Um Arqueiro em Minha Vida. escrita por Wezen


Capítulo 4
Meu Lugar Preferido no Mundo


Notas iniciais do capítulo

oooooooooooooooooi pessoinhas , mais um Capitulo, que era para quinta mais falta tão pouco tempo para quinta que resolvi postar agora, espero que gostem :3 Boa leitura e por favor, não esqueçam de comentar :* Amo Vocês :D



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Sai do trabalho e resolvi dar uma volta de trem, apenas para me decidir se ia ou não encontrar o Maníaco dos Cafés, dei duas voltas de trem, até parar na estação do Brooklyn novamente e então eu resolvi que deveria ir. Sai da estação e atravessei a rua, lá estava o Café que ele me disse, arquitetura antiga da década de 30, como de todo o Brooklyn. Esse bairro era o meu lugar preferido no mundo todo, era tranqüilo e cheio de crianças que brincavam por toda a parte, claro que ás vezes havia confusões e assaltos, mas continuava sendo meu lugar preferido no mundo.

Entrei no Café e corri meus olhos pelo local, ele não estava em nenhuma das mesas, caminho até a ultima mesa do lugar e me sento a sua espera.

Fiquei pensando no desastre que minha vida ainda estava, sentia saudades dos meus avós que moravam na Califórnia e também sentia falta da faculdade e dos meus amigos, nada como a solidão para trazer tudo isso de volta. Vinte minutos depois decido que ele não vai vim e eu estou aqui como idiota então pego minha bolsa e me levanto ao levantar a porta se abre e ele entra me procurando com o olhar, dou um sorriso e em seguida ele vem até mim.

–Onde pensa que vai? – ele se aproxima de mim já se sentando em minha frente e logo depois também volto a me sentar.

–Pensei que não viria. -Respondo-Então estava indo embora.

–Desculpe pelo atraso, fiquei um tanto ocupado. – Dou um sorriso e ainda penso na possibilidade de ele ser um maníaco, isso foge da minha cabeça quando ele fica me olhando, mas ao observar seu rosto, noto um corte em sua testa, não muito grande, mas o suficiente para ter sangue coagulado.

–O que foi isso na sua testa?

–Isso?- ele pergunta passando a mão no corte. -Um pequeno problema.

–Sua vitima tentou se defender dessa vez.

Ele solta uma gargalhada.

–Vou fazer você para de falar que sou um maníaco. –E faz uma cara maliciosa, a qual me faz soltar um sorriso.

–Ta bom chega de falar de maníacos- digo gesticulando- O que você faz?

–Hum... Bom é complicado, te falar isso.

–Por quê?

–Teria que te matar se eu te contasse.

–Coisa assim que estou tentando evitar.

Ele me da um breve sorriso e faz um gesto á garçonete (que era totalmente vulgar), ela vem com um sorriso falso na boca e jogando os cabelos e aquilo me irrita, quando chega perto dele, diz:

–Posso ajudar?- ela era tão “prestativa” que me dava nojo.

–Um expresso para mim e para você... –ele se refere a mim e eu respondo totalmente grossa:

–Um chocolate quente. - e viro o olhar para a janela.

–Tudo bem. – ela coloca o caderninho na mesa para anotar o pedido e abaixa para anotar, seu decote mostra mais do que deveria (e isso era proposital). -Já trago para vocês.

Ela sai desfilando, mas ele ignora e fica me olhando.

–É sempre tão delicada assim?- pergunta tirando a jaqueta de coro preta.

–Claro, eu sou uma moça-digo colocando os cabelos atrás da orelha. - Moças sempre são delicadas.

–Com exceção você né?

–Notou agora?

–Não. - ele diz. –Notei na hora que te liguei.

Começo a rir, era incrível o fato de eu não ser uma “moça” me levou a esse ponto de “indelicadeza”, mas ele estava gostando disso. A garçonete volta com a bandeja e os café e antes de ir, dá uma piscada para ele que me da vontade de cortar o pescoço dela e ele ignora outra vez.

–Você ainda é professora ou mudou de profissão?- Clint bebe um gole do café-È difícil adivinhar se ainda é Professora.

–Eu não professora de verdade. -Digo bebendo de meu chocolate. –Eu fazia Física Nuclear, mas perdi a vaga.

–Falta de pagamento?

–Não, notas baixas.

–Como isso?

–Quando sai da casa de meus avos, comecei a trabalhar e ai acabou parando de estudar até chegar à decadência.

–Por que morava com seus avós?- ele tomou outro gole do café, fiquei pensando em uma resposta que não envolvesse meu passado ruim, todas foram impossíveis e inacreditáveis, então suspirei e disse o seguinte:

–Meus pais sofreram um acidente de carro, eles morreram na hora e eu perdi minha memória, meus avós me ajudaram me levando para morar com eles e tentando fazer com que eu me lembrasse da minha vida. -Sinto lagrimas brotarem, mas a seguro antes que torne evidente que minha vida até agora não estava sendo boa. –É por isso.

Ele fica sem ter o que dizer, como se disse até um sente muito me machucasse, ele fica em silencio por alguns minutos e depois ele diz:

–Morei em um orfanato até os 15 anos. – Ele bebe um pouco do café. –Se você não se lembra da sua vida e perdeu os pais, não tive os meus e não tive memórias com eles. Temos algo em comum.

–O passado não importa agora, não é mesmo?- digo um tanto amargurada, eu não gostava de lembrar disso e nem de tentar lembrar do que parecia que eu não tinha.

–Verdade. Então... Como uma Cientista Nuclear foi parar como uma Professora?

–Perdi o emprego de garçonete e virei Professora.

–Eu disse que você é multiuso.

–Eu queria muito trabalhar na Stark Indústrias, mas eu não fui aceita por perder a vaga na faculdade, o supervisor de lá, disse que Tony Stark não aceitava isso.

–Eu não acho que gostaria de trabalhar lá.

–Por quê?

–Stark gosta de brilhar sozinho-ele responde. –Você se destacaria mais que ele lá.

–Como sabe disso?

–Apenas adivinho.

Ficamos conversando sobre esse trabalho e sobre minha vida, o assunto era sempre eu, e quando eu tentava mudar para ele, voltava para mim, mas foi bom ser o centro das atenções para alguém, ele era atencioso e parecia gostar de me ouvir. Contei dos meus amigos da Califórnia, os malucos que passei toda minha vida convivendo, ele deu gargalhadas com as historias que eu tinha para contar. Até que consegue mudar o assunto para ele.

–Alison já se perdeu no supermercado e quase colocou aquele lugar de cabeça para baixo. - ele comenta.

–O que ela é sua?- pergunto. –Por que parecem tão próximos.

–Ela não é nada minha, na verdade quando a mãe dela morreu ajudei a cuidar dela, ela cresceu comigo então me chama de Tio.

–Entendi. – Mecho a cabeça. –Ela é uma fofura.

Pego meu celular e vejo, já são 08h30min, a hora passou rápido, depois de muita conversa, fiquei pensando que talvez eu não quisesse ir embora, por que aquele lugar, na lanchonete pequena do Brooklyn, virou meu lugar preferido do mundo todo, com ele.

–Devíamos ter ido para um bar.-Digo- já estamos aqui, há uma hora e dez minutos.

–Verdade. -Ele responde. –Mas se esse encontro fosse em um bar com certeza não estaríamos lá essa hora.- E dá um sorriso malicioso e eu retribui, sabia do que estava falando e que talvez fosse verdade.

Seu celular toca e pede licença para atender, escuto pouca coisa da conversa como “Já estou indo” e “ não pensei que voltaríamos lá”.Ele volta para a mesa meio decepcionado e diz:

–Temos que ir, mas eu posso te levar em casa.

–Eu aceito!- Exclamo. – Não quero passar por aquele beco esse horário.

–Vou pagar e já volto.

Fico observando, já que era a Garçonete Sexy que estava no caixa, ela ficava provocando com um sorriso malicioso e mordendo os lábios, mas ele continuava não ligando. Ele dá o dinheiro e ela o troco junto com um papel pequeno, que ele devolve a ela e em seguida fica com um olhar fuzilador para ele. Se olhar matasse,ele estaria morto. Ele vai caminho a porta e faz um gesto para mim de que estamos indo embora, e vou até ele saindo do Café.

Seu carro estava em frente ao Café, era um Hyundai prata, ele aperta o alarme e abre a porta para mim e em seguida, entra no carro, coloca chave no contato e da partida.

–Garotas iguais ela sempre dão em cima de você?-Pergunto sem pensar.

–Você notou?

–Como não notar?

–Não são todas que dão em cima de mim- ele responde- as que eu salvo em becos principalmente está fora da lista.

Dou um sorriso e ficamos em silencio, até o meio do caminho.

–Quer Jantar comigo no sábado?-ele pergunta, sem olhar para a mim e eu respondo:

–Claro, vai ser bom. -Concluo. - Espero que ninguém de em cima de você.

Chegamos à porta do prédio, e ele estaciona.

–As oito no sábado?

–Pode ser.

–Ótimo. - ele comenta animado.-Tenha uma boa noite, Audrey.

Ele me olhava como no dia que me salvou, com aquele par de olhos azuis intensos que me fazia derreter, e então eu soubesse que se não fizesse o que queria fazer, me arrependeria e então beijo ele, rapidamente e delicadamente, foi uma despedida desesperada. Ele ficou me olhando e sorrindo, então criei forças para abrir a porta e sai dali, ou não sairia mais.

–Tenha uma boa noite, Clint.- Saio do carro e fecha a porta, depois subo as escadas correndo até o portão, antes de entrar no prédio, ouvi o carro saindo, senti uma sensação de alivio e principalmente: Pela primeira vez em anos, me senti linda.


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