Best of Me escrita por B_M_P_C


Capítulo 2
Um pouco da verdade


Notas iniciais do capítulo

Bem, desculpem a demora.
Ah e para leitoras de Minha Amada Potter postarei em breve o capítulo, só me deixem pensar em algo legal.
Boa leitura :3



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Acordo com o sonho ainda vívido em minha mente. Eu tinha 14 anos na época, estou com quase 17 e James com quase 18, faz três anos e eu continuo me lembrando perfeitamente em como depois as coisas ficaram estranhas entre nós, mas nunca morreram, porque... Eu sempre vou amar James.

Respiro fundo, quanto tempo dormi?

–Ei, bom dia – James sorri saindo do banheiro, e caralho ele simplesmente não pode por uma camiseta? Eu já entendi que mesmo sendo um nerd o fato dele amar quadribol o deixaram com um corpo legal – Achei que ia dormir mais, sabe como é, o povo saiu faz umas duas horas e só vão voltar no fim do dia.

–Eu... – começo a falar algo, mas na verdade não faço a menor ideia do que dizer – Sonhei com aquela noite – falo olhando para o lençol e James passa a toalha que está pendurada em seus ombros no cabelo.

–Eu também – ele admite jogando a toalha longe e cruzando os braços – Quer conversar sobre isso? Nunca tocamos no assunto mesmo...

–Eu... Eu... Eu não sei – respiro fundo sentindo que por algum motivo besta estou prestes a chorar – Acho que preciso de outro porre.

–Seria o sétimo em uma semana de férias, o que é um record, inclusive para os seus padrões – ele respira fundo – Se é porque nunca falamos sobre aquele dia e agora você precisa de alguma explicação ou conclusão é melhor enfrentar essa conversa agora do que tentar se matar entrando em coma alcoólico – ele senta ao meu lado na cama e me obriga a olhar em seus olhos.

O que é uma grande merda, já que James é o único que consegue me fazer falar a verdade com o olhar. Mesmo depois de termos nos distanciado, mesmo depois de falarmos somente o necessário ou frivolidades, mesmo depois de dois namorados dele e três meus (contando que um dos meus namorados resolveu que meu irmão era melhor), ele continua tendo o mesmo poder sobre mim do que qualquer outra pessoa nesse mundo.

–Eu não estou tomando porres só por causa disso, você sabe muito bem – eu sinto minha garganta ficar seca, ótimo, vou começar a chorar? – Eu... Eu estou tentando fugir do que eu me tornei.

–Não é exatamente sua culpa você ter se tornado o que se tornou, todos nós lidamos com nossas dores de jeitos diferentes – ele sorri – O seu foi...

–Virando uma vadia bêbada e sem coração – eu limpo as lágrimas dos olhos, mesmo que ainda não tenham caído – Mas...

–E se não te agrada mais ser assim você pode simplesmente mudar – ele segura uma das minhas mãos – Afinal de contas, aí no meio desse escudo de festas, garotos, sexo casual e arrogância há a Rose que eu... – ele não completa a frase, simplesmente olha para o lençol e respira fundo – Há a Rose que eu conheço.

–Não era isso que você ia falar, não é mesmo? – eu mordo o lábio e dessa vez é minha vez de obriga-lo a olhar para os meus olhos. Six sorri triste.

–O que eu iria completar tem a ver com aquela noite Rose e não sei se você quer falar sobre isso, se está pronta para remexer nesses sentimentos – ele dá de ombros – Mas você precisa se animar. Está com dor de cabeça? Com sono?

–Não e não – é impressionante a velocidade em que James consegue passar de um estado melancólico para um sorridente e animador.

–Muito bem, então coloque alguma roupa e vamos tomar sorvete de menta no parque, faz tempo que não vamos lá e isso é a coisa mais animadora que eu conheço – eu poderia negar e voltar a dormir, mas recusar uma proposta de sorvete de menta? Ainda mais o do parque da vila? Nem pensar.

–Tudo bem – sorrio, levantando – Me espere lá embaixo – eu dou sem perceber um beijo na bochecha de James, indo para o meu quarto, que está incrivelmente organizado.

Coloco um vestido verde com a saia rendada, uma sapatilha e prendo os cabelos. Passo uma maquiagem leve e pego uma bolsa colocando dinheiro. James está tomando uma xícara de café na sala enquanto me espera, ele esta com um moletom do Star Wars, um filme trouxa que ele é fissurado, uma calça jeans preta e all star. Seu cabelo está uma bagunça como sempre e ele sorri. É um belo sorriso.

–Está com frio? – pergunto apontando para o moletom, James boceja.

–Não exatamente... – responde puxando as mangas do moletom e eu o encaro, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas ao entender o porquê do moletom.

–Six... – sussurro me aproximando, ele coloca a xícara na mesinha de centro, eu seguro suas mãos – É o que estou pensando?

–Talvez pior – ele segura minhas mãos – Mas não esquenta, Rose – ele beija a minha testa e aquilo é o suficiente para me destruir por dentro.

Estou fugindo há muito tempo, talvez por toda minha vida e só agora eu vejo como fugir de tudo que precisa ser enfrentado está me destruindo e talvez destruindo os que estão a minha volta.

–Não, não... Não, chega de fugir – sussurro – Você se corta, certo? – James encolhe os ombros e olha para o chão, mas assente.

–Não é só isso, eu uso pulseiras para isso – ele solta minhas mãos e ergue a manga, onde mostra as marcas de seringa – Heroína.

–James! – minha voz soa trêmula, eu o abraço o mais forte que eu posso – Como... Como? Por quê?

–Você sempre gostou de festas e bebidas, eu sempre gostei de ficar quieto na minha, mas sempre fumei maconha, você sabe disso e então quando não era mais suficiente ficar chapado eu fui atrás de algo mais forte... – ele me abraça forte e eu sinto minhas lágrimas caírem – Além do mais, foi o único jeito de ver você se afastando e se tornando alguém horrível por que... Porque eu não tinha coragem de me aproximar de novo.

–Não diga asneiras, eu não deixei você se aproximar de novo – sussurro – Ah... Six...

–Não, não chore – ele sussurra limpando minhas lágrimas – Por favor, Rose, eu já me odeio o suficiente para me odiar ainda mais, não quero te ver mal por minha culpa...

–Eu não estou mal só por você – sussurro, prendendo meu olhar ao dele – Eu estou mal porque tenho fugido de muita coisa há muito tempo e se... E se eu não tivesse feito isso, tivesse feito o que eu deveria fazer você não precisaria ter recorrido a isso.

Ele não teve o que responder, mas vi em seus olhos que ele nunca me consideraria culpada por nada e nem me odiaria. Porque assim como eu, ele ainda me amava.

–Não fique – ele diz – Nosso amor nos machuca porque é proibido. Ninguém tem culpa, só o destino.

–Eu não me importo – sinto meu coração acelerar. James sorri ao me ouvir falando isso – Acho que no fundo nunca me importei.

–Eu também não me importo, desde que ...

–Desde que eu possa ter você – falo junto com ele e então juntos nos beijamos.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Ok?
Beijão



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