria ver ela.

Acabei dormindo no degrau da escada e meu pai me colocou na cama.

Ele beijou minha testa e esperei ele sair para começar á chorar, mais tarde ela chegou e meu pai começou á gritar de um jeito que nunca ouvi.

No dia seguinte, ele me deu a noticia que iam se separar, não fiquei surpresa, ela havia magoado tanto á mim quanto meu pai e não ia perdoar ela e de fato, nunca perdoei porque quando se quebra o coração de alguém....Não há volta.

Algum tempo depois meu pai conheceu minha madrasta que sempre deu á entender que me odiava por não ser sua filha e logo se casaram e tiveram seus dois filhos.

Minha madrasta nunca os deixou perto de mim e toda noite eu via aranhas no meu quarto e como meu pai chegava tarde eu á chamava, ela repetia.

–Volte para cama e deixe seu pai em paz -ela me olhava com ódio e eu chorava

Um choro que se repetiu tantas vezes, até o dia em que desisti de chorar pelas coisas que eu não controlava e me fechei em meu mundo.

Foi difícil, mas necessário o mundo me odiava sem eu ter feito nada e isso já era insuportável.

Mas ser odiava por quem devia te amar? Pessoas que se afastam porque acham que isso facilita a vida delas? Pessoas que te esquecem por isso ser mais simples?

Ainda mais porque meu pai passou á não ligar tanto para mim e começou á seguir as ordens daquela mulher detestável.

Isso era horrível e uma monstruosidade sem tamanho.

Isso era algo que eu nunca consegui superar...E não sei se vou conseguir.

–----Pov Percy-----

Um inferno, era isso que resumia a vida de Annabeth Chase.

Tanto tempo odiando ela, tanto tempo á julgando...Como aquela menina conseguiu se segurar e não escapar desse terror?

Como ela conseguiu ser tão...Forte?

Ela estava com lagrimas nos olhos.

–Ei! -disse e abracei ela

–É tão horrível, Perseu -ela sussurrou -o que eu fiz?

–Você não fez nada -eu passei a mão em seu rosto - você é muito boa Annabeth

Ela me abraçou mais forte.

Eu suspirei e á afastei por alguns segundos.

–Toma- eu coloquei na mão dela a caixinha que estava no meu bolso

–O que é isso? -ela me olhou confusa

–Só abre -eu revirei os olhos

Ela abriu e viu o colar de coruja preta com olhos dourados

–Percy -ela sussurrou -mas...

Eu coloquei o dedo em seu lábio e peguei o colar girando-a e colocando em seu pescoço

–Isso é para você se lembrar -eu sussurrei, prendendo o colar

Ela olhou em meus olhos

–Eu nunca vou te deixar, sabidinha

Ela me beijou

–Eu te amo, cabeça de alga

Eu sorri, podia me acostumar com isso.

–---Pov Reyna ----

–Quando isso vai acontecer, Ethan ? -suspirei com impaciência

–Calma querida -ele sorriu

–Até quando Ethan? -olhei irritada para ele

–Reyna -ele se aproximou e falei -tenha calma ok?

–Espero que valha a pena -eu respirei fundo

–Vai valer -ele sorriu

–Afinal... -ele olhou para foto de Annabeth na parede e á tirou de lá

–Vingança é um prato que se come frio -ele olhou para foto com ódio