- Como eu poderia me esquecer? – ela perguntou adentrando na sala vendo que havia ficado tudo exatamente como na primeira vez, e o que mais a surpreendia era perceber que Draco lembrava-se disso.

            E por um segundo teve de fechar os olhos, lembrando-se de tudo que haviam passado juntos e da tamanha falta que sentia de tais momentos, mas aquela não era a hora para isso, tinha de aproveitar o que lhe restava de tempo ao lado de Draco Malfoy.

            - Eu sinto saudade daqueles dias – Draco sussurrou em seu ouvido, de um jeito baixo, quase num sussurro mesmo que só houvesse os dois naquele ambiente. Exatamente como ele fazia depois de fazerem amor, ele sussurrava em seu ouvido e todo o corpo de Hermione estremecia.

            Foi quase um alivio para ela ouvi-lo dizer tais palavras, foi algo de confortante, saber que não era a única a sentir falta. Deixava um toque de romance, ela pensou lembrando-se das histórias dramáticas e românticas que já havia lido – eram tantas – e em todas havia um final feliz, isso fazia com que seu conto não fosse um completo romance.

            Mas só o fato dele estar ali já significava algo – tinha de significar.

            - Eu sinto falta dos nossos momentos – ela murmurou tocando-o no rosto e suspirou antes que o loiro se apossasse de seus lábios com aquele desejo contido misturado a saudade que seus corpos sentiam.

            Porque, no fim do dia, ele sabia que seu corpo pertencia a ela, não importava o quanto tentasse desistir disso – porque era preciso desistir – ele era dela, assim como ela era sua.

            Seus dedos longos tocaram o tecido macio do vestido que ela usava, para logo alcançar o zíper e desfazer-se do mesmo, menos uma peça. As mãos pequenas dela tiraram sua camisa, seu paletó, sua gravata, qualquer apetrecho que ali houvesse, tudo para descobrir o peito claro e definido que a fazia perder o ar. Ele era seu.

            Menos algumas peças.

            Draco abaixou a própria calça antes de deitar Hermione sobre a cama, suas mãos tocando o corpo feminino com verdadeira adoração e cuidado – como se ela fosse tão preciosa a ponto de quebrar na menor brutalidade – e quando, finalmente, encontravam-se nus um ante o outro, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, e o gemido foi afogado pelos beijos ardentes que ela lhe dava.

            Saudades.

            Quando ele a penetrou, Hermione gritou de êxtase e prazer, como havia sentido falta daqueles momentos, daquele corpo invadindo o seu – e ela nem sequer havia se dado conta de que a saudade era tão grande. Draco continuou os movimentos, tocando-a a fundo como sabia que ela gostava, beijando-a nos seios, mordiscando-lhe a nuca, recebendo em troca os beijos molhados sobre seu peito, as mordiscadas em seu pescoço, os beijos em todo seu rosto e que iam descendo só para enlouquecê-lo.

            Saudade pura.

            E quando o momento do êxtase extremo chegou, Hermione aferrou-se a ele de tal modo que sequer poderia dizer onde seu próprio corpo terminava, onde o corpo masculino começava. Tão unidos e entregues – isso seria o que mais lhe faria falta futuramente.

            Naquele instante, com os olhos turvados de prazer e o corpo arqueado sentido o êxtase percorrer-lhe o corpo, ambos souberam que jamais seria igual, nenhum outro homem poderia causar um êxtase tão bom, assim como nenhuma outra mulher seria capaz de lhe proporcionar tamanho prazer quanto ela lhe proporcionava. Jamais.