Um Trouxa entre nós escrita por midnight


Capítulo 10
Capítulo 10




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Alguns dias haviam se passado e minha rotina continuava a mesma. Café da manhã, aula, almoço, aula e reunião da Ordem ou da Armada.

Mas hoje foi diferente... não fui tomar café da manhã pois tinha muita lição de casa e preferi ficar na biblioteca. Não havia ninguém lá além da bibliotecária, escolhi a mesa mais perto da saída e comecei a estudar.

Minutos depois a bibliotecária saiu da biblioteca provavelmente para tomar café.

—Você poderia trancar a porta e apagar as luzes quando sair? —perguntou ela. Nunca tinha reparado em como seus olhos eram vermelhos e como seu rosto era tão pálido que se quisesse se camuflar em uma parede branca, daria certo.

—Claro — respondi.

Minutos passaram e a lição me deixava cada vez mais entediada, cada vez mais sonolenta...

—Olá Mary Ann... —sussurrou uma voz —Como você está?

Uma sombra surgia atrás da estante, não era uma sombra familiar. Tinha cabelos longos e uma capa, deduzi que era uma menina, mas sua voz, não parecia feminina.

—Como está sua mãe? —continuou a voz —Ela ainda chora pela morte de seu pai?

Comecei a ficar assustada, seja lá quem fosse aquela voz, ela sabia da morte de meu pai...

—Será que ela choraria por sua morte? — a sombra correu em minha direção, agarrou meu pescoço e começou a aperta-lo bem forte.

—AAH!! —gritei enquanto me debatia para conseguir me livrar. Comecei a chutá-la mais estava começando a ficar sem folego.

“Vou morrer” pensei “eu falhei... desculpe mãe”.

—Ti... Tia... go... Al...guém! —gritei. “Não posso morrer, minha missão ainda não está cumprida”. Fiquei sem ar... A única coisa que me lembro é de ouvir Tiago gritando e a maldita sombra sumindo.

Acordei em um lugar diferente, não conseguia ver direito, estava tudo muito borrado. Pisquei até conseguir ver mais ou menos onde estava. Estava em uma maca na enfermaria.

Olhei para o lado e encontrei meus óculos e coloquei-os. Tirei a manta que me cobria e sai da maca.

— Onde você pensa que vai— disse alguém atrás de mim, reconheci a voz, era Tiago.

Virei para trás e vi ele sentado em uma cadeira. Ele parecia preocupado mas feliz em me ver.

—Sério mesmo? Eu vou ter que ficar deitada nessa maca sem fazer nada o dia todo? —perguntei.

—Sim, mas eu vou te fazer companhia—respondeu ele— Agora deita e me conta, o que aconteceu?

—Eu estava fazendo lição de casa na biblioteca —disse enquanto deitava novamente —Então eu comecei a ouvir uma voz. Essa voz começou a falar da minha mãe e da morte de meu pai. De repente, essa pessoa, seja lá quem ela é, agarrou meu pescoço e começou a me enforcar, foi isso que aconteceu.

—Você acha que isso pode ser obra do comensal da morte?

—Provavelmente... Ele matou meu pai e é bem provável que sua próxima vítima seja eu.

—Sabe uma coisa que eu fiquei me perguntando durante esses dias? Quando descobrimos sobre a Armada, eles falaram que o comensal havia matado um Ninfo. Será que ele matou mais do que só seu pai e matou um Ninfo também?

—Prefiro não pensar sobre isso agora...

—Bom, mudando de assunto... um passarinho, chamado sua mãe, me contou que seu aniversário é amanhã!

—E...

—Você não está animada?

—Eu tenho outras coisas para me preocupar, Tiago! Principalmente depois do que aconteceu hoje.

—Mas você deveria ao menos aproveitar seu aniversário para descansar e esquecer de tudo isso!

—Talvez...

Passamos o resto da tarde conversando sobre os mais variados assuntos e assim o tempo foi passando mais rápido. Quando percebemos já era hora de ir para o dormitório.

—Tiago me disse que amanhã e seu aniversário! —exclamou Lílian no exato momento em que entrei no quarto.

—Que legal! Como você vai comemorar? — perguntou Rosa.

—Nada, é só mais um dia comum — respondi.

—Não é só mais um dia comum....

—Chega de conversa é hora de dormir! —interrompeu Anne enquanto entrava no quarto.

Fui direto para a cama e em menos de um minuto comecei a dormir.

Fui a primeira a acordar e fui direto para o banheiro. Tomei uma ducha, troquei de roupa, coloquei minhas lentes mas quando me olhei no espelho, meu cabelo estava diferente, estava roxo nas pontas. Como? Eu não havia pintado meu cabelo! Também reparei nas marcas que a sombra deixou em meu pescoço e passei um pouco de maquiagem para esconde-las e voltei para o quarto.

Todas as meninas já estavam acordadas e a maioria delas já estavam prontas. Fiquei sentada ao lado da lareira observando o fogo, algumas vezes tacava um pedaço de papel para vê-lo queimar e se tornar tão preto quanto carvão.

—Feliz aniversário!!! — exclamou Lílian e Rosa em harmonia.

—Nossa, já até tinha esquecido que é meu aniversário...

Elas riram e juntas fomos tomar café.

Durante o café da manhã, as corujas chegaram para entregar a correspondência. Recebi muitas e muitas caixas, a maioria delas vinha da minha família, mas tinha uma ou outra que vinha dos membros da Ordem.

—O que você fez no seu cabelo? — perguntou Tiago enquanto sentava ao meu lado. Ele pegou uma mecha de cabelo e começou a passar os dedos entre ela.

—Eu não sei quando eu acordei ele já estava assim.

—Eu gostei! —disse Alvo —Feliz Aniversário!

Quando acabei de tomar café, peguei todas as caixas e fui para meu lugar preferido de Hogwarts, atrás da casa do Hagrid. Tiago me acompanhou, segundo ele, eu não posso ir a lugar nenhum sozinha, especialmente depois do que aconteceu ontem.

—Feliz aniversário! —disse ele me entregando um caixa não muito grande mas não muito pequena.

Abri a caixa e dentro dela havia um colar com um pingente que eram duas asas.

—Como você sabe voar mas você não tem asas então, eu decidi dar-lhe asas.

—Brigada... —encostei minha cabeça em seu ombro e ele me envolveu em seus braços e assim ficamos por um longo tempo.


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