Criminal Love escrita por imradioactives


Capítulo 36
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Notas iniciais do capítulo

Último capitulo! Obrigada a todos que comentaram e acompanharam até aqui! Logo mais começarei outra fic! Obrigada!



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Quatro anos depois.

[Lauren POV]

Quando garota, nunca fui lá uma admiradora de flores. Via meu pai trazer um buquê de diversas delas nas datas comemorativas que envolviam minha mãe. Via meu irmão, quando bem pequenininho, trazer apenas uma – que a professora havia dado – para desejar feliz dia das mães. Mas dali três dias, as flores já estavam murchas e feias. Então nunca deixei que eles entregassem esses presentes também em meu nome. Nunca entendia como minha mãe ficava feliz quando pegava o buquê nas mãos, e seus olhos se enchiam de lágrimas, seu sorriso se abrindo de orelha a orelha. Eram apenas flores.
Sempre preferi abraços.
Abraços sim eram dignos de lágrimas e agradecimentos. E eles nunca ficavam murchos e feios.
Conforme o tempo foi passando, fui entendo o porquê das flores. Também era um gesto de carinho. Elas complementavam o abraço.
E eram lindas. Cada uma com características peculiares, cheiros diferentes e significados próprios. Quando tinha meus quatorze, quinze anos, ficava me perguntando quando é que eu iria receber meu buquê. Então, de uma hora para outra, as flores começaram a ter outro significado para mim. Uma transformação muito rápida, se assim posso dizer.
Principalmente as rosas brancas.
Hoje, quando eu olho para um buquê de rosas brancas, confesso que tento me sentir como quando apenas uma garotinha: são apenas flores.
Mas é impossível.
É como tentar esquecer o dia de seu próprio aniversário, ou do aniversário de seus pais, ou do melhor amigo. Pois é o que eu acredito: quando uma coisa se torna importante de verdade para você, não importa quanto tempo passe, isso permanece importante.
E é nesse princípio que eu encaixo o que Lucas Helsing é para mim.

[Lauren POV off]

Era sábado de amanhã. O sol atravessava a janela do pequeno bistrô onde Lauren tomava seu café da manhã. Sozinha.
Ela levava a xícara de café diversas vezes à boca enquanto folheava o jornal matinal.
Era meio de maio, e Stephen voltaria de Yale dali duas semanas. Mas dessa vez, formado.
Ela tinha passado esses quatro anos morando sozinha, e vivendo sua rotina de sempre.
Nada de diferente havia acontecido. Não na vida dela.
O casamento de Kate Baxter e Marcus Hallet estava marcado para dali três meses. Audrey havia saído com uma mulher durante um ano, mas não deu certo.
Lauren tinha se envolvido com alguns rapazes, mas nada que pudesse virar algo consistente. Ela deixou o dinheiro na mesa, junto com a conta e foi em direção à saída do bistrô. Quando foi atravessar a rua, seu celular tocou, ela abriu a bolsa a procura dele, e só foi voltar a si quando ouviu o barulho do freio do carro muito próximo a ela.
Com um grito, ela pulou para trás, olhando a frente do carro que havia encostado em sua perna.
– Você está louco?! – ela gritou para o motorista. Todos em volta olhavam para ela.
– Você que não olha para onde anda! – ele disse enquanto saía do carro. Foi nesse instante que ela realmente olhou para ele. E ele para ela.
– Lucas. – ela soltou em um sussurro.
– Lauren. – ele tirou os óculos escuros, encarando Lauren como se tivesse olhando para uma joia que ele havia perdido.
– Eu...eu acho melhor você tirar o carro do meio da rua. – ela soltou em um meio sorriso.
Então ele se deu conta da fila de carros atrás dele, buzinando. Ele entrou rapidamente no carro e estacionou apenas a alguns metros de onde eles estavam.
Lauren voltou para calçada e esperou que ele viesse até ela.
– Você está diferente. – ela disse, enquanto ele se aproximava. Quatro anos em Boston tinham feito muito bem para ele. Ele usava uma camiseta de gola V presta, com um paletó bege aberto e uma calça jeans escura.
– Você está linda. – ele disse.
Ela sorriu.
– Obrigada. – Lauren pôde observar em Lucas uma confiança extraordinária. Coisa que ele havia perdido no tempo em que passou submisso a Van.
– Onde você estava indo? – ele perguntou.
– Na verdade eu estava voltando. Estava no bistrô.
– Não seria incômodo você me acompanhar até lá, seria? – ele perguntou. Quando ela ia responder, seu celular tocou novamente.
– Oi, Audrey. – ela atendeu.
– Lauren, onde você está? – Audrey perguntou.
– No bistrô aqui perto de casa, por quê?
Eu precisava falar com você.
– É alguma coisa muito importante? – ela perguntou, olhando para Lucas de relance.
Não, não é não. Eu só precisava da sua ajuda para uma coisa.
– Podemos conversar mais tarde, Audrey? É que... – ela sorriu para Lucas – É que agora eu estou ocupada.

– Então você está trabalhando como jornalista? – Lauren perguntou.
– Eu terminei a faculdade, e consegui um emprego em uma redação em Boston. Mas surgiu a oportunidade de transferência, então eu voltei para Washington. Mas não é definitivo, é apenas uma experiência. E você? Como andam as coisas?
– Nada de diferente. – ela sorriu e deu de ombros – Eu passei esse tempo bem...sossegada.
Ela encarou Lucas e ele a encarou de volta. Então eles sentiram o peso da despedida. Da última vez que eles se viram.
O ar em volta deles era palpável.
– Eu fui atrás de você. – Lauren disse, quebrando o silêncio constrangedor.
– O quê? – Lucas arqueou uma sobrancelha.
– No aeroporto. No dia em que você embarcou.
– Para quê? – ele perguntou, não acreditando naquilo que estava ouvindo.
– Porque eu queria te dar o motivo que você queria para ficar. – ela respondeu.
– Lauren...
– Vamos, Lucas. – Lauren disse enquanto levantava – Vamos para minha casa, nós ainda temos algumas coisas para resolver.

– Eu ainda não consigo acreditar que você foi atrás de mim. – ele disse, parado de pé na sala da casa de Lauren.
– Eu ainda não tinha entendido o que você era para mim. – ela passou as mãos pelos cabelos.
– Agora você entende? – Lucas perguntou. Não se permitindo se aproximar de Lauren, sabendo que poderia sair, mais uma vez, de mãos abanando.
– Eu acho que entendo. – ela olhou para Lucas. – Eu entendo. – ela sussurrou.
Antes que Lucas pudesse piscar, Lauren já estava com as duas mãos em sua nuca. Os lábios pressionados contra os dele.
Ele envolveu a cintura da mulher e a puxou contra ele, abrindo os lábios dela com os seus, sua língua entrando em contato com a dela.
Quatorze anos.
Os dois se entregaram àquele beijo como se fosse o último. Eles sentiram o gosto da saudade, do desejo, da dúvida, da mágoa e do ressentimento.
Eles sentiram o gosto da felicidade.
Eles se beijaram ainda por muito tempo, até que Lauren desgrudou sua boca da dele e encostou suas testas.
– Esse é um bom motivo para você ficar? – Lauren sussurrou para ele.
– Eu acho que esses quatro anos me fizeram um pouco mais exigente. – Lucas respondeu, juntando seus lábios com os da mulher novamente. Ele a conduziu até o quarto dela, deitando-a na cama se colocando por cima dela.
Ele não conseguia parar de beijá-la, era viciante.
Lauren deixava suas mãos passearem por todo corpo de Lucas, assim como deixava que ele fizesse o mesmo. Ela enterrava seus dedos nos cabelos dele, enquanto a boca do rapaz explorava seu pescoço, colo e seios.
As únicas peças de roupas que ainda restavam nos dois eram as partes de baixo das roupas íntimas dos dois, mas que logo já fizeram seu caminho até o chão.
Lucas se posicionou entre as pernas da mulher, e a observou enquanto ela abria os olhos para ele. Olhos repletos de desejo e excitação.
Ele se inclinou e a beijou novamente, e começou a se movimentar contra ela.
Lauren soltou um gemido abafado, e se entregou a Lucas.
– Eu senti sua falta. – ele sussurrou contra o pescoço da mulher. – Eu senti tanto sua falta.
– Eu sempre senti sua falta. – Lauren respondeu, também em um sussurro, enquanto trazia Lucas mais para perto ainda. Sentiu-o tomar conta de seu corpo, preenchendo-a como só Lucas sabia fazer.
Ele se impulsionou com força para frente, cravando seus dedos no colchão, enquanto sentia a mulher estremecer em baixo dele, repetindo seu nome várias e várias vezes.

O coração de Lauren se encheu de alegria quando viu o irmão se aproximando, puxando a mala de rodinha logo atrás dele.
Ela abriu os braços e Stephen se encaixou neles. Ou mais precisamente, ela se encaixou no abraço do irmão, que agora era um homem maravilhoso de 22 anos.
– Finalmente você voltou para casa. – ela disse.
– Voltei para te atazanar. – ele riu.
Stephen estendeu a mão para Lucas, que estava ao lado de Lauren. O mais velho revirou os olhos e puxou o menino para um abraço.
– Meus parabéns, Stephen. – ele disse. Stephen sorriu.
– Muito o obrigado, Lucas. – Stephen deu um passo para trás. – Eu queria apresentar uma pessoa para vocês. – ele disse. E então Lauren se deu conta da menina loira que estava parada atrás do irmão.
– Lauren, essa é Maggie. Minha namorada. Maggie, essa é Lauren, minha irmã. E esse é Lucas, meu...meu cunhado.
A menina tinha os cabelos loiros até o ombro, tinha uma estatura baixa e um corpo bem franzino. Ela sorriu para Lauren e estendeu uma mão.
– Muito prazer, sra. Backinsale. – sua voz ela fina e tímida. Lauren pegou a mão da menina e sorriu de volta. Dessa vez, ela sabia que seu irmão tinha escolhido certo.

Quando Lauren abriu a porta de sua casa, Stephen se assustou.
– Eu não acredito! – ele exclamou. Havia uma pequena faixa pendurada na parede, que desejava boas-vindas a ele. Kate, Audrey e Marcus também estavam lá, esperando para darem um abraço no menino.
Ele cumprimentou todos. Todos perguntavam a ele como tinha sido se formar, onde ele iria trabalhar e coisas do tipo.
Lauren estava na cozinha, separando alguns pratos para servir aos convidados. Sentiu Lucas abraçá-la por trás, deixando um beijo em sua bochecha. Ela sorriu.
– Faça isso de novo. – ele disse.
– O quê? – ela perguntou.
– Sorria. – ele sussurrou contra seu ouvido.
– Mas eu estou sorrindo. – ela respondeu.
– Então não pare.
Ele tirou os pratos das mãos dela e a conduziu até a sala novamente, onde Kate pedia a atenção deles. Ela estava com um braço em torno da cintura de Marcus, enquanto ele abraçava seu ombro.
– Como vocês sabem, daqui três meses é meu casamento. E eu estou aproveitando a volta de Stephen, onde todos nós estamos reunidos, para convidar Lauren, Audrey e Lucas para serem meus padrinhos. – ela disse, sorrindo. Lauren abriu um sorriso de orelha a orelha,
– É claro que sim! – ela exclamou. – Obrigada, Kate! – ela abraçou a amiga, seguida por Audrey e Lucas.
– Estamos muito felizes por você, Kate. – Audrey disse.
– Eu acho, - Marcus começou, indo em direção a garrafa de vinho – que isso merece um brinde. – ele encheu a taça de cada um presente ali. – Então, ao meu casamento com Kate, à nossa carreira, ao não-tão-recém-formado casal, Lauren e Lucas e ao futuro brilhante que Stephen tem pela frente. – ele levantou sua taça.
– Às nossas esperanças, aos nossos sonhos, às nossas conquistas, e principalmente, à nossa felicidade. – Lauren disse e encostou sua taça na de Marcus, assim como todos ali presentes.
Lauren observou o rosto de cada um naquele momento.
Kate, que havia ficado ao lado dela sempre que ela precisou, que foi a irmã que Lauren nunca teve. Marcus, que se mostrou um ótimo amigo e um ótimo partido para Kate. Audrey, que nunca a deixou para trás, que sempre esteve com ela, que a aguentou nos seus melhores e piores dias, que sempre deixou bem claro que faria tudo e mais um pouco por ela.
Stephen, seu irmão, sua base. A pessoa que ela mais amava em todo mundo. Que a deixava feliz apenas de vê-lo feliz, sorrindo. A pessoa por qual ela sabia que daria tudo, que abria a mão da própria felicidade para vê-lo feliz.
E, por fim, Lucas.
O homem que ela queria ao seu lado para a vida toda, o homem que fez ela descobrir do que ela era capaz, a fez descobrir a força que ela tinha e que a deu um motivo para acreditar novamente. Aquele que fez parte do seu passado, e faria parte do seu futuro. A quem ela confiou sua vida, seu carinho e principalmente, seu amor.
Amor.
Afinal, Lucas Helsing sempre foi, e sempre será, o grande amor de sua vida.


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