We Are Stars escrita por Akira


Capítulo 7
★ 06. A vida não é um conto de fadas.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! ♥
Muito, muito, muito obrigada MESMO pelos reviews do capítulo anterior. Sério, leitores melhores que você não existe! ♥
Vim aqui agradecer a Yukari chan, que fez com que eu gritasse de felicidade e incomodasse minhas amigas com sua recomendação maravilhosa! Sério, você é um amorzinho, fico feliz em saber que a fanfic está realmente de agrado. Esse capítulo foi escrito graças à você! ♥
Estou me esforçando para postar semanalmente, e olhe só, está dando certo. Cá estou eu, numa noite de domingo, postando mais um capítulo.
Espero que gostem ♥



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We Are Stars — Capítulo 06

Lucy Heartfilia.

Eu vou me casar! — Receber uma notícia tão feliz numa segunda feira era mágico.

Acordei nesta segunda nublada com o pensamento de que seria um dia normal, como todos os outros. Não deixava de pensar nas falas de Natsu no dia anterior, já que estava um pouco curiosa sobre o caso.

“[...] Mas, sabe, criar a imagem de alguém perfeita, fazer coisas que não gosta e deixar de fazer coisas que adora não parece ser algo aceitável.” O que ele queria dizer com isso? Eu sei que tinha mudado um pouco desde o adoecimento de meu pai, mas não era uma mudança tão drástica. Era?

Após esse fim de semana agitado, trabalhar era a coisa mais importante para mim. Sentir o cheiro da biblioteca e do conhecimento. Todos aqueles livros pertos fazia eu me sentir alguém especial, já que literatura sempre foi tudo para mim. Cheguei no meu local de trabalho um pouco animada, sendo recebida com a presença de Erza e Mirajane, no balcão. Sorri e acenei.

A albina nem correspondeu o cumprimento, logo estendeu seu braço em minha direção, mostrando um anel em seu dedo anelar. Ela praticamente gritou a notícia, e a ruiva batia palmas de alegria. Abracei a mais velha, tão feliz quanto, e dei graças aos céus que não tivesse ninguém na biblioteca para se incomodar com os gritos histéricos.

— Estou tão feliz por você, Mirajane! — Falei, sorrindo.

— Finalmente aquele loiro idiota criou vergonha na cara. — Erza comentou, de braços cruzados, arrancando risadas da outra.

Os minutos passaram com a albina contando os detalhes da noite em que seu noivo fez o pedido. Um jantar à luz de velas, que por mais clichê que fosse, não deixava de ser extremamente adorável.

— Foi graças à vocês duas que eu e Laxus estamos juntos hoje —, ela começou a dizer —, então fico feliz em dizer que escolhi vocês como madrinhas do meu casamento.

Para a curiosidade: Laxus, o noivo de Mirajane, é irmão de Erza. Que, por sua vez, é minha amiga. E eu, coincidentemente, trabalho na mesma biblioteca que Mirajane, que também tornou-se amiga da ruiva. Na festa de vinte anos de Erza, a albina foi convidada, e os dois se conheceram. Uma história simples e bobinha, mas que sempre achei adorável. Pequena brincadeira do destino.

Desde pequena, eu era uma grande fã de casamentos. Filmes, revistas, livros: tudo que abordava aquele tema foi de meu agrado. Uma criança completamente romântica eu fui, mas cresci e notei que muitas vezes era difícil de encontrar nosso final feliz. Não, nunca fui aquela garota antissocial que vivia escondida no fundo da sala, isolada de todas. Eu era normal. Tive meu primeiro beijo e o primeiro amor, que passou tão rápido como um piscar de olhos.

— Já decidiram a data?

— Claro! — Respondeu, animada. — Será dia quinze de dezembro.

— Dezembro?! — Arregalei os olhos. — Mas é daqui a três meses!

— Quanto mais rápido, melhor. Não acha? — Mirajane sorriu.

Ela contou-nos sobre os preparativos do casório. O jeito que a albina dizia sobre o assunto era incrível: enrolava fios brancos em seu dedo, e seus olhos azuis brilhavam tanto quanto estrelas. Talvez até mais. Isso era o efeito de estar verdadeiramente apaixonada?

Se fosse, gostaria de ficar neste estado de loucura.

A manhã foi completamente entediante, assim como todas as outras. Amava meu emprego, mas era um pé no saco trabalhar ali, sem muitas opções do que fazer – é nessas horas que me arrependo por não ter escolhido uma livraria como serviço.

Como todos os dias, hoje eu deveria ir para o hospital visitar meu pai, mas tive que cancelar este compromisso, já que havia coisas de faculdade para fazer durante a tarde inteira. E quando digo “coisas de faculdade”, é um sinônimo de: pesquisa para o seminário de sociologia. Estávamos próximos às férias do fim de ano, ou seja, essa nota era fundamental – ou muito mais que isso – para que eu pudesse passar de ano. Já fazia três anos em que eu cursava Direito. Três anos de pura aula teórica, que eu não via a hora de ter seu fim.

Sim, eu desgostava bastante do curso. Não era a área que eu iria me encaixar e que gostaria de trabalhar pelo o resto da minha vida, mas tirava muitos proveitos disso. As aulas de português eram esplêndidas e fantásticas, e eu, que era uma amante da leitura, utilizei isso como forma de melhorar minha escrita nos pequenos contos que eu escrevia.

Meu período na biblioteca tinha encerrado, então fui para casa, que não ficava longe dali.

No caminho para meu apartamento – perto das praias – era necessário passar pelo o hospital onde meu pai estava “internado”. Um lugar grande, com várias pessoas que eu nunca me dei o mérito de conversar, principalmente as enfermeiras. Muita gente saía e entrava pela a porta de entrada. Algumas mulheres choravam, outros homens tossiam. Uma ou duas moças saíram numa cadeira de rodas, carregando consigo um bebê, com um rapaz empurrando a cadeira.

Entre tantas misturas de emoções, lá estava ele, sentado nos degraus na frente do prédio. Sua cabeça estava enterrada em seus braços cruzados, pousados nos joelhos. Poderia ser uma pessoa qualquer, mas a coloração de seu cabelo era o que o diferenciava de todos. Havia apenas um metro de distância entre mim e Natsu, e mesmo assim eu podia ouvir seus soluços. Ele estava chorando?

Segurei com força a alça da bolsa que eu carregava, e também segurei eu mesma para não abraça-lo.

— Natsu?

O rosado levantou sua cabeça. Seus olhos estavam vermelhos, e as lágrimas pareciam insistir em descer por toda a extensão de seu rosto. Ver um garoto com um sorriso tão bonito chorando fazia eu ter vontade de chorar junto com ele. Natsu parecia abismado ao me ver: seus dedos tremiam, assim como seus lábios.

Levantou-se rapidamente e envolveu seus braços em torno do meu corpo. No início eu estranhei seu ato, mas parecia que um abraço era tudo que ele queria no momento. Retribuí, mesmo sem saber motivo de tanta tristeza. Ele dizia algumas frases sem nexo: “por que?”, “ela é tão nova”, “o que ela fez de errado?”.

Ficamos assim por alguns minutos até que o rosado se acalmasse. Consegui ouvir alguns comentários dizendo como os jovens estavam ousados hoje em dia, ou que deveríamos parar de fazer draminha no meio da rua. Senti um pouco desconfortável com as palavras ditas, mas as ignorei.

— Quer desabafar? — Perguntei, meio insegura sobre o que dizer. Admito que estava muito curiosa sobre o motivo que fez Natsu chorar tanto.

Ele negou com a cabeça, e finalmente me olhou nos olhos.

— Quero um café.

[...]

Seu olhar estava distante, e o rosado não sorriu nem uma única vez hoje. Não queria perguntar, mas gostaria tanto de saber! Droga de garoto misterioso!

— E então, como foi o trabalho? — Iniciou uma conversa, sem olhar para mim, e sim para seu café.

Estávamos em uma cafeteria que ficava próxima do hospital. Não tinha tantas pessoas ali, então conseguimos pegar os melhores lugares, que ficavam perto das janelas. Era agradável olhar as pessoas descontraídas caminhando pela calçada, ou os carros na rua.

— Trabalho numa biblioteca, não dá pra esperar muito vindo de um lugar assim ... — Comentei. Natsu soltou uma risada baixa, o que me fez ficar mais confortável.

— Sim, você está certa.

Silêncio novamente.

— Na verdade — comecei. —, uma colega minha está noiva, então meu dia foi mais animado que o normal.

Suas feições mudaram, e no lugar um sorriso surgiu. Estranhei a rápida mudança de humor.

— Que coincidência, um conhecido meu está noivo também. Parece que todo mundo decidiu se casar.

— Sério? — Ele afirmou com a cabeça. — Acho casamentos tão bonitos.

— Você não parece ser o tipo de pessoa que gosta dessas coisas... — Natsu comentou, apoiando seu queixo na mão direita. Soltei uma gargalhada.

— Posso ser idiota mas, acima de tudo, sou uma mulher. Mulheres são românticas.

E daí surgiu uma conversa agradável. No fim, não consegui descobrir o que deixou o rosado tão aflito, mas pude aproveitar sua companhia.

Parece que sua companhia tinha começado a se tornar algo necessário.

[...]

Olhei para o relógio, que indicava cinco horas. Estava pesquisando para o seminário durante três horas, e mesmo assim não havia terminado – eram vinte tópicos completamente complexos. Aliás, complexos demais para sociologia.

A xícara estava vazia, e o café tinha acabado. Estava sem opções para me manter acordada, e a pesquisa era para aquele mesmo dia. Meu objetivo era fazer no fim de semana, mas tive que gastá-lo com o pequeno problema chamado ressaca. Tinha vergonha mim mesma por ter que dizer isso.

Minha pesquisa estava quase completa, no entanto, não tive forças suficientes para passar do tópico dezoito (E o pior, era tudo manuscrito). Precisava me entreter com algo.

Olhei para a estante de livros da sala e um deles me chamou a atenção. Uma capa num tom avermelhado, um conto de fadas. Sua história era sobre uma princesa, que estava aprisionada em um castelo enorme. Semelhante à A Rapunzel, eu diria, tirando o fato de que, ao invés de um príncipe, seu verdadeiro herói era um dragão.

Um livro bobinho, mas que tive extrema vontade de ler, principalmente porque fora uma recomendação de Natsu, que tinha mencionado sobre na primeira vez que nos encontramos.

Peguei-o e me aconcheguei no sofá, antes de começar a lê-lo. O que não pôde ser prosseguido com sucesso, já que, por alguma razão, imaginei todas as cenas comigo sendo a princesa e um certo rosado como dragão. Fechei-o com força, corada.

“Droga, no que estou pensando?!”

Precisava livrar meus pensamentos de Natsu, então liguei para Levy. No início ela pensou que não era eu no telefone, mas acabou por ser convencida. Claro, era estranho eu ligar para as pessoas, principalmente se eu dissesse “Vamos dar uma volta?”.

No final, encontrei-me sentada no bar que ficava ao lado do prédio em que eu morava. Estávamos somente eu e a azulada sentadas em uma mesa, eu bebia refrigerante e ela um copo de cerveja. Levy me encarava, um pouco nervosa.

— E aí, o que você quer? — Indagou, cruzando os braços.

— Na verdade, só conversar.

— Conheço esse seu “Só conversar”, Lucy. — Suspirou e bebeu um gole de sua bebida. — O que te incomoda?

Cocei meu ombro e repousei minha cabeça na mesa do bar. A outra pareceu notar minha aflição.

— Ei, tá tudo bem?

— Se eu estou bem? — Levantei a cabeça e fitei minha amiga. — Estou ótima. Aliás, melhor do que ótima. Se tirar, claro, o fato de que não consigo parar de pensar nele! Acho que estou endoidando, Levy. Hoje eu encontrei ele no hospital, ele estava chorando, e eu estou completamente curiosa pra saber sobre o que ele chorava. Nos abraçamos, e ainda consigo sentir o cheiro dele preso nas merdas das minhas narinas!

— Espera, garota! Conta devagar! De quem você está falando? — Levy colocou suas mãos em meu rosto, na tentativa de me acalmar.

— De quem você acha que estou falando? Estou falando sobre o Natsu!

Silêncio.

Tive vergonha de minhas palavras. Talvez tivesse me exaltado mais do que deveria. Levy estava estática, mas, aos poucos, um sorriso surgiu em seu rosto.

— Alguém está caidinha por alguém! — Cantarolou.

— Não estou “caidinha por alguém” — fiz aspas com os dedos.

A azulada pediu para que eu contasse o que tinha ocorrido, e permiti a mim mesma dizer tudo nos mínimos detalhes. Ela parecia prestar atenção em tudo que eu dizia. Na verdade, suas feições apresentavam mais preocupação do que curiosidade ou até mesmo entusiasmo. Seus olhos castanhos arregalaram após eu dizer que Natsu chorava na frente do hospital – contei até mesmo das frases que ele tinha dito em meu ouvido.

No fim de tudo, a menor estralava os dedos, nervosa.

— Levy, você sabe de alguma coisa? — Perguntei.

Ela olhou para os lados e se aproximou de mim.

— Vou te dizer só porque contei para ele praticamente sua vida inteira, ok? — Disse, baixo.

Acenei com a cabeça. Ela suspirou.

— Natsu tem uma irmã, que está hospitalizada com leucemia.

Fiquei perplexa, como se aquela notícia tivesse me acertado com uma faca no peito.

“Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o.” -William Shakespeare


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. Eu, particularmente, gostei bastante desse capítulo.
Me perdoem, eu TIVE que colocar um livro com esse tema no meio da história. Foi uma ideia que surgiu enquanto eu escrevia.
Espero que vocês tenham conseguido assemelhar o título com o capítulo, fiquei meio em dúvida sobre o que colocar...
Até ♥



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