Criminal Love escrita por imradioactives


Capítulo 21
Nothing's going on




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– Van Spielberg matou meus pais e agora está atrás de mim. – ela se levantou da cadeira e olhou para o amigo, seus olhos banhados em lágrimas. – Por quê?
– Lauren, eu... – Audrey começou a falar, mas não sabia como continuar.
– E Lucas está envolvido em tudo isso e... – ela passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo, se virando para a grande janela atrás de si.
– Se acalme, nós vamos conseguir resolver isso. – Audrey dizia enquanto se posicionava atrás da amiga para afagar seus ombros.
– Meus pais... – ela sussurrou e se virou para ficar de frente para o amigo, as lágrimas escorrendo livremente pelo seu rosto. – Audrey, depois que eles morreram a minha vontade de me tornar parte desse lugar ficou maior ainda, mas não por vingança pela morte deles...e sim para ninguém mais precisar passar pelo o que eu passei. Eu queria fazer isso pelas pessoas, principalmente por Stephen. Mas agora, Audrey, eu posso fazer isso por mim. Eu... – Lauren não conseguia concluir a frase, a vontade de chorar era maior que tudo, então ela simplesmente deixou que acontecesse. Audrey a abraçou e esperou até que se acalmasse.

– Você sabe que nós vamos conseguir. – Audrey disse enquanto dirigia o carro de Lauren até sua casa. A mulher encarava o horizonte com uma expressão gélida. – Nós somos, e temos, os melhores profissionais desse país.
– Eu quero que ele pague por todos os crimes dele. – ela finalmente falou. Sua voz igual sua expressão.
– Ele vai pagar. Nós faremos de tudo para que isso aconteça.

Quando Audrey estacionou em frente à casa de Lauren, eram exatas 4h30 da manhã. Ele a acompanhou até a porta e entrou com ela. A mulher acendeu as luzes da sala, e logo seu irmão apareceu no topo da escada.
– Stephen, o que você está fazendo acordado? – ela perguntou. Ele suspirou.
– Achei que você nunca fosse chegar. – Stephen respondeu.
– Você realmente achou que ela não fosse chegar? Ela estava comigo, poxa! Eu cuidei muito bem dela. – Audrey disse, rindo. Stephen acompanhou.
– Deixe Bram ouvir você falando isso. – ele comentou.
Audrey deu um abraço em Lauren, se despedindo, mas Lauren o interrompeu antes que ele pudesse sair.
– Onde você pensa que vai? – ela perguntou.
– Para casa. – ele respondeu.
– Como? Seu carro ficou no estacionamento da headquarter.
– Eu pego um ônibus, um taxi, não sei.
– Nem pensar! Hoje você fica aqui, e amanhã você pega seu carro. Eu tenho algumas roupas de Bram que podem servir, pelo menos para você dormir confortável. – Lauren fechou a porta, empurrando Audrey para dentro.
Em qualquer outra situação, Audrey diria não, e pegaria um táxi para casa, mas estava tão cansado, que temia dormir no meio do caminho.
– Obrigado. – ele sorriu.
– Temos mais duas horas antes de voltarmos para a headquarter. – Lauren se virou para o irmão – Stephen, volte a dormir, junte algumas roupas, que amanhã cedo eu te levarei para a casa de Betty, antes de ir trabalhar.
– Betty...a Betty? Sua secretária? Para que?
– A própria. Pois amanhã será um dia muito pesado para mim, e eu não quero você sozinho em casa.
– E então você quer me mandar para casa da Betty? – Stephen perguntou, rindo.
– Você prefere que eu coloque um policial na tua cola?- ela perguntou.
– Não pode ser uma policial? – ele arqueou uma sobrancelha.
– Apenas volte a dormir, Steph. Nós conversaremos pela manhã. – a mulher sorriu para o irmão. Ele lhe deu um abraço apertado e voltou para seu quarto.
Depois que Lauren se certificou que o irmão já estava dormindo, se sentou no sofá de frente para Audrey e olhou para o amigo.
– Como você vai contar a ele? – ele perguntou.
– Eu não sei. – ela bufou – Eu preciso ter a história inteira. Eu preciso ter Van Spielberg nas mãos.
– Você sabe que isso pode demorar, não sabe?
– Amanhã eu vou mandar Andrew pedir um mandato primeiro para Joseph Spielberg. Depois eu chego ao pai.
– Lauren, - Audrey se ajeitou no sofá – isso não é tão simples. Quais são as provas que você tem contra ele?
– Eu preciso tentar. – Lauren respondeu, se desviando da pergunta – Eu posso talvez usar seu depoimento.
Audrey riu.
– Lauren, o fato de Joseph Spielberg ser uma figura pública e importante, faz com que tudo se torne mil vezes mais difícil. E ainda com essa escassez de provas concretas, fica praticamente impossível você conseguir ter um mandato. Você quer esse mandato para quê? Voz de prisão? Você sabe mais que ninguém que não vai conseguir. Quer revistar a casa dele? O máximo que você pode encontrar é Van Spielberg sentado numa cadeira de balanço. – ele se levantou de seu assento e se sentou ao lado da amiga, pegando em sua mão – Nós sabemos da verdade, Lauren, mas isso não é o suficiente. Não estou dizendo que é impossível, muito pelo contrário, mas primeiro você precisa de um dossiê completo, de alguma coisa que valha qualquer atitude que você for tomar. E eu acredito que eu não preciso dizer tudo isso, porque você sabe. Só não quer aceitar.
Lauren encarou Audrey. Ela não tinha provas o suficiente, e só eles saberem a verdade não iria colocar Van Spielberg atrás das grades. Não poderiam nem começar uma investigação oficial.
– Acho que ainda dá tempo de cochilar. Te vejo amanhã. – ela sorriu e deixou um beijo no rosto de Audrey, depois subiu para seu quarto.
Ela sabia que não dormiria. Sabia também, que levaria séculos até que tivesse um dossiê completo para começar a investigação, precisaria de depoimentos de todos os envolvidos. Lauren passou as duas horas restantes, antes de ter de levantar novamente para ir trabalhar, pensando em como faria tudo isso.

– Bom dia. – Lauren entrou na sala de reuniões com Audrey, e todos já a aguardavam lá. Ela entregou uma pasta para cada um. – Isso foi tudo o que conseguimos juntar. Já é o bastante para vocês entenderem tudo o que eu estava querendo dizer. – enquanto seus companheiros liam os relatórios, Lauren procurou em sua agenda um número que não gostava muito de ligar, mas era necessário. O telefone chamou duas vezes antes de atender.
– Pevensie. – a voz grossa do outro lado se identificou.
– Sr. Andrew, preciso que compareça na headquarter. Temos um trabalho para o senhor.
– Sim senhora, capitã.
Lauren desligou. Andrew Pevensie era o advogado, de 36 anos, que cuidava dos casos do FBI. Era considerado o melhor do país. Mas Lauren odiava sua personalidade. Era arrogante e autoritário. Seus problemas com Andrew começaram quando ela percebeu que ele estava interessado nela, e como ela nunca deu motivos para ele achar que conseguiria alguma coisa, ele se tornou um grande peso.
– Lauren. – ela ouviu Bram chamar e se virou. Viu que todos a observavam. – Como isso é possível?
– Eu também não sei. Mas foi isso que aconteceu.
– Nós sabemos que não conseguiremos um mandato, - Kate observou – mas nós precisamos de algo para começarmos a caçá-lo.
– Vamos esperar Pevensie chegar, e veremos o que ele pode fazer por nós. – Lauren disse.
– Me desculpa Lauren, - Hugh começou – mas essa história não faz sentido nenhum. Como Van Spielberg iria saber que você se tornaria do alto-escalão do FBI? Eu sei que são muitas coincidências para serem apenas coincidências, mas ainda sim, não faz sentido nenhum.
– Será que vocês já pararam para pensar que alguma coisa nessa história pode sim ser coincidência? – Bram perguntou. – Não havia como Van controlar as escolhas de Lauren, ele não sabia que ela iria se tornar parte do FBI. E se vingança é realmente o motivo para ele estar fazendo isso, juntar o que ele tem contra você – o que no caso nós ainda temos que descobrir – com o que ele tem contra o FBI, é simplesmente um prato cheio para ele.
Todos ficaram em silêncio por um momento.
– Bram está completamente certo. – Audrey disse.
– Mas e o que Lucas tem a ver com isso? – Lauren perguntou. Bram revirou os olhos. Ele entendia que esse rapaz estava envolvido na gangue que estava atrás de Lauren, mas não suportava o jeito que a namorava pronunciava o nome dele. Como se ainda houvesse intimidade, esperança.
– Talvez ele pudesse ter ido atrás de Lucas quando armou o plano, e de alguma forma sabia do passado de vocês. Nunca se sabe como esse Lucas pode estar hoje. Talvez aceitou participar disso por dinheiro. – Kate disse. Todos olharam para Lauren.
– Faz sentido. – ela disse – Mas e meus pais?
– É isso que precisamos investigar.
– Alguém está precisando de mim? – Andrew Pevensie adentrou a sala, com seu constante sorriso arrogante.
– Bom dia, Pevensie. – Lauren disse.
– Bom dia. O que temos para hoje? – ele perguntou.
– Queríamos saber o que podemos fazer com isso. – Lauren pegou sua pasta com os relatórios e esticou para Andrew. Todos ficaram em silêncio enquanto o advogado lia os papeis.
Depois de alguns minutos, Andrew levantou a cabeça.
– Contra Joseph Spielberg? – ele arqueou uma sobrancelha. – Nada.
– Como assim, nada? – Bram perguntou.
– O que acontece aqui é uma história verídica, mas sem conexões. Eu entendi o que você colocou aqui Lauren, mas não posso apresentar isso para o juiz e pedir um mandato, seja para o que for.
– Mas isso pode servir para alguma coisa, não pode? – Kate perguntou – Afinal, temos praticamente todas as informações.
– O máximo que eu posso fazer é mandar alguém interrogar Joseph, alegando uma denúncia anônima. Mas fora isso, apenas com mais provas. – Pevensie declarou.
– Faça isso agora. Procure o agente Hallet e pegue com ele todas as informações necessárias sobre a moradia de Joseph Spielberg aqui em Washington. Mande alguém para lá agora.


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