- Você vai ao menos receber minhas corujas, se eu enviá-las? – ele perguntou agora sentado na cama.
     - Eu pensei que quando acabou nós já havíamos concordado que era definitivo – ela murmurou amargurada. – E também não é como se Pansy fosse permitir, e enquanto eu estiver na Toca Rony vai tentar pegar todas as correspondências. Eles já deixaram claro que nos querem afastados...
     Era basicamente isso, cada um com seus motivos, mas que no fim davam no mesmo caminho: nada de Hermione e Draco juntos.
     - Então ao menos me deixe aproveitar os poucos minutos que nos restam... – ele murmurou deixando Hermione saber que estava certa.
     No fundo ela sempre estava certa.
     E mesmo que ainda houvesse horas, não seria mesmo suficiente.
     - Você já parou para pensar em como vai ser? – ela perguntou sentando sobre o colo dele, uma perna de cada lado da cintura masculina, seus seios nus contra o peito dele, também nu.
     - Eu não quero pensar nisso – ele disse beijando-a no pescoço. – Esses dias separados em que eu ainda podia vê-la já foram ruins... Não quero pensar em como será depois.
     Ela negava-se ainda mais a pensar nisso, mas cada segundo que passava fazia parecer inevitável. No fim das contas teria apenas de aceitar isso.
     - Vem – ele disse colando-a ainda mais a seu corpo. – Eu quero você...
     Já ela queria que ele fosse apenas seu. Mas querer não é poder.
     As mãos masculinas tocaram-na nos seios a fazendo gemer, sentindo sua intimidade tão perto da dele que já voltava a ficar ereta, pulsante. E seu próprio corpo encontrava-se assim, quente e pulsante por ele.
     Isso era algo que jamais poderia ser substituído, essas sensações que um corpo só sabia causar no outro, e que jamais seria igual se outro alguém estivesse ali. O arquear do corpo dela não pareceria tão perfeito a mais ninguém, assim como o encaixe não seria tão certo a ponto de não saberem onde um terminava para o outro começar.
     Assim como o suspirar e gemer dela não pareceria tão sexy há outros ouvidos, nem as mãos dele poderiam agarrar tão firme, mas sem machucar, outro corpo com tanta precisão. Eram únicos.
     - Vai ser assim só entre nós, não é? – ela perguntou passando a língua em seu pescoço, para logo afastar-se um pouco e encará-lo nos olhos.
     Draco não emitiu resposta, mas o brilho fervente de seus olhos, o modo como continuava a segurar sua cintura para guiá-la sobre seu membro e os beijos que seguia espalhando por seu corpo responderam por si só. Ele também sabia que com ninguém mais seria assim.
     Era até melhor, tornava aquele momento ainda mais especial.
     Ele continuou guiando-a, distribuindo beijos em seu pescoço e no final, quando o orgasmo os atingiu de maneira tão arrebatadora, ambos os corpos encontravam-se rosados e suados, mas sem arrependimento algum.
     - Agora sim é o fim, não é? – ela perguntou quando sua respiração já se normalizava e havia coragem suficiente em seu corpo para fazer tal pergunta olhando-o nos olhos sem desabar imediatamente.
     Não, ela desabaria mais tarde, porque aqueles momentos eram preciosos demais para desperdiçar com choro.
     Ele assentiu sentindo, como poucas vezes na vida, vontade de chorar.      E se chorasse não era exatamente por ter perdido-a, seria mais pelo ódio que nutria agora por Pansy, por ela não poder deixá-lo em paz para que fosse feliz... Choraria também pelo maldito sobrenome que por tantos anos se orgulhou, agora Malfoy só lhe dava nojo, porque devido as crenças que sua família sustentava, ele jamais seria feliz ao lado de alguém como Hermione Granger, e isso o fazia sentir vontade de morrer.