Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer


Capítulo 15
Capítulo 15: Derrota




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O relógio registrava oito e meia da manhã. Ino seguia para a casa da melhor amiga do Gaara e não escondia a ansiedade de conhecer os pais daquela que foi o centro de toda a história. Como dissera Temari, o lugar era bem distante do centro da cidade. Era uma casa grande e com aparência de organizada. Sem tempo a perder, desceu do carro e tocou a campainha; quem atendeu foi um homem um pouco mais alto do que ela e com aparência de que tinha pelo menos cinqüenta anos.

– Bom dia. – disse Ino.

– Bom dia. – respondeu o homem – Quem é você?

– Sou Ino Yamanaka, psicóloga. – ela imaginou que não passaria muito crédito caso se apresentasse como estudante, por isso resolveu apresentar-se como psicóloga, mesmo ainda sem ser formada.

– Ah sim, pode entrar.

Ela entrou e foi conduzida até a sala. A mãe da Bárbara foi chamada e todos sentaram. O homem se adiantou e quis saber o motivo da inesperada visita.

– Eu vim aqui por causa da morte da filha de vocês.

– Entendo.

– Saber como vocês enxergam essa situação, como encaram a vida sem ela, sobre o desfecho do caso, coisas desse tipo.

– Tudo bem. Pode perguntar o que quiser.

Ino gostou de ver que eles iriam colaborar. Além disso, aquela conversa também serviria para ser comparada com a versão que o Gaara apresentou dos fatos, e se algumas informações realmente batiam. Sem perder tempo, Ino começou:

– Como era a vida dela na visão de vocês?

– Ela era feliz. Poucas vezes vi ela triste.

– Vocês se davam bem?

– Muito. – respondeu a mãe – Além de filha ela era a minha melhor amiga.

Aquelas informações eram novas para Ino. Gaara não falou nada sobre isso, talvez porque mesmo que fosse amigo da Bárbara, não era íntimo da família dela.

– A morte dela afetou muito a vida de vocês né?

Ino notou que eles se seguraram para não chorar. Aquela reação era justificável, principalmente por se tratar de perder uma filha única.

– Ela faz muita falta. – disse a mãe. – A vida perdeu as cores sem ela aqui.

– O nosso consolo. – completou o pai – É que a justiça vai ser feita.

A assunto principal da visita veio à tona bem antes do que o imaginado. Mas, aproveitando a oportunidade, Ino perguntou:

– Vocês acharam a sentença justa?

– Justíssima. – responderam ambos.

– Mas pena de morte não é pesado demais?

– A dor que estamos sentindo não é menor que essa pena.

– Eu sou contra a pena de morte. Prisão perpétua talvez, mas a morte...

– Nós também éramos contra, mas passamos a pensar diferente depois do que aconteceu.

– É diferente ver e sentir...

Ino abaixou a cabeça e suspirou. Vendo essa cena os pais dela trataram de também fazer perguntas.

– Mas por que veio nos visitar? O governo te mandou?

– Não. É que eu sou a conselheira espiritual do Gaara.

– Como teve coragem de vir aqui se está do lado dele? – falou o pai elevando a voz.

– Não estou do lado de ninguém. – respondeu Ino – Mas senti que era minha obrigação ouvir os dois lados.

– Peço que saia da minha casa. E quando for ao presídio diga para ele ( desde o acontecido eles não chamam mais o Gaara pelo nome, preferem dizer “ele” ) que vou assistir ele morrer. Se pudesse, eu mesmo injetaria o coquetel.

– É uma pena que pense assim. Ele me disse que era inocente.

– Claro que disse. Todos dizem a mesma coisa.

– Tem certeza que estão tomando a decisão certa?

– Nós só queremos justiça.

– Tudo bem. – respira fundo. – Espero que não se arrependam do que estão fazendo.

Dizendo isso Ino saiu e estava frustrada. Com a reação que eles tiveram nem deu tempo de dizer os motivos que faziam o Gaara ser inocente. No fundo não adiantou muito visitá-los tal como o ruivo previra. A propósito, ao tomar o caminho de casa, resolveu desviam o rumo e ir ao presídio. Ela chegou, entrou e foi direto para a cela. Pouco antes de chegar o policial Naruto a parou:

– Ino, espera um pouco.

– O que foi?

– É que parece que o Gaara recebeu uma notícia importante, daí...

– Tudo bem. – interrompeu a garota – Eu sei lidar com ele.

Agradeceu o aviso e seguiu seu caminho. Ao chegar à cela encontrou o amado sentado na cama com um papel entre as mãos.

– Oi Gaara.

Ao ver a amada Gaara nem respondeu: somente a abraçou forte e a beijou muito, talvez para tentar compensar os dez dias que ela esteve fora.

– Não agüentava mais. – disse Gaara.

– Nem eu.

Se soltaram e, movida pela curiosidade, ela perguntou o que era aquele papel.

– Isso aqui? – mostrando – É uma resposta.

– Resposta?

– A resposta do meu pedido de clemência.

O coração da Ino bateu mais forte. Perguntou:

– E então?

– É Ino... foi negado...

Aquela resposta quase parou o coração da Ino. Então era isso? Tudo acabaria assim? Um amor sem passeios, sem visita na casa do outro, sem um pedido de namoro oficial, sem presentes e sem mesmo brigas. Gaara a abraçou e procurou acalmá-la, mas ela percebeu que os braços dele estavam tremendo. Ele também estava mal e não era para menos. O que fazer nesses quinze dias restantes? Os planos que tinham foram destruídos. Que atitude tomar? O que poderiam dizer? Nessa hora ninguém poderia saber.


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