Cap. 5 – Azul e Castanho.

A cabeça de Hermione girava. Como assim o garoto dos seus desenhos estava ali, parado na sua frente? Quem ele era afinal?

Draco estava mais pálido do que o normal. Sua boca ficou seca, seus batimentos cardíacos estavam tão acelerados que a professora MacGonagall se assustou:

– Vocês se conhecem? – ela disse olhando de Hermione para Draco – querido você está bem? – ela se dirigiu a Draco, preocupada.

– Sim, sim está tudo bem! – ele disse meio confuso.

– O que está acontecendo aqui? Vocês já se conheciam? – Minerva perguntou com um sorriso nos lábios.

– Não. – Draco e Hermione falaram ao mesmo tempo.

– Não, a gente não se conhece. – Hermione disse por fim com a voz rouca.

– É, a gente não se conhece.

– Certo. – a professora ria – pessoal, esses são Hermione e Draco, e não, eles não se conhecem. – a turma se encheu de risadas e Hermione correu para sua cadeira. Gina ria abertamente. Quando a morena se sentou, a ruiva logo a encheu de perguntas:

– Que? Quem é ele? De onde vocês se conhecem? Ele é muito gato.

– Gina eu não conheço ele, para com isso. E não, ele não é muito gato.

– Você está louca? Ele é quase um desses deuses da Grécia antiga.

– Tá, tá. Agora vamos prestar atenção à aula.

Gina ainda tentou prolongar a conversa, mas Hermione não deu ouvidos a ela.

Draco sentou-se duas fileiras atrás de Hermione. As mãos dele suavam, seu coração ainda estava acelerado. Como que ele iria conseguir prestar atenção nas aulas com ela em sua sala? A garota era ainda mais linda pessoalmente...

Ele estava com uma súbita vontade de ir falar com ela, mas o que ele iria dizer? Algo como “olá, eu sou Draco e te conheço faz um bom tempo por conta das visões que eu tenho”. Não, isso iria fazer com que ela pensasse que ele era maluco. Mas ela havia olhado pra ele com tanto espanto que parecia que ela também o conhecia. Seja lá o que estivesse acontecendo Draco iria descobrir.

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As aulas do período da manhã haviam acabado. Hermione, Morgana, Alicia, Luna e Gina estavam sentadas no refeitório, almoçando.

– Então eles se olharam de um jeito tão... Magnético, isso, magnético. Parecia algo cósmico.

– Gina para de inventar coisas. – Hermione olhava feio para a ruiva enquanto ela ria – não foi nada disso.

– E quem é esse garoto em Mione? – Alicia não conseguia conter a euforia.

– É apenas um garoto novo. Não tem nada demais, parem de fantasiar.

As meninas enchiam Hermione de perguntas quando a porta do refeitório se abriu:

– Ali, ali – Gina cochichou para as meninas – aquele loiro que entrou ali.

As garotas se viraram na direção apontada por Gina. Alicia quando o viu ficou pálida:

– Mione... Mione, esse não é o garoto dos seus desenhos? – ela perguntou com a mão na boca.

– Não, deixe de maluquice Alie.

– Desenhos? Que desenhos? – Luna perguntou sorrindo.

– A Hermione desenha um garoto, sempre o mesmo garoto, há muitos anos. Ele se parece muito com esse menino. – Alie se virou pra Hermione – tem certeza que não é ele?

– Claro que eu tenho. – mas a verdade é que Hermione tinha certeza de que era o mesmo garoto de seus desenhos.

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Draco entrou no refeitório a procura da morena, mas não conseguiu encontrar ela no meio de tanta gente. Ele pegou seu almoço e foi se sentar numa mesa no fundo do refeitório, sozinho.

Deu algumas garfadas em sua comida quando seu celular tocou. Ele tirou do bolso e atendeu:

– Alô?

– Draco? Cara, onde você está? Eu e Theodore estamos aqui na frente da sua casa e a maluca da Maria está dizendo que você está na escola.

– Blasio ela não está maluca, eu estou mesmo na escola.

– O QUE? – o garoto começou a rir – Está ouvindo isso Theo? O Draco está na escola.

– Parem de rir seus idiotas. Meus pais me obrigaram.

– Em que escola você está? Diz que a gente vai aí te salvar.

– Eu não posso sair daqui até as aulas terminarem.

– É isso mesmo? – agora era Theodore quem falava – o nosso loiro aguado foi domado pelos papais?

– Para de ser idiota Theo, eu só não quero brigas com meus pais por agora.

– Ahãm, sei, sei.

– Problema seu se não acredita. – Draco pegou sua bandeja e se levantou da mesa.

– Draco pelo amor de Deus, escola? Onde é esse lugar em? – agora era Blasio quem falava.

– Não importa, eu não vou dizer. – o loiro estava tão distraído que nem percebeu a garota que estava atrás dele, assim, quando se virou, acabou por derrubar o resto de seu almoço em cima da menina.

– Droga, olha o que você fez. – a garota disse se limpando, levantou o rosto e quase caiu desmaiada quando percebeu quem havia lhe sujado.

– Desculpa, serio, eu não tinha lhe visto, desculpa. – ele disse tentando ajudar ela se limpar.

– Não, não, está tudo bem.

– Espera, deixa eu te ajudar. – Draco tocou no rosto de Hermione para limpar sua bochecha quando uma coisa muito estranha aconteceu, o lugar onde as peles de ambos se tocaram passou a ferver. Era como se o toque de peles entre eles estivesse em brasa. Draco tirou os dedos dela e os assoprou, enquanto Hermione massageava seu rosto.

– O que foi isso? – ela perguntou irritada.

– Eu que te pergunto. Você me queimou.

– Eu não lhe queimei coisa nenhuma. Você que me queimou.

– Eu não vou discutir com você garota. Você sabe que foi você que me queimou, seja madura e peça desculpas.

– Que? – ela riu debochada – você derrubou comida em mim, me queimou, e quer que eu peça desculpas?

– Você é muito grossa, já lhe disseram isso?

– E você é um idiota, já lhe falaram isso? – a morena pegou suas coisas do chão e saiu do refeitório. Todos olhavam atentos para eles. A verdade é que o “incidente” deles, ocorrido mais cedo na sala de aula já estava correndo pelas línguas da escola. Todos pareciam bastante curiosos para saber de onde eles se conheciam.

– Que garota idiota. – Draco falou para si mesmo e saiu andando.

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As aulas da tarde seguiram tranquilamente. A professora Sprout, de biologia, era uma mulher muito tranquila, os alunos adoravam as aulas dela.

Hermione evitava olhar para Draco a todo custo. Para ela, ele era um garoto idiota e que com certeza não era o menino de seus desenhos.

Draco espumava de raiva só em lembrar das palavras atrevidas dela. Quem ela pensava que era pra falar com ele daquele jeito?

O ultimo horário era aula pratica. Os meninos teriam aula de futebol americano enquanto as meninas jogariam vôlei.

Um professor ficou responsável por levar os meninos para a quadra de fora enquanto outra professora se responsabilizava em levar as meninas para a quadra de dentro.

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Ao fim do dia, Hermione, Alicia, Morgana Gina e Luna esperavam Tomas na frente da escola, ele que iria busca-las.

O céu estava nublado e algumas gotas de chuva já caiam das nuvens.

As meninas estavam sentadas em um banco quando os garotos viam correndo do ginásio onde estavam jogando. A maioria dos meninos estavam sem camisa, molhados de chuva e suor.

Mas um se destacava em meio a tantos, seu cabelo loiro platinado caia em seus olhos azul tempestade. Seus músculos muito bem definidos causavam suspiros a todas as garotas presentes. Ele vinha correndo de cabeça baixa com o tênis na mão quando percebeu que uma garota, uma em especial, o olhava fixamente. Ele riu para se mesmo e levantou o rosto, encontrando os olhos castanhos de Hermione vidrados nele. Foi um contraste magico, castanho no azul.

Era como a mais dura tempestade, que mesmo durando semanas, sabe-se que no final dela existirá um belo arco-íris. Tudo parecia girar e perder o foco, no momento, para eles, só existiam os dois. Era como se o infinito houvesse se implantado naquele pequeno instante.

– Hermione? Hermione? – Morgana a sacudia.

– Oi? Oi? – Hermione falava meio atordoada, quebrando o contato visual com o loiro.

– Venha, o Tomas já chegou. Vamos!

– Tá, tá. Estou indo, calma.

Ela se levantou e entrou no carro. Ainda olhando para o loiro, pela janela embaçada do carro ela o viu mover os lábios em uma frase cheia de significados encrustados nela:

– Nos vemos amanhã.