Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 5
Edificando camping


Notas iniciais do capítulo

Gente, tenho percebido leitores fantasmas na fanfic. Por favor, identifiquem-se. Uns acompanham e não comentam, outros leem e não dizem nada. "Entram mudos e saem calados". Podem se pronunciar, eu não mordo nem mato ninguém.
Bem, fora isso, espero quem gostem!



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A noite não custou a cair e uma fraca, mas aceitável cobertura foi construída pelos conviveres do grupo que cada vez mais ganhava adeptos e serviu de teto para tal, sendo de utilidade quase nula, pois a chuva esperada não veio, o céu nublado e sereno no ar foram as únicas clausulas que dificultaram um pouco o sono dos jovens.

Os primeiros raios solares atingiram o rosto de Alek que logo levantou e seguiu em direção riacho abaixo a fim de realizar suas tarefas de recolher água para o grupo em cantis que todos deixaram num canto em comum e realizar seu “ritual” de higiene matinal.

Ao chegar às margens, Alek não conteve as águas finas e brandas para um espaço mais amplo, com líquido mais corrente e agitado. Solenemente, a jovem prendeu seus cabelos castanhos e médios num rabo de cavalo frouxo perfeito, ajoelhou-se e abrindo cantil por cantil, começou vagarosa, pia e traquilamente a enchê-los.

Não muito fazia esforço e por momento de paz em fazer algo tão simples acabou por abaixar sua retaguarda. Dentre seu criterioso ato, Alek tomou um enorme susto ao perceber a aproximação de uma cobra, um de seus maiores medos e dificuldades durante os testes na Audácia, que passava rente a sua perna esquerda e preparava-se para começar a se enrolar nesta, pois já começara pela bota da moça.

Assustada, sem muito a fazer em pensamento e em pleno desespero, Alek levantou-se e correu um tanto, contudo o animal parecia ter se agarrado de alguma forma jovem que resolveu tirar a bota e se afastar o máximo possível. Desguiada, andou para trás até escorregar no lodo da margem, caindo no riacho de costa e consequentemente batendo a cabeça numa pedra pontiaguda encoberta pela escura água que ali corria nebulosa em livre, não podendo ser controlada, sendo levada pela correnteza.

Em outro canto, Hiendi e Caleb que haviam acordado pouco depois de Alek, rumavam a oeste e desembocaram num pequenino canteiro com gramíneas e arbustos com a fim, certas árvores frutíferas que davam frutos pequenos, médios, grandes, saborosos e coloridos.

– Hiendi?

– Sim.

– Como você veio parar aqui? Digo, sabe?! Fala mais de você.

– Ok! O que você quer saber?

– Sei lá?! Qualquer coisa.

– Tá! Eu sempre fui da Audácia, meus pais eram de lá. No meu teste de aptidão de Abnegação, Erudição e Audácia, o que eu já esperava, pois sempre curti esse lance de saltar de trens e tal. É só!

– Ah... tá...

– Mas e você?

– Eu? Bem, eu fui criado pelos meus pais com a Tris na Abnegação. Depois do teste fui para a Erudição, mas me arrependi quando fiquei sabendo do atentado de Jeanine e fugi. Que idiota que eu em não dar ouvidos a Tris... Preferia a facção à família.

– Por isso que eu odeio esse lance de facções e essa e Jeanine também. Ela todo loira falsa, se fingi de boazinha, mas no fundo tá doida para que você se exploda.

– Nossa?! Por que isso?

– Tenho uns motivos, histórias que me contaram...

Sendo assim, Caleb assentiu e não perguntou mais sobre os motivos de Hiendi, justamente temendo alguma reação ruim da moça, pois todos tiveram passado não muito fáceis nem bonitos para se dizer para quem quisesse saber, logo, mudou para o assunto de real importância no momento e que os levara até ali.

– É... Hiendi?! Você consegue subir para pegar mais?

– Há?! Você ainda pergunta? Claro que consigo.

Nesse momento, Caleb juntou as mãos para dar apoio e sustentação para que a moça subisse, mas surpreendendo como sempre, ela por sua vez largou a sacola de estopa e num pulo certeiro agarrou um galho na árvore, no qual estava em pé em poucos segundos. Por sua vez, começou a colher certos frutos e jogar seguidamente para Caleb que meio desorientado e admirado pela rapidez da jovem, mal conseguia apanhar os que Hiendi jogava em diferentes momentos e direções, sem evitar que alguns caíssem ao chão.

– Calma ai, Hiendi!

– Cá está. Tem que ser mais rápido na próxima, fofo! – falou Hiendi dando uma piscada de olho para Caleb, pegando a sacola e caminhando em direção a outra árvore.

Pouco depois, ouviu-se os passos de Violet eufórica trazendo mais uma sacola para ajudar Caleb e Hiendi na coleta de alimentos. A menina não muito alta nem baixinha demais se promoveu em recolher acerolas de um arbusto quase encoberto totalmente por duas árvores muito próximas.

– Caleb, você sabe que fruta é aquela? – perguntou Violet.

– É um jambo se não me engano. – respondeu Hiendi que estava mais próxima da garota.

– Ah, sim... Obrigada, CALEB. – retrucou Violet pegando a sacola e se afastando mais de ambos.

– Aff’s! Garotinha abusada, hein?! O quê que deu nela? – perguntou Hiendi.

– Sei lá! Vamos voltar à atividade e esquecer isso.

– Mas que essa menina é abusada isso ela é.

– Calma, ela tem só doze anos. – falou Caleb não podendo deixar escapar um risinho.

– Sei... – disse a moça. – Olha, vou ali entregar esse saco e ver se eles precisam de alguma coisa ta?! – pronunciou aproximando-se de Caleb e lhe pregando um leve beijo no canto da boca que deixou o rapaz extasiado.

Em outro canto, as proximidades do riacho, Emily, uma jovem aos dezessete anos de cabelos ruivos e rosto com sardas, sozinha e pensante, fazia força a sua própria sobrevivência. Tinha fugido de um grupo com o qual foi levada após a queda do muro por pressão de uma amiga, mas não aguentava aquelas pessoas nojentas que não eram “civilizadas” o suficiente para agir com decência.

Com sua adaga, a jovem pescava qualquer peixe que ali aparecesse sem muito se importar com aquilo, somente se perguntava se seus pais por acaso teriam apoiado Jeanine, como estariam e se realmente tinha feito uma boa escolha em escolher a Erudição. Apesar deles sempre terem sido rudes e desaprovado ela desde o início por não querer se da Audácia, por seus modos serem diferentes e não gostar muito da violência na qual sempre disse não se encaixar, ela se preocupava com eles.

– Cadê? – perguntou-se Emily ao perceber que sua adaga se desaparecera em meio a uns rochedos do outro lado do riacho. Logo, a jovem entrou na água e seguiu em direção a tal. Por fim, deparou-se não só com sua adaga, mas também com uma jovem encharcada com cabelos loiros e ondulados no rosto.

Emily, curiosa para saber quem era a garota, se conhecia e se estava viva, aproximou-se lentamente e retirou os fios de seu rosto, percebendo sua feição angelical como se dormisse, mas em seguida reparou certos fios avermelhados, dando-se conta que ela estava sangrando.

Mais do que rápido, Emily puxou a moça para a margem que estava bem perto e começou a fazer pressão em seu peitoral para salvá-la, pois não se ouvia sua respiração. Depois de bastante força e co esperanças quase perdidas, a moça desmaiada retorna, botando para fora toda a água engolida durante seu trajeto no riacho, tossindo muito logo em seguida.

– Você tá bem? – perguntou Emily.

– Quem é você?

– Sou Emily. Achei você ainda agora desmaiada nos rochedos. Você quase morreu afogada sabia?

– É! Percebe-se. – disse a moça irônica – Sou Alek e... obrigada por me ajudar.

– Nada não! Só me responde uma pergunta: Você tá sozinha?

– Não. Num acampamento aqui perto, pelo menos eu acho que é aqui perto né?! – respondeu Alek sentando-se e olhando para os lados, tentando se localizar.

– Ah... sim. Acho que deve estar preocupados contigo.

– Talvez. Valeu mesmo, mas tenho que ir agora. – falou Alek, levantando-se com dificuldade, pois foi abalada por uma tontura e forte dor na cabeça.

– Você não tá legal. Eu te levo.

– Não. Não precisa.

– Não, pode deixar, eu te levo. To sozinha mesmo.

– Tá bom! Vamos logo!

No acampamento, Hiendi chegava trazendo a sacola em alguns frutos que recolhera e deu de cara com Marcus, sentado sem fazer nada.

– Inútil! – falou Hiendi ao passar por ele, sendo em seguida encarada pelo homem que resolveu não falar nada ao perceber o olhar de Andrew que ao lado dele estava preparando palha seca que encontrara.

Tris, Quatro e Lena levantavam ganhos grossos que encontraram caídos em meio a floresta, o que não era difícil de conseguir, enquanto Isabela trabalhava num feixe por meio de uma corda, formando sustentação a cobertura. Alice brincava e treinava sua mira e pontaria, enquanto Cassie afiava a ponta de suas flechas e conferia a tensão do arco sem deixar de reparar em Quatro. Ela sabia do romance dele com Tris e percebera ser bastante forte a ligação deles na noite anterior, mas seu coração ainda estava um tanto balançado pelo seu salvador.

– Olha, se eu fosse você, ficava na sua! – avisou Alice tirando Cassie da concentração.

– Mas o quê? Não. Eu não to... – sendo interrompida por Alice.

– Olha, ele te salvou e confesso que ele é bonito. Mesmo eu tenho só quinze anos sei avaliar o que tá rolando, então aviso: Fica na sua! Você só tá agradecida por ele ter te tirado do poço. Nada mais.

– Eu sei... – afirmou Cassie se levantando – Vamos? Temos peixes a nossa espera.

– Vamos! – disse Alice dando uma risada – Estou com bastante fome mesmo.

– Ei, vocês viram a Violet? – perguntou Lena às duas que estavam prontas para sair.

– Não! – responderam em coro.

– Há?! Aquela menininha abusada?! – perguntou Hiendi.

– Olha, mais cuidado com o modo como você fala dela.

– Mas é verdade, ora. A garota fez uma pergunta, eu respondi e ela ainda responde com ignorância?!

– Mais que besteira! Ela tem só doze anos.

– Tem sim, mas de boba não tem nada ok?! Então, vamos parar por aqui porque eu não to a fim de discutir contigo. Ela deve está com o Caleb.

– Obrigada! – respondeu Lena indiferente, vendo que o gênio de Hiendi possivelmente não bateu com Violet, mas não tinha nada a declarar. Sabia que ao mesmo modo que Violet poderia ser doce e legal, poderia ser chata e irritante quando não gostasse de alguém, tal modo que ela tratava Tris ao mesmo modo. Simplesmente ela não gostara de Tris desde o momento que a conhecera.

No caminho, seguindo os passos de Caleb a fim de encontrar Violet, Lena o encontra no caminho e dá a falta de Violet.

– Onde ela está? A Violet? – perguntou Lena.

– Bem, acho que ainda tá pegando alguns frutos. Mas não tá longe. Só andar mais um pouquinho que você a encontra.

– Ok!

Ao caminhar pouco mais, Lena vê Violet ao longe andando em sua direção rapidamente, mas percebe certa inquietação da menina.

– Oi. – falou Lena – Dei por sua falta lá. Isabela ficou preocupada.

– Pode deixar! Eu vim aqui rapidinho.

– Ok, mas da próxima vez avisa tá?!

– Tá bom! Agora vamos! – respondeu Violet de modo incomum com Lena e voltou-se em frente e seguiu caminhando – Às vezes vocês pensam que sou criança! – afirmou a si mesma.

Lena seguiu Violet um tanto abismada com o comportamento estranho da menina com ela e ao olhar para trás percebeu somente um vulto ao fundo, mas deixou como estava e não conferiu saber o que seria.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado! Não sei se vai dar para eu postar assim sempre (num curto tempo de um para outro), mas sempre que der, farei!
Personagem dos leitores:
— Emily Rivers