Always in My Head escrita por Kizimachi


Capítulo 6
Capítulo VI - Do I wanna know?


Notas iniciais do capítulo

PessoALL, mais um capítulo dessa fanfic que estou, sinceramente, adorando fazer !
Grande parte dessa satisfação se deve à vocês. Então, obrigado :D
Título: peguei da música homóloga, do Arctic Monkeys.



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P.O.V Nico

O salão, que antes era completamente branco, com suas duas portas imensas (uma para a área da piscina, e a principal) em cor natural, talvez, carvalho, agora estava um embaralhado de cores. Os Stoll sempre são exagerados nas suas festas, mas esse ponto não se aplica à aquela frase "Tudo em excesso faz mal". Os exageros dos irmãos eram... demais. Conheci a música de primeira. A Sky Full of Stars, do Coldplay. No caminho para o meio, já era possível esbarrar em pessoas. E olhe que o meio ainda estava um pouco distante. Vários garçons circulavam, todos vestidos da mesma forma, impecavelmente. Pego com eles um copo de... não sei. Apenas pego o copo e o viro de primeira. Descubro que é o Stollquetel, um coquetel criado pelos irmãos, que nunca contam quais os ingredientes. Mas uma coisa é certa: seu gosto é inconfundível, assim como o seu efeito. Já era possível sentir o líquido queimando toda a garganta, assim como um longo fôlego foi necessário. De toda forma, só bebi para esvaziar o copo. Então, paro, pego a garrafa de tequila, abro-a e despejo a quantidade que eu julgo ideal no copo; ou seja, muito. Bebo a tequila pura mesmo. O efeito aparece mais rápido.

Em pouquíssimos minutos, eu já estava me soltando, me adequando ao som da música que começava a tocar: Panic Station, do Muse. Bem, fiz algumas aulas de dança, então...

P.O.V Thalia

Chego no local às 9 e 23. Atrasamos mais que o esperado por causa de um acidente numa rua. Logo, Percy teve que fazer um desvio. De toda forma, saio apressadamente do carro, já que estava tocando Panic Station, do Muse. Mostro minha identidade ao segurança, que me deixa entrar tranquilamente. O local estava uma balada monstruosa. Procuro o di Angelo rapidamente nos arredores do salão. Mas não acho-o. Que droga, quero minha tequila! Paro um garçom e pego um Stollquetel. Bebo a coisa rapidamente e fico com o copo em mãos, já para enche-lo de tequila quando achasse o Nicolas, que presumo que esteja no centro, no aglomerado de pessoas. Então vou até lá, sem deixar de perceber alguns olhares de uns, e, até mesmo, umas...

A medida que ia chegando no centro, podia ver que tinha um pequeno círculo formado, com duas pessoas dançando. Para a minha surpresa, quando me espremo para chegar mais perto, vejo que é o di Angelo e uma garota da escola, que eu não sei o nome. O di Angelo dançava perfeitamente, tenho que admitir, e a garota acompanhava-o proximamente. Ou melhor, se esfregava nele. Quando a música terminou, os que prestavam atenção aplaudiram, e a garota tentou beijar o di Angelo, mas ele simplesmente virou o rosto. Acontece que a direção que ele virou o rosto coincidia em mim.

P.O.V Nico

Essas garotas querem se aproveitar de mim, acho que sou banhado a ouro e mel. Ela até que dançava bem, mas qual é o sentido de beijar por uma dança? Qual é. Isso com certeza aumentaria mais os rumores na escola, se é que isso é possível. Quando levanto o rosto na direção que virei, dou de cara com a Thalia, que estava... sexy.

Enquanto as pessoas se dispersavam e/ou voltavam a dançar ao som da nova música, uma do Skrillex, vou em sua direção.

– E aí, Grace. - Falo. Ou melhor, grito.

– Vem. - Ela agarra meu pulso e me leva em direção à área das piscinas. Chegando lá, vamos para um dos vários sofás.

– Vai, enche o copo. - Ela ordena, esticando o copo na minha direção.

– Você tem mão, Grace - E estendo a garrafa.

– Está aprendendo com o Percy ou dando aulas à ele, garoto?

– Hein?

– Nada. - Essa garota é louca. Ela pega a garrafa, tira a tampa, e despeja parte do conteúdo até a borda do copo, e vira-o. Fico surpreso.

– Qual é, Nicolas, vai ficar aí, me encarando com essa expressão de surpresa? - Balanço o rosto.

– Não sabia desse seu lado, Grace. - Falo, voltando a expressão normal.

– Tem muitas coisas que você não sabe de mim, di Angelo. - Ela fala, já enchendo o copo novamente. - E nem saberá. - Dou de ombros e falo, sugestivo:

– Grace, somos inimigos mortais, não desconhecidos. Pelo contrário, somos parceiros de bebida. - Ela sorri com o comentário - Acho que não faria mal nenhum sabermos mais um do outro, já que ainda não temos nada para fazer por aqui, e a bebida não fez todo o seu efeito. Mas eu tive uma ideia. - Falo, pondo a garrafa no meio do centrinho que existia entre os dois sofás. - Vamos brincar. Contaremos fatos das nossas vidas. A cada fato contado, quem ouviu dá um gole. O que acha?

P.O.V Thalia

Nicolas estava certo, pelo menos uma vez na vida. Ele não é um desconhecido, é meu pior inimigo. Então, não vejo como essa brincadeirinha saudável faria mal.

– Tá legal, di Angelo. Mas você começa.

– Tá bem - Ele para para pensar um pouco - Bem, nunca namorei. - Dou o meu gole.

– Bem, como você sabe, sou nova na cidade. Meus pais são separados, então vim morar com meu pai, já que ele achou melhor. Motivo: Acabei meu namoro de 4 anos. Sim, comecei a namorar com 14. - Ele faz uma expressão de surpresa e dá dois goles. - Por que dois goles?

– Bem, foram vários fatos, então, mais de um gole parece justo. - Ele fala com um sorriso de canto de lábios. Talvez seja efeito da bebida, mas achei seu sorriso encantador.

– Faz sentido, di Angelo. Sua vez.

– Hm... tenho uma irmã super gênio, Bianca. Ela terminou a Goode com 16 anos, e já terminou faculdade de administração, sendo a aluna laureada da turma. Ah, a propósito, ela tem 21 anos. - Dou um gole. Jasinho, espero que sua orelha não queime, mas vou falar de você.

– Tenho um irmão, Jason Grace, de 22 anos. Ele não é super gênio, faz mais o tipo do Percy. Ah, e ele já pegou a Annie uma vez. Mas, recentemente, terminou faculdade de engenharia civil. Mora com minha mãe. E ele é loiro. - Nico faz uma cara de confusão, mas bebe. - Vai.

– Bem, jogo futebol, não o americano. Futebol mesmo. - Dou de ombros, mas, antes de levar a bebida aos lábios, ele segura minha mão. Por Deus, como sua mão é fria. - Espere, não é isso. Algo que ninguém sabe. Ano passado, fui fazer um teste para jogar pelos Los Angeles Galaxy. Fui chamado diretamente para o time principal. Mas não quis ir. - Agora foi minha vez de fazer a cara de surpresa. Bebo e então falo:

– Por que isso, di Angelo?

– Bem, Thalia, gosto mais de bodybuilding do que futebol. Uso o futebol mais como um hobbie, entende? fora que quero começar e seguir minha carreira de engenheiro naval. Ah, te contei mais dois fatos. Bebe mais dois goles, Grace. - Dou de ombros. É justo. Bebo, e agora que paro para perceber a parte do bodybuilding. Ele ia para a escola com roupas folgadas. Mas agora, dá para ver como seu corpo era... perfeito.

– Entendo. Bem, aos 6 anos, entrei numa companhia de dança. Cresci de aluna fraldinha para maior estrela da companhia; ganhei esse status aos meus 16 anos. Bem, ganhei também o prêmio de melhor dançarina juvenil de Miami, uma semana disso. No dia seguinte, recebi dois convites: Um para dançar num clipe do Muse, e outro para fazer uma performance ao vivo com a Katy Perry. Ambas as datas coincidiriam. - Ele faz uma expressão de surpresa, e bebe.

– Tá, Grace, mas qual você escolheu? - perguntou. Sorrio, pois essa é a parte cômica.

– di Angelo, aceitei o do Muse. Mas, acredite: não fui. Por quê? simples: tive uma... diarreia na hora. - Ele ficou me analisando, enquanto um sorriso se desenvolvia lentamente nos seus lábios. 5 Segundos depois, ele explodia em gargalhadas. - Qual é, Nicolas, não ria da desgraça alheia!! - Dou uma tapa no seu ombro.

– Não tem como não rir, Grace. - Depois de uns 2 minutos de gargalhadas, ele para, ofegante. E eu, emburrada. Ele se levanta e toca a cabeça como se tivesse tido uma ideia.

– Tenho outra ideia, Grace. - Ele estende sua mão até mim. - Já fiz aulas de dança, não ao seu nível, obviamente, mas que tal dançarmos ? - Bem, isso é algo que eu não esperava. Mas: 1 - Vi que ele dançava bem. 2 - Não tem nada mais pra fazer. 3 - Estou... animada.

– Tá bem, di Angelo. - Seguro sua mão e ele me guia de volta para o centro do salão.

Chegamos lá no momento que começava Supermassive Black Hole, do Muse. Eita, venci o campeonato de Miami dançando essa música. Vou apenas reproduzir os movimentos. Chego próxima ao ouvido dele para desafiá-lo.

– Di Angelo, é o seguinte: Ganhei o campeonato de Miami com essa música. Então, apenas tente me acompanhar.

Ele ri alto, mas apenas eu escuto.

– Grace, não se preocupe, nos meus dois anos de aula de dança, essa foi a última que eu dancei. Então, se prepare. - Faço cara de surpresa, e me posiciono, assim somo ele. Depois da curta introdução, começamos. Nicolas fazia uma dança excepcional, enquanto eu apelava para a sensualidade. Esse foi um dos fatores que me fez ganhar. Mais ou menos no meio da música, quando vejo que vários estão prestando atenção em nós e um círculo se formou, chego perto dele e falo:

– Juntos, Nicolas. Improvisa.

E começamos uma dança improvisada, mas que deu muito, mas muito certo. No final, terminamos ofegantes, encarando-nos numa distância de, no máximo 15 centímetros. Sorrimos juntos, quando os que prestavam atenção aplaudiram.

– Cadê a tequila? - Indago quando me afasto um pouco.

– Eita porra. Deixamos lá nas piscinas. - Ele fala com uma leve expressão de preocupação, e já vai me puxando até lá. Enquanto isso, começava Pompeii, do Bastille, numa versão remixada pelo próprio DJ, para deixá-la mais dançante. Ao chegamos até os sofás, nem sinal da tequila. Ele então me olha inexpressivo.

– Pois é, Grace, perdemos. - Ele se vira e põe a mão atrás da cabeça. Numa atitude inesperada até para mim, abraço-o por trás, tranquilizando-o.

– Deixa de besteira, cara. Só tinha uns 200ml mesmo. Vamos entrar em coma alcoólico. - Sorrimos juntos. Então, ele pega minha mão e me puxa novamente pro salão. Novamente, não posso deixar de destacar a frieza do seu toque.

P.O.V Nico

Várias garotas já me disseram que eu era frio. Mas, mesmo assim, não sentia tanto calor humano num abraço como o da Grace. Não sei porquê estou comentando isso, deve ser a bebida, mas era, até mesmo, eletrizante. Enquanto vou pensando nisso, chegamos ao nosso local na pista de dança. Dançamos várias e várias músicas. Algumas vezes, dançávamos juntos, outras vezes, dançávamos individualmente, mas eram passos que combinavam. Foram várias músicas. Desde Tiesto até versões remixadas do Green Day. Agora, estava tocando I'm Sexy and I know it, do LMFAO. Bem, não sei se era o efeito da bebida, mas resolvi fazer isso. Olho para os lados, e então tiro a camisa. Começo a rodá-la no ar, no refrão. Posso sentir vários olhares sobre mim, e, um deles, era o da Grace. Ela tinha parado de dançar e apenas me olhava. Não sei porquê, mas eu gostava disso. Vou até ela e falo:

– Para de babar, Grace. - Ela me dá um tapa no braço e volta a dançar, assim como eu. Quando a música terminou, terminou mesmo. Como assim? o DJ não fez transições diretas, ele apenas parou. Mas deu para ver pegando-o microfone. Pelo canto de olho, vi o Percy carregando a Annabeth para algum lugar.

– Pessoal, agora, para variar, está na hora do BaileStoll! - Nesse momento, vários começaram a gritar. Como pude me esquecer, os Stoll sempre ordenavam esse baile, que consistia quase em uma valsa. Era apenas uma música. A explicação deles era que servia para unir quem tivesse desunido de uma vez. Os caras são uns gênios. Thalia fazia uma cara de confusão, então eu cheguei no ouvido dela e expliquei o que era. Ela rolou os olhos e falou algo como "Bosta de romantismo". - Bem, como sempre, dou à vocês duas músicas. E vocês escolhem. As duas opções são: Madness, do Muse e Demons, do Imagine Dragons. Bem, a escolha, como sempre, é levantando a mão. Então vamos lá... Quem quer Madness?

Vejo que muitas, mas muitas pessoas levantaram a mão.

– Quem quer Demons? - Também muitas, mas muitas pessoas levantaram a mão. Pois é. Visualmente, foi a mesma quantidade.

– Pela primeira vez, temos um empate visual... - Fala o DJ - Então, segundo a emenda 3.2 do livro de regras da festa dos Stoll - ele levante a conhecida "Constituição da festa Stoll". Um caderno da Hello Kitty, que os Stoll roubaram da Annabeth, em que tinham várias regras. Era um monte de corretivo, caneta de várias cores, etc. Todos riram e aplaudiram. - Bem, segundo o livro: "Em caso de empate visual: toca a porra das duas músicas caralho". Então, vamos lá né. Vocês têm um minuto para achar o seu par.

As pessoas começam a se mobilizar, e eu me viro para procurar alguma, mas uma mão me segura. Nem preciso me virar, pelo toque eletrizante, já sei que é a Thalia. Então, me viro.

– Bem, di Angelo, esses bailes são, normalmente, para pessoas que se amam. Ódio é um sentimento bem próximo de amor, embora seja o contrário. Então, vamos dançar. - Mesmo estando beeeem animado, me surpreendo com o convite.

– Senhorita Grace, quer dançar comigo? - estico a mão para ela, imitando um cavalheiro.

– Seria uma desonra, di Angelo - Ela fala, cínica como sempre, mas sorrindo. Um lindo sorriso, por sinal. Novamente, não sei porque estou admitindo isso.

Passado o tempo, a música começa, e nós embalamos no som.

P.O.V Thalia

Dançamos bem;e bem próximos também. Até que deixo de prestar atenção a música, e, não entendendo o porquê, paro de dançar e aproximo meu rosto do di Angelo, vejo que ele fica parado, mas sem recuar. Poderia dizer que não cabia nem uma moeda entre nossos lábios. Mas a música para. E isso parece que nos trouxe para a realidade. E lá estávamos nós. Dois jovens que se odeiam, próximos de romper uma linha tênue entre nossos lábios. E então, como num drama em que tudo acaba ruim, caímos na real e nos afastamos um pouco?

– Desculpe, di Angelo, não era pra ter acontecido. - Quando eu ia sair dos seus braços, vejo que ele não deixa.

– Esquece, Grace. Nem aconteceu. - Olho no seu rosto e vejo que ele tem um sorriso tranquilo, calmante. Sorrio de volta e então voltamos a postura de dança, assim que Demons começa. Mas algo me dizia que ele estava decepcionado.

Paralelamente a realidade, uma batalha acontecia dentro de mim. Uma coisa dizia para beijá-lo. Outra dizia para acabar a dança ali mesmo e ir embora. A batalha durou por uns 2 minutos. Até que um lado venceu. Me soltei de Nico.

Toda aquela dor que ainda sentia pelo término do namoro com o Luke, parece que tinha acabado. Toda a dor que roía minha carne inteira sobre a pele fina, que não existia nenhum remédio em toda a medicina*, parecia ter acabado no momento em que, depois de ter me soltado dele, coloquei as mãos no seu pescoço, puxei-o e o beijei. Mal eu sabia que uma linha tênue acabava de ser rompida. E não era a linha tênue entre nossos lábios. Essa nem existia mais. Era a linha tênue que separavam os dois sentimentos mais opostos, e ao mesmo tempo tão próximos, da alma humana: Amor e Ódio. Rage & Love.


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Notas finais do capítulo

Dança do Nico: http://www.youtube.com/watch?v=DTUlWWxu9Fc
Dança da Thalia: http://www.youtube.com/watch?v=zCUreeQCH3E
Base da Dança conjunta: http://www.youtube.com/watch?v=U2ENCKVvDhk
* --> Me baseei numa frase da música O Desejo, do Zeca Baleiro: "E pra dor que róI a carne tesa sob a pele fina, Não há um só remédio em toda medicina."