Eu não sei se queria ter me aproximado tanto assim dos Salvatores, eu me arrependo de ter amado. Esse arrependimento não é ao simples, mas por que ainda te quero ao meu lado?

Eu sofri com toda a verdade, a verdade é dura e eu só posso guardá-la para mim. Como é difícil guardar um segredo, eu queria que hoje nós não tivéssemos nos conhecidos e que tudo fosse diferente.

Damon fez Jeremy esquecer de todo o seu sofrimento, você disse que não poderia ajudá-lo. Mas será que Damon pode me ajudar?

Eu pretendo pedir ao...

Blin Blon – era a campainha.

Eu estava sozinha em minha casa, Jeremy e minha tia tinham ido ao mercado. Eu não esperava por ninguém, estão quem deveria ser?

Coloquei o meu diário aberto em cima da cama e desci para ver quem estava na varanda.

Abri a porta e vi Damon parado do lado de fora com sua mão apoiada no vão da porta com uma pose sexy. Eu admito que Damon seja sexy, mesmo eu o odiado. Ele estava com a camisa de baixo suja de sangue fresco. Eu sabia que ele tinha acabado de se alimentar e com certeza iria trazer problemas para a cidade de novo. Eu podia dar um belo sermão nele agora, mas não estava com cabeça para isso. Eu simplesmente virei o olho e olhei para ele esperando que ele se manifestasse primeiro.

- Posso entra? – perguntou ele para mim com um sorriso sarcástico.

- Por que ainda pergunta se você já sabe que vai entrar do mesmo jeito? – eu fui ingênua aquele dia, como pude convidá-lo para entrar em minha casa?

- Garota esperta! – disse ele entrando e mexendo em meu nariz – Estou com fome, tem algo aí?

Nem deu tempo para que eu respondesse, ele se dirigiu até a cozinha e abri a geladeira procurando alguma porcaria.

- Humm... Pizza! – exclamou ele.

Ele devorou a pizza em menos de um minuto, eu permaneci em silêncio apenas observando o jeito como ele devorava um imenso pedaço.

- Damon... – disse eu chamando sua atenção.

- O que? – perguntou ele, limpando a boca no guardanapo que estava em cima da pia.

- Já faz um bom tempo... bem... Que você fez Jeremy... bem... hum...

- Esquecer? – disse ele tirando a palavra de minha boca.

- É – concordei com a cabeça baixa.

Meu estomago havia embrulhando aquela hora, eu precisava vomitar. Sai correndo de onde estávamos até o banheiro de meu quarto. Mas eu tinha esquecido a porta aberta, me sentei no chão e vomitei.

- O que foi Elena, está tudo bem?

Ele não havia me perguntado com uma voz sarcástica e nem com um sorriso no rosto. Ele estava preocupado. Algo dentro dele me transmitia isso.

- Não é nada. – respondi, mas novamente vomitei.

Ele se aproximou de mim e se sentou ao meu lado. Um cheiro de perfume masculino chegou até as minhas narinas e me fez vomitar novamente.

- Tem algo de errado com você... Nunca te vi assim. – disse ele para mim.

Agora, ele segurava a minha mão, como nunca tinha feito antes. Eu sabia que ele não ia me machucar, aliás, não era a hora de ele me matar ainda.

- Damon... – chamei a sua atenção novamente.

- Não fale... Fique quieta, assim melhora.

Ele me entregou uma toalha para que eu limpasse a minha boca. A limpei e depois descansei a minha mão no chão.

Ficamos ali durante alguns minutos, ele não largou a minha mão o tempo todo.

- Damon... Eu quero te pedir algo, se não for incomodar.

- O que foi? Não diga que é sobre o Stefan?

- Não... É algo que eu quero que você faça... Jeremy se esqueceu de sua profunda dor, eu quero me esquecer de tudo também.

- Você está falando sério Elena? – perguntou ele espantado.

- Sim, é isso que eu quero. Esquecer-me, esquecer-me de como é difícil e de como dói.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu não devia estar chorando... Eu finalmente tinha feito o que eu queria.

- Por favor, me faça esquecer...

Agora, eu chorava cada vez mais alto. Ele me envolveu em seus braços e me abraçou firme, até que minha cabeça se encostasse a seu peito.

- Elena, você tem certeza que quer se esquecer? Você não se arrependerá mais tarde?

- Como poderei me arrepender se não vou me lembrar de nada depois, não é?

Ele me abraçou mais firme, mesmo não nos gostando, eu sabia que ele não queria que eu se esquecesse de sua existência.

- O que vou falar para Stefan depois? – perguntou ele ainda me abraçando.

- Diga que fui que eu te pedi, diga que eu o amo e que eu fiz isso por que estava doendo muito.

Mais lágrimas escorreram pelo meu rosto, parecia que alguém tinha apertado o meu coração e depois arrancado sem nenhuma compaixão. Eu queria esquecer, como queria!

- Tire-o... – disse Damon, apontando para o colar que Stefan tinha me dado e pedido para que eu nunca tirasse – Prometo que não vou te morder ou fazer qualquer mal... Então, tire-o.

Ergui a minha mão atrás de meu pescoço e abri o fecho, tirando-o. Coloquei-o no chão, embaixo da pia.

- Você não vai mais precisar dele, não é? – disse Damon, pegando-o e o guardado em seu bolso.

Ele me abraçou novamente e eu sussurrei em seu ouvido:

- Vai doer?

- Prometo que não vai.

Afundei a minha cabeça em seu ombro e senti aquele perfume masculino misturado com sangue e uísque, ele tem um cheiro muito bom. Pela primeira vez, Damon me acalmara... Pela primeira vez, me senti segura ao lado dele.

- Damon... Vampiros choram?

- Sim, eles choram quando querem. Mas não por coisas tolas.

- Você acha o que estou fazendo é tolo?

- Por que está me perguntando isso?

- Não... Esquece.

Ele me afastou de seus braços e olhos em meus olhos, eu pude ver a cor azulada de seu olho se fixar aos meus.

- Não olhe envolta... Apenas, olhe em meus olhos.

Concordei com a cabeça e ele me olhou e disse algumas palavras que me fizeram chorar sem eu querer. Eu esquecerei... Esquecerei de como amei Stefan e como Damon foi gentil pelo menos uma vez comigo. Mas eu não sentirei mais dor como antes. De repente tudo ficou escuro e eu me aconcheguei no chão gelado do bainheiro. E dormindo ali mesmo.

Damon ‘s P.O.V.

Então, ela desmaiou ali mesmo no chão do banheiro. Carreguei-a até a sua cama e a cobri com o lençol branco. Quando ela acordasse tudo seria mais fácil e tranqüilo, a não ser se eu entrasse em cena de novo. Mas esse não era mais o meu desejo, pela primeira vez em muito tempo eu sentia compaixão, mas por que pela Elena? É... Ela me lembrava Katherine, mas Elena era totalmente diferente.

Corri os meus olhos pela cama e avistei o diário de Elena, eu sabia que era errado ler tão coisa, mas eu precisava descobrir os seus sentimentos.

“Eu não sei se queria ter me aproximado tanto assim dos Salvatores, eu me arrependo de ter amado. Esse arrependimento não é ao simples, mas por que ainda te quero ao meu lado?

Eu sofri com toda a verdade, a verdade é dura e eu só posso guardá-la para mim. Como é difícil guardar um segredo, eu queria que hoje nós não tivéssemos nos conhecidos e que tudo fosse diferente.

Damon fez Jeremy esquecer de todo o seu sofrimento, você disse que não poderia ajudá-lo. Mas será que Damon pode me ajudar?

Eu pretendo pedir ao DAMON, PARA QUE ELE AJUDE-ME A ESQUECER”.

Fechei o diário e marquei a folha que havia acabado de ler com uma fita cor de rosa. Por que ela quis se esquecer?

Aproximei-me de Elena e acariciei o seu rosto e então sussurrei:

- Não foi algo tolo o que você fez... Apenas não queria te mostrar que eu tenho um lado fraco.

E uma lágrima escorreu pelo meu rosto, até chagar a minha boca.

- Eu tinha me esquecido como é gostoso chorar – disse eu rindo – Eu tinha algo para lhe dizer antes de fazer o que fiz... Mas vejo que você está bem agora...  Tenha uma boa noite.

Andei até a janela de seu quarto, carregando o seu diário. Andei até em casa. Ao chegar lá, Stefan estava sentado lendo um livro e com uma caneca de cafeína apoiada no braço do sofá.

- O que você fez agora? Mordeu uma criança? – perguntou ele farejando o ar.

- Não... Esse cheiro não é de uma criança, é da Elena.

Stefan se levantou do sofá, deixando cair a sua caneta preferida no chão e correu em minha direção.

- O que você fez com ela?

- Stefan... Não estou com cabeça para brigar...

- O diário dela... Me devolve! – disse ele me interrompendo.

- Ela não vai precisar mais disso... Apenas, leia a parte que está marcada com a fita rosa.

Deixei Stefan sozinho para pudesse ler à vontade a parte do diário de Elena. Subi para o meu quarto e me enterrei na cama. Fiquei em silêncio, então três palavras pararam na boca da minha língua... As três palavras que eu queria que você tivesse ouvido antes de tudo aquilo... Eu te amo!