Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 21
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Só eu que senti esse tempo sem postar como uma eternidade?! Mal via a hora, mas ficou meio curto o tempo de postagem. Espero que gostem!



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P.O.V Rose

Não fiquei nenhum pouco interessada no que Tanner tinha a dizer. Simplesmente sai andando deixando ele e Helena para trás. Sinceramente, creio que não devia ter me submetido aquilo, se bem que ela ainda merece que alguém dê um sacode nela para ver se toma vergonha na cara. Pode ser bonita, porém... Ai! Que ódio!

Não demorou muito para eu perceber que Tanner me seguia.

– Rose! Espera! – pedia e eu fingia simplesmente não escutar – Vamos conversar!

– Eu não tenho nada para falar com você! – violei meu silêncio.

– Como nada? – disse saindo ao meu lado de tal forma que me assustou, já que há pouco tempo ele estava a cerca de três metros de distância atrás de mim.

– Nada! Ou melhor, quer que eu fale algo? – encarei-o – Garanto que você não vai gostar do que tenho a dizer.

– Se acalma. Você sabe que não consigo ficar sem você.

– Então?! Amizade! É isso. Acabou!

– Mas não é isso que eu quero. – ele me segurou pela cintura e puxou para si. Mantive meu olhar penetrante. – Nem você!

– O que eu quero é um tempo para mim, ok?!

Soltei-me dos braços dele e sai sem caminho definido. Só queria parar de olhar para ele, caso não eu ia virar uma tigresa e deixar o rosto dele todo lenhado. Afe!

Prossegui sem ao menos olhar para trás e só após inúmeros passos, dei conta que já estava longe o suficiente. Como se não bastasse, esbarrei em Alek que não gostou nem um pouco. Seu olhar não estava o melhor, parecia extremamente irritada, no entanto eu não estava nem um pouco interessada em saber o que ela estava pensando ou deixando de pensar.

– Ela só está brincando com vocês. – afirmou repentinamente Alek com a voz mais tranquila do mundo, mesmo estando um tanto rouca.

– O que? Do que está falando? – repliquei. Creio que nesse momento já estava tudo óbvio e a pergunta foi em vão, mas tentei parecer mais forte.

– Helena gosta de causar intriga, provocar os outros. Ela não gosta de Tanner e sim da confusão que causa a fórmula: Tanner + ela + você = briga.

– Ela é bem exibida, isso sim.

– Que seja! Ela sabe como te provocar.

– Isso mesmo e na verdade, isso para mim já deu. Está patético. Mas gostei do seu posicionamento ainda pouco. – falou Helena olhando aos quatro ventos, surpreendendo-me – Chamar ele de ridículo. Não sei se doeu, mas foi persistente. Tem que ser mais assim. Se fazer de difícil, entende?! Pode ficar com ele, é muito... sei lá, mas não é para mim.

– Viu?! Prática do descarte? – pronunciou Alek arqueando a sobrancelha direita e deixando brotar um levíssimo sorriso no canto dos lábios.

– Pois é...

Fiquei surpresa com o modo como Alek entendia Helena e como a própria estava tão diferente em relação há poucos segundos. Bem ou mal, ambas falaram somente o que eu precisava ouvir. Não sei se sou má em achar “cômico” o fato de Helena só ter “brincado” com Tanner, já que geralmente era ele que “descartava”, pois bem, ele merecia.

Narrador

Mais um dia se passou, dessa vez, a noite tardou, porém caiu, levando todos a relva para um descanso merecido. Miguel e Lena não se separavam um momento sequer, igualmente a Alice e Scott, perplexos. Tyler e Cassie trocavam ora ou outra olhares tímidos e alegres. James e Kylie conversavam como se conhecessem um ao outro por anos. Violet não se afastou de Quatro por um momento sequer, pareciam um só, os olhos da menina eram radiantes pelo brilho de satisfação. Dean tratava Alyssa como se fosse sua própria filha, amparado por Raven que já o considerava.

Quase imediatamente, após todos dormirem, o sol tornou a marcar presença, deixando o dia ainda mais abafado que o anterior e com mais brisas, quentes, singelas e frequentes. Caleb e Hiendi foram os primeiros a despertar e percorrer o vasto local, seguidos de Alice, Emma, Scott, Cassie, Lucy e Tyler que estavam dispostos a encontrar Sarah a qualquer custo.

P.O.V Alice

Separamo-nos em três duplas, cada uma em direção diferente, dessa vez suficientemente equipados para qualquer contratempo. Eu e Scott fomos para o local onde tínhamos sido presos averiguar, contudo não havia um sinal sequer, a não ser o terrível cheio de cadáver do grandalhão que Alek matou para e salva. Os abutres já estavam fazendo a refeição, uma cena não muito bonita de se ver.

Evitamos chegar perto da depressão e continuamos dando voltas pelo mesmo lugar. Seja lá onde tivessem escondido Sarah, não seria tão longe assim. Em meio caminho dado, quase a cada dez minutos esbarrávamos em Cassie e Tyler ou Lucy e Emma. Pareci tudo tão vazio, vivo e natural, sem vestígio nenhum de onde minha irmã podia estar, minha pequena irmãzinha.

P.O.V Hiendi

Caminhava pia e serenamente me afastando um pouco de Caleb. Ele é um rapaz legal, mas enche o saco de vez enquanto. Sabe?! Sufoca! Por sorte, Helena apareceu e ao invés de ser mal recebida como espera, dei um tempinho para ela conversa com Caleb, assim eu podia dar uma volta.

Vi uma árvore curvada bem próxima ao que me parecia uma nascente. Ultrapassando o aro, vinha um declínio nada confortante, cheirando a lodo e peixe morto. Empurrei uma das pedras que estava por perto a fim de saber a profundidade da abertura e/ou se aquilo era uma espécie de fosso com solo lamacento, todavia escutei um som estranho ecoar de seu interior, chegando aos meus ouvidos embaralhado. Novamente lancei uma pedra, agora com mais força e um som mais preciso retornou, simplesmente parecia ter alguém lá dentro. Uma figura de voz infantil lembrou-me Violet.

– Alguém ai? – ajoelhando-me, disse em alto e bom som, o qual pareceu se alongar e aumentar dentro do buraco.

– Por favor! – a voz chorosa retornou – Me tira daqui.

Estiquei o braço e papeei o ar até enfim minha mão tocar algo e imediatamente dele se afastar. Alguém puxou-me pelos cabelos e me lançou de cara contra a árvore. Logo tal colocou-me de frente para si e então pode ver aquele imagem nada alegre apesar do sorriso que saia de seus lábios, malicioso e sarcástico.

– Quanto tempo, meu docinho! Não me esqueci de você, não, e enquanto eu viver, você nunca estará livre de mim.

– Me solta, Bruce. – seu rosto ainda apresentava marcar do nosso último encontro e seu olhar expressava a intenção de me partir em pedaços.

– O bando diminuiu depois da brincadeira de seus amiguinhos, mas os fortes permanecem, assim como você não é?!

– Pois é. Robert ainda está vivo?

– Sim! E vai atrás daquela vadia loira.

– Helena?! Haha Não vai demorar encontrar.

– Assim como lhe encontrei? – ele acariciou meu rosto, afastou meu cabelo e tocou levemente os lábios em meu pescoço – Acho que era verdade o que dizia antes, temos um ímã um para o outro.

– Infelizmente! – lamentei. Tentei sair, mas ele era mais alto e forte que eu, então não conseguia nem mesmo mexer os braços. – Quem está ai?

– Um servicinho nosso! – só então ele deu uma distância de quarenta centímetros. – Uma pirralhinha, irmã da sua amiguinha do outro dia.

– Hmm... – balancei a cabeça sem saber o que falar. Aproximei do buraco e por uma fração de segundo, senti um leve vento, retirei minha faca da cintura e contive Bruce a me imobilizar.

– Tentando melhorar sempre, mas você sabe que não conseguirá me superar.

– Será?! – tentei girar seu braço, porém ambos sofremos com o efeito. Quase cai no buraco, sentindo logo duas mãos agarrarem meu tornozelo. Joguei toda a força em meus braços e logo sai, puxando a garota naturalmente imunda e mal cheirosa comigo.

– Dessa vez não há ninguém para te ajudar aqui. Que peninha! – falou Bruce se aproximando lentamente.

– Eu sei me cuidar sozinha. – a garota estava amarrada pelas mãos e pés, olhos tampados e cabelos picotados como se tivessem sido cortados por um cego. Empurrei-a para o lado, sem muito sucesso, pois ela não rolou meio metro sequer.

– Sabemos que nunca foi assim.

– Veremos... – levantei e fiquei perante a ele. Dei-lhe um chute na panturrilha e me afastei do local onde estava a garota. Pude ver ao longe, Josh lentamente se aproximando, ao lado oposto do qual vim, ao lado da menina. Prestando atenção neles, descuidei-me e Bruce me agarrou pelo pescoço e deu uma joelhada em meu dorso, seguida de mais uma e me largando ao chão. Tentei ficar de pé, mas mal conseguia me mexer.

Bruce por sua vez, avistou Josh que libertava a menina. Tirando uma pistola do coldre encoberto pela jaqueta e apontando para ele. Engatinhando, consegui me apoiar numa árvore e debruçada sobre esta, estiquei as pernas sem conseguir aguentar direito a dor.

Doutro lado, surpreendendo-me, uma kunai atingiu sua cintura. Olhei para a direção de onde tinha vindo, mas não consegui enxergar nada, estava tudo um tanto embaçado. Bruce tirou a kunai e atirou contra Josh, acidentalmente acertando o braço da menina, que saiu ilesa. A lâmina cortou a corda que a amordaçava.

– Ei! Vem brigar com alguém do seu nível! – gritei. Bruce virou-se e se aproximou.

Nesse momento, Alice apareceu e correu até a garota, emendando num abraço, e atirou mais duas kunais. Bruce parecia virou-se e percebeu que a própria mais a garota e Josh saiam correndo. Corri até ele, mas ele era mais rápido em me atingiu com uma kunai na barriga. Logo o sangue deixou minha camisa preta ainda mais escura.

– Desculpe, bombom. Você quem pediu.

– Você é desprezível. – cuspi no seu rosto e ele logo limpou com as costas da mão.

– Pelo menos nosso segredo morre junto com você.

Não restava muito. Tentei me afastar, mas Bruce me seguia com marchados passos. Retirei do pescoço meu medalhão e lancei em direção a Alice que se afastava, passando despercebido por Bruce. Segurei em seu braço para não cair, então uma flecha acertou Bruce nas costas e ultrapassou, chegando a mim. Seu braço envolveu minha cintura novamente e me puxou ainda mais para si, fazendo a flecha penetrar-me ainda mais. Ao fundo, pude ver a imagem de Caleb, com o arco, e Helena se aproximando. Virei novamente para Bruce.

– Vamos juntos então para o inferno.

Um sorriso surgiu nos lábios de cada um, então empurrei Bruce no fosso, caindo junto com ele. Só pude ver seu rosto e a escuridão da queda e... nada mais.

Narrador

Caleb e Helena se aproximaram do fosso. O rapaz gritou para tentar saber se por ventura alguém responderia, no entanto, o silêncio ali era plano. Nem mínimos ruídos eram identificados. Ele então olhou para o lado tentando não acreditar no que acabara de acontecer e uma faísca quase lhe cegou. Levantou e se aproximou. Era o medalhão de Hiendi lançado em direção a Sarah que abraçava Alice fortemente.

Scott então se aproximou das meninas lentamente. Ele estava acertando contas com Robert e não acompanhou o que de fato aconteceu envolvendo a morte de Hiendi, a qual não ainda não sabia, mas se sentindo melhor ao ver a alegria e as lágrimas escorrendo pelos rostos de Alice e Sarah.

Josh se levantou e caminhou até o fosso com a kunai que Bruce atirou contra eles na mão suja de sangue de acordo com o leve corte causado por esta, inclinou-se para ver o que de fato tinha acontecido e se averiguar se tinha alguma chance de ter vida humana ali dentro.

– Não fica assim! – falou Josh a Caleb e Helena assentiu – Ela ajudou a três pessoas aqui.

– Verdade! – consentiu Helena, mas Caleb pegou o medalhão em silêncio e saiu do recinto.

– E o Robert? – perguntou Alice.

– Hã?! Robert está vivo? – indagou Helena se aproximando.

– Sim. Ele fugiu. – afirmou Scott.

– É melhor eu me preparar agora. – disse Helena saindo do local acompanhada por Josh, deixando o trio ali numa bela confraternização.

Assim que retornaram, Raven e Dean receberam os três e trataram de cuidar deles como ocorrido no dia anterior.

– Minha nossa! Que horror! – falou Raven pasma – Você pelo menos lembra quem pode ter te prendido ou jogado no fosso?

– Não. – afirmou Sarah amedrontada.

– Tudo bem. Você está cansada. Aconteceu muita coisa nesses dias.

Alice agradeceu com um aceno de cabeça e levou Sarah para um canto, cuidando da irmã como um bebê.

– Onde está Alyssa? – perguntou Dean.

– Rose passou aqui anda pouco com Reyna e ambas saíram para dar um passeio com ela.

P.O.V Lucy

Eu e Emma continuamos caminhando procurando algum indício de Sarah, que nem mesmo tínhamos visto, no entanto era bem semelhante à Alice e da idade de Violet, segundo Scott. Em meio ao caminho, demos em dois homens, altos e arrogantes que discutiam por meio de ameaças. Eram dois dos capachos de Bruce, o que inclusive estava com o braço enfaixado da facada que eu tinha dado.

Antes que eu pudesse dizer algo, Emma retirou a pistola da cintura e atirou no mais alto, acertando seu traseiro, e ambos olharam para nós como se nada tivesse acontecido.

– Você é doida?! – sussurrei a Emma que respondeu com um sorrisinho no rosto.

– Isso é uma pergunta ou afirmação? Seja qual for, precisamos de mais diversão aqui e esses pamonhas podem saber onde Sarah está.

– Ah, sim! Muito confortante, Branca de Neve. – tentei ser sarcástica, mas acho que esse som saiu mais com preocupação que tudo.


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Notas finais do capítulo

Lei de Talião: "Olho por olho, dente por dente" - Hiendi por Sarah, (in)felizmente.
P.s: agradeço pela força no último capítulo, estava insegura em relação a música.
Até!