Waisenkind escrita por HarpiahAvalon
Notas iniciais do capítulo
Eu deletei e resolvi fazer de novo.
Os nomes de alguns personagens foram mudados porque eu vi que nem todos estavam de acordo com a sua nacionalidade.
Andrea não é nome Polaco, mas eu gostei e está valendo.
Boa leitura.
Década de 1920, Nove Mesto na província de Morávia – Tchecoslováquia...
Era uma gravidez difícil. Elisheva Brady já não conseguia mais andar livremente pela casa precária e mal decorada que possuía, portanto, sua vida se resumia entre as quatro paredes do quarto abafado. Ela suava muito e respirava com dificuldade, deixando bem claro para todos sobre o seu péssimo estado de saúde.
Ao seu lado sempre estava uma emigrante polaca que conhecia o suficiente de partos para saber que aquele não teria um desfecho feliz. Para Elisheva, as noites eram tortura a tal ponto de não se ter certeza que o outro dia nasceria, e cada gota de suor escorrida lhe fazia mais fraca. Certo dia, estava mais debilitada do que nunca e seus olhos lutavam para não se fecharem de uma vez por todas; quando a polaca lhe trouxera uma xícara de chá bem cheia, quente e reconfortante.
Elisheva bebeu a pequenos goles, completando doze, e em poucos minutos se sentiu melhor. Parecia um milagre. Tempos depois, sentiu um líquido escorrendo por entre as pernas, e depois de ter respirado fundo umas três vezes ela logo sentiu as Primeiras Dores. A polaca sorriu: Era a hora do nascimento. A moça saiu a altos brados pela casa anunciando:
— Me tragam água quente! Toalhas! Chamem à senhora Seidemann para que me ajude com o parto! – ela parou na sala e avistou a primeira filha que Elisheva teve – Naomi! Chame seu pai agora!
A pequena Naomi saiu em disparada. Na verdade ela nem sabia direito o que se passava em sua própria casa, mas devido aos gritos histéricos da polaca, correu até os campos cheios de trabalhadores e disse ao seu pai, ofegando:
- Papis - disse-lhe com as pernas moles de tanto correr – A polaca mandou te chamar.
Na mesma hora a feição de trabalhador amargurado que Caleb tinha sumiu. “Meu filho!” pensava com alegria “Meu filho nasceu!”
O Senhor Caleb pegou a sua pequena filha pelo braço e saiu em disparada em meio aos “Vivas!” de amigos que estavam contentes pelo nascimento da criança. Todos ali sabiam que as rugas e o semblante de tristeza que ele carregava ultimamente, tinha como conseqüência da preocupação com a esposa e filho no ventre.
Naomi não conseguia acompanhar o ritmo frenético do pai, então este se ajoelhou e pediu para que ela segurasse em seu pescoço agarrando-o pelas suas costas. Caleb corria com a filha em suas costas, e tentava ser mais rápido que o vento, coisa que a sua idade não suportava mais. Sua filha tinha os cabelos soltos e bagunçados pelo vento, enquanto o seu vestidinho rubro esvoaçava pelo mesmo motivo. Ele estava todo felicidade.
Num minuto eles chegaram a casa, e ouviam os gritos de dor que Elisheva fazia. Na sala de estar, Naomi ficava atônita em meios as suas bonequinhas pálidas de cabelos bem cacheados e tapava os ouvidos das pobrezinhas para que não ouvissem a agonia da mãe.
Depois de algum tempo, tudo se silenciou. Só se ouvia os passos impacientes e preocupados do pai marcando o tapete, até que:
-Nasceu. – dizia a polaca - É uma menina!
Os olhos de Caleb se encheram de lágrimas. Naomi sentiu um aperto no peito:
-Como vão chamá-la? – perguntou à polaca, satisfeita por ter conseguido salvar a vida da mãe e da filha, simultaneamente.
Elisheva olhava para o rostinho pequeno e bonito da filha que acabara de nascer e disse:
- O que acha de chamá-la de... Sharon, querido?
O homem a sorrindo e disse delicadamente:
- Se não fosse pela Andrea nunca teríamos conseguido... Que tal homenageá-la?
A polaca sorriu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Como está ficando?
Gostaram?