Lauren estava sentada sem sua sala, tentando organizar os pensamentos. Ainda faltava uma hora para acabar seu expediente. Não que ela não pudesse sair de lá a hora que ela quisesse, afinal, ela era a chefe, mas ela queria sair dali com uma resposta.
Ela ouviu alguém bater na porta, e parece que seus desejos foram ouvidos.
– Entra. – ela disse e a porta logo se abriu, revelando a figura de Bram. – E então? – ela se levantou.
– Nós recolhemos o depoimento dele. – Bram esticou a pasta para Lauren do outro lado da mesa. Lauren a abriu e olhou o conteúdo.
– O que é isso? – ela olhou confusa para o outro.
– Ele disse com toda firmeza do mundo que foi esse cara que falou com ele enquanto ele estava preso.

(Bram Davis)

– Joseph Spielberg? Filho do grande empresário Van Spielberg? – Lauren perguntou, surpresa.
– Ex–empresário. Mas sim, ele mesmo. Ele e mais outro rapaz, mas Audrey não sabia dizer quem era.
– Mas o que um Spielberg iria querer com o Audrey? – Lauren olhou para Bram.
– Audrey também não sabe. Talvez ele só esteja cansado. Segunda-feira, talvez, possamos pegar um depoimento mais concreto. – Bram respondeu.
– Isso é muito estranho, Bram. – Lauren disse, fechando a pasta e se sentando. O companheiro se sentou a sua frente. – Quando o caso Van explodiu, o Audrey nem era do FBI.
– Nenhum de nós éramos. Ainda era a equipe antiga.
– E se... – Lauren fez uma pausa, e olhou apreensiva para Bram – E se eu for o alvo deles?
– O que? Você tá louca? Como assim? – Bram se levantou e Lauren fez o mesmo.
– Você estava lá, você ouviu quando o sequestrador do Audrey me ligou. Ele disse que eu era quem não sabia com quem eu estava lidando, mas logo iria saber. Eles sequestraram o analista do FBI, eles mexeram com uma pessoa daqui de dentro, que coincidentemente é meu melhor amigo. Eles sabem onde estão pisando. Isso foi só o primeiro passo.
– Lauren, você está cansada, teve um dia cheio. Só precisa de uma boa noite de sono.
– Não! – Lauren exclamou – Ainda tem o bilhete. Se não fosse aquele bilhete nós nem saberíamos que Audrey estava em apuros. E ele veio junto com uma rosa branca, a segunda que eu recebo. Você estava junto quando eu recebi a primeira. Bram... – Lauren começou – o problema sou eu.
– Lauren, - Bram andou até o outro lado da mesa, parando de frente para a mulher, e pegando seu rosto nas mãos – nada vai acontecer com você, entendeu? Eu não vou deixar ninguém te machucar. – Lauren se afundou nos braços de Bram enquanto o homem a abraçava forte, a protegendo. – Nenhum deles nunca vai chegar perto de você. – enquanto tentava sumir nos braços do companheiro, Lauren pensava: Já chegaram, infelizmente já chegaram.

Ao chegarem à casa de Lauren, Bram se dirigiu direto a cozinha, procurando o vinho que tinham aberto da última vez que estiveram juntos.
– Em cima da geladeira, segundo armário à direita. – Bram olhou em direção a voz e viu Lauren encostada no batente da porta, ainda com as mesmas roupas que chegou do trabalho.
– Não foi aqui que eu deixei da última vez. Andou bebendo sem mim, é? – o homem brincou, pegando o vinho e deixando em cima da bancada, logo depois indo em direção à mulher - Lauren, sobe, vai tomar um banho e relaxar um pouco. Quando você descer, uma taça de vinho estará te esperando. – ele sorriu. Ela sorriu de volta.
– Só a taça de vinho que vai me esperar? – a mulher fez um biquinho, e o homem tratou de desfazê-lo com um beijo.
Quando Lauren voltou ao primeiro andar, Bram a esperava com uma taça de vinho. Ela se sentou ao seu lado e pegou a sua.
– Quero te propor uma coisa. – ela ouviu o homem falar e olhou para ele – Quero que por esse final de semana inteiro, você não pense em trabalho. E que não fique apreensiva por qualquer coisa relacionada ao FBI.
– Bram, não é só questão de trabalho. É questão de segurança. Da minha, da sua, do Audrey, de todos que são próximos a mim. Eu estou pensando em mandar até alguém ficar de olho no Stephen.
– Não seja boba, Lauren. – ele passou uma das mãos por seu rosto, trazendo-a mais pra perto – Nós estamos preparados para lidar com qualquer coisa. Você é uma ótima diretora e sabe muito bem como dirigir sua equipe. Não é a toa que a nossa equipe está sendo considerada a melhor de várias gerações do FBI. – a mulher sorriu e se inclinou para beijar o rapaz. Ele logo tratou de aprofundar o beijo, e quando perceberam, já estavam no segundo andar da casa, indo em direção ao quarto de Lauren. É, talvez passar algum tempo sem pensar em trabalho não seja algo tão difícil assim.