Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 20
Capítulo 19 - O Cemitério


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey Cupcakeees!! Como vãããão??

Sim, postei de novo. Acho que estou tendo uma das minhas semanas da criatividade! Sério, não paro de pensar na fic!
Bom, deixando essa coisa de eu ser a melhor autora de todas (mentira) de lado, vamos falar do que interessa!
Eu fiz um trailer para a fic!!!
O link é esse daqui:
TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=YlBCb5i75CM
E eu queria agradecer aos comentários que todos tem deixado!! Isso ajuda muiiiiito na minha animação! Queria dedicar esse cap a todas as minhas leitoras, sendo elas fantasmas ou não.

Musica do CAP: Joe Brooks - Superman
Beijoooocas!!



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Eu chego ao estacionamento do cemitério uns 20 minutos depois de sair da escola. O tempo piorou de lá para cá e algumas nuvens negras começam a se formar pelo céu de São Francisco. Um ótimo dia para visitar um cemitério.

Caminho até a entrada calmamente. Não há muitos carros por aqui e a única coisa que vejo é um campo verde por trás da recepção do local. Não passo por lá e sigo direto para o tumulo de Julian.

Sei que vou demorar para chegar lá, mas não me importo. Sempre adorei andar, ainda mais quando as coisas estão difíceis.

– Difíceis é apelido. – murmuro enquanto passo pelos diversos pedaços de pedra que agora representam uma pessoa que um dia viveu.

De repente meu pensamento vai para as historias que essas pessoas deixaram. Fico imaginando quantas delas não tinham alguém que amavam mais do que a própria vida e quantas delas ainda queriam ter um amor assim.

Quando minha mãe morreu meu pai fez questão de cremar seu corpo e jogar as cinzas no mar. No seu velório eu perguntei onde ela estaria depois daquilo, o porquê de seu corpo não poder ficar em um cemitério como todos os outros. Meu pai me respondeu com a voz firme:

“- O cemitério não é o melhor lugar para um corpo ficar. Pois, no dia dos mortos ou no aniversario da pessoa que se foi, as pessoas vão se sentir obrigadas a ir até o cemitério e sofrer por essa pessoa. Só que elas não percebem que devem fazer isso todos os dias e não só nessa data especial. Devem se lembrar dos momentos que passaram e rezar por elas todos os dias.”

Agora eu entendo o que ele quis dizer. Enquanto caminho por entre esse túmulos posso sentir a energia disso tudo e imagino as historias dessas pessoas. Mas assim que eu sair por aquela grande porta de ferro e se passarem dois, três, ou talvez até quatro dias vou me esquecer. Com certeza vou.

Pergunto-me quantas pessoas estão aqui e não recebem uma visita há tempos. Pergunto-me se meu pai visitaria a minha mãe, se ele pensa nela todos os dias. E eu, penso?

De repente tomo a minha decisão. Vou ser cremada. Não importa como, só não quero estar aqui, no meio de tantas pessoas mortas. Pessoas as quais a historia foi finalizada com um ponto final.

Chego rapidamente, porque quero sair daqui o mais rápido possível. Assim que coloco os olhos em seu tumulo de pedra estremeço.

Em cima, onde se deve ficar algum símbolo, que normalmente é a Cruz, está o meu anjo. O anjo que antes estava no pingente do colar da minha mãe e que agora está no meu pescoço. Exatamente o mesmo anjo.

Perco o equilíbrio e tenho que me segurar para não cair. Isso é coincidência demais. Não é possível que, mesmo morto, esse cara me traga problemas. Tenho que falar com o meu pai o mais rápido possível.

Dou mais uma breve olhada em volta. A placa onde o nome de Julian está gravada é de ferro e está suja, muito suja. Há folhas caídas das arvores em volta que parecem deixar o tumulo mais abandonado, se isso é possível. Não há flores, como na maioria dos outros túmulos.

Isso é estranho. Tão estranho que descido deixar a minha conversa com o Sr.Morgan para depois. Primeiro vou até a recepção.

– Boa tarde. – falo com o sorriso mais lindo que consigo dar. Arrumei os cabelos e passei um batom mais escuro. O gordinho atrás do computador me dá uma olhada rápida e, quando vê meu visual, para imediatamente o que está fazendo.

– B-Boa tarde. O que de-deseja? – ele gagueja bastante e vejo em seu cartão o nome João Pedro. JP não parece ter mais do que vinte anos. Cabelos escuros e óculos quadrados. Eu me inclino no balcão.

– Não quero ser chata, JP, mas pode me ajudar? – faço o biquinho que Andrew odeia e vejo o homem morder o lábio.

– C-Claro.

– É que o meu pai está enterrado aqui e eu queria saber quem foi a ultima pessoa a visita-lo. Sabe, eu não sabia que tinha um pai e agora queria ter conhecimento da minha parte paterna da família.

– Ahmm... Sinto muito. – ele olha em volta depois de dizer isso com compaixão. Parece procurar alguém e, como a recepção está vazia, sorri. – Espere um minuto, vou ver o que posso fazer.

Ele digita ferozmente algo no computador em sua frente.

– Qual o nome do seu pai?

– Julian Fernandes.

Passa-se bastante tempo. Ele confirma o numero da sepultura comigo e, depois de enrolar bastante, finalmente vira a tela do computador para mim, com a testa franzida.

– Desculpe Sra.Fernandes, mas ninguém vem visitar o seu pai desde a sua morte.

– O que?! – olho para frete e vejo “Visitas” no alto da pagina. Nada está preenchido. – Como isso é possível?

– Sinto muito. – ele parece se sentir incompetente, como se estivesse decepcionando o próprio chefe e não uma menina idiota de dezesseis anos.

– Não, não! – eu nego com a cabeça e tento pensar em algo rápido. – Se quer me ajudar me dê algum numero de telefone ou algo do tipo. Só quero... Saber o que aconteceu.

– Tudo bem. – ele procura algo na pagina e logo acha. – Tenho o endereço onde a carta de pagamento do cemitério é entregue todo o mês. Talvez seja a casa da família do seu pai.

– Está bom, qualquer coisa. – ele assente e eu anoto o endereço com as mãos tremulas. Como assim ninguém vem aqui? Alguém tem que ter de vindo.

Saio de lá com as pernas bambas. Não sei como chego em casa,mas quando chego permaneço um tempo no carro. Não consigo organizar meus pensamentos, mas assim é o único jeito que tomo coragem para fazer o que vou fazer.

– Precisamos conversar.

– Tudo bem. – meu pai responde deixando o jornal que estava lendo de lado. Ele se levanta da poltrona e caminha até parar perto de mim, com uma cara preocupada. – Aconteceu alguma coisa?

– Aconteceu sim. – eu troco o peso do meu corpo para o outro pé. – Quero saber...

Eu paro. Não, eu não posso fazer isso. Antes vou até a casa da família de Julian, falar com eles e então só depois abrir o jogo para o meu pai. Preciso ter todas as provas na mão para depois argumentar que ele me conte a verdade.

– Se você me perdoou mesmo pelo o que eu fiz. – ele relaxa a face e pega o meu rosto entre as mãos, como não fazia a muito tempo.

– Claro que sim querida. Você é uma ótima filha. – meu pai beija a minha testa e volta a se sentar no sofá, como estava antes.

Eu o olho por um momento, esperando um dos nossos jogos de adivinhações de palavras, como sempre fazíamos, mas isso não vem. O que não vem também é uma bronca, por eu ter chegado mais tarde do que o comum. De repente me dou conta:

Meu pai não se importa mais comigo?

Subo as escadas e caio na cama, com uma vontade imensa de chorar. Mas eu não choro. Em vez disso prometo a mim mesma não derramar mais nenhuma lagrima até que isso tudo tenha se resolvido. Até que eu finalmente tenha descoberto o que todos me escondem.


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Notas finais do capítulo

Viiiiiishhh!!! Perguntinha: Vocês querem caps extras quando eu voltar de viajem? Tipo assim: A cada 10 comentários eu posto um cap. PS: Mas vou continuar postando um por dia mesmo. Só que, como bônus, vou postar mais um a cada 10 coments.
Não se esqueçam de ver o trailer e falar o que acharam!!!!
https://www.youtube.com/watch?v=YlBCb5i75CM

Beijooocas e respondamm!!