Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 13
Conversas




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Depois do momento maravilhoso que partilhei com Jake na floresta, eu sabia que era altura de voltar à realidade. E na realidade o meu Jacob e eu não estávamos juntos, e ele não me queria.

            Ele afastou-se de mim e entre nós instalou-se um silêncio horrivelmente perturbador. Eu não estava habituada àquele tipo de silêncio com Jacob, era desconfortável.

Baixei-me e apanhei a minha roupa – ou o que restava dela – e apressei-me a vestir-me. No entanto, não fui lá muito bem sucedida. Apenas as minhas cuecas estavam intactas, tudo o resto estava rasgado, o que me impedia de me cobrir totalmente.

Reparei que Jacob, já vestido com as suas calças, olhava para mim e sorria travesso, como se se estivesse a divertir com algo que eu não tinha percebido.

            - O que foi? – Perguntei, erguendo a sobrancelha, e ele riu ainda mais.

            - Desculpa – Disse, apontando para o farrapo que era agora o meu vestido, e riu. Eu percebi qual era o divertimento dele e não consegui evitar corar.

Não lhe respondi, tapando-me o mais possível e virando-me de costas para ele, começando a andar lentamente.

            - Espera! – Ele disse, correndo até mim. Segurou o meu braço, obrigando-me a olhá-lo. Olhámos um para o outro intensamente durante alguns instantes, ao fim dos quais Jake pareceu acordar de um transe e abanou a cabeça, como se quisesse afastar algum pensamento menos bom. – Ness… eu acho que nós… - ele hesitou – devíamos falar sobre isto…

            - Sobre termos feito amor – eu disse, olhando directamente nos olhos dele – é sobre isso que queres falar?

            - Sim… isso. – Ele disse, após ter respirado fundo. Parecia pensar bem nas palavras que escolhia, e isso fez-me saber que, ou eu me enganava redondamente, ou ele estava prestes a dizer algo que me ia magoar. Tentei não chorar nem parecer afectada. – Eu não sei o que é que… - Interrompi-o.

            - Não sabes o que te deu para o fazeres? – Retorqui, começando a demonstrar a minha raiva – Não sabes porque acabaste de amar alguém de quem dizes sentir nojo? – Eu não sabia porque estava a dizer aquelas coisas, mas algo dentro de mim me dizia que não podia ficar calada. Jacob olhava-me estupefacto, e eu senti-me ainda pior.

            - Diz-me uma coisa, Ness – Disse ele, tocando no meu queixo, fazendo-me olhar para ele novamente – Porque é que eu tenho a certeza que esta não foi a primeira vez que te toquei daquela maneira? – Afastei-me dele, reflexivamente, e olhei-o confusa e surpresa. Não estava à espera que ele dissesse aquilo. – E porque é que as minhas mãos pareciam conhecer o teu corpo tão bem como conhecem o meu? – Ele continuava a olhar para mim, mas eu não lhe respondi. Não sabia o que dizer. – Diz-me a verdade, Renesmee. Quem és tu?

            - Eu… - Estava sem palavras. Queria dizer-lhe a verdade, mas sabia que não devia. – Eu…

            - Tu não és quem o Sam diz que tu és, pois não? – Perguntou, insistindo. Aquela pergunta captou a minha atenção, e eu olhei novamente para ele.

            - O que é que o Sam te disse sobre mim?

            - Ele disse que me querias seduzir para me matares depois como fizeste com a Bella. – Ele respondeu prontamente, observando-me com curiosidade. Não consegui evitar a onda de indignação que percorreu a minha face, mostrando-lhe que Sam estava errado.

            - Eu não matei ninguém – Afirmei com convicção – E eu nunca te faria uma coisa dessas, o Sam sabe perfeitamente disso. – Jake ia falar, mas eu não deixei – Pergunta-lhe se é isso que ele pensa da sua querida Emily, que ela só o quis seduzir e usar.

            - Porque é que o Sam te odeia tanto? – Ele perguntou, como que ignorando tudo aquilo que eu acabara de dizer.

            - Não sei. – Respondi simplesmente – Não faço a mínima ideia. – Fiz uma pausa, e nenhum de nós disse nada. Depois, continuei – Mas não achas estranho ele ser o único que sente isso por mim? Todos os outros gostam de mim, todos os lobos, a Sue, o teu pai e a tua irmã. Nunca paraste para pensar nisso?

Pela expressão na cara de Jacob, ele parecia não ter pensado nisso, pois eu tinha-o deixado sem palavras.

            - Eu já pensei nisso – Afirmou ele, contrariando os meus pensamentos – É claro que já pensei. Mas não é fácil, eu perdi todas as lembranças que tinha, eu perdi a minha vida, é difícil saber em quem acreditar ou não, em quem confiar. – Ele parou – Além disso, onde estavas tu todas aquelas semanas depois do que me aconteceu? Aliás, que raio é que me aconteceu?

Ele parecia enfurecido, como se estivesse a descarregar em mim todas as suas frustrações, e eu sabia onde tudo ia dar. Eu ia acabar por lhe contar a verdade, mesmo sabendo que não era o correcto, mesmo sabendo que ele devia lembrar-se por ele próprio.

            - Eu sei que não é fácil, Jake – Disse, aproximando-me dele novamente e tocando-lhe no rosto. Ele fechou os olhos e inclinou-se na direcção do meu toque. Naquele momento, senti uma vontade esmagadora de o abraçar, e sem pensar no que estava a fazer, abracei-o. Fi-lo com tanta força que por momentos pensei que o pudesse estar a magoar, mas quando ele envolveu os seus braços quentes e fortes ao meu redor, eu soube que ele estava a sentir exactamente o mesmo que eu. – Eu quis ir ver-te, eu… Eu pedi ao meu pai, eu pedi ao Seth, eu liguei-lhe várias vezes, mas ninguém me deixava ir. Todos diziam que te ia fazer mal e eu… eu já te causei dor de mais. – Senti algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, indo molhar o peito de Jake. Este pareceu não se importar, pois apertou-me mais contra ele.

            - Naquele dia… quando eu atendi o telemóvel do Seth… eras tu, não eras? – Ele perguntou, como se começasse a encaixar as peças to puzzle.

            - Sim. – Respondi – Eu precisava de saber como tu estavas.

            - Eu… - Ele começou, mas não continuou a falar. Levantei o meu rosto, afastando-me dele milimetricamente – apenas o suficiente para poder olhar para a sua face. Ele parecia reflectir profundamente, o seu rosto era uma mistura de incredulidade e dor, e apertou-me novamente contra o seu corpo. – Eras tu. Foste sempre tu, e eu agi como um idiota, tratei-te mal. – Ele parecia revoltado consigo mesmo, e isso só me fez sentir ainda mais culpada.

            - Não – Disse, afastando-me dele – Tu não sabias, não podias saber.

            - Isso não é desculpa, Nessie. Eu não tinha o direito de…

            - Jacob, pára – Disse, pondo os dedos nos seus lábios, interrompendo-o – Não faz mal. – Sorri, encorajando-o.

Ele respirou fundo, e depois afastou-se, dando alguns passos na direcção oposta à minha.

            - Aconteceu… uma coisa estranha… ontem – Falou Jacob, depois de alguns minutos em silêncio.

            - Estranha? – Perguntei, confusa, mas curiosa – O que aconteceu?

            - Eu ontem ia… atacar-te – Estremeci com as suas palavras, as sensações daquele momento terrível a invadirem todo o meu corpo por um breve instante. Reparei que as suas mãos tremiam enquanto ele falava. – Mas não o fiz. Não o fiz, mesmo sabendo que o devia ter feito… era uma ordem – Ele rosnou a última parte, fazendo-me tremer. – E nós não podemos, não conseguimos, desobedecer às ordens do Sam.

Eu fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Deveria eu dizer-lhe que aquilo já tinha acontecido anteriormente? E que o que aconteceu estava certo, pois ele era o legitimo alfa? Eu sabia que não o devia fazer, mas uma parte de mim queria fazê-lo ardentemente.

            - E agora… estou sozinho. – Continuou, ao perceber que eu não ia dizer nada. – As vozes na minha cabeça desapareceram, e eu já não tenho de obedecer ao Sam. – Ele virou-se, olhando confuso para mim, em busca de respostas.

            - Quando tu… desobedeceste à ordem do Sam – Expliquei – deixaste de pertencer à alcateia dele, deixaste de o ver como o teu alfa, o teu líder. Isso significa que agora és o teu próprio alfa, e podes criar a tua própria alcateia. – Quando terminei, respirei fundo, adivinhando quais seriam as suas próximas palavras.

            - Mas eu não quero ser um alfa! – Gritou ele, revoltado – Eu não queria sair da alcateia do Sam, eu não queria zangar-me com ele. Eu só não queria atacar-te! – Voltou a olhar-me, os olhos a brilharem devido à quantidade de emoções que lhe passavam pelo rosto – É algo assim tão errado?

            - Teres saído da alcateia do Sam não é errado – Protestei.

            - Não? – Retorquiu Jacob – Então porque é que aquela minha reacção me custou os meus amigos, os meus irmãos? – As suas palavras magoaram-me, parecia que ele estava a dizer que a culpa de ter, supostamente, perdido os amigos era minha.

            - É mesmo isso que pensas? – Perguntei, aproximando-me dele – Que eu te custaria isso tudo? – Esperei que ele dissesse alguma coisa, mas ele não o fez – É por isso que tens lutado tanto contra aquilo que sentes?

Pareci atingir um ponto fraco, algo muito vulnerável que Jacob se esforçava por manter intacto, algo que o poderia fazer perder o controlo. O seu rosto encheu-se de fúria.

            - Não – Respondeu – Não é só por isso.

            - Então é porquê? – Perguntei, num fio de voz.

Ele aproximou-se de mim rapidamente.

            - Porque tu és uma san… vampira. – Disse, finalmente. – É errado.

Senti os meus olhos encherem-se de lágrimas – ele ia chamar-me sanguessuga de novo. O meu coração contraiu-se no peito, como um corpo que se contrai ao lhe baterem.

            - Eu… não tenho culpa daquilo que sou – Respondi-lhe, a minha voz fraca e entrecortada, mas mesmo assim consegui demonstrar determinação. – Mas amo-te, e isso devia ter mais importância para ti do que a minha descendência. O meu amor costumava ter mais importância para ti.

Afastei-me novamente dele, virando costas e deixando-o no meio da floresta. Não corri, percorrendo o caminho selvagem lentamente e com passos fracos, mas mesmo assim ele não veio atrás de mim.

O meu coração voltou a apertar-se, e desta vez não segurei as lágrimas, que caíam livres e abundantes pelo meu rosto, deixando transparecer toda a minha tristeza.

Tinha a perfeita consciência de que hoje tinha estado o mais perto do meu Jacob que talvez fosse voltar a estar, não só fisicamente, mas principalmente emocionalmente. Ele tinha-me deixado entrar na sua cabeça e perceber alguns dos seus medos e das suas inseguranças. Consegui também compreender que ele ainda me amava, mesmo que esse amor estivesse aprisionado dentro dele, eu sabia que ele ainda lá estava, e isso deu-me forças para continuar a lutar pelo meu Jacob. Eu não ia desistir, não agora.


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Notas finais do capítulo

oii gente eu estou viva! *autora esconde-se do ataque das leitoras*
queria pedir desculpas pela gigantesca demora pra actualizar, mesmo estando de férias, mas eu estava sem inspiração. tive metade do capitulo escrito desde junho, e não conseguia acabá-lo de maneira nenhuma. eu pensei até em desistir da fic, mas depois deu'me assim uma nova inspiração e eu voltei o capitulo tá pequeno, mas se eu não postasse ele logo e continuasse a enrolar, aí não postava nunca! então espero que gostem (eu gostei bastante desse ), ele está meio diferente dos outros, e comentem bastante beijos meus amores, e obrigado por não abandonarem a fic

e agora um pouquinho de publicidade leiam a minha one shot, também jakeness, Falling Away With You - http://fanfiction.nyah.com.br/historia/78081/Falling_Away_With_You_jakenessie