De Repente Grávida escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 6
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Oi Gente --* Oia eu aqui antes de domingo =] como prometi eu cumpre u.u kk
espero que goste desse capitulo tanto quanto eu



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Casamento era uma palavra que Caroline nunca associara a Klaus, solteirão inveterado. E mes­mo agora que ia ser pai, no fundo, continuava o mesmo. Não pretendia casar-se, só o faria por senso de dever.

— Por que está sorrindo? — Klaus perguntou, que­brando o silêncio.

Nem reparara que estava sorrindo! E o que mais poderia fazer diante do absurdo daquela proposta?

Amava aquele homem, carregava seu filho no ventre, sempre tivera certeza de que, no momento em que ele soubesse sobre o bebê, se sentiria compelido a pedi-la em casamento, não por­que a amasse, mas por causa da criança.

— Pobre Klaus! — Caroline murmurou.

— O que quer dizer com isso? Caroline sorriu sem graça.

— Uma esposa já é ruim. Uma esposa e um filho, então... Você acha que sobreviveria, Niklaus?

— Como todo pai, suponho. Com noites mal dormidas e muita preocupação — respondeu, diante do olhar indagador de Caroline.

Era assim mesmo que seu pai descrevia a época de cresci­mento dela e de suas irmãs, as épocas das doenças infantis, as gripes, as febres, e nunca imaginara Klaus às voltas com esses cuidados.

— Você deixou de citar as alegrias, Klaus.

— As alegrias fazem parte de todo o processo. É o que você experimenta depois de uma noite mal dormida, quando você vê a criancinha sem febre olhar sorrindo para você. Bill me con­tou que, durante cinco anos, ele parecia um zumbi. Uma hora era sarampo, outra catapora, outra amigdalite, e assim por diante.

Caroline lançou-lhe um olhar severo.

— Você não contou a meu pai sobre...

— Caroline, duvido muito que estivesse aqui se Bill soubesse que esse filho é meu — Klaus retrucou. — Quando desliguei o telefone, sem ter descoberto o seu paradeiro, fui vê-lo e ele me disse que se encontrasse o homem que a engravidou, o mataria. Nesse caso, Caroline, sua discrição salvou-me a vida.

— Eu não queria vê-lo morto, nem meu pai na cadeia por homicídio doloso, claro!

Ele olhou-a sério.

— Isso ainda pode acontecer — admitiu. — Minha vida está em suas mãos. Compreendo, porém, que você queira poupar seu pai de uma condenação por assassinato.

Claro que estavam exagerando, mas Caroline queria mesmo poupar o pai do aborrecimento de saber que Klaus era o autor do que ele considerava um delito grave.

Em se tratando de casamento, as coisas mudavam de figura. Pessoalmente, achava que não poderia morar debaixo do mes­mo teto com um homem que amava o filho, mas não a esposa. Sabia que, cedo ou tarde, teria de encarar esse problema, mas sabia também que, a partir do momento em que decidira ter seu filho, lutaria por ele. O que significava lutar por ele? Sacrificar a criança ou sacrificar-se pela criança? Enfrentar uma disputa legal com Klaus ou unir-se a ele para não afastar a criança do pai e ela cresce no seio de uma família constituída? Não sabia o que fazer... Sua voz soou trêmula quando disse:

— Você não quer se casar comigo,

...

— Eu não estou interessado no que quero, nem no que você quer. Isso, realmente, pouco importa.

Caroline engoliu em seco. As palavras de Klaus atingiram seu coração como uma punhalada.

— Não importa?

— Não, claro que não — ele respondeu com firmeza. — Te­mos que pensar no bebê. O resto é egoísmo.

— E o que você acha que eu tenho feito todo esse tempo? Por que me afastei do trabalho, que, você sabe, eu adoro, se meu bebê não contasse acima de tudo? Por quê? Porque sou uma egoísta?

— Não foi o que eu quis dizer...

— Foi, sim — ela retrucou, com o rosto vermelho de raiva. — Você não tem esse direito.

— Caroline — Klaus disse em tom conciliador — eu não vim até aqui para brigar com você.

— Então, para que veio? — ela perguntou, desafiando-o. Klaus suspirou fundo.

— Já lhe disse. Vim para pedir, para implorar, se necessário, que considere meu pedido de casamento. Filho é coisa séria.

Caroline achou que aquelas palavras representavam para ele um Sofrimento, e para ela, uma tortura. Que casamento seria aquele em que nenhum dos dois realizaria seu sonho de felicidade?

— Já considerei Klaus, e...

— Considere novamente — ele a interrompeu prevendo, uma negativa. — E, desta vez, encare a questão por outro ângulo que não o seu.

Caroline notou que Klaus, ao dizer isso, cerrou os punhos com força como se quisesse estrangulá-la e achou inútil, naquele momento, tentar convencê-lo de que ao engravidar decidira que não existiria no mundo nada que amasse mais que seu bebê e que as necessidades, da criança viriam em primeiro lugar. Uma criança precisava de pai e mãe. E se perguntava: pais que não se amavam representariam o melhor para uma criança?

Olhou para Klaus, desafiando-o.

— Como pode estar tão certo de que é seu filho?

— Tenho certeza, Caroline.

— Não sei como...

— Duvido que aquela noite comigo tenha sido suficiente para abrir-lhe as portas de uma vida de conquistas — declarou. — Naquela noite, você era virgem.

Caroline engoliu em seco e virou-se de costas para que ele não a visse enrubescer. Era bem verdade que ela tinha vivido e trabalhado nos últimos anos num ambiente de pessimismo que nunca a atraíra. Talvez porque amasse Niklaus, jamais con­sentira em uma intimidade maior com homem algum.

— Você está certo, Klaus. É seu filho.

— Nunca duvidei.

— Mas que tipo de casamento você está me oferecendo? — ela perguntou, fingindo indiferença, não deixando entrever que o que ele dissesse nos próximos minutos poderia decidir o resto de suas vidas.

Klaus olhou-a espantado.

— Não entendo...

— Na atual circunstância, a pergunta é perfeitamente cabí­vel — Caroline respondeu, voltando a se deitar na espreguiçadei­ra. — Mas não se preocupe. Não estou pedindo que você faça de conta que me ama, assim como não pretendo fazer de conta que o amo.

Como posso fazer de conta, se o amo? Pensou Caroline.

Klaus pareceu totalmente intrigado com aquele raciocínio nebuloso.

— Aonde você quer chegar?

Ela queria afeição, se não amor. Respeito, sem dúvida. Fi­delidade, sobretudo, coisa de que considerava Klaus incapaz. Sentiu-se fragilizada ao pensar nele às voltas com Hayley Marshall.

Suspirou bem fundo.

— O caso é o seguinte, Klaus... Eu cresci numa família nu­merosa e, por isso, nunca quis ter um filho só.

Klaus franziu a testa, tentando compreender aonde ela que­ria chegar.

— Você não está esperando gêmeos, está? — ele balbuciou. Gêmeos? Que pergunta! Klaus tinha cada idéia, Caroline pen­sou, mas decidiu responder com lógica.

— Não que eu saiba.

— Então, se não são gêmeos, para ter uma família numerosa ainda há muito o que fazer — ele comentou pausadamente, com ar brincalhão. — Sei aonde você quer chegar.

— Sabe?

— Acho que sim, Caroline — Klaus começou, dirigindo-se para a espreguiçadeira. — Muita coisa que se diz e se publica sobre minha vida particular não é verdade.

— Se só metade for verdade, Klaus, já daria uma novela! — Caroline objetou.

— Bem, talvez metade seja verdade — ele disse, sentando-se ao lado dela.

Caroline, ao sentir o calor que emanava dele, quase entrou em pânico. Procurou controlar-se. Havia deitado com aquele ho­mem, sentido o corpo nu dele sobre o seu feito amor, gerado um filho com ele... Como não sentir o coração acelerado ao tê-lo tão perto de si? Sabia que não poderia passar o resto da vida compartilhando o mesmo teto sem... Sem...

Mesmo assim, se esquivou quando Klaus tentou tocá-la.

Klaus voltou a contemplar o mar tranqüilo e depois de uma breve pausa, comentou bem-humorado:

— Se você, toda vez que eu tentar tocá-la, me evitar, nunca vai conseguir ter a família numerosa que pretende.

Caroline tinha a resposta na ponta da língua:

— A única vez que você tocou em mim, me deixou grávida, lembra-se?

— Bem, parece que no momento você não corre esse perigo.

— Muito engraçado, Klaus.

Levantou-se da espreguiçadeira, afastando-se dele. O proble­ma era que só o fato de Klaus tocá-la levemente bastava para atear dentro de si uma ardente chama de desejo e fazer seu coração bater descompassado. Tinha receio de que ele o ou­visse bater.

Por que não conseguia odiá-lo ao invés de amá-lo? A vida seria bem mais fácil!

Klaus tinha quase certeza de que a resposta de Caroline seria não.

Então, o que faria? Anunciaria aos quatro ventos que era o pai da criança que Caroline esperava? Essa atitude não seria a mais correta, se desejasse como desejava participar direta-mente da vida de seu filho.

Nunca se preocupara em ser pai. Pensava que para querer ser pai era preciso ter ao lado a mulher amada e Caroline sempre representara para ele um sonho impossível. Porém, a partir do momento em que soube que seu filho crescia, dia-a-dia, no ven­tre da mulher amada, encheu-se de orgulho e de uma necessi­dade imensa de ser o tipo de homem que um filho merecia ter como pai. Se Caroline recusasse seu pedido de casamento, par­tiria para a luta. Por razões que nunca revelara a ninguém, havia, desde pequeno, lutado sempre.

Preocupava-se por Caroline. A última coisa que queria no mun­do era expô-la. Como marido, poderia protegê-la durante a gra­videz, após o parto, por toda a vida.

A última coisa que queria no mundo era feri-la.

— Klaus — a voz de Caroline, rouca como se saísse do fundo de seu peito, interrompeu seus pensamentos. —, pensei bem e cheguei à conclusão de que...

— Não se deixe levar por conclusões precipitadas — Klaus pediu temeroso do resultado dessa conclusão. — Como mãe solteira, mesmo sendo de família rica, você terá dificuldade para conciliar maternidade e trabalho, tentando fazer tudo pelo bebe e vivendo exausta.

— Decidi aceitar seu pedido, Klaus — Caroline declarou quase tímida.

Quando se conscientizou de que Caroline acabara de dizer sim, olhou-a surpreso. Mais que surpreso. Não pôde evitar o espanto. Sabendo o quanto era independente e teimosa, achava que a luta a ser travada para persuadi-la a casar-se seria árdua e demorada, tanto que nem comprara passagem de volta. Olhou para ela com olhos semicerrados de suspeita.

— O que você está tramando, Caroline? — perguntou cauteloso, certo de que ela estava arquitetando alguma coisa.

Caroline riu baixa e meneou a cabeça. Seus cabelos cor de mel ondularam de um lado para outro, acariciando os ombros delicados.

— Essa pergunta não tem sentido quando uma mulher acaba de aceitar seu pedido de casamento — disse Caroline em tom de protesto. — Pode estar seguro de que não estou tramando coisa alguma, só que...

— Ah! — exclamou Klaus. — Eu sabia que você imporia condições! Quais? — perguntou na defensiva.

Se, aceitando seu pedido de casamento, Caroline pretendia ce­lebrar um contrato nupcial, com tempo determinado de dura­ção, se desejasse um casamento de conveniência, para salvar as aparências, não aceitaria. A única vez em que estiveram juntos, intimamente unidos, valera como prova de que nunca poderia conformar-se com um casamento platônico, porque que­braria a promessa no momento em que ela fosse sua mulher.

— Klaus, quero que você pense bem no que vou dizer. Ob­viamente não vamos nos casar pelas mesmas razões pelas quais normalmente as pessoas se casam e decidem viver juntas pelo resto de suas vidas. Eu... Eu estou falando de amor. Até o mo­mento, ao que tudo indica, nem você nem eu encontramos uma pessoa assim.

— Se você está dizendo que não encontramos ninguém por quem nos sentíssemos apaixonados, Caroline, diga logo.

— É isso mesmo. E até o momento em que esse amor não surgir em nossas vidas, quero que tenhamos os mesmos direitos e obrigações.

— Droga, Caroline! Por que não vai direto ao assunto? Ser evasiva não combina com seu estilo. Você está querendo dizer que se casarmos você espera que eu seja fiel?

— Não só você. Eu também. Ambos seremos fiéis.

— Entendi. Até encontrarmos a pessoa de nossos sonhos, sem a qual não poderemos viver. Aí, cada um irá para o seu lado. E isso? — Klaus rebateu, obviamente furioso. — Sinto muito, Caroline, mas essa condição é inaceitável.

Caroline empalideceu. Todo o sangue pareceu fugir de seu ros­to, imprimindo-lhe uma aparência de fragilidade que o deixou alarmado.

Não podia, porém, entregar-se àquela condição. Não poderia viver com uma espada sobre a cabeça, temendo que Caroline, um dia, o deixasse por outro homem. Casando-se com ele, ela seria sua para toda a vida.

— Procure entender meu ponto de vista, Caroline — ele mur­murou ainda preocupado com a palidez do rosto dela. — Você não está sendo razoável.

— Eu sabia que estava pedindo muito — ela disse desgos­tosa, recolocando os óculos escuros. — Você continua a se dar o direito de ficar com a Hayley Marshall. Sinto muito, mas eu não poderia viver assim.

Klaus agarrou-a pelos ombros.

— Você não poderia viver assim? Então, por que eu poderia? — Klaus disse, sacudindo-a. — Pelo que sei um casamento já pode ser bem difícil, sem ter que ficar à espera que o marido ou a mulher se apaixone por alguém.

Caroline abriu a boca para dizer algo, mas fechou-a de novo, encarando-o de cara amarrada.

Klaus sustentou aquele olhar. Estava pronto a fazer tudo por Caroline, a concordar com tudo que quisesse, mas ficar espe­rando sentado, pensando em quando ela o deixaria, era demais! Não o faria!

Caroline gaguejou:

— Eu não quis... eu não estava... Klaus, acho que você não entendeu.

— Entendi perfeitamente, Caroline. Ou você se casa comigo, assumindo um compromisso para toda a vida, ou nada feito!

Klaus sentia o coração bater forte no peito, o sangue correr em ritmo alucinado por suas veias, enquanto aguardava a res­posta de Caroline, vendo seu futuro equilibrar-se no fio de uma navalha. Não queria pô-la contra a parede porque, dadas as circunstâncias, a ela caberia a última palavra.

— Klaus — Caroline começou lentamente —, quando você de­clarou que tais termos eram inaceitáveis, pensei que queria dizer que sua fidelidade em relação a mim era inaceitável... Que sempre existiriam Hayley.

Klaus apertou os lábios.

— Posso ter pensado em casamento um pouco mais tarde que a maioria dos homens, Caroline, mas isso não quer dizer que eu não saiba o que o casamento significa.

Um nervo pulsava insistentemente no pescoço de Caroline, mas a cor começava a voltar a seu rosto. Finalmente, ela conseguiu relaxar, mesmo tendo ainda os ombros sobre a pressão da mão de Klaus.

— Concordo — ela murmurou em tom suave.

Klaus não entendeu. Com que ela concordava? Parecia que estava vivendo um pesadelo em que suas emoções rolavam de um lado para outro de maneira incontrolável.

— Concorda com o quê?

Caroline respirou fundo, ergueu os olhos para ele e esclareceu:

— Concordo com que não seja um relacionamento temporá­rio. Nada de meios compromissos. Nada de terceiros envolvidos. Nunca. Concordo em casar-me com você nos seus termos.

Como por encanto, todas as apreensões desapareceram da mente e do coração de Klaus. Caroline iria ser sua esposa! Naquele momento, era tudo que contava.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me fale... e comente PLEASE!!!
Inté semana que vem.
—_________
Próximo Capitulo

— Além do mais, preciso ter uma conversa com Damon sobre...
— Sobre o quê, Klaus?
— Sobre se podemos...
— Podemos o quê, Klaus? — Caroline perguntou, cansada de tantas reticências.
— Se podemos... você sabe... — Klaus repetiu, segurando o riso, pois sua única intenção era brincar com ela.



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