Os Seguidores De Anúbis 3. escrita por Nath Di Angelo


Capítulo 19
O último deus.


Notas iniciais do capítulo

GENTE, CHEGAY!
Galera linda da minha vida, Feliz 2015!
Desculpem a demora, é que meu 2015 começou bem, e já no começo do ano fiquei doente ¬.¬' Éééé, a autora é sortuda pra crl, como podemos ver.
Porém, cá está o capitulo divonico e um spoiler: A mensagens subliminares 'MUAHAHAHAHAHA
Okay, parei hehehe Mas, é isso ai!
Boa leitura!



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PDV HÓRUS.

Eu caminhava irritadiço pelos corredores do castelo de Rá, tentando achar Natália. A reunião pela volta de Nut e Geb já havia acabado, deixando todos com um ar nostálgico e alegre. Eu também estaria assim, se não estivesse tão nervoso. A discussão com Rá ainda estava entalada em minha garganta, fazendo, por algum motivo, eu me sentir irado. O jeito como o deus do sol se referiu a Natália, como se ela pertencesse a ele, sendo algum tipo de arma que só o mesmo pudesse usar, me impedindo de toca-la; me fez , pela primeira vez na vida, sentir vontade de desafia-lo, e isso me deixava ainda mais nervoso.

Fechei os punhos com força, parando ao ouvir vozes conhecidas, esgueirando-me na curva de um novo corredor. Natália estava a mais ou menos a dois metros de onde eu estava, e parecia estar em uma discussão amigável com Nefertum. A garota tinha as mãos na cintura, e mesmo de costas para mim, pude imaginar a carranca irritadiça que estaria estampada em seu rosto.

–Amanhã, não ouse me acordar antes das 11:00 da manhã, entendeu?-Questionou Natália. Nefertum ergueu uma sobrancelha, olhando-a questionador.

–Não é só porque quase terminou a sua missão que terá folga, fofa.-Protestou o deus dos perfumes com um toque de humor na voz. Era claro que ele só estava implicando por diversão, mas Natália não pareceu perceber.

–Nefertum... Apareça no meu quarto antes das 11:00 e eu juro pelo rio Nilo que você não vivera mais um dia nesse mundo.-Ameaçou, se colocando na ponta dos dedos dos pés para fulminar Nefertum cara a cara. Nefertum riu, empurrando Natália de volta ao seu lugar.

–Estou só brincando, gata. Não precisa ficar nervosa.-Natália bufou.-Viu? Vocês mulheres são tão sensíveis...É por isso que gosto de homens, sabia?

–Tenho certeza que não é por isso, Nerf.-Rebateu Natália. Nefertum sorriu, dando uma piscadela para Natália.-Vamos, pode ir pra casa. Tenho certeza que não é só eu que estou exausta.

–Você tem razão. Tenho que renovar minha beleza.-O deus deu batidinhas nas próprias bochechas.-Durma com os anjinhos.-O mesmo deu um beijo estalado na bochecha de Natália, sumindo em uma névoa rosada. Natália resmungou, se virando preguiçosamente, começando a andar em minha direção. No instante em que Natália se aproximou de mim, a puxei pelo braço , sentindo-a arquejar de surpresa. A coloquei em minha frente, com as costas grudadas na parede.

–Não grite, sou só eu.-Falei. Natália olhou-me assustada, inspirando com força.

–Eu não vou gritar. Não seja ridículo. -Reclamou a garota. Natália me encarou por um momento, olhando para minha mão que ainda estava presa em seu braço. Vi as bochechas de Natália corarem, mas só consegui curtir essa visão por alguns instantes, antes da compostura da garota voltar. -Ficou maluco, Hórus? Rá vai me trucidar se desconfiar que estamos sozinhos de novo!

–Eu preciso falar com você.-Falei. Natália olhou para os lados, preocupada.

–Então fale logo. Kepri já deve estar vindo atrás de mim com alguma piadinha irritante. Se sr.Rá me mandar para mais uma missão sem me deixar dormir novamente eu irei morrer!-Protestou Natália, com um toque de irritação na voz.

–É justamente sobre ele que quero falar. Rá.-Resmunguei.-Não imagina o sermão que ele me deu pelo nosso beijo...

–Ah, eu imagino.-Cortou Natália desgostosa.-Já ouvi tantos que posso recitar um pra você agora se quiser.-Falou. Bufei, olhando-a incrédulo.

–E você vai aceitar isso tão facilmente?! Por favor, Natália. Não estou reconhecendo você!

–E oque você sugere, hã? Que eu desafie Rá mais uma vez? Desculpe mais eu não tenho mais saúde pra isso.-Protestou Natália.

–Então vai continuar assim? Vivendo como uma escrava? Como se fosse o cachorrinho de Rá?!-Questionei. Natália franziu o cenho, lançando-me um olhar ofendido.

–Eu não sou o cachorrinho de Rá. Sou sua seguidora!-Rebateu.

–Não fazia nem metade do que faz por ele pelo Anúbis!-Protestei.

–Isso é porque Anúbis não era o deus dos deuses, e eu também não era parte da alma dele!

–Então só está fazendo isso porque Rá é o deus dos deuses? Por poder?!

–Deuses...não! Você não entende, Hórus. Já tivemos essa conversa antes se lembra? Logo depois que tentei matar Kebechet atropelada quando descobri onde a ela estava se escondendo. Quando você me incentivou a fugir, depois nos beijamos e então Rá invadiu meu quarto e quase arrancou minha alma!- Lembrou Natália. Comprimi os lábios, lembrando-me desse dia. Foi nele que Rá me proibiu de tocar em Natália, que ele ameaçou Anúbis de banimento e que havia quase matado sua própria iniciada. Mesmo com todas essas lembranças eu ainda sentia raiva; ainda queria tirar Natália das garras de Rá e ainda, por mais que eu não me orgulhasse disso, queria que o deus fosse pro inferno.

–Nesse caso, presumo que continuará viver assim. Que vai aceitar cada ordem que Rá te dar, não é?-Indaguei. Natália respirou fundo, enquanto a sombra de um sorriso sem humor surgia em seus lábios.

–Se você me apresentar outra saída que não seja fugir por ai fingindo que uma guerra não está preste a acontecer, que não seja subir em um cavalo branco e cavalgar até bosques distantes até achar uma fada madrinha que ira me tirar dessa vida maldita, eu até posso dizer não a Rá. Ao contrário eu vou continuar aceitando cada ordem que Rá me dar, pois, pode não parecer, mas eu gosto de viver.-A encarei por alguns segundos começando a me sentir estranho. Meu cérebro não queria processar oque Natália estava dizendo, continuando a me encorajar a convence-la a parar de seguir Rá, a ficar comigo, e a procurar maneiras de fazer tudo isso. Tudo oque eu queria era ajuda-la, mas ,novamente, parecia tão impossível.

–Então...É isso.-Finalizei, dando um sorriso sem humor. Minhas mãos se fecharam em punhos, e eu soltei Natália, com mais raiva do que eu pretendia. A menina me encarou confusa.-Só espero que sua decisão não te mate, Natália. Pois, sei que tem certeza, que é isso que vai acontecer. -Natália arquejou baixo, como se levasse um tapa. Me afastei da mesma, dando alguns passos para trás.

–Hórus, oque...?-Neguei com a cabeça, não querendo ouvir mais nada, virando-me e começando a andar antes que Natália concluísse sua frase. -Hórus!-Não a dei ouvidos, continuando a andar pelo enorme corredor, e quando eu estava bem longe, desaparecendo para meu castelo.

PDV NATÁLIA.

Eu ainda estava perplexa, e totalmente confusa por causa de Hórus. Eu não estava entendendo bulhufas da reação do deus e me sentia chateada por ele dizer que eu vou morrer, como se isso já não fosse um fato, porém, ouvir as palavras da boca dele me fez ficar um tanto que desesperada, como se minha morte tivesse se aproximado mais ainda. Eu não havia entendido seu acesso e me perguntava o porque daquilo tudo.

–Bosta...-Xinguei. Esfregando os olhos, deitada em minha cama. Chutei o cobertor mais para longe, não entendendo o porque do Egito ser tão quente, desejando, no mínimo, uma boa noite de sono... Mas, é claro, que eu não tive.

~Sonho on~

Felizmente isso era mesmo um sonho, nada parecido com o que tive com Hapi, pois nesse eu , realmente, me sentia apenas um bá. Eu estava em uma pequena sala de estar, que eu não conhecia. A minha frente estava Kebechet, sentada em uma poltrona vermelha, de frente para um homem que eu não conseguia ver o rosto. O sentimento de fúria que me invadiu, só pelo fato de vê-la ali, tão bem, me fez querer voar em cima da filha de Anúbis, mas quando tentei não sai do lugar.

–...Então, vai me deixar hoje?-Perguntou Kebechet desgostosa. O homem em sua frente suspirou, pegando sua mão com carinho. Eu não podia ver muitos detalhes da aparência do rapaz; tudo oque eu via era sua pele pálida, coberta por um Blazer elegante, e cabelos platinados.

–Sabe que é preciso, Keb. Para nosso triunfo, é preciso que eu volte. Eles estão me procurando mesmo, será fácil engana-los.-Respondeu o homem, com a voz doce, calma e um tanto que rouca.

–Mesmo assim! Aquela...vaca vai estar lá. Os charmes que ela esconde por traz daqueles olhos verdes malditos...-Kebechet socou a poltrona irritada. Franzi o cenho, tentando me mover mais uma vez. Era impressão minha ou Kebechet falava de mim?

–Keb, por favor...-Riu-se o homem.-Acha que eu iria me apaixonar pela garota Ramsés?!

–Até meu pai se apaixonou, porque você não iria?-Questionou Kebechet.

–Se essa for sua maior preocupação, pode relaxar. Tudo oque me contou sobre essa tal de Natália, a aparência, a personalidade, o jeito de agir... Nada me chama atenção.-Kebechet bufou, enquanto o homem ajoelhava-se em sua frente, tocando o rosto da deusa com uma mão pálida.- Eu só tenho olhos para você.

–Se estiver mentindo eu juro que te mato.-Ameaçou Kebechet, puxando o homem mais para si. Os dois se beijaram rapidamente, e o homem se levantou.

–Voltarei para você com a cabeça de Natália Ramsés, eu juro.-Falou o homem. Prendi a respiração, incrédula.-Enquanto isso tente-se manter invisível e diga o mesmo para Apófis e Set. Não queremos que os erros passados voltem a acontecer.

–Pode deixar, Amón, eles ficaram dentro de mim. Quietos.-Prometeu Kebechet. Espera...Amón? Eu conheço esse nome de algum lugar...

–Bom, é hora de ir não é?-Lamentou-se Amón, virando-se para mim pela primeira vez, mas não consegui ver seu rosto, pois assim que o deus se virou em minha direção fui cegada pela escuridão.

~Sonho off~

Amón...Amón? Deuses, o último deus que Rá me mandou buscar!

Abri meus olhos, não me preocupando nem em acordar direito. Saltei da cama, saindo de meu quarto quase correndo a procura de alguém. Eu não acreditava que Rá havia me mandado buscar um traidor! Ta, eu sabia que o deus nem deveria desconfiar do envolvimento de Amón com Kebechet, mas mesmo assim, ele precisava saber disso.

–Natália!-Me virei, vendo Nefertum correr em minha direção. Fui até ele, sentindo um vento gelado me atingir.

–Nefertum, eu preciso falar com você. É urgente!-O deus deu uma risada desesperada.

–Não mais urgente do que oque eu tenho que falar com você!-Falou Nefertum.-Eu estava indo agora mesmo te acordar. Temos problemas!

–Sim, eu sei! É sobre Amón, sabe? O deus do ar que Rá me mandou buscar junto com os outros?!

–Ah, esqueça Amón!-Cortou Nefertum.-Já olhou pela janela hoje?!-Indagou. O olhei incrédula.

–Não, é obvio que eu não olhei pela janela hoje! Nefertum, me escute...

–Não! Me escute você!- O deus me puxou pelo corredor, até a janela mais próxima. -Olhe isso.-O mesmo puxou as cortinas douradas, deixando-me ver oque tinha atrás delas. Arregalei os olhos, enquanto eu sentia meu queixo cair.-Eu falei que tínhamos problemas.... Tem algo errado com esse lugar! -Apavorou-se Nefertum, balançando as mãos nervosamente. Oque tinha em minha frente não passava da paisagem habitual que eu sempre via ao olhar por uma janela: As piramides de Gizé, a esfinge, ou outra coisa do tipo que o Cairo tinha a nos proporcionar, porém, tinha algo bem diferente ali. Tudo estava coberto por neve, é, isso mesmo. Neve. Branca e gelada como toda a neve que eu já vira na vida, com apenas uma diferença... ela estava no Egito!

–Deuses....Oque é isso?-Questionei.

–É oque todos estamos tentando descobrir desde a hora que o sol raiou! Quase todos já estão lá embaixo e Rá me mandou acordar você.

–Mas...Oque eu tinha pra falar...

–Não a tempo para isso, Natália! Vamos!-Nefertum pegou em minha mão, desaparecendo dentro de um portal comigo. Assim que saímos, senti um vento gelado me atingir.

–Deuses, vocês chegaram!-Exclamou Ísis. A mesma estava ao lado de Nut, de Bastet, de Serkt, Sekhmet e outros deuses que olhavam para todo aquele branco, pasmos. Meus pés afundaram na neve fofa enquanto eu andava piscando os olhos pelos flocos que ainda caiam do céu.

–Como isso é possível? -Indaguei.

–Eu não sei...quer dizer, já nevou aqui no Egito outras vezes mas não com essa força.-Respondeu Nut. Que estava de braços dados com Néftis, forçando a deusa da água a ficar junto dela. Néftis me fulminou, mas eu a ignorei.

–Natália!-Rá saiu de dentro do duat, vindo até mim com Osíris, Tot e Khonsu em seu encalço. Não havia nem sinal de Hórus e Anúbis no lugar, mas tentei fingir que não percebi.

–Sr. Rá, oque está acontecendo?-Perguntei.

–É oque eu estou tentando descobrir. É obvio que isso não foi causado pelo mal tempo, temos que descobrir quem, ou oque, causou essa nevasca antes que...-Rá não pode completar sua frase, pois foi cortado por uma voz masculina, e horrivelmente familiar. Me virei junto com todos na direção dela, vendo Amón caminhando sorridente em nossa direção. Deuses, não pode ser verdade!

–Peço desculpas pelo transtorno, amigos. Mas sabem que eu amo uma entrada triunfal.-O mesmo parou a metros de nós, abrindo os braços como se quisesse um abraço.-Fiquei sabendo que estavam a minha procura. Vim antes que tivessem o trabalho de tentar me achar.

–Amón!-Exclamou Rá, indo até o deus. O segui com o olhar, vendo-o abrir um sorriso.-Como é bom te ver, nobre amigo!-Os dois se abraçaram brevemente, sorrindo um pro outro.

–É bom voltar para casa também!-Exclamou Amón, dando tapinhas amigáveis no ombro de Rá.

–Droga!-Protestou Khonsu baixo. Me virei para o deus percebendo que ele, além de mim, era o único que não sorria para Amón

–Khonsu?-Indaguei. -Oque a com você?

–Céus, Eu tenho que ir.-Murmurou o deus, mas eu o segurei antes que pudesse se afastar.

–Khonsu!-Protestei, sentindo seus braços tremeres.

–Amón...-Murmurou.-Amón é meu...-Khonsu bufou, como se fosse difícil falar.- Amón e meu pai e a última coisa que eu queria era que ele voltasse!-Falou o deus.

–Pai?!-Questionei incrédula. Me virei novamente para Amón, que ria com Rá. O deus estava com o mesmo blazer que eu virá em meu sonho, o cabelo branco-prateado cheio de flocos de neve. O mesmo se virou para mim, fazendo-me desviar o olhar. Examinando-o bem, ele não se parecia em nada com o Khonsu ao meu lado.

–Natália!-Chamou Rá.-Venha conhecer, Amón!–Um gosto amargo invadiu minha boca, enquanto eu me arrastava devagar em direção aos deuses. O olhar de Amón sobre mim era surpreso e até um pouco casual, como se ele não tivesse se encontrado com Kebechet e prometido dar minha cabeça para ela a minutos atrás. Ele, realmente, atuava bem.

–Então, tenho o prazer de conhecer a tão famosa iniciada de Rá.-Amón sorriu, pegando minha mão contra a minha vontade.-Confesso que é um grande prazer conhece-la, Natália Ramsés.-Falou, com um tom seduzente na voz calma. O deus deu um rápido beijo em minha mão, como um lorde, oque me fez desejar ter uma adaga ali apenas para mata-lo por ser tão cínico.

–Não tem nada para falar para Amón, Natália?-Questionou Rá.

–Eu...-Olhei para o deus do sol, que me encarava severamente, engolindo em seco logo depois.- É um prazer conhece-lo também.-Amón sorriu abertamente, ainda com minha mão nas suas. Rá sorriu triunfante, virando-se para todos os outros deuses que nos cercavam.

–Meus amigos, parece que tudo não passou de um grande mal entendido, não a perigo nenhum aqui. Amón voltou, trazendo consigo o último deus que eu precisava para restabelecer a ordem do duat, para que nossas forças se aumentassem e para que nossa vitória seja verdadeira na guerra que se aproxima!-Todos riram alegres, vindo cumprimentar Amón um por vez. Me afastei deles, colocando a mão nos cabelos sem acreditar no que estava acontecendo. Deuses, desde quando Amón é tão querido por todos?!

–Que caralhos eu vou fazer agora?-Indaguei em um sussurro.


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Notas finais do capítulo

E então? Oque acharam? °3° Hueheuheueheuhe
Mandem reviews, e desculpem qualquer erro!