Contos de uma Fujoshi escrita por Aquela Fujoshi


Capítulo 2
Arte


Notas iniciais do capítulo

SIM, EU AINDA ESTOU VIVA. Mas só esse retorno não traz bons augúrios, ok? Meus pais trocaram a senha do pc e eu ainda tô tentando descobrir (pela quinquagésima vez, ohohohoho), então já tá avisado que eu possa demorar pra postar alguma outra coisa, visse?
Mas agora vcs podem aproveitar e ler esse bagulho aí q eu fiz nas coxas mesmo, tava sem tempo, sem net e acabei fazendo alguma coisa no celular q eu resolvi postar /nóin
Té lá embaixo!
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Existem pessoas que sabem desenhar as coisas de cabeça. E tem aquelas que precisam de exemplos.

Mike é um desses últimos. Ele sempre foi considerado um bom desenhista, mas quando se trata de corpos humanos, ele é um fiasco sem a ajuda de um modelo vivo.

Com sorte ele não desenha muito a figura humana.

Mas para compensar a sua faculdade realiza um trabalho com ilustrações e a sua turma o elege como o desenhista. E é claro que deveria ser usado uma forma humana na proposta!

Mike chegou em casa bufando, reclamando das pessoas não entenderem suas "necessidades desenhais" e chutando as portas até entrar no quarto.

Ah, Mike vive sozinho com seu irmão gêmeo. Sabe aquela dupla de gêmeos que fazem praticamente tudo juntos? Mike e Luke são assim. Só que o talento de Mike no desenho se espelha em Luke na escrita. Um expressa seus pensamentos e sentimentos visualmente, o outro, verbalmente. Simples assim. Mas se você não os conhecer, nunca saberia diferenciá-los. Eles são gêmeos idênticos. Têm o mesmo cabelo loiro repicado, os mesmos olhos esmeraldas, o mesmo nariz rebitado. Até a mesma marca de nascença: uma manchinha delicada no ombro direito.

Acontece que Luke pressentiu a chegada triunfal do irmão e já se preparou para a enxurrada de reclamações. A parte da chegada triunfal foi mais exagerada.

Mike deu um chutão na porta que, se ela não tivesse sido destrancada antes por Luke, estaria aos pedaços. Entrou e se jogou com tudo no sofá-cama do quarto, largando a mochila ao lado.

– O que foi que houve dessa vez? – perguntou Luke se jogando ao lado dele na cama.

– Vou ter que desenhar.

– Humano?

– É.

Luke riu.

– Cara, sabia que esse dia chegaria...

– Vale muito ponto, velho, e a turma toda me pôs pressão!

– Não pôs.

– Não pôs, mas eu me senti pressionado – Mike sentou-se, tendo uma súbita ideia.

– E então, como vai s...

– Modelo! – interrompeu-o.

– Mas, Mike – disse Luke sentando-se também –, a Tay saiu, lembra?

Tay era uma amiga deles que aceitara ser a modelo de Mike. Mas ela acabou se mudando para longe algumas semanas depois.

– Cara, mas eu tenho você.

– Você quer que eu pose pra você? – indagou Luke com certa descrença.

– E tem outro jeito? – Mike virou-se para o irmão, quase implorando, sabendo o quanto Luke era teimoso como si próprio.

– Nossa, velho, isso seria meio estranho...

– E que escolha eu tenho, mano?

Luke ficou calado por alguns segundos, imaginando como ficaria seu corpo desenhado pelas mãos do irmão. Talvez não fosse má ideia, afinal.

– Eu quero ser recompensado, heim?

– Há-há, beleza!

Mike se levantou em um salto, correu até a sua mesa e começou a pegar alguns materiais de desenho – suas folhas A3, grafites, borrachas (ei, existem vários tipos de borrachas!) e réguas.

– Pera, você vai desenhar agora?

– Vou, cara, melhor adiantar, não acha?

– Mas...

– Não reclama não! Tira as roupas enquanto eu estou com paciência, vai.

– T-tá...

Luke se assustou um pouco com a atitude súbita do irmão, mas concluiu que seria melhor não discutir com ele de mau-humor.

Aproveitou enquanto Mike se ocupava com seus materiais e começou a se despir. A primeira e última vez que Mike o fizera tirar as roupas fora quando eles tinham 6 anos e Mike tinha colocado na cabeça que devia haver algo no corpo do irmão – especificamente alguma anomalia na anatomia – que pudesse ajudar os tios a diferenciá-los. O que mais fez foi fazê-los rirem. Mas além daquele episódio, nunca mais Mike quisera ver Luke nu. Afinal, eram gêmeos. Seus corpos eram iguais.

Luke ficou só com sua cueca brief e sentou de volta na cama, sem perceber que Mike o devorava com o olhar.

Sim, eram os mesmos corpos, mas Luke era o mais bonito na opinião de Mike. Ele não sabia exatamente o motivo, ambos tinham a mesma forma física, mas sabia que Luke era certamente excitante. Principalmente quando fazia praticamente um strip-tease para ele. Luke tirara as roupas vagarosa e temerosamente, mas de um jeito que deixara Mike certamente babando.

– Mano?

Mike quase deu um pulo quando lembrou-se do que precisava fazer. Esperava que seu rosto não estivesse tão vermelho quanto ele sentia.

– Sim, hum... – disse ele, imaginando a pose que faria seu irmão – Fica em pé aqui no meio.

Luke fez como o pedido, desconfortável. O que é isso? Estava com vergonha do próprio irmão? E gêmeo ainda por cima? Ora, Luke, esse não é você...

Mike se levantou e endireitou a pose do irmão, reajustando várias vezes, só para poder sentir o toque suave da pele dele.

Desculpe se Luke usa hidratante!

– Não, vira pra cá – Mike murmurou e estendeu o braço direito, no qual ele poria um cálice no desenho, e ajeitou as pernas.

Sem olhar muito, qualquer um poderia dizer que Luke parecia uma daquelas pinturas gregas antigas de vasos de argila. Mike riu ao pensar em seu irmão vestindo uma toga.

– O que foi? – perguntou Luke, deduzindo que a piada fosse ele, corando logo em seguida.

– Nada, esquece... – Mike engoliu o riso.

Ele se afastou do irmão, procurando uma melhor perspectiva. Puxou uma cadeira de rodinha e sentou-se nela, apreciando a visão que com certeza só ele tinha do irmão.

Muitas vezes Mike imaginara Luke posando para ele, mas nunca pensou que ele aceitaria assim de bom grado.

Começou a rascunhar a base no papel, fazendo aquelas formas meio incompreensíveis para quem não sabe desenhar. Em pouco tempo tinha um corpo perfeitamente igual e igualmente perfeito ao de Luke no papel.

E mais outra ideia lhe brotou na cabeça.

Arrancou o papel do bloco, deixando-o intacto em cima da mesa.

– Ué, desistiu?

Mike andou até atrás de Luke, segurando seus braços e ajeitando-o em outra pose.

– Eu... vou fazer outros modelos e decidir qual ficou melhor depois – mentiu, puxando seu corpo para a direita.

A verdade? Mike gostava de se aproveitar de Luke. Eles eram como o policial bonzinho e o policial malvado. E Mike gostava de ter um gêmeo tão doce como Luke. Podia abusar da boa vontade dele sem receber reclamações. E essa nova oportunidade não iria passar em branco.

Mike se posicionou atrás de Luke, colando seu corpo ao dele na desculpa de mexer os dois braços de uma vez.

Tsk, ele queria sentir a pele dele melhor. Droga de perfeccionismo!

Se afastou brevemente e tirou a camiseta que usava, sem dar tempo de Luke sentir sua ausência. E se encostou novamente ao irmão, levando sua mão ao queixo dele.

– Hum... – Luke sentiu a pele nua em contato com a sua – Mike, por que...

– Eu estou com calor – disse Mike quase imediatamente, interrompendo o outro.

Nossa, Mike, pensou Luke, você ainda não sabe mentir bem.

Calor?, Mike resmungou com si mesmo. Que mané calor? O que foi isso?

Mike começou a deslizar delicadamente as mãos pelo tórax do irmão, sem mais motivos para esconder seu desejo.

Luke inicialmente se espantou com a atitude do gêmeo mais novo, mas acabou se deixando levar pelas cócegas que Mike lhe proporcionava, achando que aquilo não passava de mais uma brincadeira do irmão.

Os dois riram. Luke com as cócegas e Mike com o jeito bobo e ingênuo de ser do gêmeo.

Luke estava até se divertindo, se contorcendo com gosto nos braços do outro, até que a mão direita dele foi parar mais embaixo do que deveria. Luke se surpreendeu e parou um pouco de rir, mas não de se contorcer, agora um tanto incomodado com as cócegas provocantes que Mike lhe fazia em seu baixo ventre. Luke tentou se desvencilhar, mas Mike agilmente segurou seus braços com o esquerdo, abraçando seu peito e mantendo-o preso ali.

– M-Mike... Pare...

As palavras de Luke não faziam jus ao que seu corpo demonstrava. Só a sensação que Mike conseguia lhe proporcionar não era suficiente. Por algum motivo Luke queria mais daquilo, mas não se daria ao luxo de pedir. Não era certo.

Quando Mike sentiu que Luke não tentava mais se debater com os braços, soltou-os apenas para segurar sua cintura com a mão esquerda, apertando involuntariamente ali. A outra continuava acariciando aquela região, teimosa, provocando Luke de um jeito que ele nunca fizera antes.

– Mmh...

Alguns gemidos arrastados saíam da boca do mais velho, e ele não podia acreditar que aquela voz doce e rouca era sua. Nem Mike. Estavam ambos tão entretidos que nem notaram quando Mike aproximou ainda mais seus corpos, colando seu peito às costas do irmão, e sua mão consequentemente atingiu um ponto mais abaixo. Luke arqueou a coluna, tentando livrar-se daquele pecado, mas estava encurralado tanto pela frente quanto por trás.

Mike riu da situação sôfrega em que fazia seu irmão se encontrar. Começou a acariciar delicadamente o local, delineando o contorno de seu membro, fazendo Luke delirar com o toque sensual do irmão.

– Ahh... Mike, não... – sibilou Luke, tentando encontrar razão nas palavras.

Mike piscou.

Talvez estivesse abusando demais do rapaz. Ou talvez não. Ele mesmo queria tocá-lo mais, sentir aquele suave perfume que emanava de sua pele mais próximo.

Começou a alisar a região com o indicador. Mesmo por cima da brief, Luke não pôde deixar de se deliciar com o toque.

Não, pensou, isso não está certo... Mas é tão bom...

Luke enfrentava uma batalha mental entre seu lado sensato e seu lado pecaminoso. Ele tentava resistir, mas não conseguia. Seu irmão tinha uma técnica certeira que fazia-o se entregar aos seus prazeres.

Mesmo Luke estando suficientemente submisso, Mike hesitou por um momento em prosseguir. Isso era realmente errado. Ele não queria forçar seu irmão à uma situação dessas. Afinal, ele o amava. Podia ser amor apenas fraternal, mas era suficiente para fazer Mike travar.

E Luke percebeu a confusão do irmão. Aproveitou isso para se recompor e se livrar rapidamente de seus braços, ficando de frente para ele e encarando-o.

– Ahn... Luke, eu...

Mike tentaria se desculpar se Luke não fosse mais rápido e saísse em disparada em direção ao banheiro da suíte, trancando-se nele.

Mike riu. Tudo bem que ele não conseguira nada de especial ainda, mas sabia que surtira algum efeito no irmão. E agora estava decidido a esperar até que Luke lhe permitisse agir assim novamente. O que ele sabia bem que não ia demorar muito.

Afinal, eles eram gêmeos.


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Notas finais do capítulo

Eu - então, né...
Lilica - tá tão miúdo comparado ao capítulo anterior...
Eu - eu sei, não joga na cara. *gota*
Lilica - calma, só tava dizendo.
Rodrigo - aproveita a folga e termina de uma vez de ler A Marca de Atena.
Eu - Eu já falei que eu só vou terminar quando eu tiverem mão A Casa De Hades.
Lilica - Pra quê? Vc já sabe os spoilers de cabeça...
Eu - Sim, mas não tem graça sem a ação!
Rodrigo - Falou a garota que vai na livraria pra ler a página 239 do livro.
Eu - M-mentiroso! *cora*
Lilica - Nossa, não só os spoilers, mas a página da cena também é decorada!
Eu - Parem! *cora mais*
Rodrigo - E depois diz que não shipa yaoi em coisas fodas...
Eu - M-mas livro é exceção! *cora em um tom estranhamente roxo*
Lilica - De nada muda, eu sempre soube que o Nico era gay.
Eu - *súbita mudança de estado emocional* Concordo plenamente.
Rodrigo - *facepalm*



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