Os Gêmeos Potters escrita por MaV1


Capítulo 12
No expresso de Hogwarts part 2


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Boa leitura.
Muito obrigada a quem comentou.



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A porta da cabine se abriu interrompendo o momento dos irmãos e o ruivinho mais moço entrou.

— Tem alguém sentado aqui? — perguntou, apontando para o assento em frente ao de Harry — O resto do trem está cheio. —

Harry respondeu que não, com um aceno de cabeça, e o garoto se sentou. Olhou para Harry e Violet e em seguida olhou depressa para fora, fingindo que não tinha olhado. Violet reparou que ele ainda tinha uma mancha preta no nariz.

— Oi Rony — Os gêmeos estavam de volta.

— Escuta aqui, vamos para o meio do trem. Lino Jordan trouxe uma tarântula gigante. —

— Certo — resmungou Rony.

— Harry, Violet — disse o outro gêmeo — Nós já nos apresentamos? Fred e George Weasley. E este é o Rony, nosso irmão. Vejo vocês mais tarde, então. —

— Tchau — disseram o trio. Os gêmeos fecharam a porta da cabine ao passar.

— Vocês são Harry e Violet Potter mesmo? — Rony deixou escapar.

Harry confirmou com a cabeça.

— Ah, bom, pensei que fosse uma brincadeira do Fred e do George e você tem mesmo... Sabe... —

Apontou para a testa de Harry. Harry afastou a franja para mostrar a cicatriz em forma de raio. Rony olhou.

— Então foi aí que Você-Sabe-Quem...? —

— Foi, mas não nós não nos Lembramos. —

— De nada? — perguntou Rony ansioso.

— Bom... Lembro de muita luz verde, mas nada mais —.

— Uau! — Ele ficou parado uns minutos olhando para os gêmeos, depois, como se de repente tivesse se dado conta do que estava fazendo, olhou depressa para fora da janela outra vez.

— Todos na sua família são bruxos? — perguntou Harry que achava Rony tão interessante quanto Rony o achava.

— Hum... São, acho que sim. Acho que mamãe tem um primo em segundo grau que é contador, mas ninguém nunca fala nele. —

— Então você já deve saber muitas mágicas. —

Os Weasley aparentemente eram uma dessas antigas famílias de bruxos de que o menino pálido no Beco Diagonal falara.

— Ouvi dizer que vocês foram viver com os trouxas. Como é que eles são? —

— Horríveis... Bom, nem todos. Mas nossa tia, tio e primo são, eu gostaria de ter tido três irmãos bruxos mais velhos. —

— Cinco. — Por alguma razão, ele pareceu triste. — Sou o sexto de minha família a ir para Hogwarts. Pode-se dizer que tenho de fazer justiça ao nosso nome. Bill e Charlie já terminaram a escola. Bill foi chefe dos monitores e Charlie foi capitão do time de Quidditch. Agora Percy é monitor. Fred e George fazem muita bagunça, mas tiram notas muito boas e todo mundo acha que eles são realmente engraçados. Todos esperam que eu me saia tão bem quanto os outros, mas se eu me sair bem, não será nada de mais, porque eles fizeram isso primeiro. E também não se ganha nada novo quando se tem cinco irmãos. Uso as vestes velhas de Bill, a varinha velha de Charlie e o rato velho do Percy... —

Rony meteu a mão no bolso interno do paletó e tirou um rato cinzento e gordo que estava dormindo.

— O nome dele é Perebas e ele é inútil, quase nunca acorda. Percy ganhou uma coruja de meu pai por ter sido escolhido monitor, mas eles não podiam ter... Quero dizer, em vez disso ganhei Perebas. —

As orelhas de Rony ficaram vermelhas. Parecia estar achando que falara demais, porque voltou a olhar para fora pela janela.

Harry não achava nada de mais que alguém não tivesse dinheiro para comprar uma coruja. Afinal, ele e a irmã nunca tiveram dinheiro algum na vida até um mês atrás, e disse isso ao Rony, e disse também o que sentira quando usava as roupas velhas de Duda e de que jamais ganharam um presente de aniversário decente. Isto pareceu animar Rony um pouco.

—... E até Rubeus nos contar, nós não sabíamos o que era ser bruxo nem quem eram nossos pais nem o Voldemort. —

Rony ficou pasmo.

— Que foi? —

— Você disse o nome do Você-Sabe-Quem! — exclamou Rony parecendo ao mesmo tempo chocado e impressionado — Eu achava que de todas as pessoas vocês... —

— Não estou tentando ser corajoso nem nada dizendo o nome dele. É que nunca soube que não se podia dizer. Está vendo o que quero dizer? Tenho muito que aprender... Aposto — acrescentou, pondo pela primeira vez em palavras algo que o andava preocupando muito ultimamente — Aposto que vou ser o pior da classe. —

— Não vai ser não. Tem uma porção de gente que vem de famílias de trouxas e aprende bem depressa. —

Enquanto os meninos conversavam, o trem saiu de Londres. Agora corriam por campos cheios de vacas e carneiros. Ficaram calados por um tempo, contemplando os campos e as estradinhas passarem num lampejo.

Por volta do meio-dia e meia ouviram um grande barulho no corredor e uma mulher toda sorrisos e covinhas abriu a porta e perguntou:

— Querem alguma coisa do carrinho, crianças? —

Violet, que não tomara café da manhã ergueu-se de um salto, mas as orelhas de Rony ficaram vermelhas outra vez e ele murmurou que trouxera sanduíches. Os gêmeos foram até o corredor.

Nunca tiveram dinheiro para doces na casa dos Dursleys e agora que seus bolsos retiniam com moedas de ouro e prata, estavam dispostos a comprar quantas barrinhas de chocolate pudesse carregar, mas a mulher não tinha barrinhas. Tinha feijõezinhos de todos os sabores, balas de goma, chicles de bola, sapos de chocolate, tortinhas de abóbora, bolos de caldeirão, varinhas de alcaçuz e várias outras coisas estranhas que Violet nunca vira na sua vida.

Eles não querendo perder nada compraram dois de cada, e pagaram à mulher vinte e dois sicles de prata e quatorze nuques.

Rony arregalou os olhos quando eles trouxeram tudo para a cabine e despejaram no assento vazio.

— Que fome, hein? —

— Morrendo de fome — responderam em uníssono.

Rony tirara um embrulho encaroçado e abriu-o. Havia quatro sanduíches dentro. Abriu um e disse:

— Ela sempre se esquece que não gosto de carne enlatada. —

— Troco com você por um desses — propôs Harry, oferecendo um pastelão de carne. — Tome... —

— Você não vai querer isso, é muito seco. Ela não tem muito tempo — acrescentou depressa. — Você sabe, somos cinco. —

— Come... Coma um pastelão — disse Violet, eles nunca tiveram nada para dividir com alguém antes. Era uma sensação gostosa, sentar-se ali com Rony, acabar com todas as tortas e bolos deles (os sanduíches ficaram esquecidos).

— Que é isso? — perguntou Harry a Rony, mostrando um pacote de sapos de chocolate. — Eles não são sapos de verdade, são? — Estava começando a achar que nada o surpreenderia.

— Não. Mas vê qual é a figurinha, está me faltando a Agrippa. —

— O quê? —

— Claro que você não sabe, os sapos de chocolate têm figurinhas dentro, sabe, para colecionar, bruxas e bruxos famosos. Tenho umas quinhentas, mas não tenho a Agrippa nem o Ptolemy. —

Harry abriu o sapo de chocolate e puxou a figurinha. Era a cara de um homem. Usava óculos de meia-lua, tinha um nariz comprido e torto, cabelos esvoaçantes cor de prata, barba e bigode. Sob o retrato havia o nome Albus Dumbledore.

— Então este é Dumbledore! — exclamou Harry.

— Não me diga que nunca ouviu falar de Dumbledore! Quer me dar um sapo? Quem sabe eu tiro a Agrippa. Obrigado Violet. —

Harry virou o verso da figurinha e leu:

Alvo Dumbledore

Atualmente diretor Hogwarts.

Considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos. Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado o bruxo das Trevas Grindelwald, em 1945, por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão e por desenvolver um trabalho em alquimia em parceria com Nicolas Flamel. O Professor Dumbledore gosta de música de câmara e boliche.

Harry virou de novo o cartão e viu, para seu espanto, que o rosto de Dumbledore havia desaparecido.

— Ele desapareceu! —

— Ora, você não pode esperar que ele fique aí o dia todo. Depois ele volta. Não, tirei a Morgana outra vez e já tenho umas seis... Você quer? Pode começar a colecionar. —

Os olhos de Rony se desviaram para a pilha de sapos de chocolate que continuavam fechados.

— Sirva-se — disse Violet. — Mas, sabe, no mundo dos trouxas, as pessoas ficam paradas nas fotos. —

— Ficam? O que, eles não se mexem? — Rony parecia surpreso. — Que coisa esquisita! —

Harry arregalou os olhos quando Dumbledore voltou para a figurinha e lhe deu um sorrisinho. Rony estava mais interessado em comer os sapos do que em olhar os bruxos e bruxas famosas, mas Harry não conseguia despregar os olhos deles. Logo não tinha só Dumbledore e Morgana, como também Hengist de Woodcroft, Alberic Grunnion, Circe, Paracelsus e Merlin.

Violet, por outro lado estava mais interessada em comer todos os doces, ela largou a varinha de alcaçuz pela metade e abriu o saquinho de feijõezinhos de todos os sabores.

— Você vai ter que tomar cuidado com essas aí — alertou Rony. — Quando dizem todos os sabores eles querem dizer TODOS OS SABORES. Sabe, todos os sabores, tem os comuns como chocolate, hortelã e laranja, mas também tem Espinafre, fígado e bucho. George jura que sentiu gosto de bicho-papão uma vez. —

Rony apanhou uma balinha verde, examinou-a atentamente e mordeu uma ponta.

— Eca! Está vendo? Couve-de-bruxelas. —

Os três se divertiram comendo as balas. Harry tirou torrada, coco, feijão cozido, morango e chegou a reunir coragem para morder a ponta de uma bala cinzenta meio gozada que Rony não queria pegar, e que era pimenta. Já Violet tirou pernil, capim, café, sardinha, chocolate e hortelã.

Os campos que passavam agora pela janela estavam ficando mais silvestres. As plantações tinham desaparecido. Agora havia matas, rios serpeantes e morros verde-escuros.

Ouviram uma batida à porta da cabine e o menino de rosto redondo, por quem os gêmeos passaram na plataforma nove e três quartos, entrou. Parecia choroso.

— Desculpem, mas vocês viram um sapo? —

Quando os três sacudiram a cabeça, ele chorou.

— Perdi ele Está sempre fugindo de mim! —

— Ele vai aparecer — consolou Harry.

— Vai — disse o menino infeliz. — Se vocês virem ele... —

E saiu.

— Não sei por que ele está tão chateado — disse Rony. — Se eu tivesse trazido um sapo ia querer perder ele o mais depressa que pudesse. Mas, trouxe Perebas, por isso nem posso falar nada. —

O rato continuava a tirar sua soneca no colo de Rony.

— Ele podia estar morto e ninguém ia saber a diferença — disse Rony desgostoso. — Tentei mudar a cor dele para amarelo para deixar ele mais interessante, mas o feitiço não deu certo. Vou mostrar pra vocês. Olhem... —

Remexeu na mala e tirou uma varinha muito gasta. Estava lascada em alguns pontos e havia uma coisa branca brilhando na ponta.

— O pelo do unicórnio está quase saindo. Em todo o caso... —

Tinha acabado de erguer a varinha quando a porta da cabine abriu outra vez. O menino sem o sapo estava de volta, mas desta vez tinha uma garota em sua companhia. Ela já estava usando as vestes novas de Hogwarts.

— Ninguém viu um sapo? Neville perdeu o dele. —

Tinha um tom de voz mandão, os cabelos castanhos muito cheios e os dentes da frente meio grandes.

— Já dissemos a ele que não vimos o sapo — respondeu Rony, mas a menina não estava escutando, olhava para a varinha na mão dele.

— Você está fazendo mágicas? Quero ver. —

Sentou-se. Rony pareceu desconcertado.

— Hum... Está bem. —

Pigarreou.

— Sol margaridas, amarelo maduro, muda para amarelo esse rato velho e burro. —

Ele agitou a varinha, mas nada aconteceu. Perebas continuou cinzento e completamente adormecido.

— Você tem certeza de que esse feitiço está certo? — perguntou a menina. — Bem, não é muito bom, né? Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém na família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, me disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só espero que seja suficiente, aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são? —

Ela disse tudo isso muito depressa.

Harry olhou para a irmã e para o novo amigo e sentiu um grande alivio ao ver, por suas caras espantadas, que eles não aprenderam todos os livros de cor tampouco.

— Sou Rony Weasley. —

— Harry Potter.—

—Violet Potter —

— Verdade? Já ouvi falar de vocês, é claro. Tenho outros livros recomendados, e vocês estão na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes das trevas e em Grandes acontecimentos do século XX. —

— Estamos? — admirou-se Harry sentindo-se confuso.

— Nossa, vocês não sabiam, eu teria procurado saber tudo que pudesse se fosse comigo — disse Hermione. — já sabem em que casa vão ficar? Andei perguntando e espero ficar na Gryffindor, me parece a melhor, ouvi dizer que o próprio Dumbledore foi de lá, mas imagino que a Ravenclaw não seja muito ruim. Em todo o caso, acho melhor irmos procurar o sapo de Neville. E é melhor vocês se trocarem, sabe, vamos chegar daqui a pouco. Violet você pode se trocar em um compartimento que tem aqui perto —

E foi-se embora, levando o menino sem sapo.

— Seja qual for a minha casa, espero que ela não esteja lá — comentou Rony e jogou a varinha de volta na mala. — Feitiço besta. Foi o George que me ensinou, aposto que sabia que não prestava. —

— Em que casa estão os seus irmãos? — perguntou Harry.

— Gryffindor. — A tristeza parecia estar se apoderando dele outra vez. — Mamãe e papai estiveram lá também. Não sei o que vão dizer se eu não estiver. Acho que a Ravenclaw não seria muito ruim, mas imagine se me puserem na Slytherin. —

— É a casa em que Vol... Quero dizer Você-Sabe-Quem esteve? —

— É. — E afundou novamente no assento, parecendo deprimido.

— Sabe, acho que as pontas dos bigodes de Perebas ficaram um pouquinho mais claras — disse Violet, tentando distrair o pensamento de Rony das casas. — Então, o que é que os seus irmãos mais velhos fazem agora que já terminaram? —

Violet estava imaginando o que fazia um bruxo depois que terminava a escola.

— Charlie está na Romênia estudando dragões e Bill está na África fazendo um serviço para o Gringotes. Vocês souberam o que aconteceu com o Gringotes? O Profeta Diário só fala nisso, mas acho que morando com os trouxas vocês não recebem o jornal. Uns caras tentaram roubar um cofre de segurança máxima. —

Harry e Violet arregalaram os olhos.

— Verdade? E o que aconteceu com eles? —

— Nada, é por isso que é uma noticia tão importante. Não foram pegos. Papai disse que deve ter sido um bruxo das trevas poderoso para enganar Gringotes, mas estão achando que eles não levaram nada, isso é que é esquisito. É claro que todo o mundo fica apavorado quando uma coisa dessas acontece porque Você-Sabe-Quem pode estar por trás da coisa. —

Harry repassou as noticias mentalmente. Estava começando a sentir um arrepio de medo toda vez que Você-Sabe-Quem era mencionado. Supunha que isso fazia parte do ingresso no mundo da magia, mas tinha sido muito mais confortável dizer Voldemort sem se preocupar.

— Qual é o time de Quidditch de vocês? — perguntou Rony.

— Hum... Não conhecemos nenhum — confessou Harry.

— O quê? — Rony parecia pasmo. — Ah, espere ai, é o melhor jogo do mundo — E saiu explicando tudo sobre as quatro bolas e as posições dos sete jogadores, descreveu jogos famosos a que fora com os irmãos e a vassoura que gostaria de comprar se tivesse dinheiro. Estava mostrando aos Potters as qualidades do jogo quando a porta da cabine se abriu mais uma vez, mas agora não era Neville, o menino sem sapo, nem Hermione Granger.


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Notas finais do capítulo

Quem será????

Ainda da pra mandar a sua opinião sobre a casa de Violet em Hogwarts.
Até semana que vem.