Twisted Mix escrita por Dreamy


Capítulo 15
A Virada




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– Carlos?!

– Oi, Jackie. Vim fazer minha aula de RPG. Tenho sérios problemas de coluna.

– Ah, tá. Não vim nas aulas nenhuma vez, pois não deu tempo. Quero logo tirar essa droga de cadeira de rodas! Meus fãs precisam me ver dançar. – riu ela

***

Jandira andava pelas ruas. Estava procurando por Tito, que há dias não dormia em casa. Ela encontrou um antigo namorado seu, pedindo esmola na porta de uma lanchonete:

– Licurgo, o que você faz por estas bandas?

– Quem é você?

– Jandira. Fiz aulas de francês com você há quase 30 anos. Você me chamava de Jajá! Até namoramos por uns meses.

– Jajá! Que saudade de você.

– Você não tinha ido para o Acre tentar uma vida nova?

– Bom, as coisas não deram muito certo pra mim. Briguei com minha esposa, meus filhos morreram. Um de lúpus e o outro atropelado. Decidi voltar pro Rio para ver meus pais. Descobri que eles tinham ido para São Paulo. Não tinha dinheiro nem para comer um saco de batatas chips. Deu nisso.

– Que droga. Posso te oferecer minha casa se quiser. É pequena, mas sempre cabe mais um não é?

– Valeu Jajá!

***

César ficava olhando para a TV, tentando se concentrar nas comédias pastelões americanas que ele tanto gostava de assistir. Até que a campainha tocou. Ele levantou do sofá, se espreguiçou e foi até a porta. Era Juliana Magnésio, com uma camisola rosa e chinelos desbotados:

– O que você quer aqui, plagiadora da internet?

– Ei, se você não sabe meu nome é Juliana Magnésio, rainha do funk ostentação. E eu só vim pedir uma xícara de açúcar.

– Primeiro, eu estou cagando qual é o seu nome, o que importa é que você copiava a música de todos os artistas imaginados no mundo. Segundo, pelo amor de Deus, pedir uma xícara de açúcar emprestada é do tempo que minha avó era virgem, adeus!

César voltou para o sofá, e se lembrou novamente de seu primeiro encontro com Felipe. Ele tinha o telefone da antiga casa de Felipe, mas sabia que o número havia mudado. Isso o deixava na estaca zero.

***

Beatriz saiu do edifício onde morava Rafael aos prantos, chorando muito. Ela decidiu ir até a casa de Michel. Tocou, mas quem atendeu foi seu pai:

– Boa tarde, delegado Rui. Lembrado de mim?

– Sim, dona Beatriz. Quer falar com o meu filho?

– Correto.

– Vou chama-lo.

Beatriz sentou no sofá da casa, feio e desbotado. Reparou que a casa era bem humilde, com móveis velhos, cadeiras de plásticos, televisão pequena. Michel tinha uma situação monetária igual ou pior que a dela.

Quando ele chegou, foi rude:

– O que você quer aqui, Bia?

– Bom, Michel. . . Vim te pedir desculpa. Acho que pisei na bola com você. Mas acabei descobrindo que o Rafael não era tudo isso que eu pensava. Por isso, estou pedindo para voltar com você.

Michel pareceu nervoso com o pedido de Beatriz. Suspirou, sentou no sofá e olhou diretamente para ela. Até que disse:

– Não. Pelo menos por enquanto. Deixe-me pensar, afinal, quando eu fui no hospital naquele dia conversar com você, cheguei cheio de amor, triste por ter sido tão atirado com ti. Mas além de ter me traído, você transou com ele. Não foi algo muito ético!

– Tudo bem, você é quem sabe. Vou indo, depois a gente se fala.

***

– E então, senhora Lídia, já posso tirar a cadeira de rodas?

– Claro que não, Jacqueline. Você não veio em nenhuma aula, além de sua perna estar mais inchada do que antes. Acho que em duas semanas você se recupera. SE vier às aulas.

– É, “quem acredita, sempre alcança”, professora!

Um mês depois. . .

Jackie já havia tirado a cadeira. Estava alegre, ensaiando passos novos na escola, já que teria outro show de talentos. Quando sua aula terminou, Carlos estava lá, esperando por ela com um buquê de flores, já que os dois estavam namorando:

– Carlos, que surpresa boa! – disse Jackie indo beijar o namorado

– Sim, eu vim para te mostrar uma coisa. Onde fica a entrada do auditório daqui?

– Fica lá nos fundos, por quê?

– Vem comigo.

***

César já tinha dito a Felipe a verdade. Que estava gostando dele. Isso deixou Felipe confuso, pois ele não sentia o mesmo pelo garoto. Eles ficaram alguns dias sem se ver, até que eles se encontraram em uma padaria:

– Felipe, que saudade!

– Oi, César. Fiquei uns dias em São Pedro da Aldeia, mas estou de volta. Tudo bem?

– É, vou levando. – riu ele

***

Beatriz estava feliz. Já havia superado o fato de Michel ter decidido não voltar para ela. A jovem passou em uma casa lotérica, pensando: “Hoje eu tiro a sorte grande!”.

Marcou os números, entregou e pagou, muito confiante. Ela sentia que iria ganhar.

***

– Carlos, o que você queria me mostrar?

– Apenas ponha a música e veja.

Jackie descobriu que Carlos era um bailarino, um grande bailarino por sinal. Ele deu passos que ela nem conhecia, mostrando que a menina tinha muito que aprender com seu novo namorado.


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