Entre o amor e o crime escrita por Naty Winchester


Capítulo 19
Enquanto ela dormia...


Notas iniciais do capítulo

Hello povo lindo...
Esse capitulo é um pouco mais calmo, com novos personagens e uma Katherine descarada.
Nos vemos lá em baixo.



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– Parece que só sobramos você e eu – Ele refletiu acariciando os cabelos loiros da jovem que permanecia inconsciente – Tyler está fugindo de algo que ninguém sabe dizer ao certo, mas não se preocupe, ele sempre foi assim.

Caroline lutava contra a força que não a deixava responder a voz tão conhecida. Ela queria abrir os olhos e dizer que estava escutando, porém, não conseguia.

– A Elena está viva – O moreno a falava como se acreditasse que ela estava ouvindo, e no fim, estava certo. – Mas, não sei se ela voltará a ser o que sempre foi, então é como se estivéssemos sozinhos nessa.

Uma luz distante fez Caroline buscar segui-la, contudo, quanto mais chegava perto, mas ela se afastava. A loira se permitiu apenas escutar, desistindo de entender o que acontecia.

– Sabe Caroline... – Suspirou – Me lembro quando começamos a namorar, era como se agíssemos igual a robôs, acho que nunca daríamos certo.

Ela ouviu a risada contida dele, e sentiu-se sorrir. Quer dizer, ela não conseguia saber se Enzo estava rindo de alegria, porém, poderia sentir que suas palavras eram verdadeiras.

– Mas a gente se amava – Confessou forçando um sorriso – Talvez, não como era necessário para ficarmos juntos, mas nos amávamos.

Era verdade, amava Enzo, como os grandes amigos que sempre foram, entretanto, confundiram tanto as coisas. Apesar de tudo, não se arrependia de nada. Cada segundo foi maravilhoso, no limite.

– Eu não acredito que o Matt e o Stefan estavam por trás de tudo aquilo – Para Enzo, ainda era complicado admitir para si mesmo que seus amigos eram assassinos, o enganaram por tanto tempo – Acho que eles dividiram a mesma mulher.

E mais uma vez, Caroline ouviu aquela risada tão aconchegante. Riu, sabendo que logo Enzo faria alguma piada sobre a intimidade dos três.

– Será que rolava uma orgia? – O moreno sabia que se Caroline estivesse acordada, teria ficado vermelha e o xingado com os mais variados tipos de palavrões – Os médicos disseram para te falar apenas coisas boas, acho que sai do meu contexto.

Sentiu quando a mão fria de Enzo tocou na sua pele, começando pela sua bochecha esquerda, até a sua mão, aonde a segurou com força.

– Você não pode me deixar Caroline – Poderia parecer estranho, porém, o jovem não se importou com isso, continuando seu discurso improvisado – Já não basta todos que perdemos? Você simplesmente não pode desistir assim. Eu vou estar te esperando e não me leve a mal por isso, eu sou o Enziota, lembra?.

Precisava voltar. Abrir os olhos e mostrar a ele que nunca o deixaria. Sentia o sofrimento reprimido do moreno, doía muito, mais ainda ao se lembrar que Enzo nunca falava o que sentia, contudo, ele estava falando, mostrando que precisava de ajuda, uma ajuda que ela não conseguia dar, no fim, ela também precisava.

POV KLAUS

– Niklaus, eu não pretendo falar nada, me desculpe – Celeste continuava insistindo em ficar calada. Tentei a tratar como uma simples criminosa e fingir que ela realmente não era tão importante para mim, mas não consegui.

– Porque Celeste? – A encarei – Eu ouvi tudo, acho que você me deve uma boa explicação.

– Eu sei meu menino – Vi seus olhos se enxerem de lagrimas e logo ela abaixou a cabeça me ignorando por completo.

– Eu só quero entender o que Carina tem haver com tudo isso – Tentei a convencer com mais calma, no entanto, a mulher se negava. A olhar daquele jeito ainda era difícil. Nesse momento me senti traído, enganado e nada era capaz de tirar esse sentimento de mim.

– Carina te amava, só quero que saiba disso – Desisti fazendo Brad a tirar daquela sala. A algum tempo ficaria ainda mais disposto a descobrir o que acontecia em ralação a Carina, porém, agora tinha Caroline e sua situação me preocupava mais. Rebekah conseguiu doar seu sangue ainda pela manhã, porém, ela ainda não tinha acordado e isso realmente me assustava.

Katherine e Matt também se recusam a falar, no fim, eles apenas brincavam com a minha cara.

– Só acho que você não deveria ter o matado – Repetiu Camille pela decima terceira vez.

– Você não reclamou quando o viu morto – Respondeu Damon sobre Stefan, contudo, a reação de Damon realmente não me surpreendeu. Meu pai o treinou para ser isso, uma pessoa fria que manipula suas próprias reações, alguém que decide quem vive e quem morre sem se importar com as consequências, enfim, era por isso que Damon estava ao meu lado. Em um grupo tem que haver pessoas diferentes, para que, quando um não fizer, o outro faça.

– Ele mereceu – Disse cansado da discussão dos dois – Apesar de saber que a morte não é um castigo.

– Mas é menos um assassino – Retrucou ele, Damon sempre tinha a resposta na ponta da língua e isso era inegável. – Eu tinha que o parar.

– Poderia ter atirado nos pés dele – Camille estava disposta a defender Stefan, e Damon não estava gostando dessa atitude, então apenas soltou seu típico riso irônico.

– Ninguém precisa saber disso – A loira revirou os olhos, sob a frase mais usada por Damon – Ele me atingiu e eu tive que mata-lo, simples assim. Ninguém se importa, ele era um assassino, e esse é o meu trabalho.

– Ele está certo Camille, temos problemas maiores – Damon abriu um sorriso vitorioso e se sentou ao meu lado, enquanto Camille cruzou os braços e nos encarou.

– Eu não quis falar naquele momento, porque seu humor não estava dos melhores, de nenhum dos dois – Começou com seu sermão, esse dia não poderia piorar – Mas você sabe que errou, poderia ter o deixado vivo.

– Ele tentou me matar – Adoro essas discussões, sua tese se intensifica cada vez que o outro mostra uma contrariarão. Como se eu não tivesse coisas mais importante para se preocupar.

– Chega – Disse e eles me olharam esperando que eu continuasse – Meu pai quer conversar com a Katherine, não podemos deixar que ele passe em nossa frente.

– Mikael? Isso tudo é desilusão? – Perguntou Damon revirando os olhos. Ele cresceu comigo, sabia quem era Celeste e o que ele significava para minha família, por fim, ele entendia o porquê meu pai tinha tanto interesse em Katherine.

– Talvez. Por isso, eu vou continuar com a Katherine e o Damon com o Matt.

– Enquanto eu vou revisar as câmeras do hospital, alguém tirou a Bonnie e sumiu com a Meredith, ou quem sabe, a gente leve mais uma surpresa.

Camille em minutos não estava mais na sala, Damon me encarou por longos segundos enquanto batias as pontas dos seus dedos na mesa.

.- Como ela está? – Ele não me encarou e acabou demonstrando mais interesse do que o normal.

– Os médicos dizem que logo ela acordará, é uma questão de tempo – Respondi vendo ele sorrir por breves segundos. Damon se importava com a Caroline e isso estava evidente. – E a Elena?

– Melhorando, ela vai se acostumar.

Deixei ele com seus pensamentos e sua consciência suja, como se a minha estive muito diferente. Assim que entrei na sala de Lizz, vi Katherine sentada com as pernas cruzadas e um olhar debochado me encarando.

– Demorou lindo – Brad pediu licença e se retirou me deixando sozinho com a prepotência em pessoa.

– Porque Katherine?

– Porque eu quis ué, vai dizer que não sabe de toda a história – Riu descruzando as pernas e mordendo o lábio, era só o que me faltava – Klaus, podemos resolver isso de alguma outra forma?

– Podemos – Ela sorriu sem desviar seus olhos dos meus – Você me conta o que ainda esconde, inclusive o paradeiro da doutora Meredith e eu te arrumo uma cela bem confortável.

– Caroline está viva – Um brilho estranho se formou em seus olhos – Assim que ela vir até aqui, eu te conto tudo, e acho que minha história com a sua Carina, irá te surpreender.

Katherine não estava disposta a colaborar, pensei em fechar o caso parando por ali, afinal, já teria feito a minha parte, agora, achar a Meredith não era bem o meu papel, porém, tinha Celeste e Carina, o que elas escondiam? E o que Mason tinha haver com toda essa história?

Sai da delegacia e fui direto para o hospital, Caroline estava com Lorenzo, eu realmente não gostava disso, mas sua família precisava descansar para continuar sobrevivendo a tudo aquilo. Ao entrar no quarto ouvi uma frase que realmente me intrigou, tinha seu fundo de verdade naquilo.

“Só não entendo porque eu nunca fui ameaçado, Tyler e eu estávamos lá também”

Tyler era sobrinho de Mason o que apenas me causava mais perguntas. Enzo era o ex idiota da Caroline, ela parecia gostar dele apesar de tudo. Se ela se importava com o ex, porque Katherine não o usou também?

Tinha algo a mais eu precisava descobrir.

[...]

– Irmão, já te disse que eu acho isso desnecessário – Repetiu Elijah, porém Finn não parecia o escutar e continuou arrumando sua mala.

– Nosso pai sai às pressas com a Rebekah e logo depois essa história de um irmão perdido – Esther acabou contando aos filhos o que tanto escondeu, a verdade estava entalada em sua garganta e ela precisou desabafar – E a Celeste? Eu nem sabia que ela estava viva.

– Preciso buscar alguém – Finn assentiu, sabendo que Elijah escondia algo, mas não se importava no momento. Viu o irmão se afastar até estar fora do seu campo de visão.

– Eu vou com você – A ruiva entrou no quarto sorrindo, o que fez Finn revirar os olhos diante da animação da garota – Estou louca pra ver o Nick.

– Fale com a minha mãe – Ele esperava que a mais velha fizesse o trabalho de dizer um “não” a ela, no entanto, ao ver aquele sorriso presunçoso, percebeu que estava terrivelmente enganado.

– Ela já deixou – Bateu palmas para si mesmo, soltando uma gargalhada que faria qualquer um ter dores de cabeça – Ah priminho, você sabe, eu também sou da família e tenho direito de conhecer o meu primo perdido.

– Chega Aurora – Finn pegou a mala, a deixando em um canto do quarto e voltou a olha-a – Você é nossa prima, não tem que ficar dando em cima do meu irmão. Acha mesmo que eu não sei porque está aqui?

– Nunca dei em cima do Nick – Defendeu-se como se aquilo a ofendesse – O que temos é apenas momentos de diversão, nada sério. Somos primos Finn, nunca me esqueci disso, mas tenho outro objetivo, o dono daqueles olhos azuis irresistíveis.

– Sei bem disso – Resmungou revirando os olhos. – Me deixe sozinho Aurora.

A garota saiu do quarto do primo bufando, e antes que pudesse entrar no seu, vê Elijah acompanhado de uma loira que chorava disfarçadamente.

– Ele não quer me ver, acho que é cedo demais – Tentou a loira ganhando a atenção de Aurora, Elijah teria se esquecido tão facilmente de Sage?

– Se você contar o que sabe, certamente ele te perdoara, meu irmão ainda te ama – A loira sorriu, ela sabia que poderia o ajudar, e era exatamente isso que faria. – Vamos amanhã, porém, posso te dar um tempo para ter coragem.

[...]

– Vocês... – Após ouvir as palavras que mudaram sua vida, Rebekah não conseguia dizer nada, estava em choque. Suspirou deixando que as lagrimas caíssem sobre seu rosto. Ninguém sabia a dor que a loira estava sentindo, ela foi enganada afinal. Esther não era a sua mãe e isso estava a matando por dentro.

Foi inevitável não pensar em como seria sua vida se tivesse sido criada por Lizz, com Caroline... mal tinha ganhado uma irmã e pode a perder em minutos, a vida era tão injusta. Rebekah não gostava de sentir pena de si mesmo, mas ela sabia que aquilo não era justo, e por mais que não quisesse pensar naquele momento, ela sabia que não era certo com Lizz.

– Minha filha...

– Eu não quero te ouvir pai – Com a voz alterada ela se afastava com rapidez – Você foi cruel.

Não conseguia imaginar a dor que Lizz sentiu ao saber que tinha perdido uma filha, mas, e a sua dor? Importava para alguém?

– Eu te amo minha menina – Esther tentava argumentar inutilmente, a garota não estava disposta a ouvi-la, contudo, entendia que Esther também foi uma vítima das mentiras contadas por Mikael.

Olhava para aquele homem e não conseguia sentir ao menos raiva, talvez decepção, porém amava tanto o pai que nem a verdade foi capaz de apagar esse sentimento por míseros segundos, no entanto, não poderia o perdoar, ele a fez mal.

Deixou os chamados dos dois para traz e caminhou para fora da antiga mansão Mikaelson, uma mansão que nem sabia existir naquela pequena cidade, o que mais eles a escondiam? Caminhou apressadamente, até chegar no local, ou melhor, na casa da mãe de Tyler.

Foi ele quem atendeu. Assustou-se com a chegada repentina da loira, porém, sentia saudades e por isso não perguntou o que ela faria ali, achava que só se veriam no mês que vem, quando ele voltaria para Nova Orleans. Na última vez que se viram, tinham se acertado e voltado a namorar.

– Estava com saudades – Comentou ele a abraçando, no entanto logo viu o estado da “namorada”. – O que aconteceu?

A cada palavra que saia da boca de Rebekah, Tyler arregalava mais os olhos. A história era maluca e sua situação já não era boa, não sabia se, naquele momento, era uma boa companhia a ela.

A loira suspirou tentando manter a calma, precisava ser forte, e pensar em como agir. Porém, sabia o quanto era difícil encarar seus pais agora, precisava de um tempo para tentar se acostumar com a ideia. Tyler segurava sua mão quando a garota percebeu que ele se esforçava para passar-lhe tranquilidade.

– Mas não importa – Enxugou as lagrimas o olhando – Você também não está bem.

– Você está pior – Rebekah deitou-se em seu ombro sem desviar seus olhos dos dele, queria o contar que estava esperando um filho seu, mas não era o momento, e nem ele parecia perceber – Eu desabafei, sua vez.

– Então Caroline é minha cunhada e Lizz minha sogra durona – Desconversou o moreno tentando sorrir, um ato falho. – Katherine matou o meu tio. Eu não me dava muito bem com ele, mas... é estranho saber que ela conseguiu o que queria.

– O que ele tinha haver com essa história?

– Ela morou com a tia em Nova York, Mason morava na casa ao lado. Me lembro quando ia o visitar. Katherine me implorava para tira-la de lá, mesmo sabendo que nunca fomos amigos, só depois eu descobri o porquê. Ela tinha apenas treze anos Rebekah.

[...]

Klaus saiu do hospital, se encontrando com Damon no Grill. O moreno havia lhe contado que Elena acabava de descobrir estar paraplégica, o que resultou em um desespero total. A garota também estava com uma cegueira psicológica.

Horas antes, Damon tinha conversado com Jeremy, as palavras do Gilbert mais novo o deixaram pensativo, o garoto estava certo, mas essa parte da história não estava em questão. Eles tinham que se importar com o que Katherine fez, e não o quanto ela sofreu. Esse não era o seu trabalho.

“Eu amo a Elena, mas não posso deixar de me preocupar com a Katherine, não é certo esquecer o que fizeram a ela. ”

Talvez o jovem Jeremy tivesse razão, no entanto o sentimentalismo nunca dominou as ações de Damon, nem mesmo as de Klaus, o certo era o certo, e se importar com as dores de uma assassina não parecia fazer sentindo para nenhum dos dois.

– Lorenzo... Não... Ah sim! O ex da loirinha... – Lembrou-se Damon fazendo Klaus revirar os olhos – É estranho mesmo, ele não seria o único a ser poupado.

– Nem o Tyler – Completou Nick – Katherine esconde tanta coisa.

– Odeio assassinos assim – Refletiu o moreno – Nunca sei o eu esperar deles... Isso é frustrante Mikaelson.

– Não tanto quanto aquilo Salvatore – Damon viu o amigo olhar em direção a porta e logo reconheceu o casal que entrava, a garota parecia abatida. Ouviu uma gargalhada de Klaus que o olhava debochado. – Agora eu me pergunto, o que seu irmão está fazendo aqui?

– Ham... Amara Gilbert Petrova– Lembrou-se Damon arregalando os olhos, já havia percebido a coincidência, porém, acabava de perceber o que aquilo realmente significava, era só o que ele precisava para sua desgraça estar completa – Ops! Cara, não é só a sua família que tem um triangulo amoroso envolvendo irmãos.


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Notas finais do capítulo

A família Mikaelson em Mystic Falls? Sim, sim. Não por muito tempo, mas o suficiente.
Sempre achei essa família muito foda... Enfim, no próximo a Caroline estará novamente



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