Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 22
Capítulo 21 - Jujubas!


Notas iniciais do capítulo

Heeeeyy Cupcaaakeess!! Como vão???

Gente, não sabem como eu estou feliz!! Ontem, antes de eu postar o capitulo 20, estávamos com 76 comentários... Depois que eu postei, BUM! Foram os 92 comentários mais comemorados por mim, sério! Valeeeu a todas que comentaram! Esse cap é pra vocês!!
Ahm! E, cumprindo com a minha promessa, hoje tem mais um cap de noite!! Sim! Lá pras 8 ou no máximo 9 horas vou postar um extra pelos comentários tão fofos!!!

Musica do CAP: Miley Cyrus - Adore You
Beijoooocas!!



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Ele está boquiaberto em minha frente.

Depois de alguns segundos abrindo e fechando a boca Andrew consegue dizer alguma coisa do tipo: “Ahm... Dahh.”.

– Oi pra você também. – eu digo sorrindo abertamente por meu visual ter funcionado. Não que eu esteja a fim dele, eu ainda o odeio, mas bem menos do que antes.

Ele também está de tirar as palavras, como quase sempre. A sua camiseta branca parece aumentar ainda mais seus músculos e o meu desejo de toca-los. O cabelo está arrumado, ou desarrumado, de um jeito que, como a minha avó diz, “o vento bateu e ficou assim”.

– Eu... Eu... – ele gagueja. Parece ter uma briga com o seu interior a seguir, pois balança a cabeça para se controlar. – Você está perfeita.

– Ahm, sério? – me faço de inocente. Olho para as minhas próprias roupas. – Sabe, eu meio que coloquei a primeira coisa que eu vi no meu guarda roupa.

Ouço passos vindos de dentro da casa. Gin desce as escadas.

– Oi Andy!

– Oi Gin! – ele parece meio surpreso por vê-la, como se pensasse que ela tivesse se mudado depois da noticia da gravidez. – Nossa! Nunca mais te vi! Vai voltar para a escola, não é?

– Pretendo voltar depois do feriado de Natal. – fala sorrindo. Eu a olho buscando ajuda. – Ahm, espero que se divirtam! E, Jane, não adianta disfarçar viu! – Ela meio que sussurra alto para o Andrew essa segunda parte. – Ela ficou a tarde inteirinha se arrumando para você.

– Gin! – reclamo com as orelhas vermelhas de raiva.

– Tudo bem, eu sei que sou irresistível. – Andrew responde com o seu comum sorriso de lado. Ótimo, agora essa coisa loira vai ficar se gabando a noite inteira. – Mas eu não ligo! Jane fica linda até de cabeça pra baixo.

– Bom, chega de deixar a pessoa aqui constrangida, ok? – falo apontando para mim mesma, já que estou corada do ultimo fio de cabelo até o dedão do pé. Viro-me para Andrew. – Ainda quer sair para o encontro ou não?

– Isso é um encontro? – ele sorri com os seus 32 dentes brancos e percebo que seus lindos olhos azuis brilham.

– Não! Só estamos indo... Como amigos. – respondo. Vou até o sofá, pego a minha bolsa e me despeço de Gin. Andrew e eu saímos logo depois.

***

Perguntei insistentemente para onde iríamos, mas, como resposta, só recebi um “Você vai ver”. Tudo bem, até que eu curto esses mistérios em encontros, (isso não é um encontro, droga!) mas eu não sei se confio tanto assim nesse tal de Andrew Taylor.

O silencio no carro está sendo igual o de como quando comemos juntos no almoço. Toca uma musica no radio e eu canto baixinho o refrão batendo as pontas dos dedos no ritmo. Andrew me olha com o canto dos olhos e sorri. Finjo que não percebo.

– Você canta bem! – ele exclama quando a musica acaba.

– Ok, não precisa ser tão cavalheiro assim Andy. – falo o seu apelido lentamente, revirando os olhos. – Qual é, eu já sei que você não é assim.

– Posso ter mudado, não é mesmo? – ele levanta a sobrancelha do jeito que eu odeio. O carro faz uma curva e, logo depois, Andrew volta a falar. – Estamos chegando. Não fique tão assustada, ok?

– Está me levando para algum tipo de beco de fumo? Ou uma balada proibida por lei? Porque se estiver, eu vou te matar!

– Não! Olha, a gente nem chegou e você já está reclamando! – ele bufa e vira à direita.

– Eu não estou reclamando! – retruco com a voz um pouco mais alta. Assim que acabo de dizer isso entramos em um tipo de estrada de terra. – Onde está me levando?

– Ok, eu não quero brigar. E você vai ver aonde a gente vai, pare de desconfiar. Não vou te sequestrar, te estuprar ou coisa do tipo, ok?

Eu não respondo. Apenas cruzo os braços como uma criança birrenta e olho pela janela, esperando e vendo a paisagem passar. A estrada não é escura, tem alguns postes no meio do caminho iluminando tudo. Em volta são só plantas e mato.

Perco tanto tempo pensando em como vou fugir daqui quando algo de grave acontecer e nem presto atenção quando chegamos. Na verdade, Andrew precisa me cutucar para eu finalmente me virar para frente e ficar boquiaberta.

– Oh meu Deus! Isso é lindo! – para vocês terem a noção da minha surpresa até coloquei a mão na boca. Não! Fiz muito mais do que isso. Eu simplesmente explodi por dentro.

Andrew me levou em um cinema ao ar livre.

Era perfeito. Haviam carros esperando a sessão começar e, mais a frente, pessoas sentadas em cadeiras brancas com salgadinhos e outras coisas em mãos. Um lugar, bem na frente, estava guardado com cones de transito, para que nenhum carro estacionasse.

Vocês devem estar pensando: O que tem de mais em um cinema ao ar livre?

E eu respondo: TUDO! Um cinema ao ar livre é muito mais do que um cinema. Além de passar filmes clássicos e de muita qualidade o cinema ao ar livre faz com que as pessoas fiquem mais impressionadas, mais maravilhadas e... Mais apaixonadas também, segundo o meu pai.

Eu nunca havia vindo em um cinema assim. Mas o meu pai já e, desde que eu me lembro por gente, ele me fala o quão é legal. Isso faz uma pontada brotar em meu peito. Faz eu me lembrar de como eu e ele estamos tão distantes.

– Gostou? – Andrew pergunta assim que entramos no “estacionamento” de carros. Logo um homem retira os cones de transito do lugar privilegiado e deixa com que o Ford Marevick seja estacionado.

– Claro, isso é incrível! Um cinema ao ar livre, meu Deus! Estou tão animada para ver o filme que mal posso me segurar aqui! – eu estou muito, muito alegre mesmo. Nem eu nunca me vi assim!

Por alguns estantes, Andrew apenas me olha, como se estivesse contemplando a visão do meu sorriso exagerado.

– Vamos tirar uma foto? – pergunta pegando o meu celular dentro da minha bolsa e colocando na câmera. Ele se aconchega ao meu lado do carro e batemos uma foto.

Me devolve o celular e depois de um tempo estica o braço em direção ao banco de trás do carro e pega uma sacola.

– Trouxe algumas coisas para gente comer. E também... – ele volta a colocar o braço lá e retira mais uma sacola, agora com dois refrigerantes de dentro. – Algumas bebidas.

Ele me entrega a sacola e eu remexo dentro dela. Salgadinhos, alguns chocolates e...

– Caralho! – eu grito fazendo Andrew pular do banco e bater a cabeça no teto do carro. Eu caio na gargalhada e o vejo me olhando feio. Mas, depois de um tempo, Andrew me acompanha nas risadas. – Você trouxe Jujubas?

– Claro! Jujubas é o melhor doce que já inventaram!

– Sim, sim, sim! Ai, eu adoro aquela amarela! Muita gente odeia e fala que é horrível mais eu simplesmente amo! – digo animada.

– Nossa! A amarela é a melhor! – ele dá uma pausa e eu me surpreendo quando falamos juntos. – Ela é azedinha e deixa o gosto na boca.

Rimos de novo. Como podemos concordar em uma coisa? Normalmente eu faria de tudo para dizer que eu e Andrew não temos nada em comum, mas agora prefiro apenas curtir o momento.

– Boa noite senhoras e senhores! Espero que estejam prontos, pois a sessão das 8:00 horas vai começar! Este é uma curta metragem do filme original de “O Garoto”, o qual é protagonizado e dirigido pelo nosso eterno Charles Chaplin. Espero que aproveitem e voltem sempre.

A voz surge de repente e eu e Andrew prestamos atenção. Assim que o homem acaba de falar Andrew me oferece o saco de batatinhas e eu aceito. O filme começa.

Ele conta a história de um bebê que é abandonado pela mãe que não tem condições de criá-lo e que é encontrado e criado pelo Charles. Conforme os anos se passam, o garoto e o Charles se tornam uma dupla perfeita, bolando diferentes esquemas para conseguir o dinheiro para seu sustento.

Amo filmes mudos. E com esse não poderia ser diferente. Desde a primeira cena eu implorava para que esse momento nunca acabasse.

Depois de alguns minutos de risadas e coisas emocionantes, como o Chaplin dando comida para o garoto em vez de ele mesmo comer, a coisa começa a ficar triste. Uma das cenas mais tocantes do filme acontece quando o Chaplin tenta impedir dois agentes de levarem o garoto, já que o personagem não é seu tutor legal.

Nessa parte eu não consegui segurar as lagrimas. Elas vieram porque eu pensei no meu pai, em como seria difícil se ele me perdesse e em como foi perder a minha mãe. Não chorei compulsivamente, nem fiz barulho nenhum, mas senti algo em meus ombros.

Olhei para o lado no mesmo instante. Vi que Andrew acabara de colocar seus braços em volta dos meus ombros, convidativo para que eu chorasse em seu colo.

Ainda meio tímida fui devagar até ele. Acabou que Andrew se surpreendeu pela minha aproximação, como se estivesse esperando que eu tirasse o seu braço de meu ombro. Mesmo assim, ele me abraçou.

O filme acabou rápido demais. O final é simplesmente fantástico e deixa a gente querendo mais. Com toda a certeza vou ver de novo.

– Meu Deus esse filme é perfeito! Virou o meu preferido, com toda a certeza. – declaro animada. Depois de um tempo as minhas lagrimas passam e eu volto a ficar assim, radiante. Ainda bem que a maquiagem era a prova de água.

– Esse é um grande filme mesmo. Mas espere só para ver A General, de Buster Keaton. Por mim é o melhor, com toda a certeza. – conclui Andrew. Depois, para a minha surpresa, ele simplesmente sai do carro.

– Onde vai? – pergunto.

– Ahm, quero te apresentar umas pessoas. E também pegar mais refrigerante. – ele dá a volta no carro e abre a porta para mim. Saímos caminhando em meio do estacionamento.

As pessoas começam a ir embora. Muitos carros já saem e alguns idosos vão a pé até a entrada, onde há um ônibus os esperando.

– Jane, essa é a Maria, minha madrinha de coração. – eu me viro e vejo uma mulher gorda com os cabelos pretos presos no alto da cabeça e um avental de cozinha no corpo. Tem por volta dos 40 anos. Por incrível que pareça é bonita. – Maria, essa é Jane minha amiga.

– Prazer em conhecê-la. – eu ergo a mão e a senhora em minha frente a aperta com força. Mais força do que eu achava que ela tinha.

– O prazer é meu! Meu Deus, Andy falou tanto de você e eu agora sei por que! É uma menina linda e educada demais!

– Ahm, obrigada. – digo meio sem graça. Depois de um tempo Andrew e ela engatam em uma conversa sobre algo desconhecido por mim e eu me sinto meio por fora, então faço o que todos fariam nessas horas. – Com licença, eu vou ao banheiro.

Eles assentem e eu saio caminhando por meio ao local aberto. Há um único prédio no lugar, logo atrás do telão do cinema, e eu deduzo que lá vão estar os banheiros.

Chego em alguns minutos. Entro na única cabine vazia mesmo sem vontade alguma de ir ao banheiro. Saio e, quando estou lavando as mãos, a outra cabine se abre.

– Ahm, se não é a popular do momento! – exclama uma voz estridente e horrivelmente chata. Olho pelo espelho e vejo uma menina morena de cabelos longos com um salto agulha de mil centímetros, uma saia curtíssima e uma blusa decotada. Putz, não pode ser. A menina que estava beijando Andrew naquele dia da briga com Harry, no estacionamento.

– Ahmm oi. – disse meio que tendo pressa para sair dali. Pego o papel toalha e seco as mãos enquanto falo. – Te conheço?

– Ai, me desculpe! Que burra eu sou! – ela chega perto e percebo que masca um chiclete e faz barulho com a boca. Seguro a ânsia. – Sou Samantha. Estudamos na mesma escola, só que eu sou um ano mais velha que você.

– Prazer, Jane. – aceno com a cabeça para a porta. – Agora se não se importar...

– Ahm, tudo bem. Pode voltar para os seus amigos, lindinha. – ela fala a palavra “amigos” bem lentamente, como se quisesse expressar que eu não tenho ficantes ou namorados como ela tem.

– Ai, desculpe a informação, mais eu não estou aqui com meus amigos. – digo deixando a maçaneta da porta, a qual eu já havia pegado, de lado. – Andrew me trouxe aqui.

Espero um ataque de raiva ou um olhar mortal, mas ele não vem.

Ela solta um som de deboche.

– Então ele ainda usa as mesmas armas? – pergunta enquanto retoca o seu rimel olhando no espelho. – Ano passado Andy me trouxe aqui para vermos um filme chato desses mudos. Só que, como você deve deduzir, a gente não viu o filme. Ele ainda trás aquelas balinhas ruins? Ahm, e te apresentou para a Maria? Claro! Isso faz parte do ritual! Tem também o penhasco, que é onde ele te dá o primeiro beijo, se ainda não deu, é claro. Depois... Bom, ai depende de você.

Eu fiquei sem palavras. O idiota trás todas as meninas com quem sai para o mesmo lugar? E o que será que ele faz mais? Também diz as mesmas coisas? Vê os mesmos filmes, faz as mesmas piadas e... Olha do mesmo jeito pra elas?

Saio do banheiro sem dar uma respostar para Samantha. Aquela vadia dos infernos! Argh! Eu estou com tanta vontade de voltar naquele banheiro e bater nela!

Assim que vejo Andrew paro em sua frente. Agora ele está sozinho, encostado no Ford Marevick. Sorri assim que me vê.

– Você demorou! Maria teve que fazer uma coisa, mas mandou um beijo. Agora, quero te mostrar um lugar. – ele tenta pegar na minha mão, mas eu não deixo, a desvio de seu movimento. – O que foi?

– Preciso ir embora. – sem dizer mais nada entro no carro. Andrew dá a volta e entra no banco do motorista.

– Por que?! Nossa noite estava tão boa! Eu ainda tinha muita coisa planejada e depois que a gente fosse...

– Andrew, me leve para a casa. – digo decida sem o olhar nos olhos. Sei que se fizer isso posso cair em lagrimas agora mesmo.

– Mas eu...

– Preciso ir agora! – falo alto demais e com certa autoridade na voz. Ele não responde e, sem o olhar, vejo o carro partir em direção a saída do cinema ao ar livre.

***

Não falamos no caminho. O silencio que antes era até gostoso agora ficou carregado de preocupações e duvidas, tanto minhas quanto dele. Nada de radio para se ouvir musica.

Ele estaciona algumas casas da minha, como eu havia pedido para que fizesse da outra vez que me trouxe para a casa. Saio sem falar nada e sinto-o me seguindo. Logo depois sua mão puxa o meu braço direito.

– O que aconteceu? Por que está assim comigo? – ele pergunta, inocente. E então é nessa hora eu perco totalmente os sentidos. A raiva toma conta de mim, me cega, me faz querer pular em seu pescoço.

O que foi? – eu grito puxando o meu braço. Ele me solta. – Você acha que eu sou burra? Que está escrito “Palhaça” na minha testa com letras fluorescentes?

– Do que você esta falando?

– Puff! Do que acha que estou falando? – seguro as lagrimas ao máximo. – Você me leva em um lugar onde todas, exatamente todas as garotas que você já ficou foram, leva as mesmas comidas, me apresenta para as mesmas pessoas e ainda pergunta o que foi?

– Ahm, Jane você não...

– Poupe-me de ouvir as suas desculpas. – eu suspiro. – É melhor a gente continuar do jeito que estava antes, um sem se meter nos problemas do outro. Agora, boa noite.

Entro em casa e desabo atrás da porta. Meus olhos ardem e meu corpo dói, como se eu estivesse gripada. Tristeza. Arrependimento. Angustia. Curiosidade. Pena. Raiva. Preocupação.

Mas mesmo sentindo tudo isso não choro, como prometi.


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Notas finais do capítulo

Vocês querem me matar néh???? Desculpa :(

Beijooocas e até de noite (vou postar outro cap)



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