Misguided Ghosts-Thalico escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey, essa é minha primeira fic e eu só espero que me deem uma chance... o primeiro capítulo tá aí... E tem um tamanho considerável... Qualquer erro, me avisem!



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Nico's P.O.V

Abri os olhos... A viagem nas sombras havia me trazido para um lugar vazio. Não havia uma alma viva naquele lugar... Um parque. Era fim de tarde.

Eu estava sozinho... Ninguém me veria. Eu poderia chorar a vontade...

E foi o que fiz...

As lágrimas abriram caminho. Sem parar... Eu não as segurei. Não adiantaria em nada... E eu estava sozinho.

Pelo menos, foi o que eu pensei...

Algumas crianças, todas vestidas com uma roupa cinza, surgiram, caminhando... Os olhares se detiveram sobre mim... Ainda chorando e chutando as folhas no chão...

Olhei para elas. Não pareciam ter mais de dez anos...

– PERDERAM ALGUMA COISA?!

Sei que fui um pouco grosseiro. (N/A: Um pouco? Tem certeza?) Mas eu estava furioso... Todos que eu conhecia morriam...

Hazel... Ela não tinha que ter morrido... Não de novo. Eu é que queria ter morrido em seu lugar... Assim, acabava com minha vida miserável.

As crianças recuaram... Algumas choraram e correram até uma moça.

Ótimo, pensei,Estou ferrado!

– Que falta de educação! - Repreendeu a moça. Ela tinha cabelos negros presos suavemente em um coque. Não parecia ter mais de trinta anos. A garotinha que correu até ela parecia ter uns sete... - Você não tem mãe?

Ok, isso foi um golpe baixo!

– Não! - Voltei a soluçar. - Eu não tenho família nenhuma! Sou sozinho! Perdi minha irmã mais velha e minha irmã mais nova! Não tenho nada! Nem amigos e nem família!

O olhar de repreensão da moça virou um olhar de compreensão. Ela sorriu e veio até mim.

– Ah, querido... Não tem que descontar seu sofrimento nos outros... Sou dona de um orfanato aqui perto. Venha comigo...

– Não quero ficar em orfanato nenhum! - Solucei novamente e afundei meu rosto entre as pernas. - Eu quero ficar sozinho!

Ela tocou minha mão.

– Então fique pelo menos para tomar um chocolate quente... Não vai fazer mal a ninguém... Fique lá só por uma noite...

Limpei as lágrimas com o dorso da mão.Uma noite não faz mal a ninguém, não é? Só uma noite...

Olhei em volta. Já estava escurecendo. Um par de olhos amarelos me fitavam entre as árvores mais distantes...

Me levantei e olhei para a moça, que me olhou sorrindo.

– Uma... Noite.

As crianças ao redor começaram a se aproximar. Uma delas era incrivelmente parecida com Bianca. O que fez meu coração arder. Me aproximei dela.

– Oi... - Disse. - Como você se chama?

– Bia. - A menina ficou vermelha... Era tímida.

– Oi, Bia. - Limpei mais lágrimas. - Meu nome é Nico.

– Nico? - Ela questionou. - É um nome bonito.

– O seu também...

Caminhei até um prédio. Era bonito. Tinha paredes pintadas de uma cor que parecia laranja. As janelas eram várias. E eram todas abertas. Havia um jardim ao lado. Tinha flores de todos os tipos. Rosas, Margaridas, Girassóis e...Lírios. Segurei um soluço. Hazel adorava lírios...

O interior do orfanato não parecia ser ruim...

As paredes eram brancas. E muitas estavam preenchidas com fotos e desenhos das crianças que viviam lá.

Passamos por um casal, que conversava com uma senhora. De cabelos brancos presos em um coque. Ela era gorda e baixinha. E tinha um olhar de doçura, apesar de ter me olhado como se eu fosse um visitante indesejado quando eu passei por ela.

Cuidado, Nico! Acho que morrer seria mais agradável, mas você tem que tomar cuidado!

A moça me levou até a cozinha e começou a preparar um chocolate quente. Me sentei em uma das cadeiras que havia lá e esperei...

– Como é seu nome mesmo, querido? - Ela perguntou enquanto misturava o chocolate.

– Nico. Meu nome é Nico.

Parabéns, di Ângelo! É super seguro sair por aí dizendo seu nome!

Ela sorriu.

– Meu nome é Maria... E eu espero que fique confortável. - Ela estendeu o chocolate. - Tome.

Bebi tudo. Era bom para caramba! Eu estava realmente precisando disso...

Bia entrou na cozinha e correu até Maria.

– Mamãe! Eu também quero chocolate quente!

Que irônico! A menina é idêntica à Bianca, se chama Bia e é filha de uma moça chamada Maria! O mundo deve estar querendo me zoar...

– Shh, Bia! Não é só você que vive aqui... Temos dezenas de crianças!

– Ah! - Ela cruzou os braços e fez um biquinho. Maria riu.

– Chame os seus amigos... Vão todos para o refeitório, já que é hora do jantar!

Bia saiu, saltitando.

– Posso ajudar? - Falei.

– Não precisa se incomodar...

– Está tudo bem... - Me levantei e peguei uma das grandes panelas que tinham lá... Da panela saía um cheiro ótimo de ensopado.

Coloquei a panela sobre a mesa e enchi um prato com ensopado. Logo, um garotinho pegou o prato e foi se sentar.

– Tobias! - Repreendeu Maria. - Esqueceu de orar? Você deve esperar a comida chegar até você!

Servimos todas as crianças. Bia e uma amiga sua discutiam o lugar onde eu ficaria.

– Ele vai ficar do meu lado! - Chiou Bia.

– Não é justo! Você sempre quer ficar do lado dos novatos!

– É porque eu falei primeiro, Anna! E ele vai ficar comigo!

– Só porque você sonhou com ele!

Pisquei.Bia sonhou comigo? Mas nós nos conhecemos hoje!

– Ei... - Eu disse. - Vou ficar entre as duas. Assim vocês duas ficam do meu lado, pode ser?

As garotinhas sorriram quando eu me sentei entre elas.

– Olha, Bia... - Falou Anna. - Ele tem uma espada de verdade!

Gelei e olhei para Anna, que queria tocar na lâmina da espada.

– Não pode tocar... Você vai se machucar... - Falei. Ela fez um bico e olhou para Maria.

– Agora, uma oração! - Maria olhou para a velha senhora. - Mas antes, conheçam Nico... Ele vai passar uma noite com a gente. - Ela apontou para mim. A senhora gorda me olhou e pareceu lamber os beiços.Espero que tenha sido a sopa!

As crianças me olharam como se estivessem olhando para um brinquedo novo na vitrine. Eu sorri, meio desconfortável.

Ouvi um rosnado. Vinha da velha? Não... Vem de fora.

O teto desabou com um estrondo. As crianças começaram a gritar. Um drakon estava nos observando com seus grandes olhos amarelos.

Recuei e empurrei Bia para o lado, antes que o monstro a pegasse... Eu não sabia se elas podiam ver, ou se ele queria pegá-las. Mas vi uma necessidade de proteger todos ali.

Todos, menos a velha...

Ela virou uma harpia e voou em minha direção com as presas à mostra...

Ótimo!

Peguei minha espada e desferi um golpe certeiro na velha, decepando-a. A cabeça e o corpo viraram poeira dourada...

O drakon tentou me abocanhar, rolei para o lado e tentei acertá-lo. Ele recuou e tentou me abocanhar de novo. E quase conseguiu... Mas eu desviei, e pude sentir seu bafo horrível antes de tombar no chão...

– Mamãe! - Chiou Bia. Não vi nenhum sinal de Maria. Fiquei em desespero. Bia estava encolhida debaixo da escada. Chorando.

– Bia! - Foi a voz de Maria. Olhei para trás... O teto estava cedendo. Maria estava logo abaixo dele. Ela caminhou devagar até perto de mim.

O drakon rugiu e pisou no teto, que cedeu e desabou sobre Maria com um estrondo.

– NÃO! - Gritei. O drakon me encarou e partiu para cima de mim. Não havia nenhuma criança à vista. Apenas Bia, Anna e Tobias. Os três estavam encolhidos e choravam muito.

Corri até os três e os agarrei. Visualizei uma sombra e me joguei, com as crianças, sobre ela no momento em que o drakon desceu a cabeça e tentou nos abocanhar. Foi o último vislumbre que eu tive antes de sermos engolidos pelas sombras.

Abri os olhos. Estávamos longe do orfanato... Em algum lugar do Canadá, talvez.

A única coisa ruim era que estava nevando.

Odeio neve.

As crianças tremiam. Ainda abraçadas comigo... E soluçavam.

– Está tudo bem... - Falei. - Nós saímos...

Os três abriram os olhos. E olharam em volta.

– Estou com frio... - Disse Bia. - Cadê minha mãe?

Meu coração doeu como se tivesse sido atravessado por um arpão... Fala sério! Agora Bia estava correndo o risco de ter a mesma vida que eu! E eu não podia deixar isso acontecer! Mas mesmo assim, o pesar fez doer meu corpo.E ela tinha acabado de me conhecer! Foi tão carinhosa!

Senti as lágrimas abrirem caminho pelo meu rosto, coberto de fuligem.

– Ela não vai voltar... - Foi tudo que saiu da minha boca...


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Notas finais do capítulo

Bem, foi o meu primeiro capítulo! Comentem, please! Não sei quando vou postar o próximo, mas postarei! Bjuss!