Casos do Acaso escrita por marinaflima


Capítulo 3
Só pode ser brincadeira...




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Como assim “Também são donas do apartamento?”. Foi então que Rosálie proferiu uma das frases mais chocantes de minha vida:

 

- Bella, Alice, fomos vitimas de um golpe!

 

 

 

 

 

Isso só poderia ser mais uma das brincadeiras infames do Chefe Swan e do meu primo Emmet Thompson. No geral meu pai não era tão absurdo, muito menos irracional, mas depois do que ele e Emmet fizeram nas últimas férias, descobri um parceiro de manipulação em potencial, apesar da humilhação que me fez passar.

 

 

 

 

 

 

 

*-Flash Back

Fomos pra Flórida nas férias de verão, mais precisamente ficamos numa casa emprestada por um amigo de Charlie em Clearwater beach, nos arredores de Tampa. Praia magnífica, areia branca e fofa, mar azul-esverdeado e alguns coqueiros espalhados ornando ainda mais o lugar.

 

Diversão: uma palavra que quando conceituada, obviamente muda de pessoa pra pessoa. Eu por exemplo, acho divertido ler, sentindo a brisa do mar batendo em meu rosto, brincando com meus cabelos castanhos, avermelhados no sol. O cheiro de maresia adentrando em minhas narinas inebriando-me, olhar o mar azul, que quebrava incessavelmente formando espumas brancas, sentada confortavelmente em uma cadeira debaixo de uma das poucas árvores disponíveis ali.

- Bu! – disse alguém bem perto do meu ouvido. Berrei assustada despertando altas gargalhadas em meu primo.

 

- Ai Emmet, é você! Que susto. - falei enquanto ele quicava pra ficar na minha frente.

 

 

- O que ta fazendo aí branquela doida? – disse olhando meu livro desconfiado. Vocês já perceberam que os Thompsons adoram apelidos toscos né

- Churrasco! – Respondi debochada com a pergunta idiota que ele me fez, afinal o que mais alguém poderia estar fazendo com um livro na mão?  - Por acaso você sabe usar um livro Emmet? – Perguntei me divertindo com as expressões de meu primo, gargalhei como ele, que pareceu não ficar muito satisfeito com a minha atuação teatral.

 

 

-Rá-Rá, como você é boba Bella. – disse cruzando o braço insatisfeito, olhando-me.

 

 

 

-Não tem mais o que fazer Titinho? – ele detestava ser chamado assim, pois ainda estava se recuperando do fim do relacionamento “maduro” que ele teve com Mary, sua ex-namorada e criadora desse magnífico apelido.

 

 

 

 

 

- Credo Bella, faz tempo que não ouço esse... Isso.... – disse fitando o vazio com uma tristeza nos olhos, com certeza lembrando-se de seus momentos com Mary.

 

 

 

 

 

Garota simpática, mas tão infantil quanto Emmet. Seus cabelos curtos acompanhados de uma franja eram visivelmente oxigenados e vinham até um pouco abaixo dos ombros, seus olhos azuis não emitiam sentimento algum. Seu corpo curvilíneo e seus seios fartos certamente eram o principal motivo para possuir a adoração de Emmet.

 

 

 

 

 

Ela se apaixonou por um cara 27 anos mais velho que meu primo, e o largou alegando que precisava conhecer outras garotas e ficar mais maduro, afinal, Emmet já tinha 21 anos.

 

 

 

 

 

“Emmet, o nosso relacionamento não é maduro o bastante, não para mim. Desculpe, mas não posso continuar vivendo um relacionamento instável.” – me disse Emm em meio a uma de suas crises de carência, como ele próprio nomeou.

 

 

 

 

 

- O que quer Emm? Tenho certeza de que não veio aqui pra me assustar. - disse arqueando uma sobrancelha. Ele fingiu pensar colocando o dedo indicador no queixo e semicerrando os olhos.

 

 

 

 

 

-Na verdade eu vim sim. – revirei os olhos voltando minha atenção ao livro – Mas também vim avisar que o Tio Charlie quer falar com você.

 

 

 

 

 

- Ah, tudo bem... Onde ele está? – bufei desgostosa.

 

 

 

 

 

- Ele está na praia com Renné, Phil e Janet! – até agora não creio que ele teve a coragem de trazer Janet Johnson conosco, sua namorada insuportavelmente fútil, obviamente nascida e crescida em Forks.

 

 

 

 

 

A lista de ex namoradas do Charlie ultrapassam a linha do equador, e ele tem que namorar sério justo com a Janet!?

 

 

 

 

 

- Tudo bem. Obrigada Emmet. – disse prestes a voltar à minha leitura, mas ele me olhava incrédulo. – O que foi dessa vez?

 

 

 

 

 

- Você não vai? Eu te acompanho! – Emmet Thompson disposto a ajudar alguém sem nenhuma intenção? Meu primo estava enfim amadurecendo...

 

 

 

 

 

Fomos á praia em silêncio, mas Emmet não escondia sua expectativa, batia palmas feito um demente e soltavas risadinhas nervosas. É ele deve se encontrar com alguém. Talvez o título de encalhada realmente sirva pra mim... Titia Bella não me parece tão ruim assim...

 

 

 

 

 

- BELLA! – gritou Emmet – Ta me ouvindo garota?

 

 

 

 

 

- To Emm, claro que eu to! – respondi sem pensar.

 

 

 

 

 

- Quero te fazer um pedido. – disse abrindo um imenso sorriso.

 

 

 

 

 

- Ah não! Não vou conhecer nenhum dos seus amigos, quantas vezes eu vou ter que dizer que não saio com gente anormal?

 

 

 

 

 

- O John Milton não era anormal. – respondeu fechando a cara.

 

 

 

 

 

- Claro que não. – rebati - Ele só era chamado de John Mil Toneladas!!!

 

 

 

 

 

- Eu tinha que paga-lo de alguma maneira Bellinha, ele estava a fim de você há um tempão!

 

 

 

 

 

- Não adianta, não saio com gente estranha. – disse firmemente.

 

 

 

 

 

Quem Emmet pensa que é pra arrumar encontros pra mim? Estou muito feliz com o meu atual estado civil: S-O-L-T-E-I-R-A!

 

 

 

 

 

- Não é isso Bellzinha – disse alargando ainda mais seu sorriso – Eu quero que saiba que te amo, e me desculpe por tudo que te fiz. – arregalei os olhos enquanto nos aproximávamos da praia.

 

 

 

 

 

Como é? Meu primo me pedindo desculpas e dizendo “eu te amo”? As pessoas realmente mudam...

 

 

 

 

 

- Olha lá Bellinha – disse apontando para um grupo de garotos que jogavam vôlei – Olha, Olha!

 

 

 

 

 

- O que tem Emmet? Cadê o Charlie? – Nesse momento um jato d’água vindo do céu me molhou dos pés à cabeça, me deixando num estado lastimável.

 

 

 

 

 

- Aqui bebê! – disse Charlie em meio à gargalhadas

 

 

 

 

 

- Pai – disse trincando os dentes – O que foi... Isso!

 

 

 

 

 

Antes de completar a frase mais um balde me cobria por inteiro, mas dessa vez era areia fofa. Resultado? Eu parecia um filé de frango mergulhado na farinha de rosca.

 

 

 

 

 

- Ta quase um bife à milanesa hein tio? – foi a última coisa que escutei antes de sair da praia correndo.

 

 

 

 

 

Pra variar, caí umas duas vezes antes de chegar à casa da praia. Meus olhos estavam marejados de tanta raiva de meu primo. Eu sabia que tanta gentileza tinha humilhação embutida.

 

 

 

 

 

Mas minha maior decepção era Charlie. Eu sempre tive certeza de que sua personalidade não fosse forte, mas ser influenciado por Emmet, o ser mais oco que já conheci é praticamente um atestado de estupidez. Eu iria reverter essa situação, Emmet iria me pagar de alguma forma.

 

 

 

 

 

 Tomei um banho gelado e demasiadamente demorado para tirar toda a areia de meu corpo e cabelos, escovando-os pacientemente para tirar todos os nós que se formaram.

 

 

 

 

 

Saí do banho renovada, mas ainda desapontada com as atitudes de meu pai. Enrolei-me numa toalha e fui em direção ao meu quarto a fim de vestir uma roupa leve e confortável. Abri o guarda-roupa do quarto que dividia com Alice, pegando um vestido emprestado dela. Tinha certeza de que ela não iria se importar.

 

 

 

 

 

Joguei o vestido na cama ainda de costas e vesti minha calcinha, deixando a toalha cair em meus pés. Vesti meu sutiã e girei meu corpo a fim de pegar o vestido.

 

Não pude deter o grito que saia de meus lábios. Emmet estava deitado na minha cama com os braços atrás da cabeça e o vestido jogado em seu colo. Olhava-me curioso e o pior, eu não sabia há quanto tempo ele estava ali.

 

 

 

- Emmet Swan Thompson, sai daqui! – berrei apontando pra porta.

 

 

 

- Calma Bellzinha – pronunciou enquanto eu tentava me tampar inutilmente. – E não tem nada aí que eu nunca tenha visto. – disse cruzando seus braços enormes.

 

 

 

 

 

Bufei insatisfeita e fui buscar o meu vestido, ele prosseguiu imaginando que seria um monólogo.

 

 

 

 

 

- Não me leve a mal, mas eu estava me divertindo aqui. Na verdade, nunca me diverti tanto desde que terminei com a Mary. Desculpe meter Tio Charlie no meio, mas já vou avisando que ele só concordou devido á minha chantagem emocional e...

 

UÊPA! Como assim chantagem emocional? Eu sempre tentei com Charlie coisas do tipo: “Vou ser uma adulta frustrada”, mas ele nunca cedeu...

 

 

 

 

 

 

 

- Que tipo de chantagem Emmet? – disse sentando na ponta da cama, já vestida.

 

 

 

 

 

- Ah, você sabe – continuou dando de ombros – “Tio, eu nunca mais consegui me divertir e a Bella é tão mal humorada, será que você me ajuda? Podemos ser felizes juntos, nos divertir juntos como uma família...”

 

 

 

 

 

 

 

Emmet continuava a falar, mas eu precisava pensar nas palavras que ele acaba de pronunciar. Charlie se rendendo a chantagem psicológica barata? Meu primo realmente tem talento e mais tarde com toda e absoluta certeza posso usufruir desse dom.

 

 

 

 

 

- Me perdoa Bellzinha linda do meu coração?

 

 

 

 

 

Era o que eu precisava para laçar meu primo de vez, um compromisso pela eternidade.

 

 

 

 

 

Não, não é casamento. Casar com Emmet é tortura na certa apesar dele ser um rapaz muito bonito, alto e musculoso. Seus olhos verdes, seus cabelos curtos e castanhos claros como os de Alice, ficavam espetados para todas as direções possíveis. Eu tinha que admitir, ele era lindo, mas imaturo e infantil demais.

 

 

 

 

 

- Bella? Por favor, fala comigo. Perdoa-me, por favor? – disse Emmet ajoelhando-se aos meus pés.

 

 

 

 

 

- Com uma condição. – disse firme – Na verdade duas.

 

 

 

 

 

- Qual? – estava desconfiado, mas nós éramos muito próximos para ficarmos brigados.

 

 

 

 

 

- Primeiro, pare de me chamar de Bellinha, Bellzinha, inha, inha inha.... Você sabe que eu detesto diminutivos. – falei enquanto Emmet assentia com cabeça.

 

 

 

 

 

- Quando eu precisar da sua ajuda para manipular Charlie, você irá ajudar. – ele me olhou descrente – Não importam as circunstâncias, mas você irá me ajudar.

 

 

 

 

 

Ele apenas assentiu com a cabeça, sorrindo enquanto eu prosseguia.

 

 

 

 

 

- Temos um pacto Emmet, e ele jamais poderá ser quebrado. – sorri satisfeita

 

 

 

 

 

- Com uma condição. - Ei, quem faz as condições aqui sou eu! Ele me olhava, esperando uma reação de minha parte, sem sucesso. – Pra ser um pacto, devem haver benefícios de ambos os lados certo?

 

 

 

 

 

Assenti com a cabeça, afinal, atrapalhar um dos poucos momentos que meu primo estava pensando era sacanagem.

 

 

 

 

 

- Pois bem, quando eu precisar, também terá que estar disposta a me ajudar.

 

 

 

 

 

- Mas eu escolho no que devo ajudar. Afinal, você veio pedir perdão a mim. – sorri vitoriosa

 

 

 

 

 

- Bella Marie Swan, a partir desse momento NÓS temos um pacto. – disse estendendo-me a mão.

 

 

 

 

 

- Emmet Swan Thompson, um pacto praticamente eterno. – disse pegando em sua mão forte, apertando-a.

 

 

 

 

 

- Você tem uma tesoura aí? – disse analisando o quarto

 

 

 

 

 

- Não, pra quê precisa de uma tesoura? – respondi franzindo o cenho.

 

 

 

 

 

- Pra selar o pacto ué, vamos cortar nossos dedos e... – Não acredito que meu primo quer furar meu dedo! Só pode ser brincadeira!

 

 

 

 

 

- Nem pensar, pacto é pacto. Uma vez fechado, não precisa de sangue. – disse tentando convencê-lo.

 

 

 

 

 

- Ok – bufou irritado. – E não fique brava com o Tio Charlie, ele só quis a minha diversão.

 

 

 

 

 

Assenti com a cabeça enquanto ele saía do quarto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do Flash Back *-

 

 

 

 

 

 

 

- Cadê você Emmet? Onde quer que esteja não precisa se esconder. – disse rolando os olhos pela sala esperando meu primo sair de seu esconderijo.

 

 

 

- Ela fala sozinha? – disse Jasper visivelmente assustado. – Você vê espíritos garota? – falou olhando na mesma direção que eu, tentando enxergar algo semicerrando os olhos.

 

 

 

 

 

- Claro que não imbecil. – revirei os olhos impaciente – Eu sei que você é amigo do Emmet, e que veio me pregar uma peça.

 

 

 

 

 

- Do que está falando Bella? – Alice me olhou confusa

 

 

 

 

 

- Oras, Emmet pagou Rosalie e Jasper para fazerem essa cena, dizendo que fomos vítimas do golpe da casa própria para nos assustar. Até parece que não conhece seu irmão Ali. – sorri orgulhosa de minha definição exata do plano de Emmet.

 

 

 

 

 

- Quem é Emmet? – disseram Rosalie e Jasper juntos.

 

 

 

 

 

Então é verdade. Eles não conhecem Emmet... Sendo assim fui MESMO vítima de um golpe. Não consegui pensar muito, minha visão ficou embaçada, turva e escura. Escutei algumas vozes ao longe me chamando e discutindo, algumas delas eram familiares.

 

 

 

 

 

 

 

- Isabella? Está acordada? Tente falar. – disse um homem com roupas brancas, o que supus ser um médico. Alice tinha que me levar para o lugar que eu tenho mais pavor: o hospital.

 

 

 

 

 

- Sim, estou acordada – gemi, minha cabeça doía. – E não me chame de Isabella. É Bella.

 

 

 

 

 

- Que bom que acordou priminha. – Alice estava na soleira da porta acompanhada de Rosalie, que segurava um buquê de flores.

 

 

 

 

 

- O que houve? Eu desmaiei? – disse tocando em minha cabeça, mais especificamente onde doía. Pude sentir algumas mechas de meus cabelos molhadas e olhei para Alice a fim de obter explicações.

 

 

 

 

 

- Desculpe – disse lançando-me um sorriso constrangido. – Fiquei tão desesperada e pensei que água gelada iria te acordar. – Explicou-se lançando mais um sorriso amarelo.

 

- Mas como você não acordou decidimos te trazer até aqui – completou Rosalie.

 

                                                                                                                                

 

 

 

- Entendo a sua intenção Rosalie – olhei para Alice severa – mas Alice sabe a minha aversão por hospitais.

 

 

 

 

 

- Desculpe mesmo Bellinha, mas eu estava com muito medo que você não acordasse. Alice estava com o olhar triste e pude compreender aflição. – Você sabe que é muito importante pra mim. – prosseguiu com lágrimas nos olhos.

 

 

 

 

 

- Eu também te amo Ali – respondi sorrindo - Ótimo, momento ternura no hospital. – nós três rimos e alguém pigarreou irritante. O médico ainda estava ali, mas analisando melhor, bem não poderia ser um médico, era muito jovem para isso e devo admitir que muito bonito também.

 

 

 

 

 

 

 

Seus lindos cabelos dourados cintilavam conforme a luz batia, seu maxilar firme e quadrado lhe davam feições únicas. Seu nariz acompanhava o desenho de suas sobrancelhas suficientemente grossas para lhe fazerem um homem desejável. Com certeza ele tinha um rosto forte e formas únicas, a não ser por seus densos olhos que hesitavam entre um castanho claro e um verde e que por sinal me olhavam com a mesma intensidade com que eu o olhava, analisando-o.

 

 

 

 

 

 

 

- Hm, Bella? – disse Rosalie interrompendo minha análise morfológica daquele ser perfeito.

 

 

 

 

 

- Pois não Rosalie. – sorri olhando-a.

 

 

 

 

 

- Já conhece meu irmão? – disse com um sorriso maquiavélico nos lábios.

 

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Notas finais do capítulo

Esse foi um capítulo de apresentação do Titinho, rs

Comentem, por favor!

Capítulo 3 em andamento.


Agradecendo novamente á Kelzinha autora de "Confusões de uma Cullen", que foi minha beta (denovo).

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