The Fênix escrita por Dizis Jones, Izis Cullen Fanfics


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá
e ai vem mais um capítulo o



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The Fênix

Capítulo 6



Caminhei até próximo de onde a garota treinava e observei seus movimentos sincronizados. Por um tempo eu quase admiti que a achasse perfeita e graciosa — e no fundo eu sabia que era —, mas eu focava nos motivos para eu estar ali.

Eu sabia que era errado; ela não pertence a esse lugar.

— Garota... Quer dizer, Natali. Eu preciso conversar com você.

Ela virou rapidamente, me encarando, e seus cabelos caíram de leve em sua testa suada, deixando seu aspecto meio selvagem.

Ela suspirou e afastou o cabelo da testa.

— Sim, Tobias.

Ela seguiu até o bebedouro enquanto eu tentava evitar olhar para ela. O modo de andar, firme e forte, mostrava que ela fora treinada, o que aguçou parte de minha curiosidade. Eu deveria saber mais sobre ela ou somente mandá-la embora?

— O que você deseja?

— Acho que devemos conversar sabe sobre sua presença na cidade.

Vi que o semblante iluminado de seu rosto se desfez.

— Entendo.

Fiquei ali por um tempo, observando sua reação. Minha mão foi até minha nuca, a pressão que eu sentia ali quando estava prestes a realizar algo difícil era forte.

— Antes eu gostaria que me explicasse mais sobre você. Quer dizer, essa história toda de clonagem.

— Achei que os interrogatórios haviam acabado.

— Não é um interrogatório — Falei, observando a sua reação.

— Então eu posso te fazer uma pergunta também? — Ela ergueu uma de suas sobrancelhas e como eu estava curioso, resolvi barganhar.

— Tudo bem. Você explica o que eu quero saber e respondo a uma pergunta sua.

— O que você quer saber, Tobias?

Escutar meu nome pela sua boca me deixava desconcertado, mas foquei no meu objetivo.

— Vamos caminhar um pouco e aí você pode me contar mais sobre de onde veio.

— Tudo bem.

Ela sorriu e ficou mais leve. Começamos a caminhar pelas ruas.

— Como eu disse, a cidade de onde eu vim está fechada, ela comporta um conglomerado de laboratórios, mas nem sempre eu soube disso.

— Como assim?

— Natali é o nome da mulher que basicamente me criou, era ela quem cuidava de mim. Até meus cinco anos eu somente vivi em um andar do laboratório, uma sala de tv, uma sala de estudos e um pequeno playground que eu brincava e me exercitava. Para mim era tudo que havia, aquele era meu mundo, eu aprendi a ler e escrever muito rápido e foi aí que comecei a receber outros treinamentos.

— Outros?

— Sim. Natali me explicou que eu era especial e que deveria treinar várias de minhas características, então eu aprendi muito sobre o passado, as guerras, como o ser humano foi maldoso... Tudo, até a Guerra da Pureza.

— Sim, eu ouvi sobre isso.

— Eu sei detalhes por trás de tudo, porém eu deveria treinar o meu físico, aos doze anos comecei a receber treinamentos de como lutar e algum tempo mais tarde a curiosidade me tomou.

— Você queria saber mais?

— Eu queria saber o que tinha além de todas as paredes. Natali me disse que eu deveria ser forte se eu quisesse saber a verdade, e eu prometi ser, foi aos quinze anos quando ela me mostrou o laboratório inteiro e eu os vi.

Percebi que ela estava com os olhos longe, e suas mãos estavam apertando seus braços tão forte que ela deveria estar sentindo dor.

— Viu o quê?

— Não o quê, e sim quem… Eram crianças em tubos, em macas, crianças mortas ou vegetando em máquinas de respiração. Era um verdadeiro horror e o pior não era isso.

Pensei comigo o que poderia ser. Por que ver várias crianças em tubos ou até mesmo ligadas a máquinas e vegetando?

— O que foi pior?

— Elas eram eu, não eu, mas cópias, clones, todos iguais a mim. Era como ver várias fases de minha infância ali, na minha frente. Depois do choque, Natali me explicou o que elas eram e já que meu nome era Beatrice 9, eu deduzi quem eram as outras.

— Outros números — falei, chegando à conclusão mais óbvia.

— Sim, mas minha curiosidade não parou. Eu fui treinado mais e mais exames faziam em mim à medida que eu crescia, até que um dia eu pedi à Natali que me levasse ao laboratório novamente.

— Ela te levou?

— Sim. Ela me mostrou o complexo inteiro, mas depois isso lhe custou a vida. Durante esse passeio eu descobri sobre Beatrice; eu achei uma pasta com todas as informações sobre o Projeto Clone: eu carregava uma das genéticas mais puras até o momento e eu era parte de um teste para multiplicar esses genes. Eu era importante demais, a própria Natali disse: “não tenha medo de descobrir a verdade, pois você é muito valiosa para eles arriscarem te perder.”.

— Você estava com quantos anos aí?

— Com uns 17 anos. Natali desapareceu, porém eu sabia o que tinha acontecido e resolvi ficar quieta e usar o que eu tinha de mais importante.

— O que era?

— Minha vida. Eu os ameacei. Disse que se eles não me contassem tudo dali por diante, eu iria pôr fim à única coisa de valor que eles tinham: eu.

— E eles fizeram o que?

— Me deram outro tipo de liberdade. Eu pude conhecer o lado de fora, soube de tudo, sobre a Tris, sobre esta cidade aqui, as facções, eu fui treinada... Mas depois que a Tris trocou de facção, eles não mais me deram notícias, eles simplesmente me prenderam novamente, não sei o motivo, eu só ouvi algo sobre o governo querer extinguir todos os projetos de genética, então eu fui escondida e presa no laboratório subterrâneo, e lá…

Eu vi que seus olhos ficaram vagos e eu vi terror neles.

— Não precisa mais falar se não quiser.

Eu já sabia o bastante para crer que ela era perigosa sim, pois era importante demais e eles não a deixariam sumir assim, eles viriam atrás dela.

— Eu preciso. Olha, Tobias, eu não me lembro de muita coisa que passei, porque eu geralmente estava dopada ou sedada, mas sei que meus braços têm mais picadas de agulhas do que eles podem aguentar.

Ela me esticou seus braços, eram visíveis as cicatrizes.

— Sei que não tinha uma noite de sono e sei que imagens perturbadoras veem em minha mente. Eu era colocada para ver imagens que eu não sei distinguir, só sei que estão aqui em minha mente, em algum lugar.

— Você foi torturada.

— Creio que fui uma experiência viva. Acho que eram testes psicológicos, e como não tinha mais a Natali que me protegia; o doutor Shay... — vi o ódio que ela tinha ao falar esse nome — ele não era nem um pouco piedoso.

— Como fugiu?

— Não sei como. Um dia me deixaram sem sedativo suficiente, eu não tinha um plano nem nada, mas estudei o bastante para ter visto mapas. Eu ouvi um dos cientistas falando em resgatar a original da qual se poderia obter mais clones perfeitos, e assim provar ao governo que eles eram capazes de resolver os problemas, mas eu só queria sair dali, ir embora, e consegui.

Fiquei ali calado, eu não tinha palavras, somente caminhei em silêncio ao seu lado.

— Posso fazer a pergunta? — Ela disse com convicção enquanto eu ainda estava meio absorto nas revelações.

— Faça.

— O que você sentia por ela? Quer dizer, pela Tris.

Aquilo me pegou de surpresa e o pouco de dó que adquiri daquela coisa de clone se foi, a raiva me invadiu. Quem era ela para invadir assim meus sentimentos? A encarei com toda raiva que eu podia emanar por meus olhos.

— Não é da sua conta.

— Você me prometeu responder. Eu abri minha vida aqui, Tobias — ela estava alterada.

— Olha, foi boa a conversa, mas não dá. Eu tenho que tomar uma decisão e por isso te fiz essas perguntas, só que você não tem o direito de saber de meus sentimentos, eles são somente meus.

Eu vi que ela estava com os olhos cheios de lágrimas, mas não me derreti por isso, ela poderia muito bem ser treinada para manipular, fora a raiva que estava em mim, por isso, continuei:

— Você não vê? Você é um clone, aqui não é seu lugar! Você pode trazer risco à cidade se é tão importante como diz que é, e essas pessoas podem vir atrás de você.

Ela respirou fundo, fechou os olhos por uns segundos, depois os abriu e me encarou.

— Se isso não é um interrogatório, eu posso te fazer perguntas também! — agora ela gritava.

— Tudo bem, faça a sua pergunta.

— O que você exatamente sentia por ela?

— De tantas perguntas a me fazer, você vai me fazer essa? Por que é tão importante você saber o que eu sentia?

— Deixe os motivos por trás de minha pergunta de lado e responda: o que exatamente você sentia pela Tris?

— Eu a amava. Eu a amo e sempre vou amar. Satisfeita?

— Bem está respondido. — ela limpou suas lágrimas depois de eu ter ficado irritado com ela e se virou.

— Por que você queria saber tanto isso?

— Para saber exatamente como você se sente ao olhar para mim. Eu sou idêntica a ela e isso dói em você, eu entendo todos os motivos pelos quais você quer que eu vá embora.

— Não é esse o motivo.

— Não precisa se explicar, eu senti, no primeiro momento que me viu, que você quer que eu vá embora, então eu vou embora.

Se eu pudesse deixar de ser egoísta, eu não a veria com esses olhos, mas não consigo, o simples fato de ver seu rosto faz com que eu sinta como é enfiar dez mil adagas em meu peito.

Sou egoísta, não consigo pensar diferente nesse momento, então por isso ela deve ir embora.

Concordei com a cabeça e vi que o pouco de luz que ela ainda tinha nos olhos, se apagou.

Ela se virou, caminhando novamente em direção ao Edifício Hancock.


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Notas finais do capítulo

O Tobias não percebe que a Pobre Clone esta apaixonada por ele...
E ai será que ela deveria mesmo ir embora?
E Tobias? Ele deve deixa-la ir?
Comentários?
bjs ate o prx