Literatura escrita por LiKaHua


Capítulo 3
Capítulo 03 – Sonhando Acordada


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Quero dedicar este capítulo para a diwa da Jenny que é minha faadinha mais perfeita, eu amei o seu comentário, obrigada por estar sempre comigo em cada novo projeto! Eu te amo!



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Quando cheguei em casa me senti mal. Tranquei-me no quarto e evitei todo mundo com a desculpa que estava morrendo de cansaço e iria dormir. O que não era totalmente verdade. Eu estava cansada, mas a última coisa que conseguiria fazer era dormir, então tomei um banho rápido e entrei no primeiro baby doll que apareceu no meu guarda roupas. Peguei o lap top e me sentei na cama, dando uma passada primeiro pelo facebook, para olhar o que tinha por lá e qual não foi minha surpresa ao ver em uma montagem muito bem feita os parabéns do setor de notas por eu ter conseguido uma bolsa de estudos integral. Congelei, estava no grupo do curso para quem quisesse ver e eu sabia que não teria mais sossego pelos longos oito períodos. O e-mail não tinha nada importante então eu fechei logo e abri minha pasta de livros, era hora de voltar a trabalhar.

Quando eu começava a escrever era como abrir as portas de um novo mundo onde eu pudesse me esconder de todo e qualquer medo ou dor. As palavras que meus dedos digitavam e que juntas formavam frases que logo já eram parágrafos que enchiam folhas, formavam uma história na qual eu vinha trabalhando desde a morte do Davi. Mas nem mesmo enquanto eu estava ali, dentro do meu mundinho paralelo, eu conseguia me livrar da preocupação com o que havia acontecido na aula aquela noite. O olhar do professor Carlos na minha direção era algo que eu não conseguia traduzir por mais que tentasse; era algo completamente impossível de qualquer interpretação. Eu sabia que Rafael estava certo e, cedo ou tarde, algum texto meu ia parar nas mãos de um deles, mas eu não imaginava que logo de cara seria uma carta, tão simples e pior: pessoal. Não conseguia parar de pensar que deveria ter escrito para Amberly e tratado de algum assunto idiota que nos aprouvesse e, principalmente, que me livrasse daquele olhar intraduzível, mas mesmo assim cheio de significância.

Depois de algumas horas escrevendo, e parando entre os parágrafos para recriminar-me mentalmente pelo que fizera na aula, vi que já eram três da manhã. Minha cabeça latejava, mas eu duvidava que ainda conseguisse descansar. Decidi ler mais um pouco, mesmo que isso corresse o risco de ser pega pela minha mãe e levar uma bronca. Ao contrário dos filmes americanos, no Brasil, em especial na minha cidade, só os ricos tem abajures nos quartos. Eu não sou rica. Encostei-me na parede e abri o livro onde havia parado tentando imergir nas palavras e fugir daquele mundo real e calamitoso em que eu vivia.

Sinto muito - diz Ben, com a respiração acelerada - Falei sem pensar. Podemos esperar. Podemos esperar o quanto você quiser. Podemos esperar até estarmos casados se você quiser. - Casados - soluço ao repetir a palavra. - Sim. Casados. Porque não? Um dia? - ele segura as minhas mãos e as afasta dos meus olhos. O amor em suas palavras faz uma lágrima rolar em meu rosto. - Eu amo você. Quero fazer tudo com você. Quero me casar com você, ter filhos e envelhecer ao seu lado. E então quero morrer um dia antes de você, para que nunca tenha de viver sem você.

– Fala sério! – Sussurrei fechando o livro com força. – É ridículo! Como ela tem coragem de nos fazer acreditar que caras como Ben Luna existem?! É um disparate! Ficar iludindo as garotas desse jeito é até cruel.

Foi então que eu parei para pensar. Eu faço isso! Quando escrevo eu crio personagens como Ben Luna. Guardei o livro cuidadosamente dentro da bolsa que eu levava para a faculdade e fui dormir, sentindo-me um pouquinho mal. Eu também era responsável por criar aquelas ilusões para garotas como eu acreditarem, e a pior parte é que eu me sentia feliz com isso, criar uma felicidade que nunca seria real. Então me lembrei de uma das coisas que Rafael havia dito na aula de Literatura:

– As pessoas buscam a literatura como um meio de externar suas emoções e seus desejos, não apenas quem lê é submetido e convidado a entrar na vida do autor, mas quem escreve também é preso por sua obra. Leitor, autor e obra são juntos o mesmo ser.

Eu podia concordar com aquilo. De fato, a leitura, a escrita, a palavra era a coisa mais mágica do mundo, e não aquela magia ficcional que todo mundo almeja, mas a magia real, concreta e parcialmente palpável. Foi com esse pensamento que eu adormeci me sentindo melhor, e esquecendo completamente do que aconteceu na aula de leitura e produção de texto.

*

Acordei por volta de onze horas sob os gritos da minha mãe que saía para trabalhar. Minha cabeça doía tanto que parecia que haviam passado a noite batendo nela com uma pedra, levantei ainda bocejando e caminhei até o banheiro batendo nas paredes como se estivesse bêbada. Lavei o rosto com água gelada na esperança de que aquilo me fizesse acordar. Não funcionou.

– Bom dia, Laura! – Cumprimentou-me Amberly com seu sorriso largo de sempre.

– Respondo assim que acordar, meu cérebro ainda tá processando. – Eu falei, dando outro bocejo.

– O que deu em você ontem? Teve aula ruim?

– Não vai ser nada comparada com a de hoje.

Ela me lançou um olhar confuso quando eu entrei no quarto e fechei a porta. Eu não queria ir à faculdade naquele dia, mas sabia que fugir não melhoraria as coisas, embora fosse o que eu fizesse melhor em situações que me tirassem da minha zona de conforto. O dia pareceu passar mais rápido de propósito para me obrigar a adiantar o que viria pela frente, mesmo sem saber o que era eu já imaginava o pior, eu não costumava passar a melhor primeira impressão e tinha por certo que metade da minha turma ia acreditar que eu estava “me sentindo” por ter conquistado uma bolsa integral e pior: por ter sido a única na minha turma. Adeus anonimato!

*

Tudo estava vazio. Se não fosse tão cedo eu chegaria a pensar que não haveria aula aquele dia, caminhei até a minha sala e coloquei as coisas na minha banca, peguei o livro dentro da bolsa e saí até o banco para ler enquanto não aparecia ninguém. Estava acabando o livro, as páginas finais cheias de tensão me prendiam de tal forma que eu não conseguia parar de ler até descobrir o que ia acontecer. Santa Rita é muito quente na maior parte das vezes, mas o clima aquela noite estava ameno, agradável, levemente frio a ponto de me fazer usar um casaquinho preto. O silêncio imperava em todos os lugares e envolvida naquela calma eu terminei aquele livro fantástico.

“O amor não quer que as pessoas continuem ignorantes e assustadas. Não coloca a obediência acima de tudo. O amor não julga e acredita que algumas vidas, ou histórias de amor, sejam mais valiosas que outras. O amor não usa as pessoas e as joga fora. Ele é infinito e torna as pessoas mais fortes, mesmo quando a pessoa que amamos já se foi.”

“Amor...” Pensei comigo mesma. “Isso nem existe na vida real!”. Fechei o livro e contemplei os corredores vazios da faculdade, era como se enquanto eu estava lendo o mundo tivesse se fechado diante de mim e eu estivesse completamente dentro daquele livro, do mundo onde o bem vence o mal e os príncipes encantados são engraçados e misteriosos como Ben Luna. O “choque” de voltar a realidade quase me fez chorar, suspirei e me levantei quando o estranho do bloco G apareceu de supetão com o seu andar apressado, mas elegante.

– Olá! – Ele falou cordialmente.

– Oi... – Eu falei timidamente.

Ele seguiu para sala dele, mas não sem antes me dar um sorriso doce, sorri de volta e caminhei apressada para minha sala tentando entender o motivo daquilo. Pude observá-lo um pouco melhor, os cabelos loiros eram lisos e cortados curtos, os olhos eram esverdeados e escondiam-se atrás de óculos de armação quase transparente, o rosto era angular e a pele imaculada sem a mínima mancha que fosse. Os lábios eram finos, mas não pouco atraentes e ele tinha um sorriso arrasador. De início pareceu baixinho, mas quando paramos de frente um para o outro naquela noite, percebi que fora uma impressão muito vaga minha, ele era pelo menos dez centímetros mais alto que eu. Afastei a imagem dele da mente e guardei o livro na bolsa pegando meu caderno de rascunhos, precisava continuar trabalhando no livro que estava escrevendo, mal percebi quando Rafael entrou na sala, olhei a hora no celular e percebi que faltava pelo menos quarenta e nove minutos para o início da aula.

– Olá. – Ele falou com o mesmo sorriso provocador de sempre.

– Oi... – Minha voz quase não saiu. – Porque na sala tão cedo?

– Estava atrás da senhorita. – Ele falou simplesmente, colocando a mochila na cadeira atrás do birô.

– De mim? – Não contive o espanto e tinha certeza que meu rosto denunciava isso. Meu corpo inteiro retesou na cadeira e senti um tremor me tomar.

– Sim, a gente pode conversar um pouco? – A voz de Rafael era grave, mas tão suave que era quase como uma música.

– Hum... Claro... Eu acho. – Gaguejei. Droga!

– Calma – ele riu ao ver meu nervosismo tão sutil como uma bomba. – não vou te reprovar. Na verdade eu meio que sei que você sempre chega muito cedo e o que eu vou falar contigo é meio antiético.

– Como assim? – Perguntei confusa.

– Carlos me mostrou o seu texto. – Ele falou suavemente sentando-se na banca de Ariana. Eu sabia que aquele texto ia me trazer encrenca. – Mas está tudo bem! – Rafael garantiu como se lesse meus pensamentos no meu semblante.

– Então, por que estamos conversando sobre isso?

– Porque eu achei que você não ia querer conversar com a psicóloga daqui. – Ele riu. – Não, na verdade é porque eu fiquei impressionado com o que você fez.

– É meio chocante ouvir isso quando eu nem sabia quais eram as normas que regiam a carta. – Zombei.

– E mesmo assim seguiu todas elas. – Ele falou imediatamente após eu fechar a boca. Olhei-o perplexa. – A maneira como você coloca as emoções no papel é algo raro, Laura. Quase palpável. Carlos sentiu, eu senti e o coordenador do curso sentiu também.

– Como é que é?! – Olhei-o chocada. – Como o meu texto foi parar nas mãos do professor de Linguística?! Isso já deixou de ser antiético, já é... Nem sei.

O jeito como Rafael riu me deixou ainda mais constrangida. Olhando bem para ele, ali tão perto, eu percebia como ele era estonteante. Os cabelos ainda estavam um pouco molhados do banho e reluziam à luz fluorescente da sala, o sorriso dele era hipnotizante e os braços... Deus, eu perdia o fôlego quando os fitava. Os músculos definidos, mas em nada exagerados, apertando e alargando as magas curtas da camisa preta do Metallica.

– Tudo bem, a gente não vai sair espalhando a sua carta por ai. – Ele riu. – Ainda. – Eu o fitei assustada. – Eu na verdade queria saber antes de tudo se você está bem.

– Hã? – Agora minha apreensão se tornou confusão imediatamente.

– Como eu disse, os sentimentos que você coloca nas palavras são quase palpáveis... E pelo que eu li completaram dois anos da morte do seu amigo... Você está bem?

– Ah... Tô sim... – Menti. – Ameniza com o tempo.

– É eu sei que ameniza, mas isso não significa que não doa. Eu sei disso porque também já disse adeus para pessoas importantes. – Ele falou calmamente enquanto me olhava através das lentes transparentes dos óculos com aqueles olhos castanhos tão doces e profundos que eram quase pecaminosos. Não respondi.

– Você tem um talento singular, Laura. – Ele continuou após alguns segundos. – Vai ser muito divertido descobrir do que você é capaz.

– Por que está tão interessado nisso? – Disparei, nervosa. – Quer dizer, são só uns textos idiotas... Ninguém quer ler aquilo!

– Ao que parece uma das minhas funções vai ser te fazer enxergar o seu próprio potencial, você é um pouco cega com relação a si mesma.

– O que quer dizer?

– Na licenciatura nós temos psicologia para aprender a “desvendar” os nossos alunos. Essa disciplina pela primeira vez fez efeito comigo. Ainda não tinha tido a oportunidade de praticá-la.

– Isso está soando como uma ameaça. – Eu ri.

– Na verdade é mais um desafio. – Ele falou rindo comigo. – Sou seu professor de literatura e isso quer dizer que posso te obrigar a escrever.

– Onde fica o meu livre arbítrio? – Perguntei em tom matreiro.

– Na nota.

Ele piscou para mim caminhando em direção ao birô no exato momento que Ariana entrou na sala e nos cumprimentou com um ‘boa noite’. Quando os demais alunos foram entrando eu comecei a sentir o impacto da publicação no facebook, os olhares tortos e outros curiosos vindos na minha direção. Desejei desaparecer nesse instante e repeti para mim mesma que não devia nada a eles, embora odiasse aquela sensação.

– Parabéns Laura! – Ariana sussurrou para mim.

– Pelo quê? – Perguntei fingindo que não sabia do que ela estava falando.

– A bolsa de estudos.

– Ah... Isso... Não sei se é assim tão bom. – Falei olhando em volta.

– Não liga pra isso. Você mereceu.

– Não precisava de mais nenhum motivo para aguentar o bullying coletivo.

– Boa noite pessoal. – Rafael falou formalmente para toda a turma. – Hoje nós temos novamente aula de Literatura e eu quero fazer uma atividade com vocês.

Ele me lançou um olhar significativo e eu senti a provocação brincar em seu sorriso zombeteiro e desafiador. Rafael distribuiu para a turma uma folha contendo uma das cenas de Hamlet, de Shakespeare. Eu li a cena algumas vezes tentando entender o que acontecia. Era a primeira cena do terceiro ato, quando passei os olhos pela famosa frase “Ser ou não ser, eis a questão” eu ri baixinho.

– Bem, o que eu quero que façam – explicou Rafael quando todos estavam com os textos. – é que reescrevam essa cena em prosa. Vocês estão com o texto dramático na mão, vão transformar a cena de peça em um capítulo de livro. Dêem um toque pessoal nisso – ele olhou para mim com um sorriso – sintam-se livres para interpretá-la. Quero ver o que entendem e o que conseguem fazer com ela. Sei que é um trabalho um pouco difícil para uma primeira aula, mas quero ver como vocês estão de caneta.

– Isso não é justo professor – Reclamou uma das garotas do outro lado da sala. – Alguns aqui tem vantagem.

– O que está querendo dizer... – Ele falou dando a deixa para ela se apresentar.

– Ana. – Ela respondeu. – Estou querendo dizer que a escritora ali leva vantagem sobre nós nesse tipo de atividade.

Congelei. O modo como ela disse a palavra escritora carregado de veneno e ironia me causou um enjoo ao mesmo tempo em que uma fúria incontrolável. Eu não era de brigar, procurava evitar o máximo chamar atenção para mim, mas eu não podia ficar ali enquanto aquela biscate ficava falando coisas sobre mim como se me conhecesse. Mas antes que eu pudesse abrir a boca, Rafael a repreendeu com elegância.

– Não é esse o motivo de todos vocês estarem aqui? Aprender? Se não for deveria. Eu falei atividade, Ana, não competição. Mas se você encara sempre tudo dessa forma porque ao invés de atacar a Laura você não se empenha em superá-la? E pelo que vejo creio que é exatamente isso que lhe incomoda, muito embora você sequer tenha visto algo escrito por ela, confesso que nem mesmo eu. Então, graças a você, esta atividade já vai contar cinco pontos para o nosso primeiro exercício daqui dois meses.

Toda a sala chiou em protesto, eu abaixei a cabeça desejando me enfiar em um buraco e desaparecer. Quando Rafael conseguiu acalmar a turma para trabalhar, ameaçando que queria aquele texto até o fim da aula eu me esforcei para me concentrar, mas me sentia completamente vulnerável como se a qualquer momento eu fosse ser atingida por um tiro. Ana me lançava olhares de ódio enquanto Rafael se deliciava por ter calado a boca dela, olhei na direção dele que acenou com a cabeça pra mim e sorriu. Eu não sabia se ele era o meu herói ou o meu carrasco.

Levei vinte e cinco minutos para transformar a cena de Hamlet em um capítulo de doze folhas de caderno escritas à mão com o máximo de detalhes que consegui imaginar. Confesso que o exercício ficou divertido quando consegui me acalmar. Coloquei meu nome nas folhas, grampeei com um mini grampeador que tinha na bolsa e entreguei para Rafael que me fitou curioso.

– Já?

Assenti e voltei para minha cadeira. Havia uma marca entre o dedo indicador e o maior de todos causada pela caneta, mas não era nada com o que eu já não estivesse acostumada. Continuei trabalhando no capítulo do meu livro para digitar quando chegasse em casa, quando ergui os olhos por um momento, vi que Rafael lia o meu texto com dupla atenção. Ana e os outros continuavam trabalhando, Ariana ainda não havia saído do terceiro parágrafo e quando percebi que Ana estava olhando na minha direção, fitei-a fixamente por um instante e virei a cara. Se ela queria confusão que fizesse sozinha, eu iria ignorá-la. As aulas seguintes foram de estudos gramaticais com um professor alto e esguio chamado Marcelo. Só quando você se depara com algo tão minucioso e chato como regras gramaticais você percebe que a escola te ensina menos que o mínimo e fica com medo de escrever até mesmo uma frase. Enquanto o professor discorria sobre fonética minha mente me levava até Rafael e seu sorriso encantador, me salvando da queda e me levando para longe da dor em seu cavalo branco.


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Notas finais do capítulo

Um obrigada especial a Cristal Tally que favoritou a fic e também a Mme radioactif que favoritou assim como a Caramelosj. Espero que estejam gostando... Como eu disse é meio clichê mesmo talvez até um pouquinho idiota, mas enfim, eu quero postar mesmo assim.
Um oi pra Amanda que me disse que está lendo e foi super diwa comigo me dando um apoio fofo! Obrigada! Espero que gostem do capítulo, eu demorei um pouco pra postar porque fiquei meio atarefada! Mas eis aqui!



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