Jovens e Heróis II escrita por Gistar


Capítulo 1
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui vai a segunda temporada. Espero que continuem comentando e não me abandonem! ;)




"A gente destrói aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo
os valentes destroem com a espada.
Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama."
Oscar Wilde



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504842/chapter/1

“Tudo que você me diz

Me deixa um passo mais perto do limite

E estou prestes a explodir

Eu preciso de um pouco de espaço para respirar

Me deixa um passo mais perto do limite

E estou prestes a explodir.”

Bella

Estava quase tudo pronto para a minha viagem para a Universidade de Yale. Sim, eu consegui ser aceita lá! Eu vou fazer Literatura Comparada, meu sonho! O melhor de tudo isso é que Edward e o resto dos nossos amigos também vão pra lá! Não é perfeito?

Edward vai fazer Medicina; Alice e Jess, Moda (que novidade!); Jasper, Rosalie e Emmett, Direito; Ângela e Ben, Jornalismo; Eric vai fazer Ciências da Computação.

Quase nenhuma surpresa a não ser a Rose. Ela ia fazer Psicologia, mas depois de ver que o James não foi condenado à cadeira elétrica, ela mudou para Direito. Diz ela que queria fazer a diferença na Justiça, quer ser juíza para condenar assassinos e estupradores como o James à morte. É claro que demos todo o apoio, sem contar que a nota dela do exame pra entrar no curso foi a segunda mais alta (só perdeu para o Jasper), e o departamento de Direito de Yale, é o mais exigentes do país (apenas 6% dos inscritos são aceitos).

Nós iríamos para Yale na semana seguinte, então eu havia passado o dia no shopping fazendo compras com as meninas. Estava me preparando psicologicamente pra chegar em casa e enfrentar a Renée que provavelmente teria uma síncope quando eu contasse que as meninas haviam feito eu estourar o cartão de crédito.

-Mãe, cheguei! – avisei enquanto o porteiro do prédio me ajudava a pôr as sacolas pra dentro de casa.

A ouvi desligar a TV imediatamente quando fechei a porta e fui até a sala dar a notícia fatídica antes que eu perdesse a coragem.

- Oi filha! Como foi o dia? Se divertiu?

- Foi ótimo mãe! – respondi me sentando ao lado dela no sofá. – Eu preciso te contar uma coisa...

- Fala, estou te ouvindo.

- Eu acabei me empolgando e estourei o cartão de crédito!

- Eu imaginei que isso aconteceria quando elas saíram carregando você daqui e dizendo pra eu doar suas roupas. Não se preocupe, eu ainda tenho algumas economias, nós vamos dar um jeito.

Eu fiquei chocada com a atitude dela! Achei que ela ia pirar e me por de castigo até a faculdade, por não ter guardado um tostão para os livros. Mas ela aceitou tudo numa boa. Eu realmente percebi que ela havia mudado comigo desde o seqüestro, ela já não viajava mais tanto e até foi comigo passar uma semana na casa do Charlie depois da minha formatura. Ainda assim não esperava essa atitude dela, sentia que havia algo no ar, algo que ela não estava me contando.

- Mãe, tem mais algum motivo pra você estar aceitando tudo numa boa?

Nesse instante meu celular começou a tocar. Antes que eu pudesse pegá-lo de cima da mesinha de centro, minha mãe foi mais rápida e o atendeu.

- Alô... Rosalie? ...Não, ela não sabe ainda... Eu ia contar pra ela quando você ligou... Se acalme Rose!... Está tudo bem... Eu vou desligar, preciso falar com a Bella.

Eu não estava entendendo nada, estava ainda com a mão estendida para o telefone quando eu vi minha mãe encerrar a ligação, ao que parecia na cara da Rose, e desligar o telefone.

- Era a Rose? – perguntei abaixando a mão e me levantando – O que aconteceu?

Minha mãe não respondeu, apenas foi correndo até o nosso telefone de casa e desligou-o da parede também. Ok! Agora eu estava incomunicável.

- Vai me trancar no quarto também? – eu já estava ficando com medo – Não pode me manter longe do que quer que seja por muito tempo.

- Bella, sente-se filha. Eu vou te contar, mas primeiro você precisa se acalmar!

Havia um alarme tocando na minha cabeça de que havia algo errado, mas eu não conseguia distinguir o que era, tudo parecia muito confuso e eu sabia que não era nada bom. Me sentei e aguardei enquanto Renée respirava fundo e me avaliava, provavelmente tentando descobrir algum sinal de pânico, que já estava brotando em mim e logo explodiria se ela demorasse mais um minuto pra me contar o que havia acontecido.

- Bella, James fugiu da clínica!

Eu levei um minuto pra assimilar o que havia ouvido. Nesse breve minuto várias coisas passaram pela minha cabeça. Todas elas relacionadas a James e ao que ele havia feito, à forma trágica com que ele havia mudado e mutilado a minha vida e a de várias pessoas cinco meses atrás. A lembrança mais forte e mais real que eu tinha daquilo tudo era o ódio nos olhos de James quando ele falou da minha mãe e de como ele a culpava pela morte dos pais dele. Ele queria vingança! Ele havia fugido da clínica pra vir atrás de mim, pra terminar o serviço...

- Mãe, temos que sair daqui! – gritei, já me preparando pra correr até o meu quarto pra fazer as malas e dar o fora.

- Bella, se acalme filha! A polícia já foi acionada e nesse momento estão cuidando da nossa segurança. Eles garantiram que não há motivos pra se preocupar!

- E Edward? E os outros? Eles também precisam de proteção!

- Seu pai já cuidou pessoalmente de tudo Bella! Todos estão em segurança.

É claro que foi inútil Renée pedir pra eu não me preocupar e não entrar em pânico. Mesmo depois que vários policiais do FBI (sim, Charlie acionou o FBI) se mudaram pra nossa casa pra nos vigiar e nos dar segurança, eu não descansei! Nem depois que Charlie me ligou e garantiu pessoalmente que todos estavam seguros.

Cinco dias se passaram e James continuava foragido. A polícia seguiu a pista dele por vários estados, mas ele não estava sozinho! Victória, a enfermeira que trabalhava na clínica onde ele estava preso, foi quem sedou os seguranças e fugiu com ele.

Eu já não agüentava mais! Eu não tinha mais privacidade nenhuma, quase não saia de casa e as raras vezes que isso acontecia, tinha que ser com dois seguranças. Eu ficava me sentindo como aquela garota no filme “A filha do Presidente”. Quando eu ia visitar o Edward era pior, porque não tínhamos muito tempo pra ficar sozinhos.

A data da viagem pra Yale estava se aproximando. Eu queria desistir, mas Charlie já havia entrado em contado com a Universidade e eles garantiram que o campus receberia segurança máxima. Por um lado eu fiquei aliviada porque eu teria um momento de paz com Edward e meus amigos, mas por outro, eu tremia com a possibilidade de deixar Renée sozinha. Quando eu expus a ela a minha preocupação ela disse que Phil estava voltando pra casa e ficaria com ela. Eles também iriam sair da cidade e ir para um lugar mais seguro, um desses lugares pra onde a polícia manda as testemunhas e as pessoas ameaçadas por criminosos.

Como nós viajaríamos somente à tarde, eu resolvi visitar o cemitério pela manhã. Eu costumava ir todas as semanas visitar os túmulos de Jacob e Mike. Sempre levava flores para trocar as de Jacob, mas as de Mike sempre estavam novas. E eu tinha certeza que sabia quem sempre as trocava: Jessica. A morte de Mike foi um golpe maior para ela do que para nós. Ela gostava muito dele. Depois que tudo terminou, ela fez muitas sessões de terapia e ainda faz, mas em intervalos maiores do que na época. Rose também fez terapia, pois apesar de querer dar uma de durona, várias vezes Alice e eu a pegamos no banheiro da escola chorando escondida. Por fim, nós a convencemos a freqüentar o terapeuta.

Eu e os outros também fizemos algumas sessões, mas logo os médicos viram que nós não precisávamos mais e fomos liberados.

Então eu desconfiava que fosse a Jess até o dia em que a vi ajoelhada na frente da lápide do Mike. Eu me aproximei o suficiente para ouvir e me escondi atrás de uma árvore, pois ela estava conversando com ele:

Flashback

- Eles resolveram fazer o Baile de Formatura! Eu não queria ir, eu queria que você estivesse aqui comigo, eu queria ir com você! Mas o Eric me convidou e a turma disse que se eu não for, eles também não vão. Eu acabei aceitando, até porque Eric tem sido um bom amigo pra mim. Mas não é justo... nós estamos nos formando e você e o Jacob não estão aqui. Vocês deviam estar aqui também! Vocês mereciam se formar tanto quanto nós, mereciam viver tanto quanto nós... Por quê?...

No fim, ela já estava chorando. Me partia o coração vê-la daquele jeito. Eu pensei em ir até lá e consolá-la, mas era um momento deles e eu não queria invadi-lo.

Fim do flashback

Me aproximei da lápide de Jacob e troquei as flores do vaso. Eram orquídeas! Eu sempre gostei delas! Os seguranças se afastaram um pouco pra me dar privacidade.

- Hoje estamos indo pra Yale! O Charlie disse que é seguro lá. Ainda não pegaram James, mas ele não deve ir muito longe, não com o FBI na cola dele.

Eu fiz uma pequena prece e fui até o túmulo de Mike. Como sempre, havia um ramalhete de rosas novinho no vaso. Provavelmente Jess estivera ali mais cedo ou no dia anterior.

- Nós vamos pra Yale, Mike, mas não se preocupe, eu vou cuidar da Jess.

Depois de fazer uma prece também para o Mike, eu fui embora me preparar pra viagem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jovens e Heróis II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.