Ponto de Vista Clary:

Minha cabeça doía muito, mas o meu peito estava aliviado de estar em casa. Me levantei a procura do meu celular mas não o achei. Então desci a procura do Jace.

–Você ta melhor? – Ele disse se levantando do sofá, fiz que sim com a cabeça e então fui a cozinha com ele me seguindo.

–Desculpa por não ter te escutado ontem. – Eu disse.

–Não, está tudo bem. O importante é que você está bem. – Ele sorriu, nunca vi ele tão preocupado.

–É, eu to bem, o Jonathan só é um maluco carente! – Eu falei tentando não me lembrar de ontem. – Viu meu celular? Preciso ligar para o Victor e agradecer por ele ter me trazido em casa.

–Você acha que foi ele que te...- Jace começou e eu o olhei confusa. –Quer dizer, ligue pra ele e agradeça por ele ter cuidado tão bem de você, seu celular está em cima da mesa.

Ponto de Vista Jace:

Por um segundo senti uma raiva por ela não se lembrar de como eu cuidei dela ontem, mas era melhor ela pensar que foi o Victor. Afinal ele é o namorado dela, ele que deve cuidar dela. Não se meta Jace!

Ponto de Vista Clary:

Eu subi para tomar um banho e depois peguei o telefone para ligar para o Vi. Ele não atendeu.

Fiquei um tempo lendo e então decidi mandar uma mensagem pra ele.

“Obrigado por cuidar de mim ontem à noite, desculpa por ter estragado a noite. Bjs Clary ♥”.

Continuei então a ler, passei o dia todo na cama. Comi bolacha e sorvete, assisti filme e quando deu 21 hrs o celular apitou com a resposta.

“Imagina! Agradeça ao Jace. Espero que esteja tudo bem, Beijos Victor.”

Jace? Agradecer ao Jace? Então foi ele que me trousse pra casa?

Então sem pensar duas vezes fui até o quarto dele. Bati duas vezes na porta e então abri.

–Por que não me falou a verdade? – Disse me sentando na cama. Jace estava mexendo no notebook quando se virou e me encarou.

–Não achei que você precisasse saber...- E então ele virou novamente para o notebook.

–Olha pra mim! – Falei brava, e ele fechou o notebook. – É obvio que eu preciso saber! você saiu daqui para ir me buscar.

–Não sai daqui para ir te buscar, sai daqui para te procurar por que o babaca do teu namorado estava em pânico! – Ele falou sério, e eu perdi a fala. Ele se importava comigo, ele ainda se importava. Um sorriso surgiu então, sem eu perceber eu já estava sorrindo. Francamente eu não aguentava fingir que não ligava pra ele, mas estava tudo indo tão bem. Eu realmente achei que eu iria esquecê-lo. Continuei encarando ele que já estava mexendo no notebook de novo e não podia me conter, eu queria agarra-lo e beijar cada centímetro de seu corpo.

Uma semana de abstinência dele, e o coração quer ter recaídas agora?! Ah coração, não me envergonhe! Pensei. Mas eu não aguentava mais!

Me aproximei dele e fechei o notebook, ele me olhou nervoso mas logo relaxou. Ficamos nos encarando por alguns segundos.

–Não! – Ele murmurou quando eu toquei o rosto dele.

–você não quer? – Cochichei. Ele então deu um riso fraco.

–Acha mesmo que não quero?- Ele disse e então eu o beijei, segurei seu rosto e o levei de encontro ao meu. Ele segurou minha cintura e me pressionou contra seu corpo. Cada beijo era diferente, cada um mais intenso que o outro, como faíscas numa fogueira crescente: beijos breves e suaves, que diziam que ele me amava; beijos longos e lentos, repletos de idolatria, que diziam que ele confiava em mim; beijos leves e brincalhões, que diziam que ele ainda tinha esperança para nós; beijos de adoração que diziam que ele tinha em mim uma fé que não tinha em mais ninguém.

*

De manhã acordei com um estrondo da porta, eu estava deitada ao lado de Jace de calcinha e sutiã e ele dormia em um sono profundo, me levantei peguei um roupão e corri lá para baixo. Saindo pela porta da frente estava Melissa que se virou chorando e disse.

–Como você pode? – E então ela saiu.