Seja lá que importância tivesse o asgardiano que fez Loki sorrir, Thor estreitou os olhos para ele, em um sinal claro de ameaça. Freyr, ou alguma coisa assim, era o seu nome e ele era um cavaleiro do exército real de Asgard reconhecido por suas extraordinárias habilidades em combate, mas, sobretudo, por sua beleza e encanto. Fazia alguns meses que ele vinha de olho no príncipe mais jovem, mas Loki tinha deixado claro que não tinha nenhum interesse nele.

Ou foi o que o deus do trovão pensou, porque depois de quatro teimosos pedidos, Loki teve a audácia de aceitar sair com ele!

E o pior: mandou Thor cuidar de sua própria vida e o proibiu de se interferir em seus relacionamentos amorosos.

Ah, mas se aquele tal de Freyr achava que ele ia deixar algum outro asgardiano metido a besta tomar o que era dele por direito, ele estava muito enganado.

Loki era e sempre foi dele! O moreno só não sabia disso... Ainda.

Agora, porém, Thor precisava ter uma “conversinha” com esse asgardiano atrevido.

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Levou dois dias, mas assim que extraiu de alguns guardas do reino um local onde ele possivelmente estaria, Thor rapidamente partiu para encontrá-lo.

Ele riu ironicamente quando avistou o sujeito no meio do mercado, pesquisando alguns colares caros, principalmente os ornados por gemas verdes e brilhantes.

Sem dúvidas se tratava de um primeiro presente de cortejo. O que ele tinha na cabeça para fazê-lo pensar que Loki gostasse de pedras insignificantes?

Sentindo seu sangue ferver por dentro, Thor acelerou o passo e, alcançando o asgardiano, agarrou-lhe o pulso antes que ele conseguisse pagar o fornecedor.

– Você, vem comigo – ele ordenou, sem deixar espaço para um argumento em defesa. Os olhos do vendedor se arregalaram e ele recuou alguns passos quando o asgardiano se virou em choque.

Thor puxou Freyr com força e o arrastou até um pequeno beco entre duas casas, empurrando-o contra a parede dura.

– Então você é o sujeito que esta querendo Loki, não é?

O asgardiano parecia atordoado, mas acenou com a cabeça.

– Sim, sou eu – seus olhos se estreitaram – Eu só estava tentando comprar um presente para demonstrar minhas intenções...

Thor rangeu os dentes e se inclinou para que ele pudesse encará-lo diretamente nos olhos.

– Você não vai comprar porcaria nenhuma! – ele vociferou, fazendo Freyr se encolher – Eu vou te deixar ir, mas você vai embora desse maldito mercado e nunca mais vai voltar a falar com Loki, entendeu?

O asgardiano franziu as sobrancelhas e empurrou o loiro para longe.

– Desculpe-me, mas eu não tenho medo de você, alteza – ele rosnou.

Thor sorriu perversamente, lutando contra a vontade de rachar aquele crânio com seu martelo.

– Tudo bem, porque se você não desaparecer, – ele puxou uma grande bolsa de couro aberta, com jóias reluzentes dentro – eu vou ter que dizer aos guardas que o vi roubando as jóias da coroa. Receio que você passará o resto de seus dias em uma masmorra.

Os olhos de Freyr se arregalarem. Thor riu, fingindo pesar.

– Eu não fiz isso! Ninguém vai acreditar em você!

O deus do trovão rosnou e deu um soco na parede, bem ao lado da cabeça do asgardiano, que congelou.

– Você esqueceu quem eu sou? Não há nenhuma criatura viva neste reino que não acredite em mim. Pare de ver Loki, nunca mais fale ou pense nele, porque se você me desobedecer, eu vou te destruir. Eu tenho olhos e ouvidos em todos os lugares, lembre-se disso.

O asgardiano balançou a cabeça, aceitando a realidade da situação. Thor se afastou.

– Bom. Assim é melhor. Tenha um bom dia – o loiro riu, deixando Freyr para trás.

Ele se deslocou até uma livraria próxima, comprando alguns livros de magia sinistros. Os daria para seu irmão eventualmente, já que aquele asgardiano imbecil havia acendido essa idéia em sua cabeça.

Loki era dele e de mais ninguém. Qualquer um que se colocasse em seu caminho teria que sofrer da ira do deus do trovão.