Noites Sombrias escrita por Thaywan


Capítulo 52
Quando os mortos andam


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e tenham uma boa leitura.



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Angeline desceu ás escadas, e encontrou Krystal. A garota passou direto da mesma e foi para a cozinha.

–Estou com fome. O que tem pra comer?! – Perguntou

–Eu não sei. Jack foi comprar uma pizza. Eu achei que você já estava dormindo.

–Fiquei sem sono. Não consegui dormir sabendo que o Jack estaria sozinho com você. –Disse a garotinha.

–Como assim, Ange. Ta tudo bem?! – Krystal perguntou confusa.

–Nunca estive melhor. Escuta, por que você não deixa o Jack em paz?! Não percebe que você apenas atrapalha a vida dele?! Você é apenas um encosto. Ele nunca foi seu e nunca será.

–Ange... Eu não sei o que está acontecendo com você, mas...

–Me poupe. Seu papel de boa moça não cola comigo. Vou dormir e amanhã quando acordar, espero não te encontrar mais aqui. –Angeline deu as costas para a garota e caminhou em direção á escada.

–Ange... –Krystal segurou seu braço e a Angeline tocou com a outra mão na cabeça de Krystal, que começou a sentir uma dor em sua cabeça. A garota caiu no chão e o fantasma que habitava o corpo de Angeline, passou para o corpo de Krystal. Angeline caiu desmaiada no chão.

–Ange. Tá tudo bem?! – Perguntou Sally, correndo até a garota.

Krystal se levantou, mexendo em seus cabelos e olhando para o seu novo corpo.

–Eu estou no corpo dela. Ótimo, não preciso mais fazê-la ir embora. Agora, o Jack será só meu, de quem sempre deveria ser.

–Ai meu Deus, Dalila. –Sussurrou Sally.

***

Ana entrou no bar do Burty, para beber um pouco. Ainda pensava muito na irmã. Ao entrar, todos a encararam. Ela foi caminhando até o balcão, ignorando todos eles.

–Um Whisky, por favor.

–Já acabou.

–Como assim?! Estou vendo daqui que ainda não acabou. –Disse a vampira.

–Desculpe. O fato é que aqui é um bar, e não uma lanchonete de vampiros.

–Você está achando que eu quero matar todo mundo aqui?!

–É isso que vocês aberrações fazem, não é?!

Ana segurou o pescoço de Burty e o jogou contra o balcão.

–Aberração, é o monstro que pariu você. Eu só não te mato agora, por que ninguém sentiria a sua falta, seu velho. Sem esse boteco de merda, você não é nada. –Ana soltou a cabeça de Burty e saiu do bar, mas, não antes de chutar algumas cadeiras. Enquanto saía, se esbarrou com uma mulher. –Desculpe.

–Ana, não sabe quem eu sou?!

Ana analisou a moça da cabeça aos pés.

–Desculpe. Não te conheço.

–Ana, sou eu.Hiendi.

–O que?! – A vampira ficou paralisada ao ouvi aquilo. Podia ser alguma brincadeira de mau gosto, ou não. – É sério isso?!

–É. Sou eu. Eu entrei no corpo dessa garota. Foi a primeira que me apareceu.

–Mas o que você está fazendo no corpo dela?!

–Por algum motivo os fantasmas estão começando a circular pela terra e conseguindo entrar no corpo dos vivos. Disseram que era alguma quebra de especo e tempo. A notícia boa, é que eu voltei. Onde está o Iran?! Estou ansiosa para vê-lo. – Sorriu.

***

Em SandVille, os homens armados levaram Iran e Ana Júlia para uma casa, a maior da cidade. Os dois entraram, com armas apontadas para eles, caso tentassem alguma coisa. Os dois bruxos se sentaram no sofá, enquanto outro homem, também armado, chegava acompanhado um belo rapaz.

–O que está havendo?! – Perguntou

–Senhor, a garota estava fazendo feitiços na cidade.

–Uma bruxa?! De qual cidade vocês vieram?!

Ana Júlia e Iran encararam um ao outro e se mantiveram em silêncio. Após um sinal, vindo do rapaz, um dos caras armados puxa a bolsa de Ana Júlia. Iran se levanta, mas um deles aponta a arma em sua cabeça. O guarda leva a bolsa até o rapaz.

–Vamos ver o que tem aqui. –Ele mexe nas coisas de Ana Júlia, e encontra o mapa. – Um mapa. Então,foi assim que vocês vieram para cá?! Pelo que posso ver, vocês partiram de Collsville. A pergunta é, o que vocês querem?!

Novamente, os dois bruxos se mantiveram em silêncio. O rapaz revirou os olhos e, rapidamente, segurou no pescoço de Iran, com o intuito de quebrá-lo.

–Não faça isso, por favor. – Pediu Ana Júlia, se levantando do sofá.

–Vou perguntar de novo. O que vocês querem na minha cidade?!

A bruxa suspira.

–Nós viemos sim, de Collsville. Acontece que eu trouxe os mortos de volta, para a guerra que ocorreu na cidade.

–Já ouvi falar. Continue.

–Só que uma dos mortos, se transformou em humana e não voltou para o outro lado. Isso criou um desequilíbrio entre os dois mundos. Agora, a nossa cidade está correndo risco de ficar com os mortos nos corpos dos vivos.

–Ah. – O rapaz soltou o pescoço de Iran. – Só que isso, não é problema meu.

–Ah, é sim. E sabe por que?! –Ana Júlia se aproximou do rapaz e o encarou de perto. – Por que ela está aqui nesta cidade e se não a levarmos de volta para o outro lado, as almas virão para esta cidade também e assumirão o controle dessa cidade. Inclusive, entrarão no seu corpo.

–Está bem. Eu conheço esta cidade como a palma da minha mão. Amanhã de manhã, começaremos á busca por ela.

–Nem pensar, começaremos hoje e agora. –Disse Iran.

–A cidade é minha e eu digo que não quero vocês andando por ela á noite. Se não for do meu jeito, eu sugiro que voltem para a cidade pacata de vocês.

–Não precisamos de você.

–Então, boa sorte para irem voando até a outra cidade.

O rapaz e Iran se encararam. Ana Júlia intrometeu-se na discussão.

–Iran, não temos outra escolha.

–Está bem. Que seja do seu jeito, então.

–Ótimo. Jimmy, leve-os para os aposentos deles. A garota pode colocar no quarto de hóspedes, já o rapaz, que se contente com a sala.

–Sim, senhor Christian.

***

Raven estava em frente ao espelho. Levi aproximou-se para ver se estava tudo bem.

–Como eu consigo fazer isso?! – Perguntou, mudando de aparência.

–Eu não sei. Você também nunca soube.

–Por que você não deixou que eu me matasse ?!

–Nem se eu quisesse, você teria conseguido. Vampiros não morrem com uma facada no estômago.Apenas com uma estaca de madeira no peito ou queimado.Mas não tente fazer isso, retirei todas as coisas de madeira e tudo que causa fogo.Acho que Ana Júlia não se importará, já que é para o seu bem. –Explicou Levi.

–Você fez tudo tão rápido, como conseguiu?!

–Raven, você não é a única sobrenatural nesta cidade. Há outros como você. Como por exemplo eu. Eu sou rápido, tenho super força e também tenho presas maneiras. Isso é graças a minha parte vampiro.Por minha parte anjo, eu posso hipnotizar quem eu quiser, exceto outros anjos. E tem também a minha parte lobo... Que... Não seria algo bonito de se ver.

–Me mostra. Eu quero ver.

Levi caminhou até a janela e abriu as cortinas. A luz da lua no céu refletiu pela janela. Os olhos de Levi ficaram amarelados e seu corpo ficou mais forte. Suas unhas ficaram garras e seus dentes aumentaram. Ficou coberto de pelo cinza.

Depois da transformação,o lobisomem aproximou-se de Raven, que estava muito assustado.Ele rosnava para ela e por um momento, sentiu vontade para atacá-la. Mas, a vontade passou,quando a vampira tocou em sua cabeça, alisando-o. Ele se sentiu calmo. Tão calmo, que voltou ao estado normal.

–A parte ruim, é que fico sem roupas. –Ele sorriu, e pela primeira vez desde que ela ressuscitou, também a fez sorrir. –Eu vou para o meu quarto, colocar um short e uma camisa... –Antes que ele pudesse terminar a fala, a vampira o agarrou e o beijou. A garota o jogou no sofá e subiu em cima dele, beijando-o cada vez mais intensamente.

***

Alexia caminhava pela rua pacata de Collsville. Nada acontecia naquela cidade e por um momento, ela até sentiu saudades do tempo em que era caçada.Mas, mesmo que os seres sobrenaturais fossem aceitos na sociedade, sempre teria um pouco de preconceito por parte de algumas pessoas.

A ex-vampira sentiu que algo a estava seguindo, e olhou para trás,vendo apenas um vulto. Então, ela decidiu continuar seu caminho e ao voltar o olhar para frente, ela se deparou com Patrick.

–Olá. –Disse sorridente, o vampiro.

–Patrick... Você ainda está vivo...

–Gostou?! Sei que sentiu minha falta.

–Não chegue perto, a cura que você me deu era falsa e eu posso te matar em dois segundos. –Alexia tentou contornar a situação.

–É mesmo?! E por que eu sinto o cheiro do teu sangue?! Junto á esse olhar de medo e esse coração batendo cada vez mais rápido?! Acho que temos um assunto,não terminado.


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