Maldita Ino. Porque fazer uma festa em plena quarta-feira?

Era duas horas da manhã e a nova musica do Calvin Harris estava ficando mais alto a cada momento.

Me deitei novamente na tentativa do sono voltar. Sem sucesso. Argh, eu não acredito que vou fazer isso. Porca, você me paga.

Sai do meu quarto indo direto para porta de entrada da minha casa, saindo logo em seguida. O vento gélido batia sobre a minha pele quente, me cobri com as mãos esperando que o frio diminuísse.

Atravessei a pista, andando duas casas, para finalmente chegar na casa da loira. Parei em frente ao pequeno cercado branco da casa, abri a portinha e caminhei pela estrada de pedra até chegar na grande porta da casa.

Fiquei fitando aquela porta enorme e a musica estridente que saía dela. O que eu estou fazendo? Isso é loucura, não posso fazer isso.

Dei meia volta, desistindo dessa ideia ridícula. Mas o som aumentou ainda mais- acredito que a rua toda podia ouvir- e começaram a gritar.

– Agora, todas as garotas dançando sem blusa.

Essa foi a gota d'agua. Fui até a porta e entrei de uma vez, sem mesmo bater. A musica estava tão alta que eu tinha certeza iria ficar surda daqui a um tempo. Recebia olhares de todos ali, mas resolvi ignorar e tentei encontrar uma cabeleira longa e loira no meio da multidão, mas, nada.

Decidi subir as escadas, estava com dor de cabeça por causa dessa musica e já estava sem paciência de ficar aqui.

O corredor estava vazio e cheio de copos de plastico. Procurei por todos os quartos, mas não a encontrei. Argh, Ino, onde diabos você está?

Desci as escadas novamente e decidi procurar na cozinha. Felizmente, vi uma longa cabeleira loira atrás do balcão. Ah, finalmente.

– Ah porca, finalmente. Onde você estava?- suspirei, me aproximando do balcão.- Te procurei por toda a casa.

– Sakura? O que está fazendo aqui?- disse vindo até mim.

– Vim pedir pra acabar com essa festa agora. Sabe que horas são? Amanh-

– Sakura.- me cortou.- Você tem que ir embora. Ele está aqui. Ele está te procurando.

– Ele quem, Ino?

– Sasori.- disse e eu fiquei paralisada. Não pode ser, não pode ser. O que ele está fazendo aqui?- Sakura, tem que sair daqui agora.

– O q-que ele e-está fazendo a-aqui, Ino? Como e-ele me a-achou?

– Eu não tenho ideia, Sakura. O Deidara convidou ele pra festa. Você tem que sair daqui, agora.- falou, pegando na minha mão, me tirando da cozinha.

– Como vou sair daqui, Ino?

– Vá pela porta dos fundos, vou procurar o Sasori e tentar distrai-lo.- assenti, já correndo, mas fui parada pela mesma.- Sakura, por favor, tenha cuidado. Qualquer coisa, peça ajuda a alguém ou chame a policia.

Assenti, correndo para o fundo da enorme casa. Isso não pode estar acontecendo, não pode. Como ele conseguiu me achar, como?

Cheguei na porta dos fundos. Trancada. Ai meu Kami, o que eu vou fazer? Decidi sair pela porta da frente mesmo, mas com todo cuidado do mundo, aquele desgraçado não pode me ver.

Corri de volta pra parte da frente da casa, a festa tinha ficado mais cheia e a musica mais alta. Percorri com o olho a sala inteira procurando o ruivo, mas meus olhos pararam no moreno, me fitando surpreso.

Por alguns segundos, tudo parou e ficou apenas eu e ele, fitando aqueles olhos ônix, pretos como a noite sem estrelas. Os olhos que me prende completamente...

Ouvi um estalo na mente. Tenho que sair daqui. Sai do transe daqueles olhos ônix e sai da casa. Vá pra casa, Sakura. Corra.

Comecei a correr pelo mesmo caminho de pedras que havia passado a alguns minutos, mas meu braço foi segurado, me impedindo de fugir.

– Ora, ora. Olha o que temos aqui.- estremeci.- Olá, Sakura. É bom revê-la.

– S-Sasor-ri.- gaguejei.

– Sabe, Sakura, foi bem difícil te encontrar. Tive que ir pro outro lado do mundo para terminar o que começamos.- disse, me virando para ele. Estava tremendo. Não, de novo não. Por favor.- Ah querida, por que está tremendo?

– Por favor, me deixe ir.- não aguentei, comecei a chorar.

– Ei, rosada, não chore.- falou, tocando minha bochecha, secando minhas lágrimas. Lembranças invadiram minha cabeça. Não, não, NÃO.

– NÃO ME TOQUE!!- gritei. Precisava de ajuda.- ME SOLTA.

– Cala a boca, garota.- falou, apertando ainda mais meu braço.

– O que você quer comigo?

– Você me arruinou, Sakura. Tem que pagar.- sorriu.- E como eu já disse antes, vamos terminar o que começamos.

– Não, nunca mais.- tentei me soltar dos seus braços, mas ele era mais forte. Não pode acontecer de novo.

– Não será como a última vez, rosada. Você não conseguirá escapar de novo.- falou, me arrastando até seu carro.

– ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR. INO, ME AJUDA.- gritei.

– Cala a boca.- colocou a mão na minha boca.- Foi muita sorte te encontrar aqui, rosada.

Estava sem esperanças. Meu maior pesadelo, tinha voltado. Tenho que escapar, preciso escapar. Estava sem saída.

– Sakura.- arregalei os olhos.

Sasori me soltou. Me virei, vendo o moreno, com a sobrancelha arqueada. Minha lágrimas ficaram mais fortes, mas agora, eram lágrimas de felicidade.

– Sasuke.- falei, sorrindo. Nunca fiquei tão feliz em vê-lo.

– Quem é você?- Sasori perguntou.

– Pouco importa.- disse sem ânimo.- O que está fazendo com ela?

– Tenho assuntos a resolver com ela.- segurou meu braço novamente.- Não se intrometa.

– Solta ela, seu babaca.

– Quem você acha que é pra falar assim comigo?

– Sou Sasuke Uchiha.- fez uma pausa, e olhou pra mim.- Sou o namorado dela.

Fiquei sem ar. N-namor-rado? Ele disse namorado? Acho que vou desmaiar. Comecei a ficar tonta, minhã visão ficou turva e minhas pernas estavam bambas.

– Hum, um Uchiha.- sorriu, em deboche.- Sucessor da empresa mais patética do mundo, não?

– Como é?- Sasuke cerrou os punhos. Estremeci.

– Você ouviu bem. A sua família é a pior raça que existe. Aquela merda de empresa arrancou quase todo o meu dinheiro. Seus pais, aqueles desgraçados...

Foi tudo muito rápido. Sasori estava caído no chão com a mão na boca,, pois a mesma sangrando, enquanto Sasuke balançava o punho em forma de amenizar a dor.

– Não ouse falar assim da minha família.- disse, logo depois olhando pra mim.- Vamos sair daqui.

– Você mexeu com a pessoa errada, Uchiha.- gritava, enquanto Sasuke me tirava daquele lugar.- Vamos ver quem ganha a competição, e o grande prêmio... É a Sakura.

Estremeci, ainda em lágrimas, sendo tirada de lá pelo moreno. Já estava me acostumando.

Sasuke me levou até em casa sem se preocupar com Sasori, que ainda estava caído no chão da casa da loira. Por todo esse percusso, fiquei de cabeça abaixada.

– Você está bem?- perguntou, frio. Eu, nada disse, apenas o abracei, com lágrimas no rosto.

– Obrigado.- disse, apenas. O moreno não retribuiu, mas ainda sim, continuei abraçando-o, sentindo uma sensação incrível.- Não sei o que teria acontecido se você não tivesse aparecido, Sasuke.

Me separei dele, com um pouco de vergonha pelo tal ato que havia feito, mas me recompus, o fitando.

– Acho melhor entrar, ou vai pegar um resfriado.- falou, virando de costas e indo embora logo depois, me deixando sozinha.

POV's Autora

Nunca, em todos esses anos, Sasuke sentiu uma coisa dessas. O abraço da rosada realmente o pegou de surpresa, fazendo-o senti algo que nunca havia sentido antes, um sentimento especial, único.

Não retribuiu. Apenas ficou parado sentindo esse novo sentimento que crescia dentro do seu corpo e ficava mais forte a cada minuto.

Tinha quer ir embora. Precisava pensar, esse sentimento, era diferente, um sentimento reconfortante e acolhedor. Nunca havia sentido isso em toda a sua vida.

Mas de uma coisa tinha certeza: Devia proteger Sakura. Não podia deixar a irritante. Sua irritante.