More Than Super Heroes escrita por Captain


Capítulo 11
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, como vão? Infelizmente, o Steven ainda não resolveu seu lance com a net, então pediu pra eu postar esse capítulo pra vocês. Ah! Vocês assistiram The Nanny Diaries, hoje? *u* Fiquei sabendo que teve CATWS também, mas não assisti.

Enfim, queria agradecer pelos comentários do capítulo passado, pelos acessos e pelos acompanhamentos. Ficamos felizes de saber que temos pessoas que gostam da fic. Trabalhamos cada vez mais para melhorar.

Espero que gostem do capítulo. Have fun! :)



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Minha cabeça rodou. Eu não conseguia identificar o lugar que eu estava, mas quando olho para os lados, reconheço aquele lugar sendo o apartamento do Steve. Olhei para mim novamente e estava somente enrolada em um lençol. Abaixo do lençol eu estaria despida, se não fosse por um grosso casaco azul que provavelmente era de Rogers.

Não acredito! Será que eu e Steve transamos?

Tentei organizar minha mente, flashes da noite passada vinham na minha cabeça... O beijo, eu e o Steve bebendo... Nossas roupas molhadas...

Não.

Rapidamente me levantei, ficando sentada na cama de Steve. Olhei novamente para os lados em busca dele, mas nada. Notei em cima do criado mudo, minhas roupas que estavam dobradas e secas junto de minhas outras coisas.

Ainda era difícil raciocinar o que tinha ocorrido.

Há muito tempo eu não havia bebido tanto assim e de certa forma eu precisava um pouco disso.

Eu abaixei minha guarda e me permiti “divertir” com ele. Cometi um erro que eu jurei nunca cometer: confiar.

Não vou mentir, eu tive uma atração física por ele e após o beijo apenas aumentou. Senti algo novo em seu beijo, uma eletricidade me percorrendo. Mesmo o respeitando muito não veria mal de ter indo pra cama com ele, caso acontecesse. Mas ele fazer isso comigo alterada, era questionável. A troca de quê?

Estava com o ego ferido. Logo eu que sempre enganei e usei as pessoas para conseguir o que precisava, me deixei ser enganada... Enganada por um companheiro de equipe. Xeque mate, viúva. Você provou do seu próprio veneno.

Suspirei frustrada.

Levantei da cama, e tirei seu casaco. Pude sentir seu cheiro impregnado na peça de roupa e infelizmente ainda estava em mim mesmo sem o casaco. Não era ruim... Era agradável, mas estava com muita raiva de Rogers para querer seu cheiro em mim.

Depois de me vestir, pude reparar melhor no quarto. Mesmo passado pouco tempo desde sua volta, estava tudo arrumado e organizado. Caminhei pelo quarto, a fim de reparar em cada detalhe do habitat do Capitão América. Em um canto, tinha um manequim com seu antigo terno militar e algumas medalhas. Logo atrás, vários quadros com os integrantes do seu Comando Selvagem, com um destaque especial a mulher que deduzi ser Peggy Carter. Ao lado, em uma mesa, estava um caderno velho com as folhas gastas e amarelas. Parecia se tratar de um caderno de desenho.

Deixei aquilo pra lá e sai do quarto. Nenhum barulho podia ser ouvido dos outros cômodos, obviamente ele não estava ali.

Após sair do quarto, decidi sentar na sala e espera-lo do sofá. Minha vontade era sair logo dali, mas antes precisava e desejava encarar Rogers nos olhos.

Batia os pés freneticamente contra o chão, enquanto meu olhar ia desde minhas unhas, até os móveis da sala, incontáveis vezes. Pra onde você foi soldado?

Por rápidos instantes meus olhos viram o DVD de Rogers a qual eu mesmo o dei, ele estava do mesmo jeito da ultima vez, até o pendrive se encontrava na mesma posição. Senti um pouco de nostalgia e me deixei soltar uma risada ao me lembrar do sufoco que foi ensiná-lo a digitar, mas esse sentimento bom logo deu lugar a raiva que eu estava sentindo de Steve.

Ouvi o som de sua moto estacionando e me preparei para olhar os seus falsos olhos azuis. Não demorou para que a porta fosse aberta e o loiro surgisse dela com algumas sacolas na mão. Ao me ver ele sorriu e me desejou um “bom dia”.

Apenas dei um olhar em resposta. Que sínico!

Ele foi para a cozinha e eu esperei alguns segundos para segui-lo. Rogers desembalava em cima de um balcão as sacolas com alguns legumes, frutas e carne. Puxei uma cadeira e sentei em frente ao loiro, onde cruzei meus braços sobre a bancada. Ele que guardava as coisas em seus respectivos lugares, e sorriu amigável para mim.

— Dormiu bem? — ele perguntou sem parar o que estava fazendo.

— Já tive noites melhores — falei indiferente.

— Desde que não tenham sido noites que você bebeu, eu aposto que sim.

Sinceramente, aquele comentário foi muito infeliz.

O Capitão pegou uma jarra e despejou algo estranho em uma xícara e trouxe até mim.

— Para você. — Colocou a xícara na minha frente.

— O que é isso?

— É para ressaca — riu.

— Não preciso disso, sou russa. — O encarei firme e ele voltou a rir em resposta. Estava tão alegrinho... As minhas custas. Idiota!

— Estou sabendo, você repetia isso toda vez que eu perguntava se já não estava na hora de parar. Mas você é dura na queda, mesmo após vários copos sem parar, conseguiu ficar sóbria até as quatro da manhã. E apenas com algumas horas de sono você aparenta não ter tocado em nenhum copo de álcool.

Enquanto ele falava, consegui me lembrar de mais algumas coisas da noite anterior. Após o beijo, entramos para beber algo e se não fosse a quantidade da bebida forte que eu tomei, com certeza não teria ficado bêbada.

— Pois é — me limitei apenas a dizer isso.

Não conseguia olhar para ele. Meu ego ainda estava ferido e a maneira como ele agia, dificultava mais as coisas. Ainda não acreditava que tinha sido enganada pelo “todo certinho” Capitão América.

Afastei a xícara com o liquido esquisito e perguntei:

— Porque me trouxe para seu apartamento ao invés da Torre?

— Bem. — Ele parou de fazer o que estava fazendo e se concentrou em mim com as mãos apoiadas sobre a bancada — Primeiro, eu achei que você não ia querer chegar à torre no estado que estava. — Franzi o cenho pela ultima coisa que ele falou e mesmo notando, Steve continuou. — Segundo, estava bem tarde, quase amanhecendo e o meu apartamento era o mais perto já que estamos no Brooklyn.

— Sei...

Estava admirada com a capacidade de Rogers ao inventar desculpas ruins.

— Está tudo bem Nat? — ele me perguntou.

“Nat”? Toda a intimidade que ele me tratou durante esse tempo, foi ruim. Era melhor acabar com aquilo e ir embora. Tive Capitão de mais em apenas dois dias.

— Tudo ótimo — respondi. — O que fará com isso? — Tentei mudar de assunto vendo que ele não havia guardado tudo que comprou.

— Esse será nosso almoço. — Ele se animou. — Quer me ajudar? Podemos...

O cortei.

— Não. Eu irei pra torre, tenho coisas a resolver. — Menti para evitar questionamentos.

Sem esperar sua resposta, me levantei indo até a saída e escutei seus passos firmes, vindo atrás de mim.

— Quer uma carona? — sugeriu.

— Não — respondi secamente.

Ele pegou em meu braço e me puxou sem muita força, me fazendo o olhar. Me irritei de imediato, fazendo Steve soltar meu braço.

— Esta tudo bem mesmo? — ele voltou a perguntar, dessa vez confuso.

— Por que não estaria? — Sai, sem escutar se ele tinha dito mais alguma coisa.

Por sorte, Rogers não me seguiu e eu fiquei feliz com isso, pois já estava cheia dele. Peguei um taxi e fui direto para a Torre.

Naquele momento, eu só precisava de duas coisas: um banho frio e bater em alguma coisa.

(...)

Quando cheguei à Torre, essa coisa que eu precisava bater acabou por ser Clint. Sei que ele não tinha culpa, mas era a única coisa que se mexia. Até Stark, que resolveu participar do treinamento, apanhou um pouco.

Os meninos fizeram suas pausas, mas eu resolvi seguir. Continuei a treinar com o saco de pancadas.

Eu tive raiva de mim mesma por continuar pensando no assunto, me manter concentrada era uma tarefa complicada. Novamente, os flashes do encontro com Steve vieram a minha mente. E eu perdi o foco por alguns segundos. Mas retornei aos socos, dessa vez, mais forte.

Parei o treino, recuperei minha respiração e bebi um pouco de água, que me deu uma sensação de calmaria. Limpei meu suor em uma toalha, e fui em direção ao quarto a fim de cumprir o segundo item da lista de coisas que eu precisava.

Não demorei no chuveiro. Vesti uma calça preta e uma blusa de mangas longas da mesma cor. Calcei uma bota cano baixo e fui para a cozinha principal. Desde que cheguei, comi apenas uma maça. Precisava me alimentar.

Quando cheguei lá, encontrei Tony pegando alguns sucos na geladeira.

— Nossa! Quem morreu? — ele falou, assim que reparou nas minhas roupas.

— Não sei, mas se continuar com piadinhas, talvez eu possa usar no seu enterro — falei e o vi fazendo uma careta.

Peguei o almoço que Barton tinha separado pra mim, e coloquei para aquecer no microondas.

— Romanoff — Stark me chamou — Sabe? Estou curioso com uma coisa que aconteceu ontem e...

O interrompi.

— Nem começa, Stark. O que eu falei há pouco tempo era sério.

— Tão meiga. — O homem de lata usou sua típica ironia, mas apenas ignorei. Eu perderia a cabeça atoa, se me importasse com o que ele diz.

Ele foi até o elevador carregando seus sucos. Fiquei contente por ele ter saído e me deixado comer em paz. Mas não seria Stark, se antes da porta do elevador fechar, ele ter soltado uma ultima piadinha.

— Depois me diz se o sorvete estava gostoso ou já tinha se vencido nos anos 40 — ele gritou, antes do elevador começar a descer.

Desgraçado!

Encostei-me ao balcão, me apoiando com as mãos e mesmo contra a minha vontade, tentei me lembrar de algo a mais da noite e de como tinha ido parar na cama de Rogers, mas só conseguia me lembrar de beijos, bebidas, risadas, sorrisos. E de Steve colocando sua jaqueta em mim.

O microondas apitou me trazendo a realidade, e eu agradeci mentalmente por aquilo.

Almoçar sozinha e em paz, era tudo que eu queria.

Acabei de almoçar e subi para o meu andar, onde deitei por um tempo. Não dormi, mas também, não fiquei presa em pensamentos sobre os últimos acontecimentos.

Fiquei tão perdida como nunca tinha ficado antes.

“Se tivéssemos em posições contrarias e eu quero que seja sincero. Confiaria em mim para salvar sua vida?”

“Confiaria agora”

Já estava cansada de ter minha mente invadida por lembranças que envolviam Steve. Porque ele teve que trair minha confiança?

­— Senhorita Romanoff, o Capitão Rogers se encontra na porta a sua espera. — J.A.R.V.I.S anunciou e eu demorei um pouco para me recuperar daquela lembrança sem propósito.

Dei um suspiro longo. De todas as pessoas, ele era quem eu menos queria ver.

Hesitei por um momento. Mas por fim, abri a porta. Quando abri, me deparei com um Steve segurando uma rosa na mão, acenando pra mim, com um sorriso leve no rosto.

Não o cumprimentei, apenas entrei no quarto, e pedi que me seguisse.

— Com licença — ele disse.

Virei-me para olha-lo e ele me estendeu a rosa. Eu a peguei de forma grosseira e analisei.

— O que significa isso, Rogers? — questionei.

— É uma forma de agradecimento. — Rogers colocou suas mãos dentro do bolso. — Eu nunca te agradeci por ter me ajudado no meu inicio na SHIELD e por ainda continuar me ajudando como fez ontem, além de ter sido uma grande amiga. Sei que é pouco, mas eu ainda não sei muito sobre você, não sei o que gosta... Imaginei que gostaria de uma rosa, porque acredito que não goste de nada exagerado. — Ele gesticulou com as mãos. — É um presente simples, mas sincero.

Fiquei em silencio. Estava tentando digerir aquela situação.

Como Rogers viu que eu não respondi nada, continuou falando:

— O que acha de sairmos para comer sushi, como você sugeriu ontem?

Revirei os olhos. Era incrível como ele não percebia a situação. Depois dessa sua ultima ação, eu descobri seu joguinho. Dei uma ultima olhada na rosa e a joguei na cama.

Andei pelo quarto e Steve me seguiu, confuso.

Num súbito de raiva, me virei para ele, elevando o tom de voz.

— Rogers, chega! — Ele franziu o cenho confuso. — Pare com isso, ok? — O loiro ia falar, mas o cortei. — Nesse jogo que você está começando, eu já sou campeã. Então, game over!

— O que você está falando? — Ele fingia não entender.

— Pode parar de fingir, Rogers. — O olhei firmemente. — Eu sei que toda essa aproximação comigo foi para arrancar informações para o governo. Mas acho que você esqueceu que estava lidando com a viúva negra. E com a possibilidade de se apaixonar por ela.

Rogers me olhou espantado. Pelo que eu conhecia de leitura corporal, eu tinha acertado a ferida. Voltei ao tom de voz normal e continuei.

— O que você pretendia? Achou que eu não descobriria nada, você entregaria o que o governo precisa e de prêmio, teríamos algum futuro amoroso? — dei um sorriso irônico — Se for isso, “nobre” Capitão América, saiba que não daria certo para nenhum de nós. O que você sonha em ter, não é comigo.

Rogers parou um pouco mais próximo a mim, tentando assimilar o que eu acabara de falar. Passou as mãos pelos cabelos, caminhou até o outro canto do quarto e questionou:

— De onde tirou isso?

Rogers estava sendo muito dissimulado, e toda a paciência que eu estava tentando ter, diminuía.

— Pelo menos aproveitou a noite de sexo, Capitão? — Arqueei uma sobrancelha. — Porque foi a ultima.

— Noite de sexo? Natasha nos não...

Interrompi, antes que ele falasse mais uma mentira.

— Pelo amor, Rogers! — suspirei cansada — Quando vai parar de mentir? Vamos tratar a situação como adultos.

— Adultos? Você nem se quer me deixa falar. Está tão cega que não analisa as coisas com clareza.

Olhei bem pra ele.

— O que eu tenho que analisar? Que o sensato Steve Rogers, que cospe filosofias e idealismos, traiu sua companheira de equipe? Você me disse que eu poderia confiar em você, eu fiz isso e olhe só?

Steve balançou a cabeça em negação e respirou fundo. Pelo visto ele não tinha argumentos para rebater minhas acusações.

— Você não passa de um macaco do governo americano! — gritei.

Ele segurou em meus dois braços e me prendeu contra a parede.

— Olha aqui, Romanoff! — Ele estava exaltado. — Eu não sei o que você está pensando, mas não vou deixar você me acusar dessa forma.

Estávamos muito próximos. Aquilo deixava tudo mais tenso.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, a voz de J.A.R.V.I.S encheu o ambiente:

Capitão Rogers e Senhorita Romanoff, o Senhor Stark mandou avisar que quer todos uniformizados no quinjet o mais rápido possível, ele dará mais detalhes quando a equipe estiver reunida — avisou.

— Temos trabalho a fazer — disse séria.

— Depois continuamos — ele falou enquanto caminhava até a porta.

— Não temos mais nada pra conversar. — Ele se virou, parando na porta e me encarou. — Eu já sei dos seus planos, então nada mais adianta. O seu erro, Rogers, foi me subestimar.

— Não, meu erro foi estar me apaixonando por você! — confessou e bateu a porta em seguida.

Fiquei estática. Não esperava estar tão certa. Ainda tinha esperança que Steve arranjasse uma desculpa que eu pudesse acreditar.

Sentei em minha cama e fitei o teto. Estava me sentindo idiota... Perdida... Enganada...


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Notas finais do capítulo

Como de costume, críticas construtivas são muito bem vindas. COMENTEM, interajam com a gente (poxa, sou tão legal! HAHAH e o Ale também) e nos digam o que acharam. A opinião de vocês é sempre importante.

Nos vemos nos reviews! :) bj bj pessoinhas :*