A primeira lembrança escrita por Spencer


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno apêndice, espero que gostem



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Desde que era criança ouvi histórias sobre o mundo lá fora, o mundo além das águas e do poder da aurora. Um mundo onde homens, anões e hobbits viviam. Um mundo distante do meu.Um mundo cheio de aventuras e indescritivelmente envolvente.

Estavamos a caminho do leste. Partimos na manhã daquele dia bem cedo, quando os raios de sol ainda eram fracos e as estrelas ainda estavam ali, dividindo o horizonte.
Era minha primeira viagem, estava tão ansiosa que não consegui dormir durante a noite, ia no mesmo cavalo que meu avô, Thranduil. Segurava as rédeas enquanto ele me ensinava a comandar o cavalo.
- Logo terá tamanho para cavalgar sozinha – dizia ele

-Eu não quero esperar! Quero cavalgar agora! Sentir os ventos em meus cabelos e voar sobre os ermos

Meu vô sorriu e afagou minha cabeça gentilmente.

- Logo.

Era o que todos diziam, logo você irá conseguir faze isso. Logo terá permissão para aquilo. As únicas coisas para as quais tinha permissão eram para as lições de Go’nor, e as aulas de etiqueta de Doriel.

Minha manhã começaria com um longo banho, vestes limpas, minhas amas escovariam e prenderiam meus fios com adornos, flores e frutos ou tiaras prateadas.

Café da manhã, aula de canto, como andar, como se portar, como falar em público. Passava horas sentada em uma sala lendo livros empoeirados e páginas amareladas, enquanto tudo o que meu coração mais ansiava era subir até o maior galho de uma árvore e sentir a brisa em meu rosto.

Mas hoje, nem amanhã, e nem na manhã seguinte haveriam lições para serem assistidas, não precisaria ficar sentada até meus olhos arderem e meu traseiro doer, não precisaria sofrer punições por não ter prestado atenção e nem ouvir sermões de nana.

- Ah! – disse eufórica enquanto apontava para um riacho que corria ao lado da estrada, na relva verde e brilhante sentavam-se elfas que bordavam e conversavam entre si, elas acenaram para nós sorridentes. Acenei de volta com entusiasmo, ali nadavam pequenos elfos, que pareciam ter minha idade. Fiquei maravilhada em vê-los, sendo que onde moro sou a única “criança” – Podemos parar?

-Não – disse com o olhar fixo

- Mas...- tentei. Ele baixou os olhos e me olhou daquela maneira. Me repreendia e dizia claramente que a resposta já estava dada.

Suspirei e me acomodei apoiando as costas contra meu avô. Qual era a graça de ser uma criança se tudo o que tinha permissão para fazer era estudar , estudar e estudar. Não tinha permissão nem para ter aulas com o arco. Apenas ficar escrevendo em pergaminhos velhos e chatos. As poucas vezes que recebíamos visitas era mantida em um quarto, mas também não gostaria de conversar com eles. Todos eram velhos e vinham apenas dar notícias do mundo lá fora. Apenas uma vez me esgueirei quando recebi a notícia de que os filhos gêmeos de Lorde Elrond o meio elfo estariam ali para dar as boas novas. Nunca havia visto gêmeos em minha vida, Go’nor me explicou que eles pessoas que nasciam com irmãos idênticos a eles, mas que não eram todos que tinham essa oportunidade. Tentei vê-los pela fechadura e pela fresta embaixo da porta, mas tudo o que consegui foi:

Eles criaram uma máquina barulhenta que ruge como um monstro faminto, é feito de metal e tão longo quanto uma serpente gigante...eles o chamam de trem. Os anões continuam em suas minas de ouro...”

Go’nor me encontrou e me carregou para meus aposentos. Me levantou do chão segurando pela minha túnica, balancei as pernas e os braços no ar tentando me livrar, mas de nada adiantou. Go’nor me segurou embaixo de seus braços como se fosse um saco trigo. Por mais que implorasse ele não me deixou ver os elfos gêmeos, enquanto virávamos uma coluna tive a breve visão de uma túnica verde.

Passamos por vários campos. Descemos e subimos várias estradas, passamos por perto de uma pedra incomum. Meu avô disse que representava um troll, seus dentes eram falhos e fazia uma careta como se algo houvesse caído sobre seus dedos, os braços eram erguidos sobre a cabeça mostrando suas garras, o achei engraçado e disse que não teria medo de nenhum troll bobo. Thranduil sorriu, mas disse que eu ainda era fraca e despreparada.

- Você é filha de seu pai, tenho certeza que será uma grande arqueira – disse orgulhoso.

Inflei meu peito e sorri. Mas depois disso a viajem se tornou monótona, grandes subidas e vertiginosas descidas. Campos e mais campos de tudo que se pode imaginar, sementes, grãos, pomares perfumados com frutos maduros e “gordos “ em seus galhos, grandes campos de flores amarelas, vermelhas, brancas e lilases. Algumas estavam fechadas e meu avô explicou que elas abriam apenas com a luz da lua. Não paramos em nenhum ponto.

Então aconteceu...

Por mais que me esforçasse o sono, cansaço e tédio me venceram. Me aconcheguei sentindo o cheiro e as roupas macias de meu avô. Quando acordei não tinha mais o trotar de um cavalo e sim uma confortável cama.
Uma luminária estava ao lado, sobre um criado mudo.

- Vovô? – chamei olhando para uma porta entre aberta. Rolei pela grande cama até que fiquei pendurada e balancei antes que as pontas dos meus dedos tocassem o chão.

O quarto era iluminado por uma luz azul clara ele era bonito e tinha um bonito armário com flores entalhadas e uma penteadeira. Andei até ela e mexi nos vidros de perfumes esguichando o conteúdo no ar, até que um me fez espirrar (“Atchim”) e resolvi deixar de lado.

Abri a porta e olhei para os lados, apenas um corredor longo e deserto, havia tapetes pendurados nas paredes com desenhos bonitos e vívidos.

Em algumas cenas havia anões, os reconheci por serem baixinhos barbudos e carrancudos. “Nem um pouco bonitos” - pensei comigo mesma.

- Vovô? – chamei de novo e não obtive respostas. Bufei e coloquei as mãos na cintura.

“Ai ai, que vô mais desnaturado eu tenho! Me deixa sozinha em um lugar desconhecido!” – pensava injuriada.

Após pensar e ouvir um som vindo do lado direito me coloquei a caminhar naquela direção, parava a todo o momento para ver uma pintura diferente. Passei em frente a uma sala onde haviam vários elfos que cantavam e contavam histórias. Alguns tocavam instrumentos como flautas.

- Olá – chamei da porta e todos os rostos se viraram para mim. Senti minhas bochechas queimarem.

Rostos jovens e alegres, serenos e eternos, imponentes e sábios. Elfos com cabelos castanhos e olhos cor de terra, todos usando belas vestes. Não eram todos que tinham tranças, alguns apenas os amarravam de maneira desleixada ou o colocava sobre o ombro.

Um elfo se aproximou e apoiou as mãos nos joelhos enquanto falava comigo. Tinhas olhos sorridentes e brilhantes e usava o cabelo solto.

- Olá pequena elfa – disse ele, fiz uma pequena reverência e ele a correspondeu.

Conseguia sentir olhares curiosos sobre a minha presença.

- O que faz andando sozinha por aí? E também sem usar sapatos – soltou uma risadinha.

- Estou procurando meu vovô – Torcia a barra da minha manga me sentindo envergonhada – E não achei meus sapatos.

Ele sorriu e esfregou o topo da minha cabeça.

- Flora, venha cá. Olhe só que belezinha.

Bufei e olhei para ele o achando muito bobo. A mulher que ele chamou guinchou e insistiu para arrumar meu cabelo, disse que encontraria um par de sapatos para mim.
Enquanto ela fazia tranças no meu cabelo outras elfas procuravam um vestido e um sapato para me calçar. Senti-me uma boneca, enquanto me vestiam e penteavam.
Riram e me apertaram em abraços sufocantes, insistiram em me fazer experimentar frutas. Quando elfas sonhadoras conversavam sobre seus futuros casamentos aproveitei para correr.

Subi uma escada e virei um par de vezes para a direita, e mais um punhado para a esquerda. Meus pés corriam pelos caminhos desconhecidos, mas tudo o que via eram portas e mais portas, armaduras, estátuas, tapetes, cortinas e outras coisas que de nada me ajudariam.

- Vovô – disse chorosa depois de correr e procurá-lo por diversas salas.

Será que ele foi embora e me deixou aqui? Ada e nana irão sentir minha e virão me buscar não é mesmo? Eles não podem me ‘jogar’ fora, eu não quero ficar aqui! Quero ir para casa, quero minha nana e meu Ada!

- Vovô! – choraminguei esfregando os meus olhos enquanto pensava que eu ficaria para sempre naquele lugar com pessoas estranhas e que jamais voltaria a ver as pessoas que amo novamente.

Me sentei no chão encolhida abraçando minhas pernas , apoiei minha testa sobre meus joelhos e comecei a chorar por medo de nunca mais voltar para casa, estava assustada e sozinha e não conseguia controlar meus soluços.
*
*
*
Não muito longe dali, dois elfos caminhavam lado a lado, sorridentes e satisfeitos por estarem de volta a casa, carregam seus arcos e espadas, seus mantos estavam empoeirados pela longa viagem e seus músculos pedia por descanso.

- Elrohir – disse enquanto parava e olhava para os lados curioso – Ouve isso? Parece ser uma criança chorando.

- Não seja bobo Elladan. Sabes bem que não há nenhuma criança por aqui há alguns anos – disse o mais novo dos gêmeos. – Deve ser a exaustão causada pela viagem.

Olhou irritado para o irmão gêmeo:
- Nem mesmo que corra durante uma semana sem descanso eu me enganaria – disse cheio de si. – Vem dali.
Apontou para o corredor que estava a sua direita, levava a uma ala com salas usadas para guardas relíquias e objetos para estudos. Seguindo o som passou por várias portas fechadas, havia apenas a luminosidade da lua e a cada passo os gemidos e soluços ficavam mais fortes, enquanto corria ao encontro da pequena criatura que estaria fazendo aquele som ouviu seu irmão resmungar um “Tem razão” logo atrás dele.

Quando a encontrou estava tão encolhida que poderia ter passado despercebido, seus fios loiros refletiam a luz do luar a fazendo parecer um fantasma em plena penumbra.

- Olá – disse amigavelmente enquanto se ajoelhava e afagava o topo de sua cabeça – Está perdida?

Em resposta apenas balançou a cabeça sem erguer o rosto.

- Como é seu nome? – pergunto Elladan

- Ora! É mesmo uma criança, pensei que estávamos alucinando graças aqueles cogumelos – comentou Elrohir que também se aproximou.

- Lauriel – respondeu e fungou, esfregou seus olhinhos e levantou a cabeça. Seus pequenos lábios se abriram e seus olhos se arregalaram esquecendo-se momentaneamente qualquer aflição em seu coração.

Olhou para os dois rostos idênticos por alguns segundos ignorando qualquer coisa que os gêmeos estivessem falando com ela.
Seus olhos brilhavam de excitação, estava animada por conhecer os dois, por quem tantas vezes se esgueirou, mas foi frustrada pelos olhos de águia de Go’nor e por seus ouvidos de morcego. Eram iguais, e isso a impressionava e a fazia admirá-lo. Desde seus fios negros e olhar profundo, até seu nariz reto e arrebitado. Era uma sensação diferente da que tem quando vê dois animais na floresta. Tocou o rosto de Elrohir que piscou surpreso, a pequena repetiu o gesto com Elladan.

- Vocês são iguais – disse admirada.

Ambos riram.

- Sou Elladan e esse é meu irmão Elrohir, filhos de Elrond e Celebrían. – apresentou a si e ao irmão. – Agora pequena elfa fujona, que tal levarmos você para sua mãe?

Elrohir a pegou no colo, seus braços seguravam a pequena criança com facilidade enquanto ela o segurava pelo pescoço.

- Minha mãe está longe, está junto a meu pai. Vim com meu avô em visita. – falou com propriedade.

- Seu avô seria lorde Thranduil? – questionou Elrohir.

- Sim! Lorde Thranduil de Greenwood, grande. – repetiu o que ouvira tantos outros falarem mesmo sem ter plena consciência dessas palavras.

Os gêmeos se entreolharam, era a cria de Legolas. Um grande herói e amigo, que agora ficava em florestas ao norte, onde pareciam ter se estabelecido muito bem.

- Quanta coincidência! – disse Elladan sorridente.

Caminharam conversando e maravilhadas com a perspicácia e altivez que a pequena possuía a ingenuidade também lhes era adorável e sua sede pelo desconhecido também. Bastou dizerem que eram responsáveis por atravessarem o grande oceano Belegaer, para que ela os abordasse com várias perguntas, perguntava sobre como eram os homens e os anões, perguntou se já haviam visto algum dragão, com alívio disseram que não.

- Mas já matamos centenas de Orc’s – disse Elrohir com orgulho.

A pequena bateu palmas se lembrando de como seu avô lhe contara que eram criaturas abomináveis e feias, indignas de caminharem sobre a terra. Ouviram com fascínio os sonhos infantis, a maneira como se expressava de maneira clara e coerente.

- Meu maior sonho é ser uma grande heroína.

Refizeram o caminho de volta, encontraram alguns elfos esbaforidos e preocupados que estavam atrás de Lauriel.

Quando chegaram ao salão, uma grande sala com poltronas confortáveis, estantes com livros e uma lareira sempre crepitante. Era usada para reuniões íntimas e também para contar histórias em dias frios e compor canções.

-Lauriel – disse Thranduil e se aproximou. Elrohir quase recuou um passo se lembrando das vezes em que passara dias de sua infância em seu reino, se lembrou de seu olhar ameaçador e penetrante – Como pôde sair andando por aí dessa maneira?

Tomou a criança dos braços do elfo que se apertavam protetoramente ao redor dela e a colocou no chão, notou que suas roupas haviam sido trocadas e se lembrou de um elfo dizendo que havia trocado a criança elfa.

- Sabe o quanto preocupou a todos? Isso não são modos de uma dama. Agora se desculpe. - dizia com os braços cruzado na frente do corpo.

- Sinto muito vovô – respondeu com sua voz infantil e um pequeno biquinho, o olhava com seus grandes e redondos olhos azuis.

- Agora ao senhor Elrond. - Apontou para o elfo que assistia tudo divertido, apesar de manter a expressão séria, mas não ameaçadora.

Lauriel colocou as mãos atrás de seu corpo e desviou o olhar se sentindo abobalhada e envergonha.

- Sinto muito senhor Elrond – se desculpou.

- Suas desculpas são aceitas – disse o meio elfo – Estou encantado em conhecê-la, lady Lauriel.

Após a neta se desculpar Thranduil a pegou em seu colo e a abraçou dizendo que ela havia o preocupado, e que não deveria sair andando por um lugar desconhecido como aquele. O castigo por ter causado tamanho alvoroço foi polir os arcos de Elrohir e Elladan, uma maneira de agradecimento também já que eles a encontraram.
No final os gêmeos imaginavam se não era um castigo para eles ter uma pequena elfa imperativa e tagarela, até que por fim eles mesmos poliram seus arcos e a fizera prometer segredo.
Mas é claro que Thranduil não acreditou, mas relevou.
*
*
*
Os anos passaram e Lauriel cresceu destemida e bela. Causava grande preocupação e alegrias aos seus pais Legolas e Idril, seu avô sempre fora mais apegado a ela, mesmo quando Lindel, Laziel e Ländil nasceram ele os amou, mas a pequena dos cabelos de ouro era seu pequeno e mais precioso tesouro. Era a flor-alva dos “Wood”.

Os filhos de Elrond, o sábio. Cavalgavam calmamente, levavam as novas ao norte. Andavam por uma alameda cantarolando uma antiga canção com suas vozes belas e claras, até os pássaros os acompanhavam com seu piar e gorjeio. O caminho era limpo e bem cuidado, bem como eram os locais onde elfos habitavam árvores frondosas com galhos fortes, suas folhas eram prateadas e emitia um brilho fascinante a luz do luar. Seus frutos eram saborosos, redondos e com uma ponta embaixo, o que lhe dava uma silhueta semelhante a uma lágrima.

Por entres as árvores acompanhando os cavaleiros elfos vinha uma silhueta encapuzada sobre um alazão branco, surgiu com um salto fazendo seus cavalos relincharem em protestos e se jogarem para o outro lado da estrada.

- Calma amigão – disse fazendo um carinho enquanto com olhos estreitos acompanhava a pessoa.

- Será que não se tem mais ao andar por esses ermos? – reclamou Erohir.

- Ora cavalheiro – A voz era de uma mulher que abaixou o capuz do manto azul-escuro, com bordados em prata que usava – Deveria ficar honrado que minha pessoa veio até vocês para escoltá-los. – respondeu

- Ficamos honrados com sua companhia milady. – disseram ao mesmo tempo, e os três amigos começaram a rir.

Ambos ladearam Lauriel que exigia que lhe contasse os acontecimentos nos mínimos detalhes.

- Há uma guerra lá fora. Com grandes e pesadas máquinas que andam por terra esmagando e atirando. Os homens os chamam de tanques. Há também uma nova arma, ouvi dizer que destruiu um condado inteiro. Uma tal bomba nuclear. Muitas vidas inocentes estão sendo perdidas, muitos animais. Suas florestas estão minguando. – Elladan deu a notícia com pesar.

- Os americanos estão convocando todos os homens desde que sejam aptos a segurarem uma arma. Há rumores de que estão tentando criar um super soldado. Isso me lembra Saruman com suas experiências perturbadoras com gnomos e orcs. – disse com desprezo em sua voz.

- Os relatos que trouxeram entristecem meu coração, me pergunto se haveria algo em que pudesse ajudá-los – dizia pensativa – Enquanto isso não acontece vamos apostar uma corrida! Quem chegar por último terá que fazer o que o vencedor mandar! Yah!

O cavalo branco de Lauriel, Árion. Relinchou parecendo feliz em correr e saltou, a velocidade que ele tinha era surpreendente. Elladan logo se colocou atrás dela, perseguindo sua sombra e gritando sobre como ela havia sido traiçoeira.

Elrohir soltou um suspiro enquanto via as cores do entardecer acompanhar a elfa que corria animada, o sol parecia acompanhá-la enquanto seus fios ao vento pareciam se tornar chamas vivas. Sentiu seu coração aquecer, e bater rapidamente contra seu peito.

Lauriel trazia luz ao seu redor, e também fogo que consumia quem ficasse em seu caminho, Elrohir apenas rezava para Eru llúvatar, para impedir que esse fogo o consumisse e o transformasse em cinzas.

Galopou em direção ao por do sol enquanto a via se distanciar cada vez mais, mas não se importava com isso pois sabia que iriam se encontrar no fim do caminho.


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Notas finais do capítulo

Fim C:



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