A Arte do Amor e da Dor escrita por Bruno Silfer


Capítulo 3
Capítulo 3: Primeira Impressão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Venho aqui trazer a vocês mais um capítulo que foi escrito com muito carinho. Como vocês sabem (ou acho que sabem), eu tenho três fanfics em andamento. Então para evitar contratempos eu decidi que cada vez que eu atualizar uma delas, as outras também serão. Postarei sempre três capítulos de uma vez só, um em cada fanfic.

É isso gente. Boa leitura ^^



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Ino entrou na sala do ruivo com um sorriso no rosto, observou o ambiente e pousou o olhar na mesa do ruivo. Lá estavam muitos papéis amassados, folhas em branco, rascunhos e alguns outro cadernos separados. “Bem bagunçado”, pensou ela, mas era mais do que normal para alguém que não trabalha com um computador. Não que não pudesse, lá tinha um bem na frente dele, mas ela viu que ele preferia desenhar na moda antiga, na mão, com seu inseparável conjunto de lápis ao lado. Ela sentou-se em uma cadeira de frente a ele e sorriu.

– Boa tarde... Gaara não é?

A saudação o fez sair do transe.

– Sim. E a senhorita é...

– Ino. Me chame apenas de Ino.

Ela não sabia o motivo que a fez falar tal frase. Era como se ela o convidasse a tratá-la mais intimamente, como se fossem amigos de longa data. Ele, por outro lado, gostou de tal atitude.

– Então Ino. – repousou o lápis sobre a folha à sua frente – A que devo a visita?

– Nada em especial. Só queria conhecê-lo.

Não era uma resposta que convenceria o ruivo, mas ele deixou passar.

– Soube que é modelo. – disse ele retomando o desenho.

– Sim. Amanhã mesmo tenho um ensaio fotográfico. – ela respondeu sorrindo.

– Deve ser cansativo para quem ainda estuda...

– É um pouco, mas... Como sabe o que eu faço?

– Seu pai me disse hoje mais cedo quando vi uma revista com fotos suas.

– Hum, entendi.

O silêncio apareceu entre eles, mas não durou muito tempo. Logo ela achou algo que despertou sua curiosidade.

– O que é isso?

Gaara a olhou e viu que ela segurava seu caderno pessoal de desenhos. Pela cara da garota, estava com muita vontade de abri-lo.

– Meu caderno de desenho. Não é o que eu uso aqui na empresa.

– Posso ver?

– Fique à vontade.

Ela sentou-se no sofá mais afastado e começou a folhear o caderno. Viu paisagens diversas, caricaturas, desenhos de casas e imagens urbanas. Viu uma muito interessante que era a paisagem vista na janela do quarto dele, muito interessante por sinal. Havia muitas árvores na paisagem, o que a permitiu deduzir que ele ou tinha um mini-jardim ou existia algum por perto. Continuou a passar as folhas cada vez mais interessada.

– Que lindo...

– Que bom que gostou. – ele respondeu sem tirar os olhos do desenho que fazia.

– É sério Gaara. Você tem um dom.

– Dom?

– Olha isso! – ela mostrou um dos trabalhos – Nunca tinha visto algo assim.

– Muito obrigado. – ele sorriu.

Ela gostou de vê-lo sorrindo.

– Pena que eu não sei fazer nada de desenho...

– Cada um tem uma habilidade diferente. Eu, por exemplo, não sei interpretar como você sabe.

– Hum... Tem razão. Vou ver o restante.

Ela voltou ao sofá e passou a ver os desenhos que faltavam. Passava lentamente e o ruivo viu que ela ficava ainda mais bonita quando sorria. Pensando bem, duvidava que um dia se cansaria que ver aquela cena. Após alguns minutos ela levanta de novo e vai até ele enquanto olhava fixamente uma das folhas.

– Gaara.

– O que foi?

– Essa aqui... Sou eu?

Ela mostrou a ele o desenho que ele fez quando a viu no ponto de ônibus no dia anterior a da entrevista de emprego. Ele se praguejou mentalmente por ter esquecido de destacar aquelas folhas quando vinha trabalhar. Agora tinha que admitir a verdade.

– É sim.

– Quando foi que me desenhou?

– Foi um dia que te vi em um ponto de ônibus. Eu sempre escolhia um lugar aleatório na cidade e passava a desenhar o que achava interessante.

– E eu sou interessante é? – perguntou sorrindo de leve.

Ele não pôde esconder o nervosismo, mas respondeu sem deixar transparecer nada pela voz.

– Sim. Te achei muito interessante sim. Não vou dizer que você é bonita, já que devem ter muitos que te dizem isso.

Ela gostou da resposta dele. Não contava isso a ninguém, mas estava cansada de receber elogios falsos. Não que realmente não fosse bonita, mas via que sempre tinha algum interesse por trás de tais bajulações, o que não acontecia com o ruivo.

Olhou o desenho mais uma vez maravilhada. Ele havia capturado cada detalhe do seu corpo, sua expressão e até das suas roupas. Ela estava com o uniforme da escola e ele notou que ela estava de mau humor pela demora do ônibus, o que foi perfeitamente retratado por ele quando olhou mais detalhadamente seu rosto desenhado. Ela gostou muito do seu retrato e ficou sorrindo sozinha.

– Gostou tanto assim?

Ela saiu do transe e olhou para o desenhista.

– Adorei.

– Mas por que tanta empolgação?

Ela respirou fundo e admitiu:

– Sempre que tiram fotos minhas para revistas e algo do tipo nunca me retratam como eu sou de verdade. É sempre algo artificial. Eu tenho que sorrir e passar para o público que estou feliz, mesmo que não esteja. Já aqui – apontou para o desenho – mostra o que eu realmente sou. Você não me esperou sorrir para me retratar, me fez do jeito que eu estava.

– Quem disse que eu não te esperei sorrir?

Ela não entendeu, então ele explicou:

– Tem mais folhas depois dessa, esqueceu?

Curiosa, ela passou as páginas seguintes. Existiam mais três desenhos dela antes de chegar nas folhas que ainda estavam em branco. Nos dois primeiros desenhos ela estava sorrindo e no último estava sentada no ponto do ônibus enquanto cochilava. Ela encantou-se de novo ao ser retratada tão naturalmente, mas algo atiçou sua curiosidade.

– Você ficava esperando eu aparecer para me desenhar é? – perguntou maliciosa.

Ele notou a malícia, mas não se abalou.

– Depois que te desenhei uma vez eu sempre vou para o mesmo lugar. Sorte que te vi mais três vezes, então não perdi a oportunidade. Espero que não se incomode. – sorriu. Sendo imediatamente retribuído por ela.

Ela não entendeu o porquê dele gostar tanto de desenhá-la, mas achava aquilo muito romântico, como aqueles filmes em que o protagonista ama a personagem principal em segredo e só descobre aquilo no fim. Ela, como atriz que pretendia ser, logo se imaginou em um desses filmes em que o Gaara era seu admirador e que era observada em silêncio. Encantou-se com esse pensamento e logo viu que o ruivo a olhava nos olhos, como se pudesse ler seus pensamentos e se divertia pelo que via em sua consciência, só que não era um olhar presunçoso ou zombeteiro, mas sim um olhar que sabia o que ela estava pensando e que, sim, também pensava o mesmo. Eles são interrompidos por duas batidas na porta, de onde surgem Naruto e Hinata.

– Ino?

– Sim pai?

– Já podemos ir.

– Tudo bem.

Ela levantou e entregou o caderno de volta ao ruivo. Eles se olharam nos olhos o que não passou despercebido pelo casal na porta. A loira foi ao encontro dos pais e antes de sair disse:

– Tchau Gaara.

– Tchau Ino.

Naruto gostou do que viu. Ultimamente Ino estava um pouco triste por não conseguir um namorado, mas o motivo disso era porque só a viam pelo que ela tinha e pela beleza dela. Gaara viu além disso e nunca se preocupou sequer em conhecê-la. Será que foi por isso que eles se conheceram tão de repente? Não sabia, mas se algo acontecesse entre os dois ele daria total apoio. Após liberar o ruivo do trabalho, Naruto e a família voltaram para casa levando consigo uma loira pensativa. Pensativa e feliz.


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