Até o fim escrita por Isabella Cullen


Capítulo 17
Um minuto. Um silêncio.


Notas iniciais do capítulo

Eu quero avisar a todas as leitoras que estão me mandando MP me ameaçando de morte que eu vou postar hoje e amanhã assim vocês não me matam ok? kkkkkkkkkkkkkkk Obrigada minhas lindas pelos comentários e é um prazer postar essa fic. Amanhã tem mais eu dividi o capítulo para ficar melhor. Beijos lindas!



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8 anos depois...

O aeroporto estava lotado, já estava se acostumando com aquele movimento intenso de pessoas entrando e saindo de todos os lugares que ia. Um pouco cansado, um pouco triste e também esperançoso. Estranha a sensação de esperança depois de todo o tumulto. Pegou o celular do casaco grande que o aquecia do inverno intenso, não era comum nevar, mas estava nevando e o aeroporto estava fechado para pousos e decolagens. Sentou-se num banco perto dos locais de informações para conseguir visualizar qualquer mudança e assim voltar para casa. “ Estamos aqui caso precise.” Essa mensagem era de sua irmã e tinha um outro, da sua mãe “ Volte quando estiver pronto. Te amamos.” Ele nunca estaria pronto, pensou enquanto via outras mensagens de seus amigos perguntando onde ele estava e o que tinha acontecido.

Nada tinha acontecido, ele se contorceu pensando nisso, simplesmente tinha deixado Giana no hotel com a notícia mais devastadora da sua vida. Das suas vidas. Ele não iria entrar naquela igreja, não ia se casar, não iria morar no apartamento que ela montou durante um ano, não iriam para a lua-de-mel numa ilha do caribe. Não iria fazer nada que tinham planejado e sonhado durante mais de dois anos, carreira e filhos, viagens e tudo que ele deixou ela pensar que aconteceria.

Ele abaixou a cabeça e passou uma mão no cabelo, estava com o coração apertado, um desconforto indescritível estava no seu corpo como se nada fosse suficiente para abafar aquilo. Queria gritar, sair correndo, chorar e talvez morrer. Morrer era uma ideia agradável, não sofrer e nem fazer ninguém fazer sofrer. Lembrou de Giana vestida de noiva no quarto do hotel, rindo ao vê-lo, brincando sobre superstições e perguntando sobre qual brinco usar.Ela estava linda, mas não conseguiria levar aquilo adiante. Tinha deixado tudo ir longe demais, iludido ela demais. Ele precisou segurar ela quando ela se deu conta que não era brincadeira, ela desabou pálida nos seus braços e quando recobrou os sentidos viu a raiva passando nos seus olhos azuis. Começou a gritar e a jogar as coisas em cima dele, foi preciso duas madrinhas e um padrinho para segurar ela enquanto ela falava as mais sinceras e verdadeiras frases: “Idiota! Fique com a morta! Ela está morta! Morta!”.

Isabella estava morta, mas não em seu coração. Nunca conseguiu esquecê-la completamente e não conseguiria, ele precisava confessar que não iria nunca amar alguém como amou aquela linda e bela jovem. De repente, lembrou do perfume e da cor dos cabelos brilhando no sol e do seu sorriso, o coração reagiu imediatamente a lembrança com uma dor insuportável que o fez soltar algumas lágrimas. Estava em público, olhou ao redor e viu somente algumas pessoas sentadas isoladamente e conteve a vontade de se entregar ao choro. Lembrou-se de Giana chorando enquanto ele dava as costas para a noiva histérica, amparada pela mãe furiosa e os irmãos que tinham vindo saber o motivo da gritaria.

Giana tinha sido o resultado de mais de três anos de terapia, quando ele finalmente conseguiu sair de casa com alguns amigos a conheceu num bar em. Ela estava usando uma calça e uma blusa verde linda. Os cabelos loiros lisos e os olhos azuis chamaram logo sua atenção, era muito bonita e baixinha. Sua mãe nunca demonstrou gostar nem desgostar dela, só estava feliz por ele finalmente ter alguém. No aniversário de três anos pareceu certo pedir a mão dela, sabia que não teria ninguém mais paciente e compreensiva com seus fantasmas. Uma vez ela o pegou saindo da casa de Isabella e não comentou ou perguntou, só sorriu em um gesto de solidariedade. Foi nesse dia que ele decidiu casar com ela, mas se enganou quanto a conseguir fazer isso até o final. Conforme tudo foi ficando mais sério e concreto ele se lembrou da aversão que tinha a palavras como: igreja, convidados e festa. Tudo que deveria fazer ele se sentir realizado foi fazendo ele ficar mais e mais desesperado para sair daquela confusão, mas quando tentou conversar com sua mãe ela riu contando uma história de seu pai desmaiando na igreja. Ele sabia que não era seu caso, tinha uma certeza de que aquilo estava errado e Isabella foi voltando aos seus pensamentos e aos seus sonhos. Quando decidiu não levar aquilo adiante já era tarde demais.

Edward lembrou de não saber o que fazer quando entrou na casa de seus pais, as malas e as passagens e todos os planos desfeitos estavam ali para lembrá-lo do compromisso rompido. E em uma atitude que ele julgou infantil e covarde ele foi para um país sem história, China. Quando decidiu viajar não tinha lugar que não houvesse Isabella, China era uma escolha agradável. Ele se lembrou dela falando que nunca tinha ido lá e não pensava em ir sem antes voltar à Índia.

A raiva por James o tomou. Ninguém tinha realmente provado que aquilo não foi um acidente, mas ele sabia que tudo tinha sido um plano bem orquestrado por seu pai. Agora o infeliz tinha se matado e ela estava morta, morta por aquele psicopata que dedicou sua vida e dinheiro para matá-la. “A razão da minha existência” o ouviu dizer no funeral antes de tentar dar um soco na cara dele e foi impedido por três grandalhões que o acompanhavam. O enterro foi a imagem mais marcante e ele nunca esqueceria ela ali sem vida na sua frente e Sue aos prantos do seu lado, inconformada e abalada demais para notar a presença dele.

Ele foi mesmo com todos os protestos de sua mãe e do médico, ainda estava muito ferido quando a enterraram. O acidente foi violento, mas certeiro. Ela morreu ainda no local e ele tinha sobrevivido e durante meses se perguntou o porquê, ela era melhor que ele, ela era mais especial. O amor aqueceu o coração e Edward quis chorar de novo. Lembrou-se de Jacob e dos amigos dela que vieram para o enterro, como eles não acreditaram que ali estava Isabella.Parecia que dormia e a qualquer momento iria despertar, foi a única vez que viu Jacob chorar e demonstrar qualquer sentimento mais forte. Ele tinha sido a rocha e confessou que quando se despediram nunca imaginou que seria para sempre.

Tudo que ele era veio da presença quase mágica dela, tudo que ele fez foi inspirado pela nobreza dela e seu caráter. Lembrou-se dos erros e acertos, do amadurecimento vindo dos fracassos e o sabor da vitória penosa e difícil. Depois que saiu do quase coma que foi o luto, ele se formou com muito esforço e tentou se arrumar em grandes firmas, aquilo não o agradou e formou sua própria ONG, dava assistência gratuita para os moradores de um bairro pobre e ainda não satisfeito foi ampliando os serviços até conseguir uma sede maior. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente por um jornal francês. Ele cresceu com o sofrimento daquelas pessoas, trabalhava mais para conseguir recursos e com a ajuda de sua mãe conseguia doações em eventos beneficentes, trocas de favores e simplesmente as coisas cresciam. Agradava a ideia de Isabella talvez se orgulhando do que ele estava fazendo, sua vida não era mais inútil afinal.

Finalmente usou o dinheiro que herdou dela para fundar sua própria firma e os negócios iam bem, Giana era uma companheira e apesar de não gostar muito da ONG aceitava bem seu pouco tempo com ela devido aos diversos problemas causados pela ONG e a firma. Edward se orgulhava do homem que era, mas sabia que seu coração parou de bater no dia do acidente, ele nunca se recuperou totalmente e precisava encarar o fato de que precisaria viver como um homem de uma mulher só. Uns meses depois do acidente ele leu uma frase de um escritor francês e no dia do seu casamento a leu novamente, a frase memorizada já vinha com facilidade a sua mente.

"Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu".

Ele tinha eleito Isabella e mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Então.. se prometer postar amanhã fico viva?



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