Forever (jakeness) escrita por NiaBlack


Capítulo 1
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Seis anos se passaram desde a visita não tão inesperada dos Volturi à Forks. Eu já estava aparente e mentalmente com dezessete anos, e como meu crescimento estava diminuindo gradativamente, agora eu teria noção do que é crescer como humana (ou pelo menos um pouco). Levaria este ano inteiro para que eu, enfim, chegasse aos dezoito, e eternos, anos de idade. Contudo, por algum estranho motivo, tia Alice disse que me viu em uma visão, e praticamente nada mudaria em mim, exceto o cabelo que cresceria bastante, mas nisso dava-se um jeito.

 

A vida estava voltando ao normal. Bom, pelo menos a dos Cullens. Aos poucos estávamos voltando à vida que levavam antes de eu nascer. Eu e Alice voltaríamos para a escola em breve, enquanto meus pais rumariam para uma faculdade próxima a Forks (para não terem que correr muito em caso de urgência). Ah, esqueci o nome dela agora. Minha mãe queria aproveitar a imortalidade pra estudar tudo o que poderia, e acabou convencendo Edward (obvio, ela sempre consegue!).

 

Tia Rose, tio Emmett e meus avôs vampiros haviam ido passar um tempo na ilha da vó Esme. Sim, parece incrível, mas ela tem uma ilha particular, vovô Carlisle não mede esforços quando o assunto é sua linda mulher.

 

Para ser sincera, eu sabia que meu pai estava arrancando os cabelos por me deixar sozinha com tia Alice, e tio Jasper (que pareciam mais irmãos do que tios para mim). Quero dizer, não exatamente , pois o meu melhor amigo, Jacob, iria comigo para a escola. Ele havia deixado a liderança de sua matilha com Sam novamente, pois vivia mais aqui em casa do que em La Push. Além dele, Seth, que eu também considerava um dos meus melhores amigos, viria junto, por precaução.

 

Jake não era a pessoa mais controlada do mundo, e Sam queria evitar futuras encrencas, por isso mandou o lobo mais novo, para apaziguar as coisas quando o herdeiro de Ephraim Black perdesse a cabeça de vez por qualquer motivo bobo (o que é bem fácil de acontecer). Além de tudo, tínhamos que zelar pelas aparências, seria um desastre se o meu Jacob acabasse batendo em alguém, no mínimo levaria a pessoa ao coma, com sua força animalesca! Claro que o mesmo valia para os vampiros, entretanto, estes eram muito mais centrados que os lobisomens Quileutes. Por este ponto de vista, Seth veio junto, para segurar o amigo caso acontecesse algo. Nem preciso mencionar quantos palavrões meu amigo lobisomem soltou em menos de um minuto, quando descobriu que o irmãozinho dele vinha atrás de nós (Rsrs).

 

A minha força não se compara à deles. A velocidade sim, mas em questão de brutalidade, eu sou tão humana que até fico triste... Bom, não tão humana assim, consigo afundar e quebrar concreto, mas não despedaçar uma parede como os outros.

 

Eu simplesmente amo Jake e Seth, é tão fácil conviver com eles, tão simples como respirar e mais divertido que qualquer outra coisa. Passei minha curta infância com eles na minha cola, contando as lendas do povo Quileute e brincando comigo, mas as coisas começaram a mudar um pouco quando eu cresci, não para Seth, mas Jacob realmente havia deixado de fazer muitas coisas. Nunca entendi o porquê, e nem quero perguntar, mas sinto falta de como era antigamente.

 

-Nessie, querida, você vai deixar eu te arrumar amanhã? Não vai?

 

Tia Alice interrompeu meus pensamentos com aquela frase. Para ser sincera nem ouvi sua aproximação. Olhei para o lado, e ela realmente não estava ali. Provavelmente estava na sala da mansão Cullen, junto com todo mundo. Eu estava no meu quarto na “casa de vidro”... Claro, vovô Carlisle não deixaria de construir um quarto para mim lá, mesmo meus pais morando no chalé, passávamos mais tempo junto com toda a família. Além deste havia um quarto com duas camas, para Jake e Seth, já que esses doidos quase não saiam daqui (mais precisamente Jacob).

 

-É claro tia.

 

Sorri como se ela estivesse ali ao meu lado, e ouvi seus gritinhos eufóricos lá em baixo, além de um suspiro de tio Jasper, quando senti que ela disparou para seu quarto a fim de arrumar as roupas para mim. Eu não era como ela, com esta questão das roupas, na verdade nunca liguei para marcas nem nada, mas gostava de estar bonita. Principalmente quando as três mulheres mais lindas do mundo moravam perto de mim, eu não sou estonteante como elas, e acho que nunca fui, por isso dava um pouco de atenção extra ao que usava. Visto que mamãe, tia Rosalie e tia Alice ficavam lindas até com um moletom surrado

 

Meu pai bufou. Às vezes eu me esqueço que até meus próprios pensamentos são controlados. Não posso dar mole que ele reclama, mas era algo engraçado, e dependendo da situação, de grande utilidade.

 

-Nessie, por favor, poderia parar de se inferiorizar? Você é a pessoa mais linda que já pisou neste mundo, tanto quanto sua mãe e suas tias.

 

A voz calma de Edward era engraçada. Ele não conseguia brigar comigo aos berros como qualquer pai faria, até para reclamar ele era calmo. Me pergunto se sempre foi assim, se ele nunca perdeu a cabeça, principalmente em relação a mamãe... Ora, até parece que ele tinha problemas com Bella, afinal, eles se amavam de forma incondicional, e ela sempre deixou claro que meu pai foi o único homem que ela amou em toda a vida. Não tinha porque papai ter ciúmes, também por sua beleza excessiva, era mais provável que ela tenha sofrido muito com este tipo de sentimento quando era humana.

 

Ouvi meu pai rir, e em seguida mamãe perguntar o que estava acontecendo entre nós. Ah, o amor deles era lindo demais, inspirador, mas ao mesmo tempo chegava a doer. Sempre me pergunto se um dia alguém seria capaz de amar uma coisa como eu. Edward bateu o pé e falou meu nome com o intuito de me corrigir. Ele odiava esse desprezo que eu sentia por mim mesma.

 

-Pai, você poderia parar de se meter os meus pensamentos? Desculpe por pensar demais, mas é automático demais para controlar.

 

-Tudo bem querida, mas não pense desta forma.

 

-Edward, amor, o que houve?

 

Eu ri da minha mãe curiosa. Ela sempre se mordia de curiosidade quando eu e Edward começávamos a conversar através de nossas mentes. Eu conseguia ouvi-lo na minha própria cabeça as vezes, mas precisava de um contato físico para isso.

 

Eu estava deitada na cama, era simples, nada demais. O quarto também era em tons claros, entretanto, cheio de bonecos de pelúcia que Jake comprava pra mim quando era pequena. Geralmente eram avermelhados como ele, ou negros (por causa dos cabelos). A maioria cachorrinhos ou lobos. Eu amava todos eles, mas um vivia em cima da minha cama, realmente parecia com Jacob, felpudo, com a pelagem idêntica ao meu amado... AH! Amado amigo pai, amigos se amam sabe... err... Que seja.

 

Possuía uma cama de casal de um tamanho exagerado, mas para mim era perfeita, amava aquele colchão macio, quero dizer, aqueles dois colchões macios. Meu pai tem certa mania de querer tudo melhor pra mim, não posso negar, é lindo da parte dele e de minha mãe, eu amo todo esse carinho. E os amo muito também... Ele riu outra vez.

 

Uma estante cheia de livros, e uma pequena varanda, separada por uma porta de vidro escuro (pois eu odeio acordar com a luz do sol, tenho necessidade de dormir bastante heh). Havia também uma escrivaninha com computador e rádio, e uma estante estreita, com DVDs e televisão.

 

O vento bateu contra a minha janela, enquanto eu fitava o teto do quarto cheio de estrelas pintadas. Eu amava pintar, e desenhei o céu com uma lua crescente no teto, para nunca deixar de apreciar a beleza da noite. E novamente ventou, uma brisa forte entrou pela porta aberta do vidro, enchendo o quarto com um singular, o qual eu não sei descrever, mas eu sabia que significava chuva por perto (ora, estamos em Forks, chove o tempo inteiro). Mas havia outro cheiro... Amadeirado e almiscarado, delicioso. Minha boca se entreabriu, como se eu quisesse devorar aquele aroma maravilhoso que invadiu o lugar. A porta da sala se abriu com brutalidade, mas não liguei, senti outro cheiro, lembrava eucalipto e grama fresca...

 

Estava tão distraída, que não percebi imediatamente quem era, ou o que era e de fato eu apenas queria continuar sentindo o cheiro amadeirado para sempre, e dormir ali pensando nele. Mas o segundo odor me acordou, eram eles, só podiam ser!

 

Disparei escada abaixo, e passei pelos meus pais, que estavam sentados na poltrona vendo um filme idiota na TV, mamãe não perdera a mania dos filmes de romance estilo Romeu e Julieta, acho que era como se ela visse a si própria, com seu amor proibido... E o meu amor? Sem dúvidas era muito pior uma meia vampira amar um lobisomem, e bem bizarro também... Todo esse pensamento correu pela minha mente em meio segundo, enquanto eu me jogava no pescoço de Jacob. Ele estava sem camisa, com uma bermuda preta até os joelhos e os cabelos ondulando até sua cintura. Durante esses anos ele havia deixado o cabelo crescer, e acabou descobrindo que existe certo comprimento dos pelos que mesmo o cabelo mais longo não ultrapassa, contudo, os outros preferiam os cabelos curtos, para que não acabassem cheios de folhas e galhos grudando quando se transformasse.

 

-Jake!

 

-Hey Nessie.

 

Seus braços musculosos envolveram meu corpo, que paria ainda menor e mais frágil perto dele. Minha palidez também ajudava bastante a parecer um pouco doente e destoava muito da pele avermelhada de Jake. Além disso, outra questão era a altura, eu tinha apenas um metro e sessenta e cinco, e ele estava nos seus um e noventa e pouco. Eu me sentia confortada em seu corpo quente, amava abraçá-lo, e poderia ficar assim o dia todo, e esquecer o mundo a minha volta também seria muito fácil. Se não fosse pelo meu pai, que pigarreou alto fazendo com que eu soltasse Jacob assustada. Ouvi um estalo que lembrava pedras se chocando. Minha mãe havia acabado de lhe dar um tapa, frustrada, enquanto ele ria como uma criança levada.

 

-E aí Nessie, pronta pra aula amanhã? –outra voz conhecida.

 

-Seth!

 

Agora me agarrei ao outro lobo, meu segundo melhor amigo, e a criatura mais engraçada da face da Terra. Seus cabelos estavam na altura do queixo, e sempre faziam cócegas no meu nariz quando eu o olhava de perto. O lobo de cabelo mais comprido bateu o pé com tanta força, que eu achei que o chão fosse se quebrar à nossa volta.

 

Também era confortável ficar em Seth, quando Jacob estava longe, eu o usava de almofada e no segundo seguinte ele aparecia e xingava o amigo de todos os piores palavrões possíveis, fazendo ameaças horríveis. Era divertido, por mais que eu brigasse por culpa do jeito que ele tratava o lobo mais jovem, eu ria bastante da relação de nós três.

 

Jacob bateu o pé outra vez, e eu o olhei feio. Tudo bem em ter ciúmes da “irmãzinha” dele, mas poxa, Seth também era meu irmão, e eu deixava isso bem claro. Eu amava Seth, mas não do mesmo jeito que era com Jake, pena que ele realmente só me via como a pirralha da família.

 

-Ora Jake, não fique com ciúmes, você sabe que Seth é meu maninho.

 

-Sei, sei. –ele disse em tom de deboche. –Agora solta ela, moleque.

 

-Jake, mano, relaxa. Somos todos parte da família aqui, não tem nada demais. –Seth abriu aquele enorme e caloroso sorriso, eu ri baixinho.

 

-Jacob, você está parecendo um velhote resmungão. Credo, vai acabar criando rugas antes do tempo cachorrinho.

 

Eu disse mostrando a língua para ele, após uma série de reclamações que ele havia lançado contra nós dois. Continuei abraçada com Seth, não aceitava aquela reação dele. Mas para minha infelicidade, Jacob segurou minha língua entre os dedos, e sorriu malicioso enquanto eu tentava falar, soltando palavras emboladas e incompreensíveis.

 

-A culpa é de Quil. –o filho mais novo dos Clearwater suspirou. –Ele anda entupindo nossos ouvidos com “como a Claire cresceu, ela está esperta e linda”. Sério Nessie, se já está me dando nos nervos, imagina esse estressadinho aí.

 

Eu nunca entendi bem a relação de Quil com a menina Claire, ela era três anos mais velha que eu ainda assim uma menina de apenas nove anos, enquanto eu já estava quase uma velha (ta, sou exagerada sim). Ainda assim, o Quileute a tratava como se fosse um anjo que caiu em seus braços. Ficava para cima e para baixo com ela, rindo, brincando, e se submetendo a coisas ridículas como se vestir de mulher com direito a saia e maquiagem, na frente de todos os garotos da matilha.

 

-Ela está com nove anos, não é? –perguntei só para não fugir do assunto.

 

-Sim, não posso negar que é uma criança bonita, mas ele está realmente enchendo o saco!-respondeu Jacob.

 

-Afinal, alguém pode me explicar porque um cara de vinte e quatro anos fica seguindo aquela menininha pra cima e pra baixo desde que ela nasceu? –bom, eu podia tentar.

 

-Ih! Vamos acender a fogueira, porque essa história vai durar a noite toda.

 

É claro que Seth falou brincando, mas meus olhos brilharam naquele instante, transbordando expectativas para uma noite inesquecível. Quando eu era mais nova, vivíamos no quarto dos dois, enquanto os lobos me contavam as lendas Quileutes, e coisas estranhas que haviam acontecido antes de meu nascimento. Mas conforme eu fui crescendo, meu pai não gostava muito, e dava um jeito de me deixar com sono. Esse jeito chamava-se Jasper.

 

Senti uma mão gelada em meu ombro, mas não me assustei, meu pai com seu sorriso convincente havia ido até nós, para dar boas vindas aos meus amigos e destruir minhas intenções de ficar do lado de fora tomando chocolate quente, ouvindo histórias em volta de uma fogueira.

 

-Nem pense nisso querida, vai chover muito hoje, Alice disse que pode nevar mais tarde.

 

E daí? Eu não sinto frio, e nem eles dois. Claro que eu não queria ficar na chuva, mas adoraria ficar na varanda com eles. Edward lançou um olhar feio para Jacob, provavelmente algum pensamento estranho que eu adoraria ter captado, e começou a falar de novo:

 

-Já disse que não Nessie, vamos, entrem, antes que Bella decida vir arrastar vocês, e acreditem que isto será péssimo. Ela e Esme perderam algumas horas na cozinha fazendo pizzas e bolo para vocês, esfomeados, comerem. Então na façam desfeita.

 

-Foi mau aí, Sanguessuga, mas você sabe que não posso controlar o que está aqui dentro.

 

Jake apontou para a própria cabeça com um sorriso irônico que me pareceu lindo. Edward me olhou, e eu fitei o chão. Por sorte Seth correu para a cozinha e nós fomos atrás, a fome dos lobos era incrível, vivam comendo o tempo inteiro, mas eu achava aquilo engraçado.

 

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Notas finais do capítulo

Hey!
Eu escrevo esta fic há algum tempo já (então tem muitos capítulos prontos). e aí uma pessoa me passou o site e eu decidir colocá-la aqui também, à disposição de todos e todas. Então espero que gostem! Postarei os próximos capítulos de acordo com os comentários!

KissKiss
NiaBlack.



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