Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 28
Boca a Boca


Notas iniciais do capítulo

Ok! Vamos lá.
1- Demorei? Sim! Eu sei e podem até me julgar, mas o caso é que estava terminando de ler Cidade de Vidro e ainda estou tendo os trabalhos finais do quarto bimestre na escola, a maioria para serem apresentados essa semana.
2- As férias estão chegando!!!! Está chegando meu aniversário::::: falta pouquinho. É só em janeiro! kkkkkk



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A noite apresentou um passar de tempo descomunal. Em meio aos pesadelos de uns o tempo parecia arrastar-se, já na conformidade de outros, aparentava voar como folhas soltas em brisas fortes.

O nascer do sol nem teve seu brilho habitual. Este estava encoberto por espessas nuvens que pareciam se mover junto a cada passo dado por alguém sem permitir que meros e despercebidos raios solares atingissem a copa das árvores mais altas, ramificando fragmentos de luz entre pétalas das poucas flores ali presentes.

P.O.V Tyler

O tempo estava um tanto nublado. Era notável a presença de sol, mas ventos gélidos iam e viam repentinamente, trazendo consigo os mais estranhos e profundos arrepios.

Minha cabeça doía, parecia mais que eu tinha a batido contra uma pedra. Passei a mão na nuca e senti enfim a presença de uma espécie de caroço, alto e doloroso a cada toque, inchado e provavelmente roxo. Olhei para os lados tentando encontrar por fim Cassie, a qual não tinha visto desde que acordei.

Levantei-me então e segui em direção a T.C., uma árvore onde ela tinha gravado ambas as letras. A cada passo minha preocupação parecia aumentar, até que, finalmente, uma mancha tomou forma humana, uma garota. Mas não a que eu esperava encontrar.

Emma estava sentada na relva, cabelos desajeitados molhados assim como o resto do corpo. Ao seu lado, uma mochila verde musgo seca com o fecho arrebentado, a qual nunca tinha visto. Em uma das mãos uma cartelinha com maços de cigarro, na outra, elevada a boca, o cigarro quase terminado que tragava, liberando enfim bastante fumaça.

Já estava perto o suficiente para conseguir distinguir sua pele pálida da fumaça estranhamente espaçosa. Sentei-me ao seu lado, tossindo um pouco devido a fumaça, mas logo me acostumei. Um olhar desviado, inconsequente, permitiu que eu observasse um longo trajeto de cicatrizes em seu braço, que seguiam caminho a uma tatuagem de cobra que se entrelaçava por inteiro a altura de seu cotovelo, subindo até o ombro.

– Quer um? – ela me ofereceu a cartela e isqueiro, contudo neguei com a cabeça.

– Não fumo!

– Hm. O que faz aqui?

– Procurando Cassie. Viu ela?

– Não. Talvez tenha ido ao lago como faz sempre.

– Bem pensado. Até!

Ela não respondeu. Apenas assentiu e voltou a pôr o cigarro na boca e dar uma profunda tragada. Onde ela teria conseguido a bolsa?

Ignorei ao máximo meus pensamentos para conseguir manter o foco e encontrar Cassie logo. Tive que voltar parte do caminho e seguir em direção oeste a fim de encontrar o lago, contudo os passos ficavam cada vez mais lentos.

Enfim cheguei. Nenhuma presença sua. Já se preparava para voltar, chegando a virar de costas quando uma espécie de grito ecoou. Parecia mais como se alguém estivesse retornado à superfície quando estava se afogando. Lembrei-me do dia em questão que salvei Cassie e corri em direção ao lago.

Não era ela, mesmo não sabendo se isso é algo bom ou ruim. Minha cabeça latejava, enquanto eu me escorava em uma ramificação de árvore para descer ao lago sem escorregar no barranco. Hoje, o movimento da água estava incrivelmente forte.

Papeio a água por um tempo até sentir unhas entrarem na pele do meu braço direito e se quebrarem uma após a outra. Logo tratei de puxar-lhe. Apesar da dificuldade, trouxe a menina até o solo. Seus cabelos apresentavam uma cor incoerente, parte preta, outra um tanto roxa, juntando a uma mecha branca em cada lateral. Não conseguia ao menos respirar.

Aproximei-me para tentar ajudar se caso fosse preciso fazer respiração boca a boca, entretanto não seria possível. Ela não parava de esguichar água pelos lábios e o líquido aos poucos tomava cor avermelhada. Fiz pressão no peitoral para que liberasse logo a água, quando novamente sua mão veio ao meu braço, fazendo sinal em negativa. Só então notei a protuberância em sua barriga quando sua mão deslizou sobre ela: estava grávida. O pior de tudo era ver ali uma ferida, talvez uma bala ou facada. Não sei ao certo dizer. Assim que estava ficou. Seu olhar mortificado era de certa forma repugnante ver-lhe assim. Os lábios sem cor, a pele ligeiramente fria, face arranhada como se tivesse estado em briga de colegial.

Narrador

– Oi?! – disse Clary.

– Olá. Você está melhor? – perguntou Raven com Alice ao seu lado.

– Acho que estou, mas minha cabeça ainda dói muito.

– Calma! Vai passar. – afirmou Alice enquanto acariciava os cachos morenos desfeitos da paciente.

– O que aconteceu? – indagou Raven.

– Não me lembro. Estava com Scott, levando-o até o trailer, depois apaguei. Acordei com uma voz roupa e estranha. Ai! – interrompeu-se colocando a mão na testa – Não sei de mais nada.

– Tudo bem, não precisa. Logo vai melhorar. – disse Alice segurando firmemente a mão da colega.

P.O.V Luke

– Carro. – falou Mia convicta – E não tem muito tempo que passou por aqui.

– Como sabe disso? Digo, o tempo. – ela não respondeu.

A parte em que nos encontrávamos era completamente diferente da floresta, mesmo ainda estando nela. Uma faixa de terra seca e sem árvore nem arbustos, contando somente a graminha bem rasteira. Nem animais tinham ali. Era tudo morto.

– Não tem mais nada aqui.

– Xi! – ela faz e acena para que eu me cale – Eu sei que escutei alguma coisa e veio dessa direção.

Então correu. Apesar de estar com um pouquinho de preguiça, corri atrás dela, bem mais devagar, mas ainda sim corri e em questão de pouco tempo a alcancei. Não sei afirmar o que era. Estava próximo a uma árvore seca. Era uma carcaça de algo que um dia se pode chamar de carro, agora enferrujado e pontiagudo.

– Acho que não é bem esse carro não é?! – falei, para o vento para ser mais especifico, talvez querendo ao menos testar a atenção de Mia, que novamente, ignorou.

– Luke? Veja só! – chamou e assim que me aproximei, notei o cheiro de queimado. Um corpo de um rapaz carbonizado. A visão não era uma das mais belas de se ver, mas, era a realidade. Tinha sobre o capô vestígio de sangue seco, porém não queimado.

– Foi colocado aqui depois que foi queimado. – falei.

– Sim. E não tem muito tempo.

– Churrasquinho noturno. – ela então me encarou. Estava tão contraditória. Olhar sério e sorriso sincero quase brotando nos lábios mais a combinação do cabelo azul, estava estranhamente sexy.

– Acho melhor sairmos daqui. Tem um relógio?

– Ah, sim! Deixa só eu encontrar. – coloquei a mão no bolso e retirei um relógio que acho que era do meu bisavô, ou mais antigo. Era de prata para bolso. – Sete e quarenta.

– Nossa! Quanto tempo não penso nas horas... – ela ri desconcertada. – Ainda temos que encontrar aquela VaKatherine – agora bastante convincente e decidida. Sorri.

– E eu preciso pegar minhas armas daquele tal Robert.

Narrador

– Como tem tanta certeza que vamos conseguir entrar lá, mexer no computador e sairmos sem sermos notados? – pergunta Scott enquanto repassava o plano.

– Em momento algum eu falei que não seriamos notados, mas que dá para fazer, dá. – esclareceu Dimitry segurando ainda a mão de Reyna. Os dois andavam ligeiramente unidos desde o dia anterior.

– Que confortante... – murmurou Scott.

– Relaxa! Vamos te dar cobertura. – falou Reyna tão rápido como um robô.

– Vamos só nós três, então? – indagou Scott.

– É! – deu de ombros Dimitry.

– Pode chamar o Tanner e a Rose também. Tenho certeza que ela ia gostar da briga. – comentou Reyna.

– É. Talvez. – findou Dimitry – Mas acho melhor irmos logo.

– Ok! - disseram ambos os outros juntos.

P.O.V Cassie

Fui longe demais. Era madrugada ainda quando levantei e... Bem, ainda parece, vendo o estado do céu, mas não sei bem. Minha vista ainda está embaçada e o corpo dói tanto como se um trator tivesse passado por cima de mim. (Talvez fosse menos doloroso, rs). Após minhas hipérboles, tento ficar sentada, mas não consigo mexer nem o braço.

Sinto o gosto estranho de sangue e mais alguma coisa na boca. Pior saber é que já senti esse gosto, ou melhor, a falta de gosto. Era tão estranho como a água, mas até a água tinha mais gosto que isso. Minha garganta queimava como se tivesse bebido ácido e agora estava se corroendo.

Alguém, quem quer que tenha me atingido por trás, fez questão que eu bebesse isso, o mais verdadeiro Não sei o quê. Viro-me de bruços e tento novamente fazer força. Tudo começa a girar. Vejo marcas no chão, sangue meu suponho, encosto a cabeça nas mãos e tento não chegar os olhos, porém é mais forte que eu, e...

Narrador

– Ok! Você vai lá agora? – perguntou Rose.

– Tá louca? Se eu for lá me matam na hora. Temos que chamar a atenção deles a outra parte. – expôs Dimitry sem olhar para ela.

– Não importa como, eu só quero acabar com Alek. Basta! – praguejou Lucy estalando pela milésima vez os dedos da mão.

– E como vamos fazer isso? – perguntou Scott.

– Deixe comigo! – Tanner tomou postura, respirou fundo e decido dar o primeiro passo na direção do outro grupo onde basicamente todos dormiam, Rose agarrou seu braço. Uma troca de olhares foi o suficiente para que ela o soltasse e assentisse.

Tanner, em passos largos, mas vagarosos, andou perambulante até o local, onde duas mulheres estavam deitadas fazendo guarda numa espécie de entrada ao convive. Uma delas com os cabelos rubros com pontas loiras a altura do ombro, lábios pintados de preto e roupa rasgada em calça retalhada nas coxas e blusa cortada a metade, mostrando a barriga. A outra, com os cabelos longos a cintura castanhos médios com fios diversos em outras cores, entretanto na direta, uma longa faixa sem presença de fio algum. Trajava esta calça jeans surrada e blusa de cola alta sem mangas.

Ambas se puseram de pé e a encarar Tanner simultaneamente se aproximava, com feições estranhas, mixagem de alegria, malicia e fome (de sangue). A de cabelos longos passou a língua bifurcada como de uma cobra peçonhenta no lábio inferior ao Tanner parar em sua frente.

Nenhuma palavra foi necessária quando uma flecha rapidamente passou rente a face de Tanner fazendo um arranhão de leve, porém soltando uma leve faísca de sangue. Uma risada alta soou conhecida. Robert agora empunhando o arco, sem flecha alguma. Arco o qual vira a dois dias anteriores com Luke, imaginou imediatamente a ira do rapaz e o desejo de tê-lo de volta, pois nem mesmo Mia podia tocar em suas armas, Robert menos ainda.


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Notas finais do capítulo

3- Eu falei que talvez demoraria um pouquinho para ter música e... bem, pode ter no próximo capítulo?! Demorou um pouquinho né?! rs :p Eu sorteei o casal já e podem votar. Achei muito interessante foi que esses dias escutei uma música bem engraçadinha e ao ver a tradução achei que se encaixava bastante, mas é lógico que você devem mandar suas opiniões.
4- Entrem no MP para mim e me mandei o nome (junto com a votação da música) de um personagem que você gostaria de ver na votação, qualquer um independente de ser boa ou má.
5- Fiquem com Deus e assim que der posto próximo, como sempre faço. Até!
[Little Nerd - obrigada pela recomendação. Amei!]