Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 30
Capítulo vinte e nove




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Nott no rosto carregava uma expressão suave, mas descontente. Observava a garota com atenção, fixando os olhos nos lábios que se comprimiam — ou se abriam — dependendo da linha que lia atentamente. As chamas verdes encheram a lareira, dando passagem para Harry e em seguida Rony.

—Hermione! —Os garotos abraçaram a amiga com força, tirando-a do chão alguns centímetros.

Rony exagerado segurou seu rosto entre as mãos rechonchudas, observando-a.

—Nunca mais desapareça. Não enquanto não soubermos mais sobre os sequestros! —Pediu, beijando-a fortemente na testa.

Hermione afastou-se.

—Eu precisava esfriar a cabeça, não fiz nada de errado! —Respondeu despreocupada.

A porta bateu com força, como se a mesma tivesse sido alvo de algum feitiço explosivo. Todos apreensivos com o possível invasor, tatearam as roupas, catando entre os tecidos enrolados a varinha.

Draco apareceu com um olhar infernal. O rosto fechado e irado com alguma coisa. Olhou para os lados, procurando por algo, só parou quando encarou friamente a garota de cabelos bagunçados entre os demais rapazes. Caminhou furiosamente até ela, pegando o braço de Hermione com certa força e violência, puxou-a de encontro ao seu corpo, e olhando-a com amargura comprimiu os lábios em uma linha reta.

—O que passa na sua cabeça, para desaparecer daquele jeito quando Comensais da Morte estão sequestrando bruxos que participaram da guerra? —Gritou, perdendo as estribeiras.

Hermione permaneceu quieta, encarando-o com a mesma intensidade a qual recebia.

—Pare de ser essa porcaria de Grifinória corajosa e use a razão ao menos uma vez na vida! —Puxou-a com força para mais perto. —Não sairá mais sozinha!

Finalmente a boca tremulante de Hermione abriu-se para emitir som.

—Não aja como se fosse muito mais responsável do que eu, ou como se importasse para você. Sou maior de idade e faço o que bem quiser. Entendido? —Puxou o braço bruscamente, deixando marcas avermelhadas dos dedos do rapaz estampadas em seu braço.

Harry em certo momento sentou-se na poltrona, apenas observando a discussão que seria longa e intragável.

—Pode até ser maior de idade, mas continua agindo como a adolescente irresponsável que era aos dezessete anos! —Continuava a respondê-la.

—Não me diga o que devo ou não fazer, Malfoy!

Draco cruzou os braços, apertando o punho o máximo que podia.

—Pare de agir feito uma destrambelhada, aparatando quando bem entende e voltando bêbada no meio da madrugada! —Arqueou a sobrancelha, sabendo que vencera aquela discussão.

Hermione virou-se para o rapaz um pouco mais atrás.

—Tinha que contar isso também? —Nott deu de ombros, como se não fosse importante.

Ambos os olhares fuzilantes. Não havia mais palavras a serem ditas, tudo o que restara fora a irritação.

—Terminaram? —Harry perguntou.

Hermione e Draco olharam-no, como se recebem algum tipo de repreensão.

—Não sei se você percebeu Hermione, mas Draco descobriu o motivo dessas marcas!

A garota pareceu pensar por um momento, revivendo em sua cabeça cada palavra da discussão tola.

—... Bruxos que participaram da guerra! —Rony falou, pela primeira vez se pronunciando. —Estão marcando para depois, sequestrar?

Harry olhou para o amigo e assentiu.

—Mas por que marcar? Não é muito mais fácil levar de uma vez? —Nott perguntou.

Hermione passou a mão pelo braço e andou alguns passos vacilantes.

—É um aviso! —Exclamou. —Eles estão nos marcando, para depois nos levar.

—Para onde e pra quê?

Hermione olhou para o ruivo confuso.

—Eu não sei...

Draco bateu o punho na escrivaninha, atraindo a atenção de todos.

—Precisamos fazer algo! —Falou observando a madeira escura.

Hermione correu para a escrivaninha e abriu uma das gavetas, jogou papéis para todos os lados, espalhando-os pela mesa. Abriu a segunda gaveta, vasculhando-a. Correu para a escada. Os rapazes confusos olhavam-se curiosos. Não demorou para Hermione voltar segurando um longo pergaminho entre os dedos, lia-o.

—Aqui! —Posicionou o papel sobre e mesa e capturou a pena junto ao tinteiro virado. Molhou a ponta do objeto e riscou o nome de George e Dino. —Mais alguém sumiu enquanto eu... Vocês entenderam!

—Lino Jordan! —Rony exclamou.

Hermione releu o pergaminho e riscou o nome do garoto.

—Isso tem uma ordem, primeiro os Grifinórios, amigos do Harry!

Levantou a cabeça para ter a certeza de que todos acompanhavam seu raciocínio.

—Simas também foi levado. —Concluiu Harry.

—Cho Chang não volta para casa desde a noite anterior! —Nott completou.

Hermione riscou os nomes citados com uma linha reta.

—E agora?

—Não tem como saber quem será o próximo, não tem uma ordem, Cho era da Corvinal. É aleatório! —Draco disse, pela primeira vê desde o inicio do assunto.

Rony suspirou.

—Temos que ter uma isca! —Falou por fim. —Não tem outro jeito! Precisamos pegar um dos Comensais.

—Mas nenhum de nós tem aquela marca... Exceto... —Nott começou, mas interrompeu-se.

—Exceto eu! —Tocou por cima da blusa a região marcada agora, por uma grande cicatriz.

Draco descruzou os braços e interpôs-se.

—Não. —Aumentou a voz alguns decibéis. —Você não pode, eles te matariam por ser nascida trouxa!

—Já tiveram a chance de me matar, e não o fizeram. —Retrucou. —Estarei levando a varinha, posso me defender!

—Nem pensar! —Pegou-a pelo braço, arrastando-a escada acima.

Rony deu um passo, afim de parar o loiro, mas Harry o segurou, puxando o amigo e o Sonserino restante para fora da casa.

Draco arrastou-a diretamente para o quarto , fechou a porta com uma forte batida.

—Qual seu problema? Quer bancar a heroína se jogando diretamente para morte!? —Gritou, andando de um lado para o outro.

—Não vou morrer, e do que isso importa? —Gritou de volta.

Draco parou, agora, olhando-a com magoa.

—Naquela hora, você disse que eu não me importava. Realmente acredita nisso? —Questionou com voz baixa.

Hermione vacilou na resposta, evitando-a, ignorando-a.

—Pois saiba que me importo! —Caminhou até a garota e beijou-a com ferocidade, como uma despedida. Hermione retribui o beijo tão cheio de vida. Não fora nada lento ou romântico, mas talvez algo doloroso para o rapaz que a sentia tão distante, e agora, com tudo que acontecia a distância se tornaria o menor de seus problemas. Draco separou-se abruptamente, ainda segurando o rosto da garota. Deslizou a mão dramaticamente, e enquanto caminhava em direção a porta, deixou as ultimas palavras magoadas pairando pelo ar. —E o que mais dói é saber que você ainda não entendeu isso!


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pela horrenda demora, mas a semana tem sido puxada!



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